Em ordem alfabética, a definição de vários conceitos e termos utilizados na Astrologia Rosacruz que auxilia em muito uma consulta rápida, a retirada de dúvidas e a consolidação do conhecimento
Quer saber mais sobre o assunto? Leia aqui: Enciclopédia Filosófica de Astrologia-P.1
Quando vamos ponderar as qualidades mentais de uma pessoa, em um tema astrológico, a primeira coisa que devemos considerar é a posição de Mercúrio. Primeiramente, notemos em que Signo está ele colocado, depois a Casa e, finalmente, os Aspectos que mantém com os outros Astros.
Para não nos estendermos demasiadamente nesta explanação, remeteremos o caro leitor ao livro “Mensagem das Estrelas” para estudar e compreender os efeitos produzidos pelo Astro da razão, nos diferentes Signos do Zodíaco.
Lá encontrará, também, as qualidades básicas de Mercúrio nos doze Signos. Tais qualidades devem ser estudadas cuidadosamente pois do proveito desse estudo dependem os fundamentos em que basearemos depois nossas conclusões. O outro Astro a considerar, no estudo da razão ou mentalidade, é a Lua. Se há um bom Aspecto entre a Lua e Mercúrio, especialmente se esses dois Astros estão colocados nos ângulos do tema e em Signos que podem expressar suas melhores qualidades, podemos confiar que o paciente cooperará com o médico em sua cura.
Todavia, Mercúrio em Conjunção com Saturno proporciona a uma pessoa uma mentalidade obstinada, teimosa, lenta e propensa à melancolia. Mas, Mercúrio em Trígono ou Sextil com Saturno, proporciona a ela uma memória retentiva, uma Mente bem equilibrada possibilitando o desenvolvimento de boas qualidades de razoamento. Marte e Urano em Conjunção com Mercúrio, proporciona ao paciente uma mentalidade impressionável, sensitiva e emocional; também lhe proporciona tendências a ser um lunático, com pouco controle sobre a Mente. Mas, Marte e Urano em Sextil ou Trígono com Mercúrio, fornecerá a ela uma tendência à sensibilidade e à acuidade mental. Mercúrio ou a Lua em Aspecto adverso (Quadratura ou Oposição) à Netuno, proporciona a ela uma Mente inclinada às condições antinaturais e doentias; propenderá às manias e ao fanatismo na prática da Religião, da mediunidade, das bebidas alcoólicas e das drogas. Observe-se a Casa e o Signo em que estão colocados esses Astros, para conhecer o modo como tendem a se manifestar.
Sendo Netuno a oitava superior de Mercúrio, tem ele influência sobre a Mente superior. Netuno em Aspecto adverso com Urano ou com a Lua proporciona tendências para indesejáveis experiências de psiquismo. Afligido por Marte, especialmente em Conjunção com esse ígneo Planeta, o nativo se vê tentado a empregar amiúde o hipnotismo ou a magia negra sobre os demais, expondo-se, por si mesmo, a ser vítima dos que, faltos de quaisquer escrúpulos, usam essas horrendas práticas sobre os outros.
Quando as aflições mentais se verificam na oitava ou décima segunda Casa têm uma influência mais sutil do que em qualquer outra posição. As aflições ou Aspectos adversos ocorrentes na oitava Casa podem resultar à Mente tendências suicidas.
Desejamos imprimir firmemente na memória do leitor que nunca e por nenhuma razão baseie seu diagnóstico somente em um ou dois Aspectos, senão que deve julgar o horóscopo como um todo. Para ilustrar o perigo em que pode se incorrer pelo exame superficial, tomemos o tema de um homem com Mercúrio em Capricórnio e na sexta Casa, formando um só Aspecto, que era uma débil Quadratura com Netuno. Julgando o horóscopo à ligeira se poderia dizer que o nativo tem a tendência a ter uma mentalidade obtusa. No entanto, quando criança foi o primeiro aluno de sua classe. Em matemática e ortografia era verdadeiramente notável. Já homem, ocupou postos relevantes em suas posições e profissão, sendo depois um diretor de uma empresa que exigia muita habilidade executiva e aguda mentalidade. Para esclarecer isso passemos ao que indicavam os outros Astros de seu tema: tinha sete Astros em Signos de Ar, cinco Astros em Signos mentais, a Lua e Netuno com Aspectos benéficos entre si e nos ângulos, o Sol e a Lua em Signos Fixos. Ao resumir o horóscopo pode-se ver claramente por que tal pessoa alcançou tão elevada posição num trabalho mental, apesar de um débil Mercúrio.
Assim, pois, cremos necessário que o leitor tenha sempre em mira, sem esquecer jamais, o conjunto do tema astrológico – o horóscopo –, empregando bem o raciocínio antes de emitir juízo sobre um horóscopo, quer se trate de qualidades mentais, quer de morais, espirituais ou físicas.
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – maio/1972 – Fraternidade Rosacruz – SP)
Pergunta: Podemos, pela força de vontade, controlar os Aspectos mostrados em nosso horóscopo? Temos o direito de mudar o destino gerado pela nossa última vida?
Resposta: Podemos, pela força de vontade, controlar os Aspectos no nosso horóscopo? Esta é uma grande e bonita pergunta, mas podemos dizer que se os Aspectos de um horóscopo não podem ser controlados e temos que nos submeter a eles, então, é melhor ficarmos descansando, tomar nossos remédios prescritos e viver à deriva. Se o destino é quem governa e nós somos impotentes no mar da vida, de que adiantaria estudar a astrologia? O único fator que não é mostrado no horóscopo é a força de vontade do ser humano! É isso que faz toda a diferença.
Vamos supor que duas pessoas tenham os mesmos Aspectos nos seus horóscopos; eles podem ter nascidos em horários muito próximos e podem ter horóscopos bem semelhantes, no que se refere à alguns Aspectos. Elas têm o mesmo Signo no Ascendente e os mesmos Planetas em Conjunção. Suponhamos que elas tenham as mesmas aflições, advindas de um desses Planetas, e uma se desanime e diga: “Não posso evitar isso. Assim o é. Eu tenho, simplesmente, que passar por isso. Não adianta lutar”. E a outra pessoa diz: “Não vou me submeter! Eu enfrentarei o desafio e lutarei”. A atitude mental da última pessoa alterará, inteiramente, o curso dos eventos a seu favor.
Este é o motivo pelo qual nós nunca podemos predizer as coisas com absoluta certeza. Em noventa e nove por cento dos casos podemos prognosticar com certeza, porque a maioria das pessoas se deixa levar pelo fluxo das marés, mas essa é justamente a razão pela qual devemos estudar astrologia. Por meio da ciência estelar sabemos o que está para vir, e se vemos algo maléfico, podemos nos podemos dizer: “Eu sei que há uma certa influência prestes a se manifestar e eu não vou me submeter a ela”. No entanto, constatamos inúmeros casos onde as pessoas são regidas por seus Astros, apesar de tudo. Nós dissemos às pessoas que uma certa influência viria a acontecer e que se elas agissem precipitadamente e não fossem cuidadosas, uma grande mágoa poderia ser provocada, e no exato momento que a influência foi prevista ocorrer fizeram exatamente aquilo contra o qual foram advertidas.
Porém, existe em tudo isto um grande conforto: os Astros IMPELEM, mas não COMPELEM. Esta é a base sobre a qual deveríamos trabalhar com os Astros para extrair todo o bem do nosso horóscopo. Quando vemos os bons Aspectos se aproximarem, algo que favorece o crescimento da alma, tente trabalhar com eles com determinação. As pessoas são, frequentemente, muito propensas a se deixarem levar tanto pelos bons Aspectos como pelos Aspectos adversos. Se vamos ou não fazer a nossa parte, é algo que não pode ser previsto.
Temos o direito de mudar o destino gerado? Certamente, pois é isso o que devemos fazer. Numa vida anterior geramos uma determinada posição astral, e tivemos que trazê-la conosco. Estamos aqui justamente para aprender a proceder corretamente e a governar os nossos Astros, e é por isso que a ciência da astrologia é dada para nós. Devemos tentar fazer o melhor possível com esse conhecimento, caso contrário ele poderá se tornar uma maldição. Há pessoas que recorrem, constantemente, aos seus horóscopos e dizem: “Vou ficar doente e posso ver que a morte é certa”, etc. Se este é o motivo que se utiliza a astrologia, é melhor não estudá-la.
(Pergunta 30 do Livro Filosofia Rosacruz por Perguntas e Respostas vol. II, de Max Heindel)