Resposta: Há duas classes de pessoas no mundo, mencionadas na Lenda Maçônica como os Filhos de Seth e os Filhos de Caim, representados atualmente pela Franco-Maçonaria e o Catolicismo, a política e o sacerdócio – os que escutam a voz do intelecto e se deixam levar pela cabeça, e os que obedecem à voz do coração, seguindo suas emoções e sentimentos. Os Filhos de Seth, pessoas que trilham o caminho da devoção e seguem sua religião, não importa em que país estejam, não entram em contato com nenhuma Escola de Mistérios em toda a sua existência. Eles seguem seus mestres espirituais, dóceis como cordeiros, como a água que flui suavemente num canal artificial, e entre os seus líderes, desde o tempo de Abel, o pastor, encontramos grandes luzes como Salomão, que renasceu mais tarde como Jesus, e é atualmente o pilar espiritual invisível da Igreja, que ele finalmente guiará sob o abrigo do Reino de Cristo. Essas pessoas são os protótipos divinos, Adão e Eva, criados por Jeová, o Regente da Lua, a Rainha das águas do mundo e das emoções humanas. Nossas emoções são tão instáveis quanto a água, que é regida em seus fluxos e refluxos periódicos pela Lua.
A outra corrente da humanidade, chamada os Filhos de Caim, é a classe na qual a essência divina, o Ego, se faz sentir como um fogo ardente. O instinto criador original é agudo e perspicaz neles, pois quando a humanidade estava no berço, eles ouviram a voz dos Espíritos Lucíferos e comeram da Árvore do Conhecimento. Por essa razão tornaram-se iluminados. A Mente desenvolveu-se em detrimento do coração. De Caim, Tubal-Caim, e Matusalém descendem todos os artesãos do mundo. Foram os que construíram o Templo de Salomão sob a liderança de Hiram Abiff, o Mestre Maçom, que renasceu posteriormente como o Filho da Viúva de Naim, ressuscitado pela garra potente do Leão de Judá, e que atualmente trabalha na indústria e política sob o nome de Christian Rosenkreuz, a fim de conduzir seus companheiros ao reino de Cristo, onde as duas correntes se unirão – onde não haverá prelados nem reis, mas exclusivamente um, o Cristo justo, que exercerá o duplo cargo de Rei e Sacerdote.
Em toda grande comunidade humana, sempre há os que ficam para trás e os que vão à frente, e podemos encontrar indivíduos pertencentes a cada uma dessas duas correntes da humanidade entre os tipos inferiores, como também entre as pessoas mais civilizadas da Terra. Ao longo do caminho evolutivo há, podemos dizer, portões que levam ao caminho da Iniciação e que podem ser destravados por todo aquele que tenha a chave apropriada.
As fechaduras diferem nos diferentes pontos encontrados no caminho da evolução, tornando-se cada vez mais complexas, já que todos nós estamos aprendendo hoje, através da trilha evolutiva, lições que só eram ensinadas em eras passadas no processo de Iniciação nas Escolas de Mistérios.
A cada vida nascemos com um novo horóscopo. O nosso Ascendente e nossos Astros serão muito diferentes a cada vida, de acordo com as lições que temos de aprender e as dívidas do passado que temos de saldar.
Em uma vida podemos ter Marte como Regente, em outra podemos ser regidos por Vênus ou por qualquer um dos outros Astros. O Espírito deve aprender todas as coisas para se tornar perfeito, e deve, por conseguinte, evoluir sob a influência de todos os Astros para que todos os aspectos da sua natureza sejam igualmente equilibrados. Não obstante, a marca da nossa Estrela-Pai ou Fogo-Pai está sempre presente, e isto fez com que um espírito inerentemente marcial seja diferente de outro que venha do Raio de Júpiter, embora seus horóscopos possam ser bem semelhantes, como, por exemplo, no caso de gêmeos.
As crianças nascidas com o mesmo Tempo Médio de Greenwich em Madrid, Nova York ou Honolulu serão de tipos bem diferentes, marcadas por suas peculiaridades nacionais e raciais, mas mesmo assim seus horóscopos assemelhar-se-ão muito. Isto demonstra que não é o horóscopo em si que conta, mas a influência invisível devida à identidade do Fogo-Pai ou Estrela-Pai e, quando um homem ou uma mulher estão prontos para transpor o portão ou empreender o caminho que leva à Escola de Mistérios, ele ou ela sentirão a atração espiritual correta através da vibração da cor básica da aura. Se essa atração for respeitada, ela os levará, sem dúvida, ao lugar correto, onde não serão rejeitados.
Falando de um modo geral, pode-se dizer que todos os povos do Mundo Ocidental pertencem à Escola da Sabedoria Ocidental dos Rosacruzes, e que eles se enganam quando tentam entrar para uma escola pertencente ou que divulgue a filosofia oriental. Quando Moisés conduziu os Israelitas para fora do Egito, a terra do Touro, onde o animal era adorado quando o Sol, por Precessão, se encontrava no Signo de Touro, ele deu ao povo ao qual guiava, um novo símbolo, o do Cordeiro. Desde a época em que o Sol, por precessão, atravessou o Signo de Áries, o Cordeiro, tornou-se idolatria adorar o Bezerro de Ouro (Touro), ou, reverenciar as serpentes e os escorpiões, que eram os sacerdotes dessa dispensação (porque Escorpião é o Signo oposto a Touro). Então, veio Cristo, o Cordeiro de Deus, assim chamado para inaugurar uma nova religião; e ouvimos falar de um julgamento quando Ele voltar novamente sob o Signo de Libra, a balança, oposto a Áries, para julgar o mundo inteiro.
Mais tarde, por precessão, o Sol passou pelo Signo de Peixes, os peixes, e por dois mil anos, abstivemo-nos de comer carne em determinados dias, comendo peixe em seu lugar, enquanto adorávamos o Signo oposto Virgem, a Virgem Imaculada. Atualmente o Sol está entrando, por precessão, na órbita do Signo celestial de Aquário, o Filho do Homem e, na futura Era Aquariana, teremos um padrão totalmente diferente do que tivemos até hoje. De fato, devemos aprender a venerar o Cristo interno, e esse Cristo não é o mesmo para cada um de nós. Ele é o Salvador que nos conduzirá além da nossa atual condição.
A diferença é o raio planetário básico que está em cada um e em todos nós. Assim, há o raio horoscópico, governado pelo Astro que rege o nosso horóscopo em cada vida; há o raio individual, governado pelo sub-raio do nosso Fogo-Pai ou Estrela-Pai sob o qual nos originamos, e, finalmente, há o próprio Fogo-Pai ou Raio em si. É esse último que não é revelado senão na última Iniciação.
Nosso raio individual é-nos revelado no momento em que recebemos as instruções do discipulado, e o raio horoscópico torna-se evidente tão logo calcularmos nosso tema e soubermos interpretá-lo.
Esclarecemos esse ponto de um outro ângulo, ilustrando-o em cores. Há sete cores no espectro: vermelho, laranja, amarelo, etc., mas, dentro do vermelho também encontramos sete subrraios, vermelho-escuro, o vermelho-alaranjado, o vermelho-amarelado, etc. O mesmo sucede com o raio amarelo; nele encontramos o amarelo-vermelhado, o amarelo-escuro, etc. Da mesma forma, sob o raio de Marte, encontramos alguns que são Marte-Saturno, outros Marte-Sol, outros ainda Marte-Vênus, e assim por diante. Marte é, então, a Estrela-Pai, enquanto o nome do outro Astro designa o Raio individual. Por essa razão, encontramos nas Escolas de Mistérios espalhadas pelo mundo, pessoas nascidas com qualquer um dos doze Signos elevando-se e com qualquer um dos Astros governando. Também encontramos pessoas com raios individuais do Sol, Vênus, Marte, Mercúrio, etc., tanto nas Escolas de Mistérios Orientais como nas Ocidentais. Mas a Escola de Mistérios em si é colorida pela profunda e predominante influência planetária do Fogo-Pai, a Estrela-Pai, sob a qual se originou.
Podemos entender, baseados no fato que o Fogo-Pai só é revelado na última Iniciação, que a natureza básica de toda Escola de Mistérios não pode ser revelada abertamente ao público. Mas, devemos diferenciar entre uma Escola de Mistérios e uma associação como a Fraternidade Rosacruz e outras sociedades semelhantes, que são apenas escolas preparatórias para suas respectivas ordens ocultas. Tais escolas, como a Fraternidade Rosacruz e organizações semelhantes, seriam naturalmente dominadas pela influência astral advinda da nascente. Portanto, essa não pode ser dada.
Há muitas pessoas que pretendem saber tudo e que sorriem misteriosamente ou emitem falsas informações que não podem ser contestadas e desmentidas porque dizem respeito aos segredos da Iniciação. O autor sempre teve como princípio declarar honestamente e sem hesitação diante de qualquer pergunta que ele não podia responder: “Não sei”. Aparentar onisciência equivale a aparentar divindade. Embora o autor tenha encontrado muitos “professores”, encontrou pouquíssimos “possuidores”, e o consulente terá que esperar pela resposta a essa pergunta até que chegue o momento apropriado na Iniciação.
Mesmo no caso do raio individual, que é dado aos Discípulos no momento em que ingressam no caminho do discipulado, verificou-se que pessoas sob o Signo de Gêmeos, por exemplo, que se supunha serem regidas por Mercúrio, tinham em seu raio individual todos os outros diferentes Astros, e o mesmo acontecia com os que pertenciam aos outros Signos. O autor dedicou tempo e estudo esforçando-se por descobrir uma regra, mas isso provou ser totalmente inútil. Há apenas uma explicação fornecida pelos Irmãos Maiores, isto é, o raio individual é retido pelo Espírito ao longo de toda a série de suas vidas, e é perfeitamente independente dos raios horoscópicos que mudam de acordo com o seu nascimento, meio ambiente e as lições a serem aprendidas a cada vida.
(Perg. 156 do Livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. II – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz SP)
Pergunta: Consideram autênticas as profecias de “Mother Shipton”?
Resposta: Meio século antes que a América fosse descoberta, “Mother Shipton”, a vidente de Yorkshire, profetizou a descoberta de uma terra desconhecida na qual o ouro abundaria. Ela viu os automóveis e as ferrovias de hoje com os muitos acidentes que causariam; o telefone, o telégrafo, escafandristas, submarinos, aeronaves, e os grandes navios de ferro que substituiriam as embarcações de madeira. Ela previu as grandes convulsões políticas no mundo, principalmente na França, sua aliança com a Inglaterra e uma mescla das raças Anglo-saxônicas que poderá ainda acontecer apesar de seu conflito atual (1914-1918). Ela viu a emancipação dos judeus e sua elevação a cargos de proeminência, e uma expansão, sem precedentes, do conhecimento mesmo entre os pertencentes às mais humildes classes sociais, finalizando com a predição sobre certas elevações da superfície da Terra, por meio das quais regiões antigas submergiriam e uma nova terra surgiria. Previu o fim do mundo para 1991.
As últimas profecias farão, provavelmente, com que a maioria dentre nós sacuda a cabeça de maneira cética, mas, se analisarmos um pouco a questão, a ideia não nos parecerá tão absurda. Sabemos que já ocorreram elevações da crosta terrestre no passado, e os terremotos e erupções vulcânicas mostram-nos que as atividades subterrâneas não estão, em absoluto, extintas. O autor viu, durante muitos anos, grandes cavernas subterrâneas cheias de óleo e gás que correm numa mesma direção, desde o Maine, atravessando todo o continente americano em direção ao sudoeste abaixo da Califórnia do Sul e prolongando-se até o Oceano Pacífico ao sul.
Sua explosão provocaria uma enorme fenda na Terra. Ao mesmo tempo, viu um arquétipo em fase de construção, que mostra a forma que terá a Terra nessa região quando um cataclismo ou uma série de cataclismos tiver destruído a atual configuração desse continente e do oceano adjacente. Talvez seja arriscado determinar quando começará essa remodelação da Terra, mas o arquétipo ou matriz moldada em matéria mental e representando o pensamento criador do Grande Arquiteto e de Seus construtores está tão próximo de conclusão que, ao julgar pelo progresso realizado durante os anos em que o autor observou a sua construção, parece seguro dizer que até a metade do século atual (1950), senão antes, as elevações ter-se-ão iniciado. Não seria de todo inconcebível se houvesse em 1991 um abalo de tal magnitude que justificasse a profecia da vidente, apontando esse ano como o do fim do mundo. Não obstante, o autor pode estar precipitando-se ao julgar que esses abalos sísmicos terão início na metade do século. Pode ser que demorem a acontecer, e que isso só ocorra no fim do século. Só o tempo dirá, mas é certo que os preparativos para uma grande mudança estão sendo feitos há séculos e estão agora quase completos no mundo invisível. Consequentemente, podemos esperar que a profecia de “Mother Shipton” se realize logo, como se realizaram as outras mencionadas no início deste artigo.
Transcrevemos a profecia para que os nossos leitores possam julgar por si próprios:
Carruagens sem cavalos andarão,
E, por desastres, muita dor no mundo causarão;
“Primrose Hill ” em Londres estará,
E no seu centro, a sede de um Bispado haverá;
Os nossos pensamentos num segundo,
Num piscar de olhos irão dar a volta ao mundo;
Grande muralha a água realizará
Embora estranho, a verdade surgirá,
Nas raízes das árvores será o ouro encontrado;
O homem percorrerá colinas
Sem cavalos ou burros ao seu lado;
Sob as águas os homens vão andar a percorrer, dormir, falar,
Em branco, em preto e em verde
Serão vislumbrados no ar.
Um grande homem virá e irá embora!
O ferro flutuará na água
Tão facilmente como um barco de madeira o faz agora;
O ouro, a riqueza será encontrada
Numa terra até agora ignorada.
O fogo e a água farão maravilhas igualmente.
A Inglaterra acolherá o Judeu finalmente,
O Judeu tão menosprezado
Nascerá de um Cristão determinado.
Uma casa de vidro deverá na Inglaterra passar.
No entanto, que pena!
A guerra estará novamente em cena.
Na terra do Turco e do Pagão,
Procurando destruir-se entre si,
Estado contra Estado ferozmente lutarão.
Mas, quando pelo Norte, o Sul se dividir,
Uma águia o seu ninho na boca do Leão vai construir.
Sangue, guerras e taxas tão pesadas
Pesarão em todas as moradas.
Por três vezes a querida França
Irá voltear numa sangrenta dança,
Antes que seu povo vá se libertar.
Verá três tiranos dirigentes,
Procedendo de dinastias diferentes,
Os três sucessivamente a governar.
Então, lutas cruéis serão travadas
Inglaterra e França, unidas, bem ligadas;
A oliveira da Inglaterra em seguida,
Em casamento com a vinha da Alemanha será cingida.
Os homens sob e sobre os rios irão andar.
Todos os filhos da Inglaterra o solo vão lavrar,
Serão vistos com livros na mão, estudando,
A cultura assim circulando
E a sabedoria também nos pobres brotando.
As águas escoarão por onde os trigais crescem,
E o trigo crescerá por onde as águas descem.
Nos vales abaixo, casas vão surgir,
Mas por granizo e neve irão se cobrir.
O mundo chegará ao fim, sem engano algum,
Em mil novecentos e noventa e um.
(Perg. 155 do Livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. II – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz SP)
Pergunta: Tivemos algumas discussões nas nossas aulas a respeito da Alma. As opiniões continuam um pouco confusas. Qual a relação entre a Alma e a Mente? Estão as forças de ambas permanentemente ligadas ao Espírito? Qual o Corpo que será usado nos estágios posteriores de desenvolvimento, o Corpo Mental – evoluído a partir do veículo Mente – ou o Corpo-Alma?
Resposta: Como explicação, reportemo-nos ao Diagrama 15 do “Conceito”. Lá encontramos um gráfico mostrando todo o esquema da involução e da evolução. Não é um gráfico muito complicado, e o estudante que desejar conhecer a fundo o mistério da existência, faria bem em memorizar completamente esse diagrama.
Lendo no lado esquerdo do diagrama acima citado, aprendemos que, durante um estágio de evolução inconsciente, o Espírito desenvolveu um Corpo tríplice e cristalizou-se dentro dele.
Esse Corpo era constituído pelo Corpo Denso, o Corpo Vital e o Corpo de Desejos. No Período Terrestre, foi dado o foco da Mente, que se tornou a base sobre a qual a involução transformou-se em evolução. Em seguida, começou um estágio tríplice de evolução consciente, durante o qual o crescimento de uma Alma tríplice é realizado espiritualizando os três Corpos em Alma. Verificamos que, durante o restante do Período Terrestre, extraímos a Alma Consciente do Corpo Denso; no Período de Júpiter, a Alma Intelectual será extraída do Corpo Vital; e no Período de Vulcano, tornar-nos-emos inteligências criadoras pela amalgamação da Alma tríplice com a Mente.
Para tornar isto mais claro vejamos o Capítulo XVI do “Conceito” onde há um subtítulo sobre alquimia e o crescimento da Alma. Lemos o seguinte: “O Corpo Denso começou a desenvolver-se no Período de Saturno, passou através de Várias transformações nos Período Solar e Lunar e alcançará seu maior grau de desenvolvimento no Período Terrestre”.
“O Corpo Vital teve início na segunda revolução do Período Solar, foi reconstruído nos Períodos Lunar e Terrestre e alcançará a perfeição no Período de Júpiter, que é o seu quarto estágio, assim como o Período Terrestre é o quarto estágio para o Corpo Denso”.
“O Corpo de Desejos teve início no Período Lunar, foi reconstruído no Período Terrestre, será novamente modificado no Período de Júpiter e alcançará a perfeição no Período de Vênus”.
“Examinando-se o Diagrama 8 do Conceito, vê-se que o globo mais inferior do Período de Júpiter está situado na Região Etérica. Seria, portanto, impossível empregar o veículo físico Denso ali, porque só o Corpo Vital pode ser usado na Região Etérica. Contudo, não se deve supor que, transcorrido tanto tempo para completar e aperfeiçoar o Corpo Denso, desde o começo do Período de Saturno até o final do Período Terrestre, esse veículo seja abandonado para que o ser humano possa funcionar em veículo “mais elevado'”.
“Nada é desperdiçado na Natureza. No Período de Júpiter as forças do Corpo Denso serão aplicadas ao Corpo Vital concluído. Este veículo possuirá, então, os poderes do Corpo Denso, além das próprias faculdades, e será, portanto, um instrumento muito mais útil para a expressão do Tríplice Espírito do que se construído unicamente às suas próprias forças”.
“De modo semelhante, o Globo D do Período de Vênus está situado no Mundo do Desejo (veja o Diagrama 8), onde nem o Corpo Vital nem o Denso podem ser usados como instrumentos de consciência. Portanto, as essências dos Corpos Denso e Vital aperfeiçoadas serão incorporadas ao Corpo de Desejos concluído, o que o converterá num veículo de qualidades transcendentais, maravilhosamente adaptado e sensibilíssimo ao menor desejo do espírito interno, tão superior às nossas presentes limitações que escapa à nossa mais elevada concepção”.
“Todavia, até a eficiência desse esplêndido veículo será superada no Período de Vulcano quando sua essência, mais as dos Corpos Denso e Vital, forem adicionadas ao Corpo mental. Então, este se converterá no mais elevado dos veículos humanos, contendo em si a quintessência do melhor que em todos eles havia. Se o veículo no Período de Vênus está tão além de nossa presente compreensão, quanto mais estará o veículo posto ao serviço dos divinos seres do Período de Vulcano!”.
“Durante a Involução, as Hierarquias Criadoras ajudaram o ser humano a despertar à atividade o Tríplice Espírito, o Ego, para construir o Tríplice Corpo e adquirir o elo da Mente. Agora, contudo, no sétimo dia (usando a linguagem da Bíblia), Deus descansa. O ser humano deve elaborar sua própria salvação. O Tríplice Espírito deve completar a obra do plano iniciado pelos Deuses”.
“O Espírito Humano, despertado durante a Involução no Período Lunar, será o mais proeminente dos três aspectos do espírito na evolução do Período de Júpiter, período correspondente ao Lunar no arco ascendente da espiral. O Espírito de Vida, cuja atividade começou no Período Solar, manifestará sua atividade principal no correspondente Período de Vênus, e as influências particulares do Espírito Divino serão as mais fortes no Período de Vulcano, já que foi vivificado no correspondente Período de Saturno”.
“Todos os três aspectos do espírito estão constantemente ativos durante a evolução, mas a atividade principal de cada aspecto será desenvolvida nesses Períodos particulares, porque a obra que ali executarão há de ser trabalho especial”.
“Quando o tríplice Espírito desenvolveu o tríplice Corpo e conseguiu controlá-lo através do foco da Mente, começou também a desenvolver a tríplice Alma trabalhando de dentro. A maior ou menor Alma que o ser humano tenha, depende da quantidade de trabalho efetuado pelo espírito em seus Corpos. Isto foi explicado no capítulo que descreve as experiências ‘post-mortem'”.
“A parte do Corpo de Desejos trabalhada pelo Ego fica transmutada em Alma Emocional e, por fim, é assimilada pelo Espírito Humano, cujo veículo especial é o Corpo de Desejos”.
“A parte do Corpo Vital trabalhada pelo Espírito de Vida converte-se em Alma Intelectual que edifica o Espírito de Vida, porque este aspecto do Tríplice Espírito tem sua contraparte no Corpo Vital”.
“A parte do Corpo Denso que tenha sido trabalhada pelo Espírito Divino chama-se Alma Consciente e, por fim, submerge-se no Espírito Divino, porque o Corpo Denso é a sua emanação material”.
“A Alma Consciente cresce pela ação, pelos impactos externos e pela experiência”.
“A Alma Emocional cresce pelos sentimentos e emoções geradas pelas ações e experiências”.
“A Alma Intelectual, como um mediador entre as outras duas, cresce pelo exercício da memória. Esta liga as experiências passadas às presentes e os sentimentos por elas engendrados, criando assim a “simpatia” e a “antipatia”, que não têm existência independente da memória, porque os sentimentos que resultassem somente das experiências seriam evanescentes”.
“Durante a Involução, o Espírito progrediu através do crescimento dos Corpos, mas a Evolução depende do crescimento da Alma, isto é, da transmutação dos Corpos em Alma. A Alma é, por assim dizer, a quintessência, o poder ou força do Corpo, de modo que quando um Corpo foi completamente construído e alcançou a perfeição através dos diversos estágios e Períodos na forma já descrita, a Alma é totalmente extraída dele e absorvida por um dos três aspectos do espírito que primeiramente gerou tal Corpo. Assim:
A Alma Consciente será absorvida pelo Espírito Divino na sétima revolução do Período de Júpiter.
A Alma Intelectual será absorvida pelo Espírito de Vida na sexta revolução do Período de Vênus.
A Alma Emocional será absorvida pelo Espírito Humano na quinta revolução do Período de Vulcano”.
E isso é tudo no que concerne à evolução da Alma.
Voltemo-nos agora para a Mente e os vários estágios que a levam à perfeição.
Lemos no Capítulo XVI – subtítulo: A Palavra Criadora do “Conceito”: Atualmente, contudo, a Mente não está enfocada de maneira a dar uma imagem certa e clara daquilo que o espírito imagina. Está mesmo desfocada, o que produz quadros confusos e imprecisos. Daí a necessidade da experimentação, que demonstra as impropriedades da primeira concepção e produz novas imaginações e ideias, até que a imagem produzida pelo espírito em substância mental seja reproduzida em substância física”.
“No melhor dos casos só podemos formar imagens mentais que tenham relação com a Forma, porque a Mente humana não teve início senão no Período Terrestre, pelo que está presentemente no estado ou forma mineral”. Por isso, em nossos labores estamos limitados às formas, aos minerais. Podemos imaginar maneiras e meios de trabalhar com as formas minerais dos três reinos inferiores, mas nada, ou muito pouco, podemos fazer com os Corpos viventes. Na verdade, podemos enxertar um ramo vivente numa árvore, ou uma parte viva de um animal ou ser humano em outras partes vivas, mas isto não é trabalhar com a vida, e sim com a forma somente. Modificamos as diferentes condições, mas a vida que antes habitava a forma ainda continua a fazê-lo. Criar vida está além do poder do ser humano, até que sua Mente se torne uma coisa viva”.
“No Período de Júpiter, a Mente será até certo ponto vivificada. Então, o ser humano poderá imaginar formas que viverão e crescerão como as plantas”.
“No Período de Vênus, quando sua Mente tiver adquirido ‘Sentimento’, poderá criar coisas viventes, com a capacidade de crescer e sensibilizar-se”.
“Quando alcançar a perfeição, ao final do Período de Vulcano, será capaz de imaginar e dar existência a seres que viverão, crescerão, terão sentimento e pensarão”.
“A onda de vida que atualmente forma a humanidade começou sua evolução no Período de Saturno. Os Senhores da Mente eram, então, humanos. Trabalhavam com o ser humano, que nesse Período era mineral. Agora nada têm a ver com os reinos inferiores, pois estão relacionados somente com o nosso desenvolvimento”.
“Os animais atuais começaram sua existência mineral no Período Solar, tempo em que os Arcanjos eram humanos. Por isso, os Arcanjos são os dirigentes e guias da evolução que agora é animal, nada tendo a ver com as plantas e os minerais”.
“Os atuais vegetais começaram sua existência mineral no Período Lunar. Os Anjos eram, então, humanos, pelo que no presente estão relacionados especialmente com a vida que habita os vegetais. Guiam-na até que atinja o estado humano, mas nada têm a ver com os minerais”.
“A humanidade atual terá a seu cargo a nova onda de vida que começou sua evolução no Período Terrestre, e que agora anima os minerais. Atualmente trabalhamos com eles por meio da faculdade da imaginação, dando-lhes formas, convertendo-os em barcos, pontes, estradas de ferro, casas, etc.”.
“No Período de Júpiter guiaremos a evolução do reino vegetal, por isso, o que atualmente é mineral terá então uma existência análoga à das plantas. Deveremos trabalhá-las assim como, no presente, os Anjos trabalham o nosso reino vegetal. Nossa faculdade imaginativa estará tão desenvolvida que, por seu intermédio, teremos a habilidade não só de criar formas, mas também de insuflar-lhes Vitalidade”.
“No Período de Vênus a atual onda de vida mineral terá alcançado um outro grau. Então faremos pelos animais desse Período o que fazem atualmente os Arcanjos com os nossos animais, dando-lhes formas viventes e sensíveis”.
“Por último, no Período de Vulcano, será nosso privilégio dar-lhes uma Mente germinal, como os Senhores da Mente fizeram conosco. Os minerais de hoje serão a humanidade do Período de Vulcano, e o ser humano terá passado através de estágios análogos aos que percorrem agora os Anjos e Arcanjos. Teremos alcançado, então, um ponto na evolução um pouco superior ao dos atuais Senhores da Mente. Recorde-se que em nenhuma parte se repete uma condição exatamente igual. Devido à espiral, sempre existe aperfeiçoamento progressivo na evolução”.
“O Espírito Divino absorverá o Espírito Humano ao fim do Período de Júpiter, e o Espírito de Vida ao finalizar-se o Período de Vênus. A Mente aperfeiçoada, incorporando tudo quanto foi adquirido durante sua peregrinação através dos sete Períodos, será absorvida pelo Espírito Divino ao fim do Período de Vulcano”.
Das explicações precedentes, torna-se claro que há uma evolução distinta da Alma e outra evolução igualmente distinta da Mente. Não obstante, elas não são inteiramente independentes uma da outra, mas trabalham em perfeita união, como por exemplo, o coração e os pulmões que trabalham juntos para manter o ritmo do Corpo. Portanto, não será nem o Corpo Mental nem o Corpo-Alma que usaremos nos estágios posteriores do nosso desenvolvimento, mas um veículo composto que conterá, de maneira crescente, a essência de todos os nossos Corpos, que formarão, então, um traje composto do Espírito, tão maravilhoso e glorioso que fica além de nossa mais fantástica concepção neste presente momento.
(Perg. 160 do Livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. II – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz SP)
Pergunta: Qual a diferença entre Alma e Corpo-Alma?
Resposta: Esta é uma das perguntas mais profundas que já foi feita, e não pode ser respondida diretamente, mas unicamente por meio de uma ilustração. Da mesma forma que as crianças aprendem certas verdades intelectuais, que estão além do seu alcance, por ilustração pictórica, a humanidade nascente aprendeu profundas verdades religiosas por meio dos mitos e alegorias.
O Corpo Vital é composto de quatro Éteres. Os dois Éteres inferiores são as vias particulares de crescimento e propagação. No Corpo Vital de uma pessoa, cujo interesse principal é a vida física e que vive, por assim dizer, inteiramente voltada para o prazer sensual, estes dois Éteres predominam, enquanto numa pessoa que é indiferente ao prazer material da vida, mas que procura progredir espiritualmente, os dois Éteres superiores formam a maior parte do Corpo Vital. Eles representam o que Paulo chamou de “soma psuchicon”, ou Corpo-Alma, que permanece junto ao ser humano durante as suas experiências no Purgatório e no Primeiro Céu, onde a essência da vida vivida é extraída. Esse extrato é a Alma, cujas duas qualidades principais são a consciência e a virtude.
O sentimento da consciência é o fruto dos erros em vidas terrenas passadas, os quais, no futuro, guiarão o Espírito corretamente e ensiná-lo-ão como evitar tais erros semelhantes. A virtude é a essência de tudo o que houve de bom em vidas passadas, e atua como um incentivo que mantém o Espírito em seu esforço ardente no caminho da aspiração. No Terceiro Céu, essas duas qualidades amalgamam-se totalmente com o Espírito tornando-se parte integrante dele. Desse modo, no decorrer de suas vidas, o ser humano eleva-se e as qualidades anímicas de consciência e de virtude tornam-se mais fortemente atuantes como princípios orientadores de conduta.
Talvez consigamos ter uma ideia melhor da diferença entre a Alma e o Corpo-Alma se considerarmos a alegoria contida no antigo Templo Atlante de Mistérios, o Tabernáculo no Deserto. Esse símbolo, dado por Deus, era provido com todos os elementos de crescimento da Alma necessários ao desenvolvimento da humanidade. Entre eles havia no Tabernáculo, a Mesa dos Pães da Proposição. Sobre esta mesa havia doze pãezinhos dispostos em duas pilhas de seis pães cada uma, e sobre cada pilha havia um pequeno monte de incenso. Lembremos que o grão, dos quais se originaram esses pães, foi dado por Deus ao ser humano, mas era necessário que o ser humano o plantasse, arasse o solo, regasse e alimentasse as minúsculas plantinhas. Devia colhê-las, debulhar o grão e triturá-lo transformando-o em farinha. Em seguida, devia preparar a massa e assar o pão antes de poder trazê-lo para o templo e apresentá-lo como produto do seu trabalho, executado com o grão ofertado por Deus. Esse grão dado por Deus representa a oportunidade.
Doze tipos de oportunidades apresentam-se ao ser humano a cada ano através dos doze departamentos da vida representados pelas doze casas em seu horóscopo. Mas muitos podem descuidar dessas oportunidades, da mesma forma que os antigos israelitas lançavam seu grão a um canto, esquecendo-o. Sendo assim, o ser humano não terá pão para apresentar ao Senhor. Será comparado ao servo que pegou seu único talento e o enterrou. Por outro lado, se ele arasse o solo e alimentasse o grão da oportunidade por serviços na vinha do Senhor, teria, como resultado, um acréscimo que poderia colher e preparar para ofertá-lo no templo do Senhor no momento apropriado, demonstrando ter cultivado fielmente todas as oportunidades de serviço, fazendo o máximo de acordo com a sua capacidade.
Observamos, no entanto, que estes doze pães da Proposição não eram realmente oferecidos ao Senhor, mas que sobre cada pilha de seis havia um pequeno monte de incenso, que representava a essência do pão. Por analogia, esta é a essência do nosso serviço; compreenderemos a razão disto por meio de outra pequena ilustração encontrada nas experiências pelas quais passamos para adquirir as faculdades físicas.
Todos nos lembramos de como na época em que íamos à escola e aprendíamos a escrever, fazíamos os mais desajeitados movimentos e contorções com o braço e o corpo tentando desenhar as letras sobre o papel.
Manchávamos os nossos cadernos de textos, que ficavam com uma aparência horrível, e nossas tentativas para escrever não eram nada bonitas. Não obstante, aos poucos, fomos adquirindo a faculdade e, ao longo dos anos, esquecemos tudo que se refere à experiência dos dias iniciais, quando nos esforçávamos em cultivá-la. Aqui está o ponto: se não tivéssemos passado por essa experiência incômoda, não possuiríamos hoje a faculdade de escrever, e há outro ponto a considerar: após termos adquirido a faculdade, é desnecessário recordar os métodos enfadonhos na sua aquisição. Similarmente, a substância física grosseira, o grão do Pão da Proposição, não devia ser ofertado ao Senhor, mas apenas a essência ou aroma dela, a faculdade do serviço hábil, a benevolência cultivada por nós ao fazer o bem aos outros.
As duas pequenas pilhas de incenso eram, então, levadas ao altar do incenso, em frente ao segundo véu e aí eram acesas. Erguia-se dali uma nuvem de fumaça para o exterior ou parte leste do templo, mas apenas o aroma, puro e livre da fumaça, penetrava através do véu para dentro do santuário interno. Por analogia, podemos comparar os Pães da Proposição às experiências pelas quais passamos ao servir e auxiliar os outros; o incenso, que se encontra no topo da pilha de pães, pode ser comparado à essência da simpatia e dos préstimos que extraímos desses serviços, o crescimento da Alma neles contido. Vemo-lo ao nosso redor como uma aura dourada, a qual constitui o Corpo-Alma. Mas, embora esse veículo glorioso seja feito dos dois Éteres mais sutis, não poderia, por qualquer processo que seja, amalgamar-se com o Espírito em si, da mesma forma que o incenso não pode queimar sem desprender a fumaça e deixar um resíduo de cinzas. Por conseguinte, pela alquimia espiritual do exercício noturno da Retrospecção, ou no processo na purgação após a morte, este Corpo-Alma é queimado sem o véu (no primeiro céu), e o aroma ou a Alma penetra o véu até o mais recôndito santuário como alimento para o Espírito.
Desse modo, o Espírito leva consigo o aroma de todas as suas vidas passadas. Uma Alma mais jovem, que só teve poucas existências das quais pudesse tirar experiências e alcançar o crescimento anímico, é cruel e egoísta, pois não prestou serviço aos outros. Mas, alguém que já teve muitas vidas, que aprendeu, através da amargura e do sofrimento, a sentir e auxiliar os demais, responde instantaneamente ao grito de dor, pois nesse alguém, a Alma é a quintessência do serviço, portanto, está sempre pronto a ajudar seu semelhante a despeito do conforto e dos prazeres pessoais.
(Perg. 159 do Livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. II – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz SP)
Pergunta: Por que a aversão da humanidade em relação às serpentes? O Espírito-Grupo da serpente é inimigo do ser humano?
Resposta: Enganamo-nos ao supor que toda a humanidade tem aversão às serpentes. Muitas espécies de serpentes são totalmente inofensivas, e são animais muito úteis. Colocadas nos porões de uma casa, os conservarão perfeitamente livres de insetos e ratos. No jardim, eliminam animais nocivos tais como os ratos do campo e arganazes que causam tantos prejuízos. Por essa razão, o fazendeiro experiente olha-as com bons olhos.
Quanto à aversão, esta não se limita somente às serpentes. Milhões de pessoas ficam assustadas diante de um rato, besouros, aranha e outros animais inofensivos. Trata-se simplesmente de uma questão de temperamento, e nenhum Espírito-Grupo é inimigo da humanidade ou de qualquer outra classe animal. Tudo que parecer indicar tal coisa, é uma visão errônea de examinar o assunto.
(Perg. 158 do Livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. II – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz SP)
Resposta: Sempre que consideramos as pessoas com deficiências como formando uma classe à parte, devemos compreender que o Espírito não é deficiente .
Ele já teve várias vidas anteriormente, durante as quais semeou certas sementes e delas colheu experiências apropriadas. As experiências que não puderam ser colhidas em uma única vida foram deixadas para a vida seguinte ou para vidas posteriores, quando então foram seus frutos colhidos.
Nenhum de nós, contudo, é capaz de expressar em um único corpo todas as conquistas de nossas inúmeras vidas anteriores.
Portanto, temos anomalias aparentes, trazidas à luz através da investigação dos pesquisadores psíquicos que descobriram que pessoas ignorantes, pertencentes nesta vida à classe dos lavradores, não obstante, quando em estado hipnótico ou em transe, eram capazes de falar grego e hebraico, ou discorrer doutamente sobre assuntos os mais abstrusos. Torna-se, pois, evidente que podemos comparar o espírito a um diamante bruto que está sendo gradualmente polido pelo esmeril da experiência. Em cada vida uma nova faceta permite a entrada da luz e a adiciona à luz já obtida através das facetas esmerilhadas em muitas vidas anteriores. Por meio desse processo atingiremos, eventualmente, a luz perfeita que nos tornará divinos.
Devido à nossa percepção limitada, chamamos de maus a certos atos e de bons a outros, enquanto que de um ponto de vista mais amplo, trata-se simplesmente de uma questão de experiência. Alguns caracteres ou facetas do diamante espiritual parecem perfeitos nesta vida. Pelo menos eles não se afastam do comum o bastante para serem notados e por isso os chamamos de perfeitos.
Outros são diferentes do resto, e por esse motivo, em nossa ignorância, chamamo-los de deficientes. O mesmo acontece aos corpos.
Embora na realidade nenhum de nós possua um corpo perfeito, estabelecemos, contudo, uma média como padrão, e tudo o que não se aproximar desse padrão será por nós chamado de deficiente.
Permitimos às pessoas que mentalmente não são muito diferentes de nós continuarem a viver entre nós sem serem molestadas, mas encaramos todos os que têm mentalidade extremamente diferente, como anormais ou pelo menos, esquisitas. Não damos muita importância às deformidades comuns do corpo, mas chamamos de aleijados àqueles que são radicalmente diferentes do padrão comum. Há pessoas que julgam ter o direito de destruir tudo ou todos os que consideram ser anormais.
Na realidade o corpo normal é o resultado de um certo método de vida que era padrão em existências anteriores.
Mas aqueles de quem dizemos ter mentes ou corpos deficientes são o resultado dos esforços feitos pelo espírito para ter a liberdade de se mover ao longo de linhas de pensamento ou ação que chamaríamos de não-convencionais. Portanto o gênio e a imbecilidade sempre foram irmãos gêmeos, e todo médico que tente ceifar a vida de um ser por julgá-lo deficiente é tão responsável em privar o mundo de um grande gênio quanto de livrá-lo de uma pobre criatura que seria um fardo para si mesma e para os outros, durante sua existência miserável. Portanto, levando em conta esse fato, seria absolutamente contrário aos interesses da sociedade, permitir a quem quer que seja a decisão arbitrária a respeito da vida ou morte de uma criança. Todo médico tem o dever de fazer tudo o que seja possível para prolongar a vida do corpo a fim de que o espírito possa ganhar a experiência para a qual nasceu. Se essa vida deve ser ceifada precocemente a natureza se encarregará de fazê-lo.
A investigação do caso Bollinger mostrou-nos que aquele Ego fora uma freira em sua vida passada, e que morrera queimada no cadafalso. Como resultado disso perdeu o fruto daquela vida, e de acordo com a lei da mortalidade infantil era necessário que o novo corpo morresse logo depois do nascimento. Portanto, nenhuma operação teria salvo aquela Vida; mas isso não afasta o fato de que o médico foi negligente em seu dever ao não se esforçar por preservar a Vida. Esse Espírito já está no Primeiro Céu onde receberá a instrução moral que lhe devolverá os frutos da experiência acumulada durante a vida passada tão infeliz. Portanto, quando renascer dentro de poucos anos terá, provavelmente, um corpo perfeitamente normal.
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[1] N.T.: O bebê Bollinger, nascido de Allen e Anna Bollinger, nasceu com várias anormalidades físicas em 1915. O cirurgião Harry J. Haiselden aconselhou os pais de Bollinger a renunciar à cirurgia que poderia ter salvado a vida do bebê. Haiselden então trouxe este caso para o público através de uma conferência de imprensa e argumentou que uma “morte por misericórdia” era mais humana. Haiselden atraiu apoiantes e críticos através do seu apoio à eutanásia nos Estados Unidos. Ao contrário de Jack Kevorkian, Haiselden não ajudava pacientes que desejavam ser sacrificados. Em vez disso, Haiselden escolheu eutanizar bebês que nasceram com deformidades.
O caso Baby Bollinger trouxe Haiselden à luz pública quando ele começou a defender agressivamente a eutanásia. Haiselden escolheu defender a eutanásia sob a ideia de “assassinatos de misericórdia”. Depois do caso de Bollinger, a Haiselden começou a negar tratamento que salvasse vidas também a outros bebês e defendendo a eutanásia de indivíduos que não podem cuidar de si mesmos.
(Perg. 146 do Livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. II – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz SP)
Pergunta: Na primeira conferência enviada pelo Sr. Heindel, ele diz algo a respeito de estarmos comprometidos com o nosso destino e de sermos capazes de cancelar esse compromisso sob determinadas circunstâncias. Gostaria de saber o seguinte: Quais são essas determinadas circunstâncias? Suponho que agora eu posso construir para o futuro, e que tudo que ocorre dentro da minha própria consciência sou capaz de controlar, de acordo com a intensidade da minha vontade e com o desejo que se manifesta através dessa vontade a fim de tentar agir de forma correta. Mas, que dizer das más influências? O que acontece quando alguém leva uma vida comum e comete um erro crasso, enredando-se no caminho do mal? Não estará dando início a algo do qual lhe será impossível escapar? Ou pode ele, lutando para dominar a natureza inferior e formando um caráter melhor, evitar as consequências de suas más ações? Esta é uma questão sobre a qual tenho discutido muito com uma amiga. Ela defende a ideia de que se um acidente ou uma calamidade de qualquer espécie nos está destinado, podemos evitá-los ficando longe do local onde poderiam acontecer, mas eu não creio que assim possamos escapar ao passado. Se o pudéssemos, não construiríamos nosso caráter fugindo de todas as coisas. Este é um ponto de vista mais ou menos fatalista sobre o assunto, mas acredito que devo receber e tomar o remédio prescrito como um adulto. Embora esteja lutando na medida do possível, se tome ao mesmo tempo desgostoso por ser tão fraco.
Resposta: Há um ponto importante na questão que parece não ter sido levada em consideração na pergunta acima, embora tenha sido clara e enfaticamente explicado em nossa literatura. “Todas as Leis da Natureza, incluindo a Lei de Consequência em suas aplicações na vida humana, estão sob a administração de grandes Seres de sublime espiritualidade e superlativa sabedoria”. Essa Lei não age cegamente seguindo o princípio de olho por olho e dente por dente, mas esses grandes Seres e seus agentes, administram tudo com uma sabedoria que está além da compreensão das nossas mentes finitas. Verificou-se, no entanto, que sempre que houver um desejo, uma tendência ou possibilidade de fugir de uma colheita de sofrimento, advinda de um determinado Destino Maduro, tais planos são sempre dirigidos para uma mudança correspondente feita pelos administradores invisíveis desta Lei.
Há um caso citado no “Conceito Rosacruz do Cosmos”, sobre um conferencista que foi avisado pelo Sr. Heindel de que se saísse de casa em um determinado dia, sofreria um acidente que o atingiria fisicamente. Como ele se esqueceu, pensando que o dia 28 fosse o 29, viajou para outra cidade a fim de dar uma palestra e feriu-se, como fora predito, numa colisão de trens. Talvez, este caso possa ilustrar nossa questão. Esse homem tinha sido prevenido, acreditou no aviso e pretendia evitar o acidente, mas, sem dúvida, o sofrimento decorrente desse acidente, lhe era destinado como uma expiação de determinados erros. Por conseguinte, os agentes da Lei de Causa e Efeito fizeram-no esquecer o dia do mês.
Esse princípio opera também de outro modo. Por vezes, pensamos que não há meios de escapar às consequências do passado, mas há. Enfatizamos, repetidamente, que Deus, a Natureza, ou os agentes desta grande Lei, não pretendem “vingar-se” de nós. Estamos aqui, nesta grande escola da vida, salvaguardados por essas Leis da Natureza. Elas são feitas para nosso benefício e não para prejudicar-nos, embora, de um certo modo, elas limitem-nos exatamente como nós limitamos a liberdade dos nossos filhos para protegê-los dos perigos da imprudência. Devido às nossas ações passadas, acumulamos uma certa reserva de retribuição para nós, à qual deverá ser paga no futuro. Então, percebendo o nosso erro, viramos uma nova página e passamos a viver em harmonia com a Lei anteriormente violada e, com essa ação, passamos uma esponja em tudo que se refere aos nossos pecadilhos anteriores. Os agentes da grande Lei, vendo que paramos de agir de forma incorreta neste ponto em particular, não nos infligiriam sadicamente sofrimento. Devemos ter sempre em mente: todas as Leis da Natureza estão sob semelhante administração divina e inteligente, pois essa é a diferença entre os pontos de vista fatalista e espiritual. A mão de Deus, através de Seus agentes, está em toda a parte, desde as coisas maiores, tal como o percurso de um Planeta em sua órbita, até aos pormenores mais comuns, como a queda de um pardal. É um fato real que em Deus vivemos, nos movemos e temos o nosso ser.
Estamos sob Sua proteção amorosa em tudo, portanto, nada nos pode acontecer que não esteja em harmonia com o Seu grande plano divino. Esse plano não pode, sem dúvida, ser fatalista!
(Pergunta nº 154 do Livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. II – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)
Pergunta: Qual parte do Espírito Tríplice constitui o Eu Superior? Será o Espírito Divino? Afirma-se no “CONCEITO” que o Espírito Humano é o Ego. O Espírito de Vida não é uma parte do Ego? O Ego inteiro fica no plano físico durante a vida terrena, ou somente parte dele, conforme o ensinamento hindu?
Resposta: O Eu superior é o Espírito Tríplice: o Espírito Divino, o Espírito de Vida e o Espírito Humano, mas não se deve conceber esses três como separados um do outro. O Espírito é indivisível, como a luz branca que vem do Sol através do espaço interplanetário, mas da mesma forma que a luz pode ser refratada em três cores primárias – azul, amarelo e vermelho – ao atravessar a atmosfera mais densa da Terra, o Espírito Virginal também aparece como sendo tríplice durante a manifestação, devido a estar rodeado por envoltórios de matéria de densidade variável.
Quando envolto apenas na substância do Mundo do Espírito Divino, é o Espírito Divino; quando o Espírito Divino recebe em acréscimo um envoltório de material oriundo do Mundo do Espírito de Vida, torna-se o Espírito de Vida; e quando, finalmente, é revestido na matéria da Região do Pensamento Abstrato, torna-se o Espírito Humano – o Ego. É por isso que o Espírito Virginal, enredado nessas três camadas de matéria, está apartado de toda consciência de seu Pai Divino e, estando tão encoberto pela matéria que não consegue mais ver as coisas do ponto de vista cósmico ao atingir o exterior, ele volta sua consciência para dentro e vê-se separado e isolado de todos os outros. Por isso, ele é um Ego – um indivíduo. Nesse ponto nasce o egoísmo, e começa a busca individual.
Quando o Espírito Humano atrai ao redor de si, para uma melhor expressão, os veículos inferiores e mais concretos – a Mente, o Corpo de Desejos, o Corpo Vital submergindo neles e mesmo descendo até o Mundo Físico, ele adquire novamente a consciência das coisas externas. A partir daquele momento, tendo perdido o conhecimento do Mundo de Deus, de onde veio originalmente, ele começa a conquistar o mundo físico e a dominá-lo para atingir seus próprios fins.
Neste aspecto, ele difere radicalmente dos Espíritos dos outros três reinos – mineral, vegetal e animal. O Espírito-Grupo do reino mineral desceu apenas até a Região do Pensamento Abstrato. Por essa razão, a consciência do mineral assemelha-se ao estado mais profundo de transe. O Espírito-Grupo do reino vegetal desceu para a Região do Pensamento Concreto. Por isso, a consciência do reino vegetal assemelha-se à que possuímos no mais profundo sono sem sonhos. Os Espíritos-Grupo dos animais são encontrados no Mundo do Desejo, que está próximo ao mundo em que vivemos. Consequentemente, a consciência do animal é uma consciência interna pictórica, semelhante àquela que temos nos sonhos, sendo as imagens enviadas pelos Espíritos-Grupo aos animais para que se grave neles o que têm de fazer sob determinadas circunstâncias. Aquilo que chamamos de instinto é, portanto, a sabedoria dos Espíritos-Grupo que se imprime no animal para que este saiba agir. Somente o Espírito Humano, em todos os reinos de vida em evolução na Terra, é um Ego individualizado, e habita os veículos que estão reunidos no mundo físico durante as horas de vigília do dia. Desse modo, atingimos a consciência desperta, e assim tornamo-nos totalmente cientes e despertos para todas as coisas pertencentes ao mundo no qual, então, atuamos e onde somos capazes de usar a nossa própria razão, expressar os nossos desejos e emoções, e agir segundo as diretrizes do nosso Eu individual Superior – o Espírito Interno, o Ego.
(Perg. 153 do Livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. II – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz SP)
Pergunta: Os tipos sanguíneos têm interferência na evolução da Fraternidade Universal, haja visto que o sangue de um animal superior ao ser injetado num inferior o mata, e do inferior injetado no superior não faz isso como está no Livro O Conceito Rosacruz do Cosmos?
Resposta: Os tipos sanguíneos não têm interferência na evolução da Fraternidade Universal. O que ocorre é que, como sabemos, o sangue é o veículo do Ego. É por meio dele que cada um de nós controlamos o nosso Corpo Denso. É um dos produtos mais elevados do nosso Corpo Vital. A questão do “sangue de um animal superior ao ser injetado num inferior o mata, e do inferior injetado no superior não faz isso”, é porque o animal superior (via o seu Espírito-Grupo) já tem controle total do seu sangue (por meio do calor que o Ego impõe, adequadamente ao funcionamento do Corpo), enquanto que o animal inferior (também via, o seu Espírito-Grupo) ainda não tem. Assim, o sangue de um animal superior já está mais adequado a ser controlado pelo Ego. Quando esse sangue é injetado em um animal inferior, o Ego não sabe como trabalhar com esse sangue, além do sangue do animal superior trazer parte do seu espírito que tentará dominar o corpo do animal inferior. Se for em pouca quantidade ele consegue até expulsar esse sangue, senão ele morre, pois, o espírito, contido no sangue do animal superior, procurando se afirmar, mata a forma que o aprisiona e liberta-se. Já no animal superior, quando se injeta um sangue de um animal inferior, sabe o que deve fazer para tornar esse sangue adaptado ao seu controle e guia, pois, o espírito no sangue do animal superior é mais forte do que o espírito do menos desenvolvido.
Com relação aos tipos sanguíneos, entre os seres humanos há os doadores universais (tipo O) e há os receptores universais (tipo AB), os de tipo AB seriam mais evoluídos?
Após a primeira vinda do Cristo, quando Ele rasgou o véu do Templo, quando Ele nos deu a conhecer a Religião unificadora Cristã, quando Ele inaugurou a fase da nossa busca pela Fraternidade Universal, acabou a questão que tínhamos do relacionamento do sangue com os Espíritos de Raça – e, obviamente, com as Religiões de Raça. Pois lembremos que os Espíritos de Raça nos controlavam por meio do ar que respirávamos, e que via oxigenação do sangue nos pulmões, tinham acesso a nós. Era por isso que a endogamia era obrigatória naqueles tempos (“filhos de Deus que se casaram com as filhas dos homens”). Com a primeira vinda do Cristo foi inaugurada a “miscigenação das raças”, e hoje somos testemunhas oculares do bem que isso está trazendo para todos nós. Pela mistura de sangues obtida no matrimônio de indivíduos de diferentes tribos ou nações, os guias da humanidade ajudam-nos a desprendermo-nos, gradualmente, dos espíritos de família, de tribo ou de nação.
Logicamente há irmãos e irmãs que ainda têm lições a aprender sob o jugo das Religiões de Raças (o último resquício desses tipos de lições é o famoso “espírito de família”). No caso desses irmãos e irmãs e da necessidade dessa aprendizagem: ou nascem em locais no globo terrestre onde a influência ainda persiste, não como existia até a primeira vinda de Cristo, ou se desgastam em manter uma aura de sentimentos, emoções e desejos que lhes ajudem na aprendizagem. Seja como for, o desgaste nos seus Corpos é imenso. Como consequência, só conseguem aprender pela dor, pelo sofrimento e pela autodestruição.
Especificamente sobre as questões de “tipos sanguíneos, entre os seres humanos há os doadores universais (tipo O) e há os receptores universais (tipo AB), os de tipo AB” não tem nada a ver com ser mais ou menos evoluídos.
Tem a ver com a personalidade. Do mesmo modo com as nossas qualidades de alguns terem a facilidade de expressar melhor os conceitos da bondade, caridade, desapego, misericórdia, filantropia, disponibilidade, gratidão, do altruísmo, perdão e outros terem dificuldades (até extremas, em alguns casos). E essas características se expressam em todos os nossos Corpos, em seus órgãos, sistemas, vórtices e centros de percepção. Sem dúvida, os chamados “tipos sanguíneos” estão inseridos nesse contexto. Tenhamos cuidado: aprendemos na Filosofia Rosacruz que nada é absoluto, tudo é relativo e tem seus graus de dependências que devemos considerar com muita atenção. Por exemplo: não é porque um irmão ou irmã tem um sangue do grupo A que não podem doar sangue para irmãos e irmãs do grupo B, que aqueles são egoístas. É apenas uma dificuldade, fruto da nossa incompetência quando atraímos materiais para construir nossos Corpos na descida para essa encarnação. Com certeza aprenderemos e nas próximas encarnações teremos a chance de demonstrar a nossa aprendizagem.
Que as rosas floresçam em vossa cruz
Pergunta: Em sua opinião, é permitido o uso da “eutanásia legalizada” ou execução legal de pessoas idosas, enfermas, padecendo e que desejam a morte?
Resposta: À primeira vista e do ponto de vista de pessoas não versadas nos ensinamentos do ocultismo, tal medida pareceria ser altamente louvável. A maioria das pessoas ao ver um animal sofrendo as dores da agonia, sem esperança de recuperação, sentir-se-ia, levada pelos instintos humanos, a pôr fim ao seu sofrimento, e a perguntar: ” Por que não deveríamos fazer o mesmo em relação aos nossos companheiros homens e mulheres?
Por que deveríamos mantê-los vivos, vendo-os sofrer atrozmente durante meses ou anos a fio, quando sabemos não haver esperanças de recuperar sua saúde? Além disso, eles desejam a morte para pôr fim ao seu sofrimento”.
Do ponto de vista comum, isto até merece uma aprovação. Mas, quando passamos a ter conhecimento da Lei de Consequência, e a saber que aquilo que semeamos colheremos agora ou numa futura existência, coloca a questão sob uma luz diferente.
Não podemos escapar às nossas dívidas. O sofrimento que se abate sobre nós é necessário para ensinar-nos uma lição ou suavizar nosso caráter. O único meio de encurtar o sofrimento é, por meio de esforço, descobrir por que nos encontramos numa condição que nos traz tanta amargura. Se for um câncer do estômago, até que ponto maltratamos esse órgão? Seria por um excesso de alimentos de natureza não adequada ao nosso sistema?
É o coração? Quantas vezes perdemos a calma enfurecendo-nos como loucos e exercendo uma tremenda pressão nessa parte do corpo? Será que outros órgãos do nosso sistema estão fracos e debilitados? Podemos estar certos que, de alguma forma, seja nesta vida ou em outra anterior, abusamos do nosso corpo de modo a causar os atuais sofrimentos. Do contrário, não estaríamos sofrendo agora, e quanto mais cedo levarmos a lição a sério, começando a viver uma vida melhor e muito mais em harmonia com as leis da natureza que violamos, mais cedo o nosso padecimento cessará.
Alterar as condições está sempre ao nosso alcance, embora não possamos remediar num dia o que levou anos ou vidas para ser destruído, mas, não há outro meio pelo qual uma cura permanente seja efetuada. Mesmo que agora, pela decretação de uma lei como a que foi mencionada, o sofrimento possa ser abreviado, temos a certeza que, quando a pessoa assim libertada do seu corpo renascer, o seu novo veículo tenderá a desenvolver a mesma doença que evitou de uma forma tão imprópria.
Além do mais, como foi plenamente explicado no “Conceito Rosacruz do Cosmos”, este nosso corpo físico é formado de acordo com um molde invisível chamado arquétipo e, enquanto esse arquétipo persistir, o nosso corpo físico permanecerá vivo. Quando a morte é decorrente de causas naturais, ou mesmo nos chamados acidentes (que geralmente não são realmente acidentes, mas acontecimentos surgindo para pôr fim a uma vida conforme o plano dos Guardiães Invisíveis dos assuntos humanos), o arquétipo é destruído e o Espírito fica liberto.
Um suicídio, no entanto, é diferente. Neste caso, o arquétipo persiste após a morte durante vários anos até o momento em que ocorreria a morte de acordo com os acontecimentos naturais, portanto, sendo incapaz de afastar de si os átomos físicos, o suicida terá durante esses anos de sua existência ” post-mortem”, uma contínua sensação de dor, semelhante ao Suplício da fome, ou a uma dor de dente indefinida, mas excessivamente dolorosa.
Se o plano mencionado for aprovado como lei, e as pessoas forem autorizadas a utilizar o serviço de outros para cometer suicídio (porque essa ação significa realmente um suicídio), não há dúvida que sofrerão em sua existência “post-mortem”, da mesma maneira que o suicida que prepara o próprio veneno ou que corta a própria garganta. É um projeto muito perigoso também sob outros aspectos, e confiamos que tal prática não será sancionada por lei.
(Perg. 152 do Livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. II – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz SP)