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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Entendo que os Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz considerem um pecado cobrar por suas lições ou suas curas. Mas, não é o obreiro digno de seu salário?

Resposta: No capítulo 10 do Evangelho Segundo S. Mateus, Cristo disse a seus Discípulos que fossem “às ovelhas perdidas de Israel” e lhes pregassem o Evangelho e curassem os enfermos. Porém, Ele também lhes ordenou “não levar ouro, nem prata, nem cobre em suas bolsas”, “nem alforja para o caminho”. No capítulo 10 da primeira Epístola de S. Paulo aos Coríntios, S. Paulo também mantém esta ideia: “pregar o Evangelho de graça”.

Os Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz têm seguido essa prática desde o princípio e nunca cobraram, nem cobram, nem cobrarão pelos Ensinamentos Rosacruzes. Nenhum verdadeiro crente nesse elevado Ensinamento cobrará pelas lições, nem solicitará tipo algum de retribuição financeira.

Quem quer que seja capaz de promulgar os Ensinamentos Rosacruzes nunca cobrará nada, nem sequer por uma só lição. Os que pedem ou recebem dinheiro para exercer essa faculdade ou dar lições sobre ela, nada possuem que valha a pena pagar. A regra mencionada é guia seguríssimo e pode ser seguida com absoluta confiança.

Se o fizer, esse ato simplesmente o denuncia como um impostor. Se temos fé e trabalhamos sem egoísmo, Deus terá cuidado sempre conosco e as manifestações de amor serão suficientes para satisfazer o Aspirante à vida superior em suas necessidades.

Podia ser alegado que tal atitude animaria alguns a tomar tudo e não dar nada ou estimularia o egoísmo em outros, afinal, continuando o argumento, há uma Lei da Natureza de que não podemos obter nada de graça.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – fevereiro/1978 – Fraternidade Rosacruz-SP)

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Carta de Max Heindel: Atrasados na Evolução

Atrasados na Evolução

Pelos ensinamentos da lição do mês passado, compreendemos que não há absolutamente qualquer fundamento em relação ao ponto de vista, comumente aceito, sobre as almas perdidas. Não há uma só palavra na Bíblia que leve em si a ideia que costumamos atribuir à palavra “para sempre”. A palavra grega é aionian e significa “um período de tempo indefinido, uma era”, e quando lemos na Bíblia as palavras “eternamente e para sempre”, deveríamos interpretá-las “por séculos e séculos”. Além disso, como é uma verdade da natureza que “em Deus vivemos, nos movemos e temos o nosso ser”, uma alma perdida significaria que uma parte de Deus se havia perdido e, naturalmente, isto é inconcebível.

Depois que escrevi a lição anterior, ocorreu-me outro ponto que mostrará como a “perda” de um Período está relacionada com o próximo. Devem lembrar-se que falamos dos espíritos de Lúcifer como atrasados do Período Lunar, e dissemos que não poderiam achar campo para a sua evolução no presente esquema de manifestação. Os Arcanjos habitam o Sol, os Anjos têm a seu cargo todas as Luas, mas os espíritos de Lúcifer foram incapazes de residir em qualquer desses luminares. Não podiam ajudar na geração, pura e desinteressadamente, como o fazem os Anjos, uma vez que atuavam sob as forças da paixão e dos desejos egoístas, pelo que houve necessidade alojá-los num lugar separado. Assim, foram colocados no Planeta Marte, fato bem conhecido pelos antigos astrólogos, que atribuíam à Marte a Regência sobre Áries, que tem domínio sobre a cabeça (lembrem-se que o cérebro é construído por forças sexuais subvertidas), e também comprovaram que aquele Planeta é o Regente de Escorpião, que governa os órgãos de reprodução. Áries está na primeira Casa de um horóscopo e denota o princípio da vida; Escorpião está na oitava, significando a morte; nisso está contida a lição de que tudo o que é gerado pela paixão e pelos desejos está condenado à dissolução. Assim, Marte é esotericamente e astrologicamente “o Diabo”; e Lúcifer, o chefe entre os Anjos caídos, é realmente o adversário de Jeová, que dirige a força de fecundação vinda do Sol por meio da atividade lunar.

No entanto, os Espíritos de Lúcifer estão ajudando o processo de evolução. Deles recebemos o ferro que, por si só, torna possível viver numa atmosfera oxigenada. Foram e continuam sendo os agitadores para o progresso material, portanto, não temos o direito de antagonizá-los. A Bíblia tacitamente proíbe-nos de ultrajar os deuses. Conforme lemos na Epístola de São Judas, nem o Arcanjo Miguel ousou ultrajar Lúcifer, e no livro de Jó fala-se como estando entre os filhos de Deus. O seu Embaixador na Terra, Samael, é o Anjo da morte, representado por Escorpião, mas é também o Anjo da vida e da ação simbolizada por Áries. Se não fossem pelos ativos impulsos marcianos, talvez não sentíssemos as dores tão agudamente como as sentimos, nem tão pouco poderíamos progredir na mesma proporção, e é seguramente melhor “cansar-se do que enferrujar-se”.

Deste modo, podemos constatar que estas “ovelhas perdidas” de uma era anterior, recebem todas as oportunidades de recuperar o seu atraso no atual esquema de evolução. Estão atrasadas, e como atrasadas aparecem sempre como más, mas não estão “perdidas para além da redenção”. Podem salvar-se servindo-nos, provavelmente mediante a transmutação de Escorpião em Áries, quer dizer, a geração em regeneração.

(Por Max Heindel – livro: Cartas aos Estudantes – nr. 17)

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