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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Uma Análise do Simbolismo dos Mitos

Ao contemplar o progresso da Humanidade, encontramos sempre uma tendência pesquisadora que aparece através dos tempos. Esta tendência é uma busca nossa em prol daquilo que, de novo, nos una com nosso Pai Celestial. Depois da época que designamos como “Queda do Homem”, instintivamente compreendemos que estávamos nos afastando do nosso Criador. Nós mesmos nos ausentamos da nossa Fonte até que o anelo de retornar se tornou tão grande que corrigimos os nossos erros e tomamos coragem para retornar ao nosso Pai Celestial. Esta é a história relatada por Cristo a Seus seguidores na Parábola do Filho Pródigo, que nos narra S. Lucas em seu Evangelho[1].

Nosso presente caminhar de esforço espiritual é determinado por nossas existências passadas, pelo menos em certa medida e, se desejamos obter uma perspectiva verdadeira de nossos objetivos presentes, devemos nos familiarizar com os registros dos acontecimentos do passado. As lendas de um povo são importantes em relação a isto. Essas lendas chegam até às origens de nossa consciência e, portanto, estão profundamente submergidas nos nossos corações. Quando só uma pequena parte da Humanidade podia ler, a sabedoria tinha de ser transmitida de uma geração a outra por meio da palavra. Os oradores, menestréis, trovadores e cantores iam de cidade em cidade, levando ao povo as notícias dos acontecimentos do dia anterior. Depois, cantavam seus velhos contos e lendas. Isto, geralmente, aconteciam nas praças das aldeias, após finalizarem os labores do dia.

Estas lendas, repetidas em forma de cançãoe de contos através dos anos, finalmente foram escritas para serem legadas à posteridade. Cada nação possui seu próprio acervo dessas tradições, que datam de remota antiguidade. Algumas destas lendas foram, sem dúvida, transmitidas à nós por Seres avançados que, assim, nos ajudavam a despertar a um nível de consciência superior e maior, dentro do plano de Deus para a nossa evolução.

É uma ideia errônea pensar que um mito seja uma ficção criada pela nossa fantasia, sem nenhum fundamento de realidade. Pelo contrário, um mito é uma área que contém, às vezes, as mais profundas e preciosas joias da verdade espiritual, pérolas de beleza tão rara e etérea que não podem ser expostas ao intelecto material. Com o fim de resguardá-las e, ao mesmo tempo, deixar que atuassem sobre nós para a nossa ascensão espiritual, as Hierarquias Criadoras que nos ajudavam na nossa evolução, invisíveis à nossa visão física, mas poderosas, deram estas verdades espirituais à nós, envoltas no pitoresco simbolismo dos mitos, para que pudéssemos atuar sobre os seus sentimentos até o instante em que o nosso nascente intelecto se tivesse desenvolvido e espiritualizado suficientemente a ponto de, ao mesmo tempo, sentir e conhecer.

A lenda do Santo Graal é uma destas antigas narrativas, assim como as histórias dos Cavaleiros da Távola Redonda. Os Ensinamentos Rosacruzes nos trazem o conhecimento de que alguns desses, em vários lugares, foram altos Iniciados dos Mistérios da Nova Dispensação (Iniciações Maiores). Também nos informam que antigamente, durante as assim chamada Idade Média, Jesus trabalhou com as Escolas Esotéricas com os Druidas da Irlanda e com os Trottes do norte da Rússia, num esforço para difundir, entre nós, o impulso espiritual. Conta-nos a lenda como aos Cavaleiros do Graal foram confiado o Cálice de José de Arimatéia, que tinha sido empregado por Cristo-Jesus na Última Ceia. A estes foram entregues também a Lança que feriu o peito do Salvador e o receptáculo que recolheu o sangue da ferida, quando se consumou a missão para a qual veio à Terra. Estas lendas não podem ser agora demonstradas materialmente, mas são inestimáveis como pontos focais para quem, intuitivamente, em seu esforço cultive o lado superior da vida aqui, enquanto renascido.

James Russel Lowell, em seu poema “A Visão de Sir Launfal”[2], nos conta a lenda de um dos Cavaleiros que partiu em busca do Santo Graal. Fala-nos, com profunda intuição poética, da vida de um homem que, depois de muito buscar, aprende por meio da experiência que devemos ser o guardião de nosso irmão. Conclui seu poema com o bem conhecido verso:

A Santa Ceia é mantida, na verdade,

por tudo que ajudamos o outro em sua necessidade.

Pois a dádiva, só tem valor

Quando com ela vem o doador

e a três pessoas ela alimenta assim:

ao faminto, a si própria e a Mim.”.

Sir Launfal viajou até o fim do mundo para encontrar o Santo Graal, precisamente, na porta de seu próprio castelo. Vemos também que o Aspirante à vida superior deve, ao fim, encontrar a espiritualidade perto de si, em seu próprio coração. Pode ser que isso não se reconheça de momento, porque “ninguém pode reconhecer espiritualidade nos demais até que, em certa medida, a tenha desenvolvido em si mesmo”. Que é a espiritualidade? A ideia de que ela se manifeste somente por meio da oração e da meditação, é necessária e essencial para o crescimento da Alma; mas quando nossa vida é vivida alegremente no serviço, por amor à Humanidade e o fazemos para glória de Deus, nossa vida inteira se converte em oração.

Cristo-Jesus, nosso único Ideal, andou entre o povo e quando este necessitou de alimento físico alimentou-o. Deu a quem quisesse Seus Ensinamentos e curou os doentes e enfermos. No verdadeiro sentido, Ele foi um servidor da Humanidade. Quando participamos do Cálice da Comunhão o fazemos em Seu Nome e em memória do serviço que nos prestou.

O Cálice que Cristo-Jesus levou aos lábios na última Ceia foi utilizado por José de Arimatéia, na Crucificação para receber o Precioso Sangue de Vida que fluía da ferida do flanco do Salvador. Mais tarde esse Cálice foi dado em custódia aos Anjos e, quando se construiu um castelo – Monte Salvat – um lugar de paz onde toda a vida é sagrada, essa relíquia foi colocada sob a guarda de Cavaleiros castos e santos. Converteu-se, então, no Centro de onde fluem poderosas influências espirituais.

(Publicado na Revista: Serviço Rosacruz – agosto/1969 – Fraternidade Rosacruz – SP)


[1] N.T.: 11Disse ainda: “Um homem tinha dois filhos. 12O mais jovem disse ao pai: ‘Pai, dá-me a parte da herança que me cabe’. E o pai dividiu os bens entre eles. 13Poucos dias depois, ajuntando todos os seus haveres, o filho mais jovem partiu para uma região longínqua e ali dissipou sua herança numa vida devassa. 14E gastou tudo. Sobreveio àquela região uma grande fome e ele começou a passar privações. 15Foi, então, empregar-se com um dos homens daquela região, que o mandou para seus campos cuidar dos porcos. 16Ele queria matar a fome com as bolotas que os porcos comiam, mas ninguém lhas dava. 17E caindo em si, disse: ‘Quantos empregados de meu pai têm pão com fartura, e eu aqui, morrendo de fome! 18Vou-me embora, procurar o meu pai e dizer-lhe: Pai, pequei contra o Céu e contra ti; 19já não sou digno de ser chamado teu filho. Trata-me como um dos teus empregados’. 20Partiu, então, e foi ao encontro de seu pai. Ele estava ainda ao longe, quando seu pai o viu, encheu-se de compaixão, correu e lançou-se-lhe ao pescoço, cobrindo-o de beijos. 21O filho, então, disse-lhe: ‘Pai, pequei contra o Céu e contra ti; já não sou digno de ser chamado teu filho’.22Mas o pai disse aos seus servos: ‘Ide depressa, trazei a melhor túnica e revesti-o com ela, ponde-lhe um anel no dedo e sandálias nos pés. 23Trazei o novilho cevado e matai-o; comamos e festejemos, 24pois este meu filho estava morto e tornou a viver; estava perdido e foi reencontrado!’ E começaram a festejar. 25Seu filho mais velho estava no campo. Quando voltava, já perto de casa ouviu músicas e danças. 26Chamando um servo, perguntou-lhe o que estava acontecendo. 27Este lhe disse: ‘É teu irmão que voltou e teu pai matou o novilho cevado, porque o recuperou com saúde’. 28Então ele ficou com muita raiva e não queria entrar. Seu pai saiu para suplicar-lhe. 29Ele, porém, respondeu a seu pai: ‘Há tantos anos que eu te sirvo, e jamais transgredi um só dos teus mandamentos, e nunca me deste um cabrito para festejar com meus amigos. 30Contudo, veio esse teu filho, que devorou teus bens com prostitutas, e para ele matas o novilho cevado!’ 31Mas o pai lhe disse: ‘Filho, tu estás sempre comigo, e tudo o que é meu é teu. 32Mas era preciso que festejássemos e nos alegrássemos, pois, esse teu irmão estava morto e tornou a viver; ele estava perdido e foi reencontrado!’”.

[2] N.T.: O leproso não ergueu o ouro do pó:

“Melhor para mim é a côdea de pão que o pobre me dá,

e melhor sua mão que me abençoará,

ainda que de mãos vazias de sua porta me deva afastar.

As esmolas que só com as mãos ofertadas,

não são as verdadeiras.

Inúteis são o ouro e as riquezas dadas

apenas como um dever a cumprir.

A mão, porém, não consegue a esmola abarcar,

quando vem daquele que reparte o pouco que tem,

que dá o que não é possível visualizar.

– esse fio de Beleza que tudo sabe unir,

que tudo sustenta, penetra e mantém –

o coração ansioso e estende a mão

quando Deus acompanha a doação,

alimentando a Alma faminta, que sucumbia só, na escuridão”.

Ao regressar, Sir Launfal encontra seu castelo ocupado por outro, sendo impedido de entrar nele.

Já velho, claudicante e alquebrado,

da busca do Santo Graal, ele voltou

pouco lhe importando o que para trás deixou.

Não mais luzia a cruz sobre seu manto,

mas fundo em seu coração a marca ficou:

a divisa do pobre e seu triste pranto.

De novo encontra o leproso que, outra vez, lhe pede uma esmola. No entanto, o cavaleiro agora responde de outro modo.

E Sir Launfal lhe disse: “Vejo em ti

a imagem d’Aquele que na cruz morreu.

Tu, também, tens a coroa de espinhos de quem padeceu,

muitos escárnios tens também sofrido

e o desprezo do mundo hás sentido.

As feridas em tua vida não faltaram

nos pés, nas mãos, no corpo, elas te machucaram.

Filho da clemente Maria reconhece quem eu sou

e vê que, através do pobre, é a Ti que eu dou.”

Um olhar aos olhos do leproso lhe traz recordações e reconhecimento, e:

Seu coração era só cinza e pó.

Ele partiu, em duas, sua única côdea de pão,

ele quebrou o gelo da beira do córrego

e ao leproso deu de comer e beber.

Uma transformação, enfim, ocorreu:

Não mais o leproso ao seu lado se curvava

Mas, à frente dele, glorioso se levantava.

(…)

E a Voz, ainda mais doce que o silêncio:

“Vê, Sou Eu, não temas!

Na busca do Santo Graal, em muitos lugares

Gastaste tua vida, sem nada lucrares.

Olha! Ei-lo aqui: o cálice que acabaste de encher

com a límpida água do regato que Me desse de beber.

Esta côdea de pão é Meu Corpo

que foi para ti partido.

Esta água é Meu sangue

que na cruz para ti foi vertido.

A Santa Ceia é mantida, na verdade,

por tudo que ajudamos o outro em sua necessidade.

Pois a dádiva, só tem valor

Quando com ela vem o doador

e a três pessoas ela alimenta assim:

ao faminto, a si própria e a Mim.”

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Servir com Humildade

Poucas pessoas e talvez muitos dos Estudantes Rosacruzes ainda hoje permanecem na ignorância do verdadeiro significado do tão comentado fato de haver Cristo-Jesus lavado os pés dos seus Discípulos.

Nos Evangelhos, em que se relatam as cenas da Iniciação do Cristo Místico – ou sejam: as fórmulas para a Iniciação –, se nos afirma que Cristo-Jesus participou da Última Ceia com os seus Discípulos, quando, então, levantou-se da mesa e munindo-se de uma toalha, pôs água em uma bacia e lavou os pés dos doze Discípulos, o que indiscutivelmente representou o mais humilde serviço; acontecimento motivado por uma razão oculta importantíssima.

Muito poucos se compenetraram de que, quando nos encontramos na escala da evolução, podemos nos desenvolver graças ao apoiar nos ombros dos nossos irmãos menos evoluídos. Consciente ou inconscientemente os usamos como pontos de apoio, como ponto de partida para atingir lugares mais altos e, assim, alcançar nossos fins. Isso é uma realidade e se efetua em todos os Reinos de vida na Natureza.

Quando uma Onda de Vida surge ao nascer da evolução e incrusta-se na forma mineral, essa é imediatamente presa por uma Onda de Vida ligeiramente mais elevada, o que torna os cristais minerais desintegrados e os adota aos seus próprios fins como cristaloides e os assimila como parte de uma forma do vegetal.

Se não existissem minerais sobre os quais se agarrasse e se prendesse essa Onda de Vida vegetal, desintegrando-os e transformando-os, a vida das plantas, como afirmou Max Heindel, seria impossível.

De modo análogo, as forças das plantas são utilizadas por muitas espécies de animais:  inicialmente são mastigadas por eles até formar uma pasta, a qual, em seguida, é ingerida, servindo de alimento à Onda de Vida animal.

Se não existissem plantas, os animais não poderiam existir. O mesmo princípio pode-se aplicar na evolução espiritual, pois, se não existissem Discípulos que se encontrassem nos primeiros degraus da escola do conhecimento, requerendo instrução, não haveria necessidade de um Mestre.

Aqui há, porém, uma diferença muito importante. O Mestre se eleva pela instrução que transmite aos seus alunos, servindo-os. Firmando-se em seus ombros, ele atinge um degrau mais alto na escola do conhecimento, ou melhor, eleva-se a si mesmo, na proporção que eleva aos seus Discípulos, porém, não obstante, adquire com eles uma dívida de gratidão, a qual se satisfaz e se reconhece simbolicamente, por um lavar de pés, um ato de humildade, de humilde gratidão àqueles a quem se tem servido.

Quando compreendemos que a Natureza, que é a expressão de Deus, está continuamente fazendo esforços para criar e para dar vida, também poderemos compreender que quem mata a outro tira a vida a alguma coisa, por pequena que seja, ou por mais insignificante que possa parecer; executa um ato que altera e perturba os propósitos do plano Divino de criação.

Isso se aplica, especialmente, ao Estudante Rosacruz e, portanto, Cristo-Jesus recomendou aos seus Discípulos que fossem “prudentes como as serpentes e simples como as pombas” (Mt 10:16). Não importa quão sincero sejam os nossos desejos de seguir os preceitos da inofensividade, nossas tendências e necessidades podem levar, por desconhecimento da Lei de Causa e Efeito, a matar em cada momento da nossa vida para poder viver. E não é somente as grandes coisas nas quais muitos de nós estão, constantemente, cometendo assassínios!

Vamos a um exemplo: foi relativamente fácil para a alma investigadora, simbolizada por Parsifal[1], o romper o seu arco com o qual havia jogado a flecha que matou o Cisne dos Cavaleiros do Graal, uma vez que esses lhe explicaram o mal que havia feito e o erro no qual havia incorrido. Desde aquele momento, Parsifal ficava inclinado a viver uma vida inofensiva.

Todos os Estudantes Rosacruzes sinceros seguem, prontamente, em tal direção, uma vez que há chegado ao seu convencimento quão prejudicial é ao desenvolvimento da alma a prática de comer alimentos que requerem a morte de um animal (seja mamífero, ave, peixe, crustáceo, anfíbio, frutos do mar ou afins).

O uso e o abuso da carne animal despertam maior sensualidade e quem se entrega à sensualidade entrega-se a uma vida de brutalidade eanimalidade fazendo e contribuindo para que o corpo se degenere. Ao contrário, a devoção gera a Divindade, uma atitude de oração contínua, um sentimento de Amor e Compaixão por todos os que vivem e se movem. A emissão de pensamento amoroso faz todos os seres se beneficiarem mutuamente, refina e espiritualiza a natureza humana.

Os Estudantes Rosacruzes sabem e praticam, convictamente, que uma pessoa de bons sentimentos respira e irradia Amor, uma expressão que define muito adequadamente a afirmação exata e verídica de que a maioria das pessoas nota; pois se tem observado muito bem que a percentagem de veneno contido na respiração de um indivíduo está em proporção exata à inclinação perversa existente em sua natureza e em sua vida interna e nos pensamentos que emite.

A oração se apresenta como o primeiro exercício e a alta compreensão virá, levando-nos a lavar os pés dos nossos irmãos e das nossas irmãs, lavando-os com a cristalina água da nossa amizade, no amplo vasilhame dos nossos corações.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de novembro/1964– Fraternidade Rosacruz – SP)


[1] N.R.: Parsifal é uma ópera de três atos com música e libreto do compositor alemão Richard Wagner. A ópera se passa nas legendárias colinas do Monte Salvat, na Espanha, onde vive uma fraternidade de cavaleiros do Santo Graal. O mago negro Klingsor teria construído um jardim mágico povoado com mulheres que, com seus perfumes e trejeitos, seduziriam os cavaleiros e faria com que eles quebrassem seus votos de castidade, e teria ferido Amfortas, rei do Graal, com a lança que perfurou o flanco de Cristo, e todas as vezes em que Amfortas olha em direção ao Graal sente a ferida arder. Tal redenção só poderia ser realizada por um “inocente casto” (significado da palavra “Parsifal”). Esse, em sua primeira aparição na ópera, surge ferindo um dos cisnes que purificavam a água do banho de Amfortas, e a todas as perguntas que os cavaleiros lhe fazem responde dizendo que não sabe de nada, nem ao menos seu nome.

Parsifal atravessa o jardim mágico de Klingsor e é seduzido pela amazona Kundry, que ora é uma fiel serva do Graal, ora é escrava de Klingsor. Ao beijá-la, sente os estigmas das feridas que afligiam Amfortas e, quando Klingsor atira a lança contra ele, a lança dá a volta em seu corpo, e todo o castelo mágico é destruído. Tempos depois, tendo os cavaleiros se convencido de que ele é o “inocente casto” que faria a salvação, Parsifal cura as feridas de Amfortas e o destrona, assumindo a nova condição de rei do Graal.

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