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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Mudança dos Padrões Dietéticos

A atitude mental das pessoas tem muito a ver com o estado de saúde delas. Isto é ponto pacífico. Também vem sendo amplamente demonstrado que muitas das doenças e enfermidades são originárias de errôneos hábitos alimentares. Na verdade, ambos os fatos se encontram intimamente relacionados. Todas as pessoas que comem em demasia, várias vezes ao dia, ou ingerem alimentos antinaturais, necessitam de modificar suas atitudes mentais. Há pessoas, contudo, que embora tenham estabelecido para si uma sistemática alimentar saudabilíssima, ainda são incapazes de manter-se mentalmente positivas.

Com o passar dos tempos a Humanidade aprenderá a se alimentar convenientemente, uma vez que se processa uma mudança gradual no nosso organismo. Tal mudança abrange também a alimentação. No momento desse Esquema de Evolução está promovendo a eterização dos nossos Corpos e paralelamente um refinamento da nossa Mente (tenhamos consciência ou não). Consequentemente, aos poucos muitos estão deixando tanto de se alimentar de carnes animais (mamíferos, aves, peixes, répteis, anfíbios, frutos do mar e afins) bem como de utilizar qualquer coisa que seja feita de partes dos corpos daqueles animais, substituindo-a pela dieta lacto ovo vegetariana e seus subtipos, a qual se adapta melhor às necessidades presentes e futuras do nosso organismo.

A carne animal e as bebidas alcoólicas já cumpriram suas finalidades evolutivas, e por essa razão não terão lugar no futuro próximo. Isto se aplica também a outros hábitos alimentares herdados do passado, tais como a ingestão de alimentos super cozidos, embutidos, enlatados, doces manufaturados e outros tipos. Hoje, os vegetais, as frutas, os legumes, as sementes frescos, puros e crus estão sendo preferidos não só como alimentos, mas até como medicamentos. Isto porque contêm os elementos químicos indispensáveis à manutenção do corpo, além de uma superabundância de Éter!

Assim, a pergunta: e você, Estudante Rosacruz, em que ponto você está com essa aproximação da Era de Aquário e a necessidade da eterificação dos seus Corpos?

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de março/1973 – Fraternidade Rosacruz-SP)

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Porque não como carne

Porque não como carne

É sensato ou esquisito o indivíduo que não come carne (de mamífero, ave, peixe, réptil, anfíbio), não utiliza nenhuma peça que seja feita por partes de animais, nem utiliza nenhum produto que seja feito de partes de animais ou que utilizem animais como meio de testes?

Disse-me minha mãe que eu, quando criança, não queria comer carne. Pensava ela — e muitas pessoas há que assim julgam — que para crescer fosse necessário comer carne; por isso insistia em me dar, convencida de que eu acabaria por habituar-me a comê-la. Mas lá se vão cinquenta anos que sigo dieta isenta de toda espécie de carne.

Durante minha atividade de médico tenho dito aos meus clientes os motivos que me levam a lhes aconselhar um regime alimentar sem carne. Gosto sempre de fazer as coisas às claras.

Direi, por isso, por que sou vegetariano e julgo que vocês também devessem ser. Amo a vida e desejo viver o maior tempo possível. Os nossos dias são cheios de animação e acontecimentos extraordinários; eu gosto de saber o que mais nos espera no campo das descobertas. Já ultrapassei os setenta anos e dou graças a Deus por supor que os dias são curtos para tudo quanto eu desejo realizar. Desenvolvo, ainda e plenamente, a minha atividade e me sinto feliz quando posso lançar-me em outras ocupações, ainda que durante poucos minutos por dia.

Muitos dos meus pacientes que têm a minha idade já deixaram de trabalhar, mas eu não tenho desejo algum de me aposentar tão depressa. Prefiro passar os meus dias ajudando os doentes, muitos dos quais se aposentaram porque não conhecem o que tenho a felicidade de conhecer. E não quero esconder de qualquer pessoa esse meu conhecimento.

Tenho estudado durante muitos anos e observado demoradamente as doenças e suas causas. Estou convencido de que, se durante a minha vida eu me tivesse alimentado com carne, hoje estaria demasiado velho para exercer a minha profissão. Um médico deve ter a mente lúcida e uma reserva de energias, sempre.

Os alimentos com base na carne apressam a velhice e provocam cansaço. A idade, mais do que um fator do tempo, é uma condição do organismo. O processo do envelhecimento varia de povo para povo. Há pouco tempo fui chamado para ver dois doentes que tinham, cada um deles, os seus cinquenta anos. Ambos, embora com essa idade, já pareciam velhos e não mais estavam em condições de trabalhar. O fumo e as bebidas alcoólicas tinham feito a sua parte, mas a carne tampouco ficara indiferente.

As células do corpo são pequenas unidades. Cada uma delas se alimenta, eliminando os resíduos e respirando oxigênio. Quando qualquer coisa se intromete nesse processo, tanto as células como os órgãos se deterioram.

Alexis Carrel, Prêmio Nobel de Medicina em 1912, reconheceu que a capacidade das células para procurar alimento e eliminar os resíduos é o que determina a idade dos tecidos. Prolongou a vida de um fragmento do coração de pintinho, metendo-o em um líquido capaz não só de alimentar, mas também eliminar os resíduos. Tanto êxito teve a sua experiência que a porção do coração permaneceu viva de 1913 até 1947. Depois de trinta e quatro anos a experiência foi interrompida. O Dr. Carrel demonstrou que a duração da vida depende largamente da eliminação dos resíduos e da nutrição das células.

Se pudéssemos remover das células do nosso corpo todos os resíduos, dando-lhes alimento adequado, facilmente teríamos vida mais prolongada. Se, pelo contrário, a substância líquida que alimenta as células for sufocada pelos resíduos, então se encurtará a vida.

Muitas pessoas que têm de efetuar trabalhos pesados acreditam que para ter muita energia seja necessário comer bifes. No entanto, os fatos demonstram o contrário.

Há anos, o Prof. Irving Fischer declarou que, por ocasião de uma competição desportiva entre os melhores atletas de Yale contra jovens amadores vegetarianos, estes revelaram-se mais resistentes do que os atletas que se alimentavam com carne.

Johnny Weismuller, o Tarzan do cinema e campeão mundial de natação, foi convidado para a inauguração da nova piscina da Clínica de Battle Creek, hospital relacionado com “Vida e Saúde.”

Weismuller tinha conseguido cinquenta e seis recordes mundiais, mas durante cinco anos não conseguira um único. Seguiu, então, durante várias semanas, um regime alimentar vegetariano e assim se encontrou em condições de superar outros seis recordes mundiais de natação.

O nadador vegetariano Murray Rose, australiano, campeão mundial e vencedor dos Jogos Olímpicos, é bastante conhecido pela alimentação que adota. Desde criança nunca comeu carne; não só é nadador rapidíssimo, mas também a sua habilidade demonstra que quem segue a dieta vegetariana tem resistência superior.

Contudo, por que isso acontece?

É que a carne contém resíduos que o animal teria que eliminar. Portanto, quem come carne sobrecarrega-se com os resíduos que ela contém. E quando eles atingem as células do corpo, provocam fadiga e envelhecimento. Os principais produtos residuais do corpo são a ureia e o ácido úrico. Quando a carne é fervida, seus resíduos dissolvem-se no caldo; os resultados da análise do caldo de carne são, por isso, semelhantes aos da urina. A sensação de energia que um bife parece dar — maior do que a experimentada quando se bebe uma xícara de café — é determinada pelo ácido úrico. O ácido úrico, ou trioxipurina, é muito semelhante à cafeína ou dioxipurina, tanto no nome como no efeito. Para digerir a carne são necessárias muitas horas, pelo que, depois de certo tempo, quando a ação estimulante cessa, sente-se uma diminuição de energia.

L. H. Newburg, professor da Universidade de Michigan, chamou a atenção para o fato de que, quando, em um rato, a carne constitui vinte e cinco por cento da alimentação, fica ele mais gordo e mais ativo do que outro que receba alimentação comum. Depois de alguns meses, porém, os rins do rato que come mais carne começam a enfraquecer.

Disse-me um lavrador que a alimentação para vacas, rica em proteínas, aumentaria a produção de leite, mas as enfraqueceria com prejuízo para a produção. Outro perigo que ameaça os que comem carne são as doenças dos animais, comuns também nos seres humanos.

Disse-me a minha secretária que na fábrica em que o marido trabalha verificou-se em um ano quatro casos de leucemia (câncer) entre 124 animais. Uma vaca morreu vinte e quatro horas depois que o veterinário diagnosticou a leucemia. Sugerira ele que levassem imediatamente o animal para o matadouro, mas não foi possível, porque morrera antes.

A maior parte das vacas que não mais produz leite são levadas para o mercado e, dali, por vezes para o matadouro. Disse-me a esposa do diretor de uma grande propriedade agrícola que um vitelo atacado por pneumonia foi vendido para o matadouro.

O Dr. Gordon H. Theilen, da Escola Veterinária da Califórnia, declarou: “Temos verificado que a leucemia ocorre com muita frequência nos animais de certas propriedades e se manifesta sob a forma infecciosa. A incidência da doença tem duplicado, conforme os dados dos matadouros, nos últimos dez anos. Fácil é para os inspetores dos matadouros identificar a doença clínica no seu estado mais manifesto; contudo, muito difícil é descobrir os estados iniciais da doença, quando não apresenta sintomas evidentes; por outro lado, é bastante difícil que se faça um exame de sangue dos animais, antes de serem abatidos. O rápido aumento da leucemia no gado é de interesse particular, desde que se recorde que o câncer do sangue ou leucemia é, presentemente, uma das principais causas da mortalidade infantil, nos Estados Unidos”.

As vacas com câncer em um olho são conservadas com vida até que estejam cegas dos dois olhos; então suas cabeças são cortadas e elas são vendidas como carne. Não se faz, porém, qualquer exame dos outros órgãos para verificar neles o efeito da doença. John Harvay Kellock disse, certa vez, sentado a uma mesa vegetariana: “É realmente bom comermos algo sobre o qual não temos de nos preocupar se tenha ou não morrido de uma doença complicada”.

Quando eu era estudante, foram-me dados dois tubos de ensaio para verificar em que condições se multiplicavam mais rapidamente as bactérias que são a causa de doenças como tifo, pneumonia e peste. Mandou-me o professor verter em cada tubo um pouco de caldo de carne e, depois de os haver fechado hermeticamente, esterilizei. Após isso, introduzi nos tubos as perigosas bactérias. Os germes prosperaram rapidamente no caldo: é ele o meio ideal para sua reprodução!

Se tomarmos dois cães e alimentarmos um deles com água e o outro com caldo de carne, o que beber água viverá mais tempo, porque o caldo não contém alimento algum, porém unicamente resíduos urinários que envenenam.

Ah! E sobre não utilizar nenhuma peça que seja feita por partes de animais, nem utilizar nenhum produto que seja feito de partes de animais ou que utilizem animais como meio de testes? O motivo pelo qual não uso é o mesmo de não comer carne (que vai muito mais além da questão da saúde): os animais são meus irmãos menores, estão evoluindo em um nível de consciência muito próximo do meu, portanto, sou seu guardião. Não tenho o mínimo de direito em atrapalhar, interromper, fazer sofrer um irmão menor.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de março/1964)

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Porque Entrar pela “Porta Estreita”: mais fácil servir

Porque Entrar pela “Porta Estreita”: mais fácil servir

Ao terminar o Curso Preliminar de Filosofia Rosacruz, a maioria dos Estudantes sente um forte impulso para indagar: como se pode servir?

O serviço não é apenas um simples exercício da alma. É a responsabilidade assumida pela aquisição do conhecimento. Quando o neófito se acerca do portal do Templo do amor, sente uma transformação total em si mesmo: há confusão, alegria, otimismo, entusiasmo, jovialidade, saúde da alma e do corpo, fortaleza… até convencer-se plenamente de que é um ser humano novo. Do entusiasmo e confusão passa a uma serenidade profunda, uma majestosa dignidade que o faz compreender o valor do Eu Superior como ente espiritual.

Amigo, se você quer “Servir”, há mil maneiras diferentes de fazê-lo, como melhor apraz a seu coração. Em sua profissão, no trato diário com os familiares, na fábrica, no escritório ou na oficina, os preceitos Rosacruzes encontram campo para serem vividos e empregados. Eles constituem um “código de elevada moral”.

Se você quer servir, frequente o Grupo ou Centro Rosacruz mais próximo. Cada Centro tem a missão de orientar aqueles que pela primeira vez sentem o anseio de conhecer os ensinamentos transmitidos ao mundo por Max Heindel. Nele reúnem-se Estudantes da Filosofia, que espontaneamente assumiram a responsabilidade de difundir tão sagrados conhecimentos. Eles oferecem parte de seu tempo, datilografando, mimeografando, escrevendo e proferindo conferências sobre Astrologia, Bíblia e Filosofia, atendendo aqueles que chegam em busca da panaceia espiritual. Visitam os necessitados e os doentes. Traduzem folhetos. Reúnem-se em um dia da semana para orar em benefício dos enfermos do mundo todo, cumprindo assim os dizeres do nosso ritual: “Um só carvão não produz fogo, mas quando se juntam vários carvões…”.

A essa tarefa dedicam-se os mais esforçados, pois o Estudante desejoso de servir sabe que, para se tornar um auxiliar atuante, deve reunir em si mesmo as condições expressas nos ensinamentos Rosacruzes. Assim, logrará a realização de um serviço completo. A Rosacruz oferece só uma resposta ao Estudante: Quem penetrar no caminho esotérico deve manter sua conduta sob vigilância, vivendo conforme as Leis Divinas, como preceituam os Irmãos Maiores.

Todo Estudante Rosacruz deve conscientizar-se do seguinte: um membro sincero e ativo nunca ingere bebidas alcoólicas, não fuma, nem come carne, pois conhece a importância da vibração de sua nota-chave e de como pode transmiti-la, não só através da palavra e do pensamento, como também da ação. A vibração emanada de uma simples carta pode ser portadora de um oásis de paz para quem a recebe. Tal é o poder do ritmo e da vibração que alguém emite quando “vive a vida”.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de agosto/1976)

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Cartas de Augusta Foss Heindel: O Voto do Noviço

Parece-nos necessário lembrar, de tempos em tempos, ao noviço o voto dele, a sagrada promessa que ele fez ao seu “Eu Superior”.

Esta promessa, ele fez a seu Deus Interno.

O noviço pode talvez pensar que esta solene promessa ele a fez a si mesmo e que, portanto, não está comprometido com ninguém, nem se ligou a nenhuma outra pessoa ou organização. Pode parecer-lhe assim, mas se analisar profunda e sinceramente a questão, quem é o “Eu Superior”, ante quem se ajoelhou orando e a quem fez uma solene promessa, verá que essa promessa ao “Deus Interno” é muito mais sagrada que se a houvesse feito a um Deus sentado em seu trono, suscetível de irritar-se e castigá-lo, como ensinaram as antigas religiões.

Os Ensinamentos Rosacruzes dizem que o ser humano é uma chispa do Divino Pai e que o “Espírito de Deus mora dentro de nós”. Assim é que se fizemos nosso voto ao nosso Eu Superior, contraímos uma obrigação com Nosso Pai Celestial.

Em nossos dias as tentações estão por toda a parte e, ao vivermos a vida superior, elas põem de relevo tudo o que há no noviço de bem ou de mal. Deve estar constantemente alerta para subjugar seus baixos desejos.

E agora que as mulheres têm o hábito de fumar e que a moral, ao ficar simplificada com as mesmas regras para os dois sexos, outorgou à mulher os privilégios do sexo masculino, há maior perigo e tanto os homens como as mulheres estão caindo de novo no uso excessivo do álcool e do fumo, hábitos altamente destrutivos de toda a espiritualidade.

Diz Max Heindel em sua Carta nº 20 aos Estudantes: “Não se necessita nenhum argumento para demonstrar que não é possível dissertar eficazmente sobre a espiritualidade, tendo na mão um coquetel, nem advogar por uma vida inofensiva ao estar comendo um pedaço de assado. Mais ainda, os que conhecem vossos hábitos na vida diária, estão sempre prontos para fazer comentários, entre o que predicais e o que praticais”.

O noviço que se esforça por desenvolver sua alta percepção espiritual acha impossível levar essa vida dupla, pois os alimentos toscos e os estimulantes, como a carne, o álcool e o fumo, excitam e nutrem a parte baixa de nossa natureza e ofuscam o espírito.

Vossa para servir a humanidade.

(Por Augusta Foss de Heindel, traduzido da revista Rays From the Rose Cross, Publicado na Revista Serviço Rosacruz de outubro/1978)

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Carta de Max Heindel: A Carne Animal e o Álcool

A Carne Animal e o Álcool

Uma das características mais vulgares do gênero humano é a de elogiar aquilo que lhe agrada e depreciar o que lhe causa aversão, mas, espero que os Estudantes tenham aprendido, na lição do mês passado, que o único fato verdadeiro e glorioso é que no Reino do Pai todas as coisas trabalham juntas para o bem. Aqueles que estão satisfeitos por terem uma alimentação baseada em vegetais e não sentem desejos por bebidas alcóolicas, geralmente menosprezam nossos irmãos e irmãs que ainda adotam a carne de animais como alimento e ingerem bebidas alcóolicas, com o sentimento de “eu sou mais santo do que ele”; mas, devem ter percebido, indubitavelmente, pelo que ficou dito na lição anterior, que tal suposição é completamente gratuita. A carne animal e o álcool foram de primordial importância no progresso do mundo, e se não fossem eles, não desfrutaríamos hoje de muitas comodidades, nem dos aparelhos mecânicos que dispensam a mão de obra e fazem com que a vida no Mundo Ocidental seja mais fácil do que nos tempos primitivos. Nem chegou o momento em que esse tipo de alimentação e o uso do álcool deixou de serem necessários; eles são necessários para a vida de muitas pessoas. Além disso, e como diz a Bíblia, não é o que entra pela boca o que mancha, mas o que sai dela; e a atitude de desdém contra aqueles que continuam consumindo carne animal na sua alimentação ou que estão dominados pelo alcoolismo, é muito mais nociva para o crescimento espiritual do que o fato de ainda utilizá-los.

Portanto, não censuremos os outros, pelo contrário, procuremos ver o assunto sob o ponto de vista deles, permitindo-lhes o pleno uso do seu livre arbítrio, tal como desejamos usar o nosso. Tampouco devemos impor nossos pontos de vista, nem procurar converter ao nosso modo de viver os que não estão preparados para isso. A mudança deve partir de dentro, e não deve ser ditada pela consideração de que os alimentos vegetais são saudáveis, nem tampouco pela aceleração espiritual que se obtém mediante a alimentação sem carne. O objetivo maior deveria ser a compaixão pelas pobres vítimas que são assassinadas para satisfazer os nossos apetites.

De qualquer forma, podemos dizer que comemos carne animal em demasia e, como todos os compostos de nitrogênio, tais como a nitroglicerina, o algodão-pólvora e outros explosivos, os alimentos carnívoros são extremamente nefastos e perigosos para o sistema. Por isso, aconselhamos a moderação no consumo para as pessoas com quem estamos em contato. A ciência está suficientemente consciente desses fatos e preparada para dar apoio a quem empreender esse caminho. Podemos não salvar as vidas de muitos animais pregando moderação aos nossos irmãos, como faríamos se pudéssemos convertê-los a uma dieta sem sangue, mas se o nosso motivo é evitar a tragédia dessas mortes, esse será o caminho mais sábio. Também, se pudéssemos incutir um espírito de compaixão pelos animais, o desejo pela carne animal acabaria ante o espírito do amor.

(Por Max Heindel – livro: Cartas aos Estudantes – nr. 10)

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Pergunta: Por que um Probacionista não deve tomar bebidas alcoólicas e fumar?

Resposta: Essa pergunta aplica-se não somente aos Probacionistas, mas a todo aquele que se esforça por viver a vida superior. Foi isso que respondemos no nosso boletim “Echoes from the Mount Ecclesia”, para que todos os estudantes fiquem cientes que não é um mero sentimento que influencia a nossa opinião de que não deveríamos tomar quaisquer tóxicos ou drogas (p.exe: bebidas alcoólicas e fumo) que embotem o cérebro. Esse órgão é o maior e o mais importante instrumento que nos permite realizar o nosso trabalho no Mundo Físico e, a menos que esteja em perfeitas condições, não poderemos progredir.

A carne e o álcool tendem a tornar o ser humano mais feroz e a desviar a sua visão espiritual dos Mundos superiores, focalizando-a no presente plano material. Por esse motivo, a Bíblia relata que no início da Era do Arco-Íris, cuja atmosfera se constituía de um ar puro e límpido, tão diferente da condição atmosférica úmida da Atlântida, citada no segundo capítulo do Gênesis, Noé deixou fermentar o vinho. O desenvolvimento material ocorreu em decorrência da focalização das nossas energias no mundo material, estimuladas pelo consumo da carne e do vinho. O primeiro milagre de Cristo foi transformar a água em vinho. Ele havia recebido o espírito universal no Batismo, e não precisava de estimulantes artificiais. Ele transformou a água em vinho para dá-lo aos menos evoluídos.

Mas nenhum “bebedor de vinho” pode herdar o Reino de Deus. A razão esotérica é essa: enquanto os Éteres inferiores vibram em direção aos Átomos-semente localizados no Plexo Celíaco e no coração, assim mantendo vivo o Corpo físico, os Éteres superiores vibram em direção ao Corpo pituitário e à Glândula pineal. Absorvendo esse falso espírito rebelde fermentado fora do Corpo, portanto, diferente do espírito fermentado internamente por meio do açúcar, esses órgãos ficam temporariamente entorpecidos e não conseguem vibrar para os mundos superiores. Se a pessoa ingerir uma quantidade excessiva desse espírito do álcool, os órgãos citados podem despertar ligeiramente, de modo que ela vê a região inferior do Mundo do Desejo com todas as coisas más contidas nele; isso acontece no decorrer da doença conhecida como “delirium tremens”. Em resumo, como a evolução da alma depende da aquisição dos dois Éteres superiores com os quais é tecido o Dourado Manto Nupcial, e como esses Éteres harmonizam-se com o Átomo-semente do coração e o Átomo-semente do Plexo Celíaco, podemos compreender imediatamente os efeitos mortais provocados pelo álcool e pelas drogas no ser humano espiritual. Para melhor elucidação, citarei um fato da vida real.

Há um provérbio antigo que diz: “Uma vez Maçom, sempre Maçom”. Isso significa que quando alguém é iniciado na ordem Maçônica e, em virtude disso, torna-se um maçom, não pode mais renunciar a ela, pois não pode abandonar os conhecimentos e os segredos aprendidos, da mesma forma que uma pessoa que frequenta uma faculdade não pode devolver a cultura recebida. Portanto, “uma vez Maçom, sempre Maçom”. Da mesma maneira, uma vez aluno ou irmão leigo de uma escola de mistérios, sempre aluno ou irmão leigo dessa mesma escola de mistérios. Mas, embora isso seja válido e, vida após vida, voltemos sempre ligados à mesma ordem à qual nos filiamos em vidas passadas, podemos, em qualquer das vidas, conduzir-nos de tal maneira que nos seja impossível abranger o sentido disso em nosso cérebro físico. Citarei, como já o disse, em benefício de todos os estudantes, um caso sobre o assunto.

Quando fui levado ao Templo da Ordem Rosacruz na Alemanha, fiquei surpreso ao ver um ser humano que eu tinha conhecido na Costa do Pacífico. Isso é, eu o vira algumas vezes, mas nunca tínhamos conversado. Ele parecia, naquela época, ocupar uma posição bem superior à minha na sociedade à qual estávamos ambos ligados, e eu nunca havia mantido qualquer relação pessoal com ele. Contudo, ele me cumprimentou calorosamente e parecia compreender tudo a respeito de sua ligação com a sociedade mencionada, sobre o nosso encontro lá, etc.

Ao voltar para os Estados Unidos da América, procurei conseguir mais notícias desse irmão para quando tivesse a felicidade de cumprimentá-lo no Oeste.

Quando cheguei à cidade onde ele se encontrava, foi me comunicado, por amigos em comum, que ele me esperava e aguardava ansiosamente a oportunidade de me receber. Quando o vi, dirigi-me a ele imediatamente e apertei-lhe a mão. Ele também pareceu reconhecer-me e chamou-me pelo nome. Tudo indicava que ele sabia de todos os fatos que se sucederam enquanto estávamos ambos fora do Corpo, porque ele tinha-me dito, no Templo, que se lembrava de tudo que lhe acontecia quando estava fora do Corpo. É claro que acreditei nisso, pois ele pertencia a um grau muito mais elevado do que o primeiro no qual eu acabara de ser admitido.

No dia desse nosso encontro físico, após alguns minutos de conversa, eu disse algo que o fez fitar-me pálido.

Eu tinha-me referido a um fato ocorrido durante o nosso encontro no Templo, e ele pareceu claramente não saber nada a respeito. No entanto, eu já havia falado demais e me vi obrigado a continuar para não fazer papel ridículo. Disse-lhe que ele havia declarado lembrar-se de tudo. Isto ele negou e, no fim do encontro, suplicou-me muito sinceramente, que eu tentasse descobrir por que ele era um irmão leigo da Ordem Rosacruz, já que não podia lembrar-se do que acontecia durante sua ausência do Corpo. Ele fazia parte, segundo eu verifiquei, de vários ofícios do Templo. Ele participava deles, contudo, em seu cérebro físico, ele ignorava totalmente aquilo que ocorrera. O mistério dissipou-se pouco depois quando, já fora do Corpo, ele informou-me que fumava cigarros e usava drogas que lhe toldavam o cérebro, a tal ponto que lhe era impossível recordar qualquer coisa de suas experiências psíquicas. Disse-lhe que, uma vez dentro do Corpo, ele devia fazer um esforço heroico para livrar-se desses vícios. No entanto, após algum tempo de abstinência, ele descobriu não conseguir passar sem as drogas e os cigarros, por essa razão, até hoje ele foi excluído de qualquer tipo de conscientização da vida superior. Esse é um caso muito triste e, sem dúvida, deve haver muitos outros semelhantes. Eles ilustram o quanto devemos ser cuidadosos em relação aos nossos hábitos, considerar o nosso Corpo como o Templo de Deus, abstendo-nos para não o macular como o faríamos em relação a uma Igreja construída com pedras e argamassa, a qual não é nem uma milionésima parte tão sagrada quanto o Corpo com o qual fomos dotados.

(Pergunta 138 do Livro Filosofia Rosacruz por Perguntas e Respostas vol. II, de Max Heindel-Fraternidade Rosacruz)

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