Arquivo de categoria Relação do Ser Humano com outros Seres

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Lutar sempre para aprender as lições com espírito de aceitação e benevolência

Lutar sempre para aprender as lições com espírito de aceitação e benevolência

Tentaram alguma vez elevar as vossas consciências e ver a vida como Deus quer vê-la? Uma perspectiva mais ampla, uma visão mais longínqua, um compreensivo entendimento — tudo isso nos capacita a obter um quadro mais claro da vida e do seu propósito.

Também todos esses fatores nos ajudam a CONHECER que ainda que todas essas coisas passem, existe um tesouro imperecível, extraído de todas as nossas experiências realizadas aqui na Terra, pois como disse Max Heindel: “A Alma Consciente cresce por meio da ação, dos impactos externos e da experiência”; “O propósito da vida não é a felicidade terrena, mas, sim, a experiência”.

A iluminada poetisa Ella Wheeler Wilcox nos dá um maravilhoso argumento para meditação, nas seguintes linhas da sua obra intitulada:

Isto também passará

“A tua vida teve algum infortúnio? Isto também passará — absorve o pensamento e espera; a tua espera não será em vão.

O tempo cobre de ouro os férreos elos da dor.

O presente tenebroso conduz a um luminoso futuro;

Não existe a alegria eterna, nem o sofrimento eterno.

Estás no alto da terra, sem qualquer nuvem à vista?

Vem ler o teu lema uma vez mais; — Isto também passará —.

A fama, a glória, o lugar e o poder. Não são mais do que pequenos balbucios do momento.

Emitidos pelos cruéis anos agora em pó.

Toma conselho e seja digno da confiança de Deus.

Usa bem o teu valor enquanto durar, não deixes murchar a flor.

Não marques as tuas pegadas no caminho do túmulo

Com destruição, mas com floração. A verdadeira grandeza está em ser bom;

A verdadeira sabedoria, na mente feliz”.

Que possamos nós, como Aspirantes espirituais, lutar sempre para aprender as lições que os Grandes Seres nos estão ensinando, mediante as nossas experiências diárias e que as aprendamos com espírito de aceitação e benevolência.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de março/1965)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Você sabe estudar?

Você sabe estudar?

Muitas pessoas e, especialmente nossos filhos, começam a estudar e são obrigados a aprender a técnica do estudo por meio da experiência e do erro, perdendo com isso um tempo precioso que poderiam aproveitar melhor.

Para o Estudante Rosacruz esse conhecimento é indispensável para que ele possa caminhar a passos largos no Caminho Rosacruz!

Estudar requer habilidade e uma série de requisitos que, por certo, interessam a todos que desejam melhorar o nível de rendimento cultural em suas horas vagas. Antes de iniciar seus estudos, procure estabelecer as seguintes condições.

  1. Economize tempo. Saiba, precisamente, o que vai fazer, a matéria que vai estudar, os livros de que necessitará, as notas das quais dispõe.
  2. Arrume todo o material de estudo em local próximo e de fácil alcance. Não esqueça o dicionário de português e o de termos analógicos.
  3. Tome notas de todas as dúvidas e inicie, imediatamente, a resolução delas, evitando deixá-las para depois, o que prejudicaria seu aproveitamento no estudo.
  4. Divida corretamente o tempo destinado ao estudo, a fim de evitar que se torne cansativo e improdutivo. Longos períodos de estudo dificultam a absorção da matéria e a compreensão do assunto.
  5. Forme um programa sobre os assuntos que vai estudar. Não permita que a curiosidade o afaste do programa traçado e lhe cause atrasos. A curiosidade recomendável por todos os títulos pode tornar-se, quando excessivamente alimentada, um elemento de dispersão que prejudica a concentração no assunto e o seu devido aproveitamento.
  6. Escolha um local adequado para estudar. Essa escolha deve incluir: a) silêncio; b) conforto; c) boa iluminação que seja indireta e venha pelo ombro esquerdo do Estudante; d) ausência de elementos de distração como animais, relógio, rádio, conversa, janela aberta para a rua, pessoas entrando e saindo a todo instante, telefone celular, etc.

A boa técnica de estudo inclui as seguintes atividades:

  1. Obter uma ideia do assunto em sua generalidade;
  2. Correr os olhos pelo assunto todo, página por página;
  3. Ler atenciosa e cuidadosamente todas as páginas;
  4. Fechar o livro e reconstituir com palavras próprias o assunto, como se estivéssemos explicando a outra pessoa;
  5. Recapitular e insistir em determinados pontos que nos parecem mais difíceis;
  6. Tomar notas do assunto estudado e guardá-las para futura referência, devidamente identificadas.

Para obter uma ideia do assunto em sua totalidade, tomamos conhecimento dos títulos, subtítulos e parágrafos do capítulo a ser estudado. Obtemos, assim, uma visão panorâmica e da divisão das matérias do capítulo em questão. Correr os olhos pelo assunto significa folhear as páginas ainda sem ler palavra por palavra, olhando porções esparsas, frases soltas que nos chamam a atenção.

Ler cuidadosamente o texto implica aprender o significado dos assuntos, relendo o que for necessário e retendo os conceitos encontrados. Ao contrário da visão panorâmica anterior, agora é necessário explicar lenta e conscienciosamente as frases e as páginas.

A reconstituição do texto com palavras próprias é um exercício de memória, de conhecimento e nos dá confiança em nós mesmos. O confronto com o livro nos mostra os pontos que esquecemos e precisamos rememorar: fórmulas, números, nomes, datas, autores… Finalmente, as notas nos auxiliam a recordar rapidamente assuntos estudados há algum tempo e que, por esse meio, são rapidamente postos em dia.

A técnica de estudo exposta talvez pareça complicada demais. Entretanto, depois de aprendida e dominada, impõe-se pelo benefício e rendimento que, com a sua aplicação, conseguiremos, especialmente para aqueles que dispõem de pouco tempo e têm muita matéria para estudar.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de setembro/1965)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Fraternidade: demonstremos pelos nossos atos coerentes de amor e entendimento

Fraternidade: demonstremos pelos nossos atos coerentes de amor e entendimento

Seria maravilhoso se pudéssemos estar reunidos, todos nós que vibramos de forma uníssona neste sublime ideal, em um espontâneo diálogo, de simpatia e esclarecimento, uma osmose em que todos pudéssemos absorver as experiências de cada um, em real comunhão de ideias, sentimentos e esforços.

Não sendo isso possível, ficamos no monólogo, em que nós falamos, mas não escutamos; em que dizemos o que pensamos e não aprendemos o que você, leitor, acrescentaria ao assunto. Contudo, pelo menos permanece o conforto de nos estender até vocês com sentimentos de comunhão, simpatia e incentivo, dizendo: estudemos e assimilemos juntos os Ensinamentos Rosacruzes. Dentro desses Ensinamentos, vibramos em uma nota-chave de iluminação e serviço, dentro do Plano Etérico, em um grande todo a que chamamos FRATERNIDADE, não de prédios de tijolos, mas formada por ALMAS-tijolos, que tomam toda a área do mundo, acima das limitações rácicas e ideológicas que muram e adstringem os irmãos e irmãs menos preparados.

Graças damos ao irmão Max Heindel. Sua mensagem libertadora gravou-se em nossas consciências com letras de fogo, indelevelmente. Ele teve o dom de fazer ecoar com novas modalidades a voz do Bom Pastor, que há quase dois milênios vibrou na Palestina, espalhando-se em todos os sentidos pelos vales e serras dos homens e mulheres, em busca de consonância; a voz do amor e da sabedoria, conhecida por seus cordeiros; o radar divino que denuncia, pela resposta, a distância e a posição de seus eleitos.

Max Heindel teve o mérito de, como ninguém depois do evento Cristão, graças ao seu treinamento oculto, verter-nos em primeira mão e pela primeira vez publicamente os mistérios Cristãos com tal poder penetrador que fez vibrar todas as almas afins, como um chamado familiar, estranhamente familiar, que nos descortina uma nova terra prometida, uma nova ordem de coisas — a Era de Aquário.

Temos uma grande obra a realizar, embora nos reconheçamos humildes pedreiros, de acordo com os desígnios do Grande Arquiteto, seguindo as linhas de uma Pedra Angular — O Cristo.

Cada ação nobre será um tijolo que poderemos juntar à construção com a argamassa do amor. E a melhor homenagem que podemos prestar ao fundador da Fraternidade Rosacruz, Max Heindel, é mostrar, por nossos atos COERENTES de amor e entendimento, o que aprendemos da inestimável mensagem que ele nos legou.

Trabalhemos todos para sermos dignos dessa herança, não importando se estejamos distantes e isolados dos Centros e Grupos de Estudos Rosacruzes. O que realmente vale é estarmos afinados com o Ideal através de nossos pensamentos, emoções e atos. Eles é que mostrarão, como frutos, que a semente lançada caiu em terra fértil; eles é que farão erguer o mais expressivo sentimento de gratidão ao iluminado mensageiro dos Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz!

(de Olga Guerreiro – publicado na Revista Serviço Rosacruz de julho/1965)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Onda de Vida Arcangélica

Muitos seres superiores que nos ajudam, embora a maioria não os vejamos, começaram a evoluir antes do nosso atual Esquema de Evolução. Dentre essas ondas de vida estão os Arcanjos.

Sabemos que o propósito da evolução de uma Onda de Vida é torná-la completamente consciente e capaz de dominar a matéria de uma quantidade de Mundos. Observamos que tudo que existe tende a se desenvolver lenta e persistentemente, procurando alcançar estados cada vez mais elevados, buscando a perfeição.

Primeiro, a Onda de Vida busca alcançar a consciência individual, do “Eu”, e a construção dos veículos por cujo intermédio ele se manifestará nos Mundos. Esse período é conhecido como Involução.

Em seguida, a Onda de Vida busca desenvolver essa consciência individual até a Divina Onisciência. A esse período dá-se o nome de Evolução. Isso também ocorre com a Onda de Vida dos Arcanjos.

Os Arcanjos alcançaram o estado similar ao humano, ou seja, ao estado de consciência individual, num tempo em que nós, Espíritos Virginais da nossa Onda de Vida, éramos similares às plantas. Similares no estado de consciência – sonos sem sonhos – e na constituição: tínhamos só os Corpos Denso e Vital. Esse tempo é o conhecido como Período Solar. Nesse Período, também começou a evolução dos Espíritos Virginais da Onda de Vida animal. De lá para cá já avançamos dois estados: um no qual fomos semelhantes aos animais, e o outro no qual somos seres humanos.

Da mesma forma os Arcanjos já avançaram dois estados: um no qual foram semelhantes aos Anjos e outro no qual são o que denominamos Arcanjos.

No longínquo tempo que chamamos de Período Solar o campo mais inferior de evolução estava no Mundo de Desejo, ou seja, o Globo mais denso era composto de matéria dos desejos. Agora, o campo mais denso de evolução está na Região Química do Mundo Físico, ou seja, o Globo mais denso é composto de matéria física.

Como os Arcanjos eram semelhantes ao que somos nós hoje, eles tinham e, agora, também têm, o Corpo de Desejos como veículo mais inferior. Portanto, o veículo mais inferior que um Arcanjo pode construir é um Corpo de Desejos. Como nós temos o nosso Corpo Denso, o físico, como tal, ou seja, não podemos construir um Corpo mais inferior que o Corpo Denso. Por isso eles se tornaram especialistas em matéria de desejos. Para isso trabalharam, exercitaram e utilizaram como material de aprendizagem a Onda de Vida que tinha começando a se manifestar naquele tempo, ou seja, a que hoje conhecemos como os animais. Da mesma forma que nós utilizamos como material de aprendizagem, para nos tornarmos especialistas em matéria da Região Química do Mundo Físico, a Onda de Vida que começou sua evolução neste Período Terrestre, ou seja, os Espíritos Virginais da Onda de Vida mineral, os minerais.

Com isso os Arcanjos se tornaram responsáveis pela evolução dos animais ajudando-os e os dirigindo até o ponto que for preciso. E com isso, também, como são especialistas em matéria de desejos, auxiliam e ensinam a todos os seres que possuem Corpos de Desejos separados e, que precisam manipular a matéria desse Mundo. No caso do nosso presente estado evolutivo nós, os seres humanos, e os animais são os que possuem Corpos de Desejos separados e que precisam aprender a usá-los. Por isso é que se diz que os Arcanjos trabalham só com os seres humanos e com os animais.

Os veículos que um Arcanjo utiliza são formados dos seguintes materiais: o mais inferior formado de matéria do Mundo do Desejo, o segundo subsequente formado de matéria da Região do Pensamento Concreto, o terceiro é formado de matéria da Região do Pensamento Abstrato e o quarto de matéria do Mundo do Espírito de Vida. Seu campo atual de evolução é o Sol.

Os Arcanjos nos ajudam desde há muito tempo. A primeira ajuda ocorreu num tempo conhecido como Revolução Lunar do Período Terrestre. Esse foi o momento em que estávamos em condições de desenvolver o nosso Corpo de Desejos com o objetivo de prepará-lo para termos desejos, emoções e sentimentos individuais. Os Arcanjos separaram o nosso Corpo de Desejos em duas partes: a superior, na qual seria implantada a consciência da personalidade separada, e a inferior, na qual os Arcanjos nos deram desejos, sentimentos e emoções inferiores, animalescos. Foi graças a essa divisão que hoje podemos controlar as nossas paixões, emoções, nossos sentimentos e desejos inferiores. Pois, se quisermos tê-los é só envolver o nosso desejo, sentimento ou nossa emoção de matéria das regiões inferiores do Mundo do Desejo.

Por outro lado, se quisermos ter somente desejos, sentimentos ou emoções superiores, é só envolvê-los de matéria das regiões superiores do Mundo do Desejo. Sabemos fazer isso hoje, graças a ajuda dos Arcanjos.

Mais tarde voltaram os Arcanjos para nos ajudar a modificar o Corpo de Desejos a fim de acomodá-lo à Mente, que iríamos adquirir. Estávamos numa época conhecida como Época Lemúrica, a terceira Época. Uma vez adquirido os veículos, tínhamos que aprender a utilizá-los, ou seja, como funcionar neles e como dominá-los com a nossa vontade. Os Arcanjos nos ajudaram e continuam nos ajudando no que diz respeito ao Corpo de Desejos.

Inicialmente foram e, alguns ainda são, os Espíritos de Raças. Como Espíritos de Raças eles auxiliam a Jeová, o Anjo mais elevado – o Espírito Santo – e autor de todas as Religiões de Raça.  Nos primeiros tempos em que adquirimos os nossos corpos e precisávamos usá-los, éramos débeis, impotentes e completamente incapazes de guiar esses veículos; hoje, ainda não somos o suficientemente fortes para isso. Ainda hoje, o Corpo de Desejos dirige a nossa personalidade muito mais do que nós, o Ego. Contudo, naquele tempo, era pior; se fossemos abandonados teríamos nos tornados completamente impotentes para dirigir nossos veículos.

Para nos ajudar, Jeová criou as Religiões de Raça. Cada Religião de Raça tem um Espírito de Raça, que é um Arcanjo. Cada um tem o domínio sobre um povo, uma nação. Para guiar as raças, os Espíritos de Raça agem sobre o sangue. Para ter esse acesso, o Espírito de Raça entra no sangue através do ar inspirado. Por isso, São Paulo fala dos Arcanjos como “Príncipe do Poder do Ar”. O Arcanjo, como Espírito de Raça, envolve e compenetra toda a atmosfera da Terra habitada pelo povo que está sob o seu domínio. Assim se formaram todos os povos e nações.

Uma pessoa pertencente a um povo que está fortemente subjugado à influência do Espírito de Raça sofre a mais terrível depressão quando sai do seu país ou respira o ar de outro Espírito de Raça. Quando mais baixo um povo se encontra na escala da evolução, mais ele mostra as suas características raciais. Isso é por causa da ação do Espírito de Raça.

Um dos sentimentos emanados dos Espíritos de Raça é o patriotismo. Atualmente está sendo substituído pelo altruísmo.

A influência do Espírito de Raça numa pessoa faz com que ela pense nela mesmo, primeiro como pertencente a certa raça. A pessoa não era “David”, mas sim “Filho de Abraão”, nem “José”, mas “Filho de David”. Vemos na Bíblia que a maior honra dos judeus era ser “a semente de Abraão”. Esse sentimento de ter orgulho de pertencer a determinada raça é dado pelos Espíritos de Raça. Daqui já podemos perceber que os Arcanjos são os responsáveis pela elevação e queda das nações. Dão exatamente aquilo que melhor sirva aos interesses do povo que cada um deles rege: ou a vitória ou a derrota; ou a paz ou a guerra.

Em Daniel Cap. 10, vers.13, lemos: “E o príncipe do reino dos persas me resistiu por vinte e um dias; e eis que veio em meu socorro Miguel, um dos primeiros príncipes”, e no vers. 20: “acaso sabes tu por que vim a ti? E agora voltarei a pelejar contra o príncipe dos persas: quando eu saí, apareceu o príncipe dos Gregos, que entrava (…) e em todas essas coisas ninguém me ajuda, senão Miguel, que é o vosso príncipe”.

O Arcanjo Miguel é o Espírito da Raça judia. Em Daniel 12: lemos: “Naquele tempo se levantará o grande príncipe Miguel, que é o protetor dos filhos do teu povo”. Portanto um Arcanjo, como Espírito de Raça, evolui à medida que a raça que está dirigindo evolui.

Como Espírito de Raça, o trabalho de um Arcanjo é muito maior do que nos ensinar como utilizar o nosso Corpo de Desejos.

Sabemos que a Terra foi arrojado do Sol porque não podíamos suportar os tremendos impulsos físicos e espirituais que lá existem. Entretanto, precisamos deles. Por outro lado, os Arcanjos são espíritos solares comuns, ou seja, convivem e evoluem com os impulsos solares.

Mesmo a Terra estando a tão grande distância, ainda assim não suportaríamos tais impulsos, especialmente os espirituais que estimulam o crescimento da alma em todo o canto do nosso Planeta.

A solução foi enviar esses impulsos espirituais para a Lua onde Jeová, o Regente da Lua, auxiliado por um certo número de Arcanjos – que são os Espíritos de Raça – pudesse preparar para refletir tais impulsos para a Terra. Esses impulsos são refletidos em forma de Religiões de Raça. Com isso os Arcanjos podem trabalhar com a humanidade e prepará-la para receber os impulsos espirituais diretamente do Sol, sem intervenção da Lua.

Quanto mais avançada é uma nação, mais liberdade tem o indivíduo, mais ele responde aos impulsos espirituais direto do Sol.

Quanto mais nos harmonizamos com a lei do amor, mais nos libertamos do Espírito de Raça.

A América não tem um Espírito de Raça, ainda. É um lugar onde todas as raças estão se misturando para extrair a semente da nova raça.

Essa nova raça está começando a aparecer. Seus membros são reconhecidos pelos longos braços, corpos elásticos, cabeças compridas, testas retangulares. Em mais algumas gerações essa nova raça poderá estar a cargo de um Arcanjo que a unirá.

Um Arcanjo não possui asas, como são mostradas nas figuras. O que sai das suas costas são correntes de força que podem ser dirigidas para qualquer lado, da mesma forma que nos dirigem os nossos pés ou nossas mãos, seja para alcançar algo ou para mudarmos de direção. Entretanto, o Arcanjo não utiliza essa corrente de força para voar ou se movimentar. Ele a utiliza para, por exemplo, imbuir um povo de medo e o outro de coragem, quando há a necessidade de luta entre eles.

Todo Arcanjo sabe que a Religião dada por eles – a Religião de Raça – baseada na lei, é insuficiente e produz o pecado que acarreta a morte, a dor e a tristeza.

Eles compreendem que suas Religiões são, tão somente, passos necessários para atingir algo melhor. Todas as Religiões de Raça indicam alguém que virá. E esse alguém é o Cristo, o mais elevado Iniciado do Período Solar, o Arcanjo mais evoluído, Regente do Sol e, portanto, guia de todos os Arcanjos. Que se tornou Regente da Terra e guia da humanidade a partir do gólgota, da sua crucifixão.

Enquanto um Arcanjo comum funciona normalmente num Corpo de Desejos, o Cristo funciona num corpo composto de matéria do Mundo do Espírito de Vida, o primeiro mundo de baixo para cima onde cessa toda a separabilidade, o Mundo da Fraternidade Universal.

Portanto, sua Religião – o Cristianismo, a Religião do Filho – é fundamentalmente unificante, baseada no amor e na Fraternidade Universal. Portanto, a lei cederá lugar ao amor; as raças e facções deverão se unir numa Fraternidade Universal.

Entre os seres humanos há vários graus de inteligência. Alguns são qualificados para determinadas posições em que se exige uma habilidade específica. Outros para posições em que não se exige tanta habilidade. Da mesma forma ocorre com os Arcanjos. Nem todos são capazes de governar uma nação e o seu destino. Então, a esses Arcanjos é dado um outro trabalho, o de ser os Espírito-Grupo dos animais.

Cada espécie animal é dirigida por um Espírito-Grupo. Como o animal não está tão individualizado como o ser humano, suas características físicas e comportamentais são iguais entre membros da mesma espécie.

O trabalho de um Arcanjo como Espírito-Grupo é levar todos os membros da espécie que ele dirige a um grau de individualização similar ao nosso. Ele dirige a sua espécie “de fora”, atuando como orientador, p. ex. o “instinto no animal” é tão somente a resposta do animal à sugestão do Espírito-Grupo.

Como todo Arcanjo, o Espírito-Grupo vive no Mundo do Desejo. Tais figuras com corpo semelhante ao nosso e cabeça de animal podem ser vistas, pode-se falar com elas e, ainda, verificar que são mais inteligentes que o nível médio dos seres humanos.

Aos Arcanjos cabe dirigir a Onda de Vida dos animais até atingirem a perfeição. Para isso, os Arcanjos também terão atingido a perfeição. Do mesmo modo que nós dirigiremos a Onda de Vida mineral até atingir a perfeição.

Que as rosas floresçam em vossa cruz

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Espíritos Obsessores da Onda de Vida Humana

Espíritos Obsessores da Onda de Vida Humana

Hoje trataremos do tema “Obsessão”. Apesar de ser um assunto complexo, é fundamental abordá-lo para que possamos nos proteger contra esses espíritos obsessores.

Vamos focar aqui nos espíritos obsessores oriundos da nossa onda de vida: a humana. Ou seja, de irmãos e irmãs que em momentos da sua evolução, infelizmente, se tornam tal classe de seres.

Inicialmente, seria bom esclarecer a relação entre inferno e purgatório. O “inferno” é tido popularmente como o lugar em que ficaremos sofrendo depois da morte, se praticarmos o mal nesta vida. Nos Ensinamentos Rosacruzes, o chamado inferno nada mais é do que o Purgatório.

O Purgatório ocupa as três regiões inferiores do Mundo do Desejo, para onde vamos logo após a morte. Aqui os registros gravados de nossas ações errôneas na vida terrena provocam uma reação da força de repulsão e esses sofrimentos são três vezes mais curtos e três vezes mais intensos; pois não temos o Corpo Denso para amenizar essa dor.

Nesse processo ocorrido no Purgatório desenvolvemos, por meio da dor, a consciência, aquela voz interna que nos permite discernir entre o bem e o mal, quando despertos neste Mundo Físico.

No “Conceito Rosacruz do Cosmos”, Max Heindel nos mostra que trabalhamos, atualmente, por meio de três Corpos – o Tríplice Corpo. Resultado da nossa manifestação tríplice – um Espírito Tríplice – exatamente como Deus, em manifestação, que nos criou. Porém, somente o Corpo Denso é visível aos nossos olhos físicos.

Na Primeira Epístola aos Coríntios, Capítulo 15 e versículos de 40 a 44, São Paulo diz o seguinte: “Há corpos celestes e corpos terrestres… e há corpo animal e há corpo espiritual”.

O Corpo Denso está interpenetrado pelo chamado Corpo Vital (cópia fidedigna daquele) e que mantém a saúde do Corpo Denso, uma vez que esse é, constante e diariamente, destruído pelos desejos inferiores que nós mesmos geramos no nosso dia a dia.

Durante a nossa vida no Mundo Físico temos a chance de desenvolver nossos Corpos invisíveis e superiores por meio de: bons hábitos (Corpo Vital), pensamentos superiores (Mente), desejos, sentimentos e emoções superiores (Corpo de Desejos). Contudo, quando os nossos desejos deixam de ser direcionados para a construção dos veículos superiores e nos negligenciamos desses desejos, sentimentos e emoções superiores e insistimos a praticar maus hábitos, acabamos sendo atraídos, após a nossa morte, até ao Purgatório e lá deveremos nos purgar desses desejos, sentimentos e emoções inferiores e dos maus hábitos. Agora, se não nos apegamos somente a essa existência terrestre, se fazemos fiel e cotidianamente o exercício de Retrospecção e se vivemos para desenvolver o nosso lado espiritual por meio do serviço amoroso e desinteressado para com os nossos irmãos, seguimos o nosso caminho rumo às Regiões superiores do Mundo do Desejo e ao Mundo do Pensamento.

Porém, existem alguns irmãos nossos que, durante a vida aqui, são apegados aos seus bens terrestres – alguns chegando até a conclusão de que nada mais existe -, não dão a mínima para o seu próprio desenvolvimento espiritual e adoram ser servidos, muito mais do que servir – se é que isso lhe passa pela cabeça – e, então, após a morte continuam se apegando à vida terrena e não deixam seus veículos espirituais aprenderem novas lições. E, em razão disso, os chamamos de “espíritos apegados à Terra”. Como o livre arbítrio é sempre respeitado, pode ficar nessa condição por um tempo que quiserem, até que se esgote nele a disposição em se manter nessa situação.

E como não possuem um Corpo Denso para se manifestar ficam perambulando na atmosfera da Terra, próximos a superfície, utilizando os Corpos Densos e Vital de outros irmãos que entram em sintonia ou vibração com esses espíritos apegados à Terra. Sabe-se que ao nosso redor existem muitos desses “espíritos sem luz”, pobres irmãos apegados à sua última vida terrestre. Sim, é um grande fator de atraso na evolução deles!

Chamamos de “espíritos sem luz” porque após a morte não seguiram seu caminho de aceitação aos Mundos superiores, onde a luz é permanente.

E por não aceitarem a separação do Corpo Denso e de tudo o que aqui deixaram, ficam presos à atmosfera tentando satisfazer seus prazeres mundanos. Quando esses espíritos desencarnados desejam influenciar seres aqui renascidos, precisam de um veículo da mesma densidade de vibração da sua para atingir os centros cerebrais. Max Heindel, no “Conceito Rosacruz do Cosmos”, diz que as Regiões inferiores do Mundo do Desejo estão cheias de “espíritos apegados à Terra” ou espíritos potencialmente obsessores que estão em contato com o Mundo Físico. Quando deixam esse Mundo Físico – quando morrem -cheios de inconformismo, ódio, raiva, inveja, ciúmes, cobiça, desejo de vingança, sentimento de abstinência a um vício, desejo de sentir o mesmo prazer que sentia e outros desejos, emoções e/ou sentimentos inferiores, se encontram despreparados para viver nos planos invisíveis.

Nessas Região inferiores do Mundo do Desejo encontramos: os viciados em drogas, alcoólatras, suicidas, assassinos, muitos que morreram em guerras, pessoas que nutrem ódio, rancor, desejo de vingança, pessoas apegadas à bens materiais como casas, terras, finanças, posses, pessoas, etc. Esses últimos espíritos – os apegados à bens materiais – são os que mais existem nos dias de hoje.

Exemplifiquemos o caso do assassino que cumpre sua pena perante a sociedade na prisão. Poderá ocorrer que o remorso, pelo seu ato cometido, o leve mediante a oração e o íntimo arrependimento a apagar o ódio nutrido à sua vítima.

E quando seu Espírito estiver livre no Mundo do Desejo poderá caminhar feliz e, quem sabe, numa vida futura procurará ajudar aquelas pessoas a quem maltratou na vida anterior. Contudo, se a sociedade quiser se vingar do criminoso e levá-lo à pena de morte pelo crime cometido, ele, achando que foi injustiçado, permanecerá por muito tempo entre os aqui estão vivendo renascidos, incitando outras pessoas a cometerem semelhante crime. E toda vez que isso acontece, quando a vítima cai nas garras da justiça, esses espíritos, aqui se tornando, obsessores conseguem se realizar e deixam a pessoa para ir atrás de outras. Se isso sempre acontecer, certamente teremos uma epidemia de assassinatos espalhados em comunidades!

Para entender como isso ocorre, vamos falar de clarividência. Podemos classificar a clarividência em duas classes:

  1. A de caráter positivo, onde a pessoa se torna um clarividente voluntário, treinado, um Auxiliar Invisível: aqui os vórtices do Corpo de Desejos giram na direção dos ponteiros de um relógio e;
  2. A de temperamento negativo, onde a pessoa se torna um clarividente involuntário: aqui os vórtices do Corpo de Desejos giram na direção contrária aos ponteiros de um relógio. Esse é um dos meios de se reconhecer os que são de uma ou da outra classe.

Na pessoa que se tornou um clarividente involuntário sempre há o grande risco de ser obsidiado pelos chamados “guias espirituais” e que agem como espíritos de controle em busca de sua satisfação. Para se manifestarem no Mundo Físico podem retirar o Corpo Vital da pessoa por meio do baço e usar temporariamente o Éter, do qual é composto, a fim de se materializar, devolvendo o Éter à pessoa após terminadas as ações que ele deseja fazer. Transforma suas vítimas no que conhecemos como “médiuns de transe” ou em “médiuns de materialização”. O espírito obsessor, tomando posse do corpo de sua vítima, utiliza-o à mercê de sua vontade, e mesmo que a pessoa tente, não conseguirá deter a influência dele, pois houve a permissão para a posse. Um clarividente voluntário jamais permitirá isso, sendo que a direção dos vórtices do Corpo de Desejos também é uma grande barreira para quaisquer tentativas de espíritos que queiram obsidiar.

Nesse ponto, é importantíssimo lembrar que o nosso Corpo Denso é o bem mais precioso que temos nessa vida terrestre. É o Corpo que está mais próximo de alcançar a perfeição. Está no seu quarto estágio de evolução. Os outros Corpos estão, ainda, bem atrás. É por meio do nosso Corpo Denso que conseguimos evoluir, aprender as lições, desenvolver o Corpo-Alma e seguir o plano de Cristo, aqui e agora. A Fraternidade Rosacruz nos orienta a tratar muito bem do nosso Corpo Denso, tão via alimentação, como nos seus cuidados de sempre estar de posse consciente dele.

Sabemos que existem famílias inteiras a mercê desses espíritos obsessores. Por isso que Max Heindel nos orienta para não assistir reuniões, encontros ou demonstrações onde haja atividades que evocam “os espíritos dos mortos”, que “dão passe”, que estimulam a possessão de parte ou de todo o Corpo Denso da pessoa, que haja demonstrações hipnóticas, que façam sessões de uso de bola de cristal, que queimam incensos, defumadores, e outros “tipos de fumaça” com o objetivo de “chamar os espíritos, etc.

Normalmente, toda vez que a pessoa frequenta tais ambientes, os chamados “guias” a convocam para desenvolver a clarividência involuntária, muitas vezes chamadas de mediunidade dela, só que de forma negativa. Essa é a maneira de estarem formando sua grande falange de controle.

É evidente que a maioria dos clarividentes involuntários não compreende o grande perigo que os aguarda após a morte.

E mesmo nesta vida não sabem o perigo que está por vir, pois enquanto fazem tudo que seus obsessores ordenam, esses são dóceis e compassivos. Contudo, se algum deles tentar recusar a ceder seu corpo ao desencarnado, logo sentirá a espada do obsessor.

Todos nascemos com a clarividência. Se quisermos desenvolvê-la, façamos de maneira voluntária, positiva, por meio dos exercícios dados pelos Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz. Existe um método seguro, onde a pessoa está sempre de posse dos seus Corpos, consciente do que está fazendo e com total controle.

Sabemos que existem pessoas que em determinados momentos de sua vida se deixam arrastar por pensamentos, desejos, sentimentos e emoções negativos, chegando a ficarem perturbados, irritados e, às vezes, desequilibrados emocionalmente e, muitas vezes, não encontram o caminho de volta à razão. É bom lembrar que essa crise foi gerada pela própria pessoa, e é nesse momento que damos abertura ou permissão para a invasão de espíritos obsessores. Tornamo-nos assim joguete desses espíritos perturbadores e essas entidades jamais vão se preocupar com a reputação daqueles cujos corpos violaram. Isso acontece diariamente e, muitas vezes, não sabemos se aquela pessoa está obsidiada ou não. Todavia, existe uma forma infalível de descobrirmos se uma pessoa está possuída: por meio do diagnóstico dos olhos. Max Heindel nos diz que “os olhos são as janelas da alma”, pois somente o verdadeiro dono do corpo é capaz de contrair e dilatar a íris. Naquele que estiver possuído, notaremos que a íris de seus olhos não se dilatará quando penetrar em um quarto escuro ou quando fixar um objeto distante ou, ainda, quando fixar em uma fonte de luz brilhante (uma lanterna ou em um ambiente bem claro), a pupila não se contrairá. Isto é, a íris não responde nem à luz nem à distância.

O que podemos fazer para nos proteger contra a obsessão? Simplesmente manter uma atitude positiva da Mente, pois temer alguma coisa é atraí-la. Devemos construir uma aura protetora e invulnerável contra qualquer classe de ataque ou influência negativa.

Max Heindel expressa que “ao vivermos existências de pureza, quando os nossos dias estão preenchidos com serviços a Deus e a nossos semelhantes, com atos e pensamentos da mais elevada nobreza, então construímos o ‘manto dourado nupcial’, que é uma força radiante do bem. Nenhum mal é capaz de penetrar por essa armadura e então ele é refletido em direção àquele que o emitiu”.

É sempre oportuno recordar uma frase de São Paulo que diz: “Orai e vigiai para não cair em tentação”.

Lembremos o seguinte: “Não temos mestres. Os Irmãos Maiores são nossos amigos e nossos instrutores. Nunca ordenam, nem exigem obediência a nenhuma de suas sugestões, seja em que condição for. O mais que fazem é aconselhar, deixando-nos livres para seguirmos as suas sugestões ou não”.

E dentre os preceitos para o Estudante Rosacruz temos:

“Sendo a confiança em si mesmo a virtude cardeal para o Aspirante espiritual, fará o possível para praticá-la tanto em seus pensamentos como em seus atos.”.

“Conhecendo que o Interno é o único tribunal real da Verdade, se esforçará por estabelecê-lo, submetendo-lhe todos os assuntos para a sua final decisão”.

Que as rosas floresçam em vossa cruz

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Os Efeitos do Suicídio e da Eutanásia na Sua Evolução

Os Efeitos do Suicídio e da Eutanásia na Sua Evolução

O suicida, que tenta fugir da vida, somente vai perceber que está mais vivo do que nunca e na mais lastimável condição. Ele é capaz de ver aqueles a quem desapontou e talvez desonrou por seus atos, e o pior de tudo, ele tem um indescritível sentimento de estar “oco por dentro”. A razão para isso é a seguinte:

Quando o Ego está descendo para o renascimento, ele é auxiliado pelas Hierarquias Criadoras a construir o arquétipo para seu futuro corpo e é instilada nesse arquétipo uma vida que durará o número de anos que a pessoa normalmente deverá viver. Esse arquétipo tem um movimento sonoro e vibratório que atrai para si o material do Mundo Físico e põe todos os átomos do corpo para vibrarem em consonância com um pequeno átomo localizado no coração, chamado “Átomo-semente”, o qual, como um diapasão, dá o assentamento para todo o resto do material no corpo. No momento em que a vida tenha sido completamente vivida na Terra, as vibrações no arquétipo cessam, o Átomo-semente é removido, o Corpo Denso começa a decompor-se e o Corpo de Desejos, com o qual o Ego atua no Purgatório e no Primeiro Céu, toma para si a forma do Corpo Denso. Então o ser humano começa o seu trabalho de expiar seus hábitos e ações negativas no Purgatório e de assimilar o bem de sua vida no Primeiro Céu.

O texto precedente descreve as condições normais quando o curso da natureza não é interrompido, mas no caso do suicida é diferente. Ele levou o Átomo-semente, mas o arquétipo continua vibrando. Portanto, ele sente-se como se estivesse “oco por dentro” e experimenta uma sensação de corroer-se por dentro, que pode ser mais bem comparada às pontadas causadas pela fome intensa, ou à dor de dente por todo o corpo. O material para a construção de um Corpo Denso está todo em volta dele, mas como lhe falta a escala padrão do Átomo-semente é impossível assimilar aquela substância e transformá-la num corpo. Esse sentimento horrível de “oco por dentro” dura tanto quanto sua vida originariamente deveria durar.

Desse modo, a Lei de Causa e Efeito ensina-o de que está errado cabular as aulas da escola da vida e que isso não pode ser feito com impunidade. Portanto, na próxima vida, quando as dificuldades aparecerem em seu caminho, os resultados dos sofrimentos do seu padrão suicida prevenirão uma recorrência e o habilitarão a seguir através das experiências da vida que fazem o crescimento de sua alma.

Vamos falar da eutanásia: à primeira vista, e desde a perspectiva das pessoas não versadas nos ensinamentos do ocultismo, a eutanásia parece possuir considerável apelo para ser recomendada. A maioria das pessoas, ao ver um animal sofrendo agonias, e sem esperanças de cura, é acometida prontamente pelo instinto humanista de acabar com o seu sofrimento e surgem as perguntas, “Por que não deveríamos fazer o mesmo pelos nossos semelhantes, homens e mulheres? Por que deveríamos deixá-los vivos em sofrimento excruciante, talvez por meses ou anos, quando sabemos que eles não têm chance de restabelecer sua saúde e que estão buscando e desejando a morte para terminar com sua dor?” parecem, do ponto de vista comum, clamar por aquiescência. Contudo, quando temos o conhecimento da Lei de Consequência, da Lei de Causa e Efeito, e estamos seguros de que colhemos aquilo que semeamos, senão nessa vida, em uma futura existência, o tema aparece sob uma visão diferente.

Nós não podemos fugir de nossos estritos deveres. O sofrimento que nos é dado é necessário para ensinar-nos uma lição, ou abrandar nosso caráter. A única maneira para encurtar esse sofrimento é por um esforço em compreender por que estamos em condição que nos traz dor. Se for câncer de estômago, então como abusamos desse órgão? Por uma ingestão excessiva de comida de natureza não conveniente ao nosso organismo? Temos estado “alimentando” nossa falta de consciência com emoções egoístas ou pensamentos negativos? Nosso coração está nos causando problemas? Quantas vezes perdemos a cabeça e enfurecemo-nos como loucos, colocando tremenda tensão nessa parte do corpo? Ou existem outros órgãos de nosso sistema fracos e debilitados? Podemos ter certeza de que, tanto nesta vida como em uma prévia, temos vivido de maneira a que os efeitos encontrem manifestação em nossos alimentos físicos particulares. De outra forma, não deveríamos estar sofrendo agora, e quanto mais rápido aprendermos a lição de cor e começarmos a viver uma vida melhor, mais em harmonia com as leis da natureza que desrespeitamos, mais rápido nosso sofrimento cessará.

Está sempre em nosso próprio domínio alterar condições, embora, naturalmente, não possamos remediar em um dia aquilo que levou anos ou vidas para ser destruído, mas certamente não existe outra maneira pela qual uma cura permanente possa ser efetivada. Mesmo que agora, pela supressão da lei que condena a eutanásia (ou como é erroneamente chamada de “morte por misericórdia”), o sofrimento seja abreviado, podemos estar certos que a pessoa, tão pronto deixe seu corpo e renasça em um novo veículo, terá a tendência a desenvolver a mesma doença da qual escapou de forma indireta.

Além disso, como está detalhadamente explicado no Conceito Rosacruz do Cosmos, este nosso Corpo Denso é moldado no Mundo do Pensamento como um molde invisível ou modelo, que é chamado de arquétipo e durante todo o tempo em que persistir esse arquétipo, nosso Corpo Denso permanece vivo. Quando a morte ocorre devido a causas naturais, ou mesmo nos denominados acidentes, (que normalmente não são acidentes, mas eventos usados para terminar a vida de acordo com os desígnios dos guardiães invisíveis dos incidentes humanos) o arquétipo é desintegrado e o Espírito é liberado. Um suicida, contudo, é diferente. Nesse caso o arquétipo persiste depois da morte por um número de anos até o tempo em que a morte deveria ocorrer, segundo os acontecimentos naturais, e não consegue incorporar para si os átomos físicos, o que dá ao suicida, durante aqueles anos de existência post-mortem uma contínua sensação de dor, alguma coisa como uma pontada de fome, ou uma persistente, mas excessivamente dolorosa dor de dente no corpo todo. Se a eutanásia se tornar uma lei e as pessoas forem permitidas a obter serviços de outros para cometer suicídio (pois isto é o que realmente importa), não há dúvida de que eles sofreriam em sua existência post-mortem da mesma forma que o suicida que prescreveu seu próprio veneno, ou cortou sua própria garganta. A legalização da eutanásia também poderia ser perigosa em outras circunstâncias e nós confiamos que essa prática não seja sancionada pela lei.

O termo Eutanásia vem do grego, podendo ser traduzido como “boa morte” ou “morte apropriada”. O termo foi proposto por Francis Bacon, em 1623, em sua obra “Historia vitae et mortis”, como sendo o “tratamento adequado às doenças incuráveis”. De maneira geral, entende-se por eutanásia quando uma pessoa causa deliberadamente a morte de outra que está mais fraca, debilitada ou em sofrimento. Nesse último caso, a eutanásia seria justificada como uma forma de evitar um sofrimento acarretado por um longo período de doença. Tem sido utilizado, de forma equivocada, o termo Ortotanásia para indicar este tipo de eutanásia. Essa palavra deve ser empregada no seu real significado de utilizar os meios adequados para tratar uma pessoa que está morrendo.

Existem dois elementos básicos na caracterização da eutanásia: a intenção e o efeito da ação. A intenção de realizar a eutanásia pode gerar uma ação (eutanásia ativa) ou uma omissão, isto é, a não realização de uma ação que teria indicação terapêutica naquela circunstância (eutanásia passiva). Desde o ponto de vista da ética, ou seja, da justificativa da ação, não há diferença entre ambas.

Distanásia: Morte lenta, ansiosa e com muito sofrimento. Alguns autores assumem a distanásia como sendo o antônimo de eutanásia. Novamente surge a possibilidade de confusão e ambiguidade. A qual eutanásia estão se referindo? Se for tomado apenas o significado literal das palavras quanto à sua origem grega, certamente são antônimos. Se o significado de distanásia for entendido como prolongar o sofrimento ele se opõe ao de eutanásia que é utilizado para abreviar esta situação. Porém se for assumido o seu conteúdo moral, ambas convergem. Tanto a eutanásia quanto a distanásia são tidas como sendo eticamente inadequadas.

Ortotanásia: é a atuação correta frente à morte. É a abordagem adequada diante de um paciente que está morrendo. A ortotanásia pode, dessa forma, ser confundida com o significado inicialmente atribuído à palavra eutanásia. A ortotanásia poderia ser associada, caso fosse um termo amplamente adotado, aos cuidados paliativos adequados prestados aos pacientes nos momentos finais de suas vidas.

Mistanásia: também chamada de eutanásia social. Leonard Martin sugeriu o termo mistanásia para denominar a morte miserável, fora e antes da hora. Segundo esse autor, “dentro da grande categoria de mistanásia quero focalizar três situações: primeiro, a grande massa de doentes e deficientes que, por motivos políticos, sociais e econômicos, não chegam a ser pacientes, pois não conseguem ingressar efetivamente no sistema de atendimento médico; segundo, os doentes que conseguem ser pacientes para, em seguida, se tornar vítimas de erro médico e, terceiro, os pacientes que acabam sendo vítimas de práticas nocivas por motivos econômicos, científicos ou sociopolíticos. A mistanásia é uma categoria que nos permite levar a sério o fenômeno da maldade humana”.

(de Reunião de Estudos da Fraternidade Rosacruz de Campinas – SP – outubro/2006)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Até onde os filhos dependem dos pais?

Até onde os filhos dependem dos pais?

Tonico e Vanda eram dois primos que se estimavam muito. Frequentavam a mesma escola, mas Tonico era mais inteligente, idealista, ligeiro e travesso, ao passo que Vanda era infantil, gostava de brinquedos e coisas comuns das crianças de menor idade.

Certo dia, Tonico foi visitar seus tios, que residiam por perto. Titio era assinante e apreciador da revista “Mecânica Popular”, que sempre trazia ideias e explicações práticas de muito valor. Tonico pegou uma das revistas, começou a folheá-la e viu o esquema de um carrinho. Ali estava descrito todo o material necessário [para a construção] e as dimensões do brinquedo. O título dizia: “Faça você mesmo este brinquedo”. Tonico pôs sua cabecinha para funcionar e, se bem pensou, melhor realizou. Virou e revirou a revista, olhou detidamente o desenho a fim de gravá-lo bem, procurando guardar de memória as minúcias do carrinho. Assim fez porque sabia que o tio, considerando-o um molequinho ainda, não lhe emprestaria a revista. Um tanto pensativo despediu-se da titia e da priminha, dizendo-lhes ter um “assunto” a providenciar. Titia estranhou um pouco o ar compenetrado do pequeno, mas nada disse.

A primeira coisa que Tonico fez foi recorrer aos colegas de escola e amigos da vizinhança, diligenciando obter quatro rodas. Nenhum dos amigos as possuía. Pensou então no cofrinho em que guardava as pequenas economias, tirou o dinheiro, desenhou com o compasso uma circunferência do tamanho requerido e correu a um carpinteiro próximo de sua casa, mandando-lhe fazer as rodas. E a madeira, os pregos e outros materiais para a execução? Lembrou-se de que em um canto da casa havia caixas vazias de madeira. Talvez servissem. Poderia inclusive reaproveitar alguns pregos. O resto, quem sabe, encontrasse na caixa de ferramentas do papai. Foi ao quarto de despejo e de lá trouxe a caixa de ferramentas; juntou os caixões e concentrou tudo no quintal. Com auxílio de um formão velho e um martelo despregou as tábuas dos caixotes.

As marteladas chamaram a atenção da mamãe, que encontrou Tonico no quintal, cercado de tábuas e ferramentas.

— Meu Filho! O que você está fazendo? Mexendo nas ferramentas do papai e estragando as caixas que ele havia guardado! Você vai ver com ele!

— Mas, mamãe… — balbuciou Tonico, meio assustado pela reprimenda — eu estou fazendo um carrinho para mim.

— Ora, meu filho, era só pedir e eu lhe compraria um carrinho mais bonito ainda e sem a necessidade dessa trabalheira toda. Além de tudo, você pode se machucar…

Tonico ficou desapontado, mas nada respondeu. Recolheu as caixas ainda inteiras, empilhou as tábuas, repôs as ferramentas no quartinho de despejo e se recolheu, acabrunhado. Passou o resto do dia assim, desanimado. Mamãe e ele não se falavam. Tonico se deixou ficar num canto, cabisbaixo, sem vontade para qualquer coisa, sentindo-se frustrado em seu desejo tão entusiasticamente acalentado!

Dali por diante, embora criança, criava coisas interessantes; contudo, ficavam só na sua Mente. Receava ser novamente advertido. Não faria mais coisa nenhuma. Mamãe ralhava e o papai não deixaria. Francamente, perdera até o entusiasmo pelos estudos! Por que não lhe deixavam fazer o que estava certo?

Assim, uma criança perdeu a oportunidade de manifestar espontaneamente seus talentos e ideias originais por incompreensão dos pais. Impediram-lhe a expressão da Epigênese, que é a capacidade de desenvolver o poder criador que todos temos.

Dar algo pronto à criança, sem a necessidade de que ela lhe acrescente uma contribuição, algo que não exija esforço, é antipedagógico e prejudicial ao seu desenvolvimento não só do ponto de vista da moderna psicologia educacional, mas principalmente à luz da Filosofia Rosacruz.

Os pais devem oferecer aos filhos, além dos livros que lhes incentivam o poder criador, material esparso e diversificado para lhes excitar a imaginação e levá-los a fazer o que possam, em desenho, modelagem… Dar ferramentas e pregos aos meninos; linhas, agulhas, panos às meninas; massa de modelar, papel e lápis de cor a ambos os sexos. Que façam desenhos para exercitar o senso de proporção e sejam encorajados à execução posterior de brinquedos e vestidinhos de bonecas sob a orientação cuidadosa e inteligente da mamãe e do papai.

A criança é eminentemente imitativa; se dissermos ou fizermos perto dela apenas o que é digno de imitação, veremos que ela começará a fazer tudo o que fazemos, acrescentando a isso o seu modo de ser. O contrário é também verdadeiro. Não podemos nos queixar de que os filhos digam ou façam o que aprenderam com nossos maus exemplos.

É comum vermos uma criança manifestar opiniões e agir em conformidade com o que viu ou ouviu dos pais. Não queremos afirmar que a criança seja NADA; isto é, que a educação lhe dê tudo. Ela traz uma bagagem do passado que é diferente da dos pais e afeta o seu comportamento, não podendo, portanto, atribuir aos genitores toda a responsabilidade por seus erros. Entretanto, a educação pode não só incentivar o que há de bom, como corrigir o que há de mau em latência, dentro de uma criança. A astrologia espiritual nos indica os pontos débeis e fortes do caráter de nossos filhos com mais segurança do que um teste psicológico.

Assim, também em relação aos vícios. Do que vale ao pai proibir o fumo, quando sempre tem um cigarro dependurado na boca? Proibir a bebida alcoólica, quando bebe durante as refeições sua cerveja, vinho ou uma venenosa batida de limão? Para a criança, os pais são os melhores seres do mundo e quando tiverem oportunidade farão o que os viram fazer.

Tanto erramos pela ação como por omissão. Prejudicamos nossos filhos, embora dizendo que os amemos, quando apenas nos amamos, tanto pelos maus exemplos como pelos bons que não apresentamos. Bem disse Pestalozzi: “É preciso, primeiramente, educar os pais”. Outro erro frequente é o da proteção exagerada, o mal-entendido carinho que nos leva a fazer tudo pelos filhos, esfriando com essa atitude errada o que de bom pudessem manifestar ou contribuindo ainda mais para a inércia e o comodismo a que tenham tendência.

Ouvimos há pouco tempo o caso de uma moça que se casou e, voltando da viagem de núpcias, investiu-se furiosa contra a mãe, dizendo: “Por que não me disse que o casamento é uma droga?”. A mesma moça, indo à casa da mãe jantar, sai logo em seguida, deixando à genitora o trabalho de lavar a louça. A mãe se queixa que a filha seja egoísta. Nós então lhes fizemos esta pergunta: a senhora a educou para ver o casamento como ele é ou para cooperar na cozinha? “Oh, confesso que não”, respondeu, “Eu sempre a poupei”. Bem, está aí a explicação.

A finalidade da educação é preparar os filhos para extrair do mundo, positivamente, os frutos que ele possa dar, para receber as coisas como são e retirar de tudo o proveito que aí sempre existe, segundo as normas Cristãs.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de fevereiro/1966)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Como o Tempo que usamos no Dia a Dia é Determinado

Como o Tempo que usamos no Dia a Dia é Determinado

Geralmente na vida cotidiana consideramos o tempo medido pelo movimento dos ponteiros de um relógio, seja de pulso, seja de parede.

O orgulho com que muitas pessoas se referem à precisão de seu relógio mostra o quanto um conhecimento preciso do tempo é valorizado pelas civilizações desenvolvidas. Quando paramos para pensar quão dependentes nós somos, todos os dias das nossas vidas, de um conhecimento sobre o tempo correto, nós começamos a entender o débito que todo mundo tem para com o astrônomo que forneceu esse conhecimento. Entretanto, apesar do uso que fazermos do relógio para saber as horas e o dia, realmente muito pouco conhecemos de como o tempo é determinado.

Muitos anos atrás o relógio solar era usado para mostrar a hora solar, sendo que a hora do meio-dia era indicada quando a sombra estava na linha norte-sul. Contudo, o tempo mostrado dessa maneira não é exato, pois o Sol não está no centro da órbita da Terra, e o tempo entre os segundos sucessivos em que a sombra se aproxima do norte e do sul é diferente em várias épocas do ano. Consequentemente, os relógios eram feitos para funcionar de tal maneira que a duração de um dia fosse a mesma ao longo do ano e de igual duração a média do dia, conforme mostrado pelo relógio solar. Isso é chamado de tempo médio.

O sol, no entanto, é tão grande que não é fácil observá-lo com precisão, de modo que o astrônomo, frente a alguns propósitos, precisa do tempo mais preciso e exato, para olhar as estrelas.

As estrelas se movem pelo céu, assim como o Sol se move. Observando atentamente, foram determinados os horários exatos em que certas estrelas cruzam uma linha norte e sul no céu. Esse tempo é conhecido como a centésima parte de segundo por cerca de mil estrelas.

Geralmente, um telescópio especial, conhecido como instrumento de trânsito, é usado para determinar o tempo. Está configurado de tal maneira que só pode apontar ao longo de uma linha norte e sul nos céus. Uma dessas mil estrelas é, então, observada nesse telescópio e o instante em que está exatamente no meio do campo de visão é observado e registrado por um dispositivo de registro automático.

Se o relógio que o astrônomo usa mostra a hora em que ele sabe que a estrela cruzou o centro do campo de visão, então está mostrando a hora correta. Caso contrário, rápido ou lento, lhe é mostrado o quando está errado.

Geralmente, um número das chamadas “estrelas do relógio” são observadas para que média seja obtida. Tais observações, normalmente, são feitas uma ou duas vezes por semana. Podemos dizer que, para o astrônomo, essa passagem da estrela selecionada é como um apito do meio-dia que aguardamos para acertar nossos relógios. Se nossos relógios não estiverem de acordo com o apito, nós os acertamos. Da mesma forma, o astrônomo compara seu relógio com as estrelas.

No entanto, o tempo obtido das estrelas dessa maneira não é um tempo médio, que é o que queremos. Porém, é uma questão simples, mudar do tempo das estrelas para o tempo médio.

Tendo feito essa transformação, outro relógio, o relógio de tempo médio, é corrigido para mostrar o tempo médio e executado de acordo com ele. Esse relógio de tempo médio é um circuito telegráfico que transmite as batidas pelo fio no tempo determinado. As batidas são feitas para parar em um determinado momento, por exemplo, às 12 horas. A última batida foi precisamente naquele momento. Dessa forma, um sinal é enviado por todo o país e qualquer pessoa que esteja no escritório de telégrafo pode definir seu relógio.

A realização real das observações e o cálculo do tempo delas são um pouco mais complicados do que a simples declaração feita acima, mas o princípio no qual os métodos se baseiam é o indicado. Uma determinação cuidadosa do erro de relógio em um observatório moderno pode levar de duas a três horas e é correta até quase o centésima de segundo. Essa precisão não é necessária para uso comum, mas o astrônomo tem a oportunidade de usá-la em certas linhas de investigação.

N.T.: Essa maneira de medir o tempo é conhecida como Tempo Médio de Greenwich (Greenwich Mean Time), cuja sigla é GMT. Atualmente, também há um método chamado UTC (Tempo Universal Coordenado) que não se define pelo Sol ou as estrelas, mas é sim uma medida derivada do Tempo Atômico Internacional (TAI) – calculado em 70 laboratórios do mundo por 400 relógios “atômicos” (batizados assim porque o segundo é definido pelo ritmo de oscilação de um átomo de césio). Devido ao fato do tempo de rotação da Terra oscilar em relação ao tempo atômico, o UTC sincroniza-se com o dia e a noite de UT1, ao que se soma ou subtrai segundos de salto (leap seconds), quando necessário. Os segundos de salto são definidos, por acordos internacionais, para o final de julho ou de dezembro como primeira opção e para os finais de março ou setembro como segunda opção. Até hoje somente julho e dezembro foram escolhidos como meses para ocorrer um segundo de salto. A entrada em circulação dos segundos de salto é determinada pelo Serviço Internacional de Sistemas de Referência e Rotação da Terra (IERS), com base nas suas medições da rotação da terra. No uso informal, quando frações de segundo não são importantes, o GMT pode ser considerado equivalente ao UTC. Em contextos mais técnicos é geralmente evitado o uso de “GMT”.

Na prática não há diferença de horário entre Greenwich Mean Time e Universal Time Coordinated.

(Publicado na: Rays From The Rose Cross – jan. /1916 – Traduzido pela Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Do Merecimento de Cada Um

Do Merecimento de Cada Um

Não raro acontece encontrarmos na vida pessoas que habitualmente atribuem aos outros a causa dos seus malogros, quando não, à sua própria falta de sorte. Em princípio, sabe-se que a sorte não existe, que tudo o que nos acontece é sempre resultado de nosso próprio merecimento. Até aquilo que vulgarmente chamamos de “coisa feita”, “despacho”, “feitiço”, e que tem sido, em muitos casos, apontado como responsável por ocorrências funestas na vida das pessoas a quem se dirige, até aquilo, não deixa de ser fruto de um merecimento. Porque se não houver culpa nenhuma — ou do presente, ou do passado — não existirá força negativa capaz de causar danos a quem quer que seja. Temos de ter sempre em mente que a pureza de sentimentos, de ações, de viver, enfim, fecha todas as brechas, reforçando os pontos fracos que poderiam dar acesso a qualquer maldade exterior.

E, na ordem de pureza, deve ser reconhecida, não só a nossa constância no bem, em todos os instantes do dia, como também uma fé inabalável em nossa autoprojeção que será conquistada através de nossa permanência na luz, procurando evitar tudo o que possa facilitar qualquer incursão de forças negativas em nosso mundo interior. Principalmente no início de nossa jornada, será necessário evitarmos contatos com ambientes em que se pratica o espiritualismo de forma passiva; ambientes que possam favorecer qualquer fragilidade nossa, como por exemplo, sortistas e adivinhos. Aliás, já o fato de sentirmos interesse ou necessidade de tais “apoios”, significa por si mesmo uma fragilidade em nosso campo de força interno.

Isso porque só o semelhante atrai o semelhante. E, se aceitamos certas ideias espiritualistas, e ainda mais se convivemos com elas por anos e anos, fazendo delas nossa forma de vida, não se justifica o fato de não encontrarmos nossas mesmas ideias — que já se devem ter transformado em vivência — não se justifica, repetimos, a necessidade de partilhar de outras ideias, nem que o façamos levados apenas por uma simples curiosidade. E, se alguém, por acaso pensar que há muita rigidez nesse modo de proceder, que uma vez possuindo força própria conquistada no bem realizado, não haverá razão para temermos outros ambientes ou outras ideias contrárias às nossas, será bom que analise as verdadeiras razões que o estarão induzindo a procurar outros canais de força. Tenhamos em mente que liberdade total nesse sentido só será real, deixando de se constituir em prejuízo, quando não houver mais nenhum interesse pessoal, nenhuma atração íntima a esses contatos, mas apenas uma imparcial e sincera necessidade da prática do Serviço que, de outra maneira talvez não fosse possível em tais meios.

Quando isso acontecer, estaremos amparados por nossos próprios recursos internos e, então, nada teremos a temer, nem da vida, nem das criaturas, tanto encarnadas como desencarnadas.

Portanto, se alguém chegar a sofrer alguma vez esse tipo de tentativa destrutiva por parte de um semelhante mais atrasado, não esqueça que o merecimento próprio será a sua melhor proteção, seu melhor apoio. Lembre-se que se tiver sido persistente no certo, essa proteção há de fazer-se notar de uma forma ou de outra, dependendo do seu grau de entendimento e aceitação das coisas. Melhor dizendo, sempre que estivermos no ponto de merecer auxílio das forças superiores, havemos de ter, um vislumbre que seja, ou das orações a serem feitas, ou de algum sacrifício necessário, ou de alguma atitude mental de despreocupação, ou ainda, de outro qualquer recurso positivo que deverá ser empregado no caso.

Uma coisa é bem clara: quem já penetrou um pouco mais na consciência de si mesmo, jamais pensará sequer em lançar mão, para se defender, de um recurso semelhante ao impacto negativo recebido. Seu próprio estado de merecimento não justificará tal reação, na certeza de que esse não seria o recurso acertado para libertar-se do jugo que lhe foi imposto.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de set/1973)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O amor é o único meio completo de conhecimento

O amor é o único meio completo de conhecimento

Além do elemento de dar, o caráter ativo do amor torna-se evidente no fato de implicar sempre certos elementos básicos e comuns a todas as formas de amor. São eles: o cuidado, a responsabilidade, o respeito e o conhecimento.

Que o amor implique cuidado é mais do que evidente no amor da mãe pelo filho. Nenhuma afirmativa sobre seu amor nos impressionaria como sincera, se a víssemos sem cuidado para com a criança, se fosse desleixada em alimentá-la, banhá-la ou lhe dar conforto físico; ao passo que seu amor nos impressiona, se a vemos cuidar do filho. O caso não difere mesmo quanto ao amor por animais ou flores. Se uma mulher nos diz que ama as flores e vemos que ela se esquece de regá-las, não acreditamos em seu “amor” pelas flores. Amor é preocupação ativa e positiva pela vida e crescimento daquilo que amamos. Onde falta esse zelo positivo e ativo, não há amor.

O cuidado suscita outro aspecto do amor: o da responsabilidade. Hoje em dia, muitas vezes se entende a responsabilidade como denotando “dever”, algo imposto de fora. A responsabilidade, porém, em seu verdadeiro sentido, é ato inteiramente voluntário; é a resposta que damos às necessidades, expressas ou não, de outro ser humano. Ser “responsável” significa ter de “responder”, é estar pronto para isso. Essa responsabilidade, no caso da mãe e do filho, refere-se principalmente ao cuidado das necessidades físicas. No amor entre adultos, refere-se principalmente às necessidades psíquicas da outra pessoa.

A responsabilidade poderia facilmente corromper-se em dominação e possessividade, se não houvesse um terceiro elemento do amor: o respeito. Respeito não é medo ou temor, mas denota, de acordo com a raiz da palavra (respicereolhar para), a capacidade de ver uma pessoa tal como é, de ter conhecimento da sua individualidade. Respeito significa a preocupação em relação a outra pessoa, ao seu crescimento e desenvolvimento. Assim, o respeito produz ausência de exploração. Quero que a pessoa amada cresça e se desenvolva por si mesma, por seus próprios modos e não para o fim de me servir. Se amo outra pessoa, sinto-me um com ela, ou ele, tal como é, não como eu necessito que seja para objeto de meu interesse. É claro que o respeito só é possível se eu mesmo alcancei a independência; se puder levantar-me e caminhar sem precisar de muletas, sem ter de dominar e explorar outra pessoa. O respeito só existe na base da liberdade; como diz uma velha canção francesa “L’amour est 1’enfant de la liberté”; ou seja, o amor é filho da liberdade, nunca da dominação.

Contudo, não é possível respeitar uma pessoa sem conhecê-la. O cuidado e a responsabilidade seriam cegos, se não fossem guiados pelo conhecimento. O conhecimento, por sua vez, seria vazio, se não fosse motivado pelo cuidado, pelo zelo. Há muitas camadas de conhecimento; o conhecimento que é um aspecto do amor é aquele que não fica na periferia, mas penetra até o âmago. Só é possível quando podemos transcender o cuidado por nós mesmos e ver a outra pessoa em seus próprios termos. Podemos saber, por exemplo, que uma pessoa esteja encolerizada, ainda que não o mostre abertamente; mas podemos conhecê-la mais profundamente do que isso; sabemos então que esteja ansiosa e preocupada, que se sente só, que se sente culpada. Sabemos então que sua cólera seja apenas a manifestação de algo mais profundo e a vemos como ansiosa e preocupada; isto é, como uma pessoa que sofre e não como uma que se encoleriza.

O conhecimento tem outra relação — e mais fundamental — com a problemática do amor. A necessidade básica de fusão com outra pessoa de modo a transcender a prisão da própria separação relaciona-se muito de perto com outro desejo especificamente humano: o de conhecer “o segredo do ser humano”. Se a vida, em seus aspectos meramente biológicos, é um milagre e um segredo, o ser humano, em seus aspectos humanos, é um segredo insondável para si mesmo — e para seus semelhantes. Nós nos conhecemos e, contudo, mesmo apesar de todos os esforços que possamos fazer, não nos conhecemos. Conhecemos nosso semelhante e, contudo, não o conhecemos, porque não somos uma coisa, nem o nosso semelhante é. Quanto mais penetramos nas profundezas de nosso ser, ou do ser de outrem, tanto mais nos escapa o alvo do conhecimento. Não podemos, todavia, evitar o desejo de penetrar no segredo da alma do ser humano, no mais interno núcleo do que “ele” é.

Há um meio passivo de conhecimento desesperado: o completo poder sobre outra pessoa. É como a criança que apanha alguma coisa e a quebra a fim de conhecê-la e saber como é por dentro. O outro caminho, ativo, é amar. O amor é a penetração ativa na outra pessoa; aí, nosso desejo de conhecer é destilado pela união. No ato da fusão a conhecemos, conhecemo-nos também e conhecemos a todos — o conhecimento do que é vivo, pela experiência da união — e não por qualquer conhecimento que nosso pensamento possa dar.

O amor é o único meio completo de conhecimento. No ato de amar, de dar-me, no ato de perscrutar a outra pessoa eu me encontro e descubro; descubro-nos a ambos, descubro o ser humano.

A ardente aspiração de nos conhecer e conhecer nossos semelhantes encontrou expressão na sentença délfica “Conhece-te a ti mesmo”.

Na Filosofia Rosacruz vemos que o problema de conhecer o ser humano é paralelo à questão religiosa de conhecer Deus, mas não meramente como o faz a teologia convencional do Ocidente, tecendo afirmações a respeito de Deus, presumindo que O possamos conhecer apenas pelo pensamento. Mais ainda, une-se o intelecto ao coração (“cabeça” e “coração”), o conhecimento ao misticismo, acrescentando a experiência da união com Deus, na qual não há mais lugar para dúvida nem necessidade de palavras. Todavia, a experiência de união com o ser humano, ou, religiosamente falando, com Deus, não é de modo algum irracional. Ao contrário, é a consequência do racionalismo e seu efeito mais audacioso que se realiza pelo humilde reconhecimento de que, embora não possamos “aprender” tudo, por ora, do segredo do ser humano e do universo, podemos, não obstante, conhecer o semelhante e Deus nos atos de amor.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de maio/1967)

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