Pergunta: Em sua opinião, é permitido o uso da “eutanásia legalizada” ou execução legal de pessoas idosas, enfermas, padecendo e que desejam a morte?
Resposta: À primeira vista e do ponto de vista de pessoas não versadas nos ensinamentos do ocultismo, tal medida pareceria ser altamente louvável. A maioria das pessoas ao ver um animal sofrendo as dores da agonia, sem esperança de recuperação, sentir-se-ia, levada pelos instintos humanos, a pôr fim ao seu sofrimento, e a perguntar: ” Por que não deveríamos fazer o mesmo em relação aos nossos companheiros homens e mulheres?
Por que deveríamos mantê-los vivos, vendo-os sofrer atrozmente durante meses ou anos a fio, quando sabemos não haver esperanças de recuperar sua saúde? Além disso, eles desejam a morte para pôr fim ao seu sofrimento”.
Do ponto de vista comum, isto até merece uma aprovação. Mas, quando passamos a ter conhecimento da Lei de Consequência, e a saber que aquilo que semeamos colheremos agora ou numa futura existência, coloca a questão sob uma luz diferente.
Não podemos escapar às nossas dívidas. O sofrimento que se abate sobre nós é necessário para ensinar-nos uma lição ou suavizar nosso caráter. O único meio de encurtar o sofrimento é, por meio de esforço, descobrir por que nos encontramos numa condição que nos traz tanta amargura. Se for um câncer do estômago, até que ponto maltratamos esse órgão? Seria por um excesso de alimentos de natureza não adequada ao nosso sistema?
É o coração? Quantas vezes perdemos a calma enfurecendo-nos como loucos e exercendo uma tremenda pressão nessa parte do corpo? Será que outros órgãos do nosso sistema estão fracos e debilitados? Podemos estar certos que, de alguma forma, seja nesta vida ou em outra anterior, abusamos do nosso corpo de modo a causar os atuais sofrimentos. Do contrário, não estaríamos sofrendo agora, e quanto mais cedo levarmos a lição a sério, começando a viver uma vida melhor e muito mais em harmonia com as leis da natureza que violamos, mais cedo o nosso padecimento cessará.
Alterar as condições está sempre ao nosso alcance, embora não possamos remediar num dia o que levou anos ou vidas para ser destruído, mas, não há outro meio pelo qual uma cura permanente seja efetuada. Mesmo que agora, pela decretação de uma lei como a que foi mencionada, o sofrimento possa ser abreviado, temos a certeza que, quando a pessoa assim libertada do seu corpo renascer, o seu novo veículo tenderá a desenvolver a mesma doença que evitou de uma forma tão imprópria.
Além do mais, como foi plenamente explicado no “Conceito Rosacruz do Cosmos”, este nosso corpo físico é formado de acordo com um molde invisível chamado arquétipo e, enquanto esse arquétipo persistir, o nosso corpo físico permanecerá vivo. Quando a morte é decorrente de causas naturais, ou mesmo nos chamados acidentes (que geralmente não são realmente acidentes, mas acontecimentos surgindo para pôr fim a uma vida conforme o plano dos Guardiães Invisíveis dos assuntos humanos), o arquétipo é destruído e o Espírito fica liberto.
Um suicídio, no entanto, é diferente. Neste caso, o arquétipo persiste após a morte durante vários anos até o momento em que ocorreria a morte de acordo com os acontecimentos naturais, portanto, sendo incapaz de afastar de si os átomos físicos, o suicida terá durante esses anos de sua existência ” post-mortem”, uma contínua sensação de dor, semelhante ao Suplício da fome, ou a uma dor de dente indefinida, mas excessivamente dolorosa.
Se o plano mencionado for aprovado como lei, e as pessoas forem autorizadas a utilizar o serviço de outros para cometer suicídio (porque essa ação significa realmente um suicídio), não há dúvida que sofrerão em sua existência “post-mortem”, da mesma maneira que o suicida que prepara o próprio veneno ou que corta a própria garganta. É um projeto muito perigoso também sob outros aspectos, e confiamos que tal prática não será sancionada por lei.
(Perg. 152 do Livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. II – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz SP)
O Sangue: você sabe qual a sua real importância?
Pergunta: Qual é o meio direto pelo qual o Ego pode agir no Corpo Físico?
Resposta: O sangue. Podemos notar que o Ego não pode atuar no Corpo Físico sem que o sangue esteja dentro de uma temperatura apropriada. Por exemplo: um calor acima do normal torna a pessoa sonolenta, tornando-a inconsciente pela expulsão do Ego, se a temperatura continuar a subir.
Pergunta: O frio intenso produzirá o mesmo efeito?
Resposta: O frio excessivo também tende a tornar o Corpo sonolento ou inconsciente. Somente quando o sangue se encontra próximo ou na temperatura normal é que o Ego poderá usá-lo como veículo de consciência.
Pergunta: Como podemos notar a atividade do Ego no sangue?
Resposta: Podemos mencionar vermelhidão produzida pela vergonha ou por outra emoção. É uma evidência da maneira pela qual o sangue é levado à cabeça, assim superaquecendo o cérebro e paralisando o pensamento.
Pergunta: Qual a reação do Ego face ao medo?
Resposta: O medo é um estado em que o Ego é levado a defender-se de algum perigo exterior. Por isso o sangue flui mais internamente. As faces empalidecem porque o sangue deixou a periferia do Corpo.
Pergunta: A qualidade do sangue afeta o trabalho do Ego?
Resposta: Em uma pessoa vigorosa, quando o sangue não atinge uma determinada temperatura, é ativa corporal e mentalmente, ao passo que a pessoa anêmica é sonolenta, o que quer dizer que num caso o Ego tem um melhor domínio e no outro menor.
Pergunta: A crença de que o Ego age no sangue é corroborado pela História?
Resposta: Os artigos Noruegueses e Escoceses admitem que Ego está no sangue, porque nenhum estrangeiro poderá tornar-se seu parente, até que tenha feito a “mistura de sangue” com eles, e dessa forma tornar-se um deles.
Pergunta: Existem outras fontes idôneas que concordam com essa crença?
Resposta: Goethe, um Iniciado, demostra essa verdade em seu Fausto, quando estava para assinar o pacto com Mefistófeles: “Por que não assinar com tinta comum? Por que usar o sangue? “O sangue é uma essência muito peculiar”, respondeu Mefistófeles. Quer dizer que aquele que tem o sangue tem o ser humano. É pelo calor do sangue que o Ego pode expressar-se.
Pergunta: Em que época o sangue atinge a temperatura apropriada?
Resposta: O calor apropriado do sangue para capacitar o Ego a expressar-se plenamente, torna-se uma realidade quando o indivíduo está para atingir os vinte e um anos de idade.
Pergunta: Há aspectos legais em relação a esse fato?
Resposta: A lei reconhece isso ao ser humano.
Pergunta: O sangue tem alguma conexão com a memória?
Resposta: A memória está intimamente conectada com o sangue, o qual é a mais alta expressão do Corpo Vital. E somente por meio dos dois Éteres superiores que o ser humano tem o senso de percepção e memória. Isso se aplica à memória Consciente, como também aos registros que designamos como memória Subconsciente, os quais se realizam por meio do Corpo Vital com o auxílio do sangue.
(Revista ‘Serviço Rosacruz’ – 04/73 – Fraternidade Rosacruz – SP)
Que nos Reserva o Futuro? Afinal você confia em quem está “no leme”?
Para milhões, hoje, o futuro apresenta-se carregado de negras cores. E há fundadas razões para isso. Pois enquanto de um lado vemos o prodigioso avanço da ciência na produção das armas de quase incrível poder destrutivo, vemos do outro a maldade humana fomentando rancores e dividindo os seres humanos de um modo e numa extensão nunca vistos na História. Como consequência disto, há hoje preocupação pela própria sobrevivência da raça, que estaria em grave perigo no caso de uma nova guerra geral.
Mas o mundo não está de todo entregue à ação do mal. Há um Deus no céu que rege o universo, e em cujas mãos está o destino do ser humano. Malgrado as aparências em contrário, a Escritura diz que “o Altíssimo tem domínio sobre o reino dos homens” (Dn 4:17). Deus tem um programa para o mundo, que tem sido e será fielmente executado.
O programa divino para o mundo foi revelado a um grande estadista do passado que desejou conhecer o futuro — Nabucodonosor, rei de Babilônia. A revelação foi feita na forma de uma estátua de homem, cuja descrição e interpretação encontra-se na profecia de Daniel, nas Escrituras Sagradas. A cabeça da estranha estátua era de ouro; o peito e os braços, de prata; o ventre e as coxas, de cobre; as pernas, de ferro; e os pés em parte de ferro e em parte de barro (Dn 2:32-33).
Interpretando o sentido dos componentes da estátua, o profeta Daniel afirmou que a cabeça de ouro simbolizava Babilônia (Dn 2:37-38), que naquele tempo era a nação líder do mundo, Babilônia foi chamada um reino áureo de uma idade áurea. Destacou-se por sua cultura, por sua vasta riqueza e notável magnificência.
Mas no plano divino, Babilônia devia passar. “E depois de ti se levantará outro reino inferior ao teu”, disse o profeta (Dn 2:39). Em 539 AC, Babilônia foi tomada pelos medo-persas. E o governo mundial passou às mãos da Medo-Pérsia, representada pela prata do peito e braços da estátua.
Prosseguindo na interpretação, o porta-voz de Deus anuncia o surgimento de um terceiro reino, que teria “domínio sobre toda a Terra” (Dn 23:9). Isso se cumpriu quando em 331 antes de Cristo, Alexandre Magno derrotou os medo-persas. O governo e liderança dos povos tocava agora ao Império greco-macedônio, simbolizado pelo cobre.
Ainda outro império mundial devia surgir na tela da História. Era Roma, representada pelo ferro das pernas da estátua. Em 168 antes de Cristo Roma esmagou a Grécia e tornou-se senhora do mundo. Quando Senhor Jesus-Cristo nasceu, José e a Virgem Maria haviam subido a Belém obedecendo a “um decreto da parte de César Augusto (imperador Romano), para que todo o mundo se alistasse” (Lc 2:21). Roma dominou desde as ilhas Britânicas até a Índia.
A mistura de ferro e barro dos pés da estátua indicava, disse o profeta, que Roma viria a ser um reino dividido (Dn 2:41). Após cinco séculos de existência unificada, Roma efetivamente dividiu-se. Na parte ocidental do Império surgiram dez reinos, que constituem alguns dos países da Europa atual.
Agora a grande profecia do sagrado Livro expôs o programa divino quanto ao que para nós ainda é o futuro. “Mas, nos dias destes reis”, declara Daniel, revelando o desfecho da História, o “Deus do Céu levantará um reino que não será jamais destruído nos dias destes reis” (Dn 2:44) – nos dias da Inglaterra, Portugal, Alemanha e Itália – Deus vai intervir nos negócios do mundo e levantar um reino diferente, um reino que não passará. Os outros reinos passaram. Eles eram obra do ser humano, eram reinos do pecado. Mas o reino aqui anunciado será obra de Deus.
Virá pela ação divina. Esse reino é o reino de Deus, o grande bem futuro que esperavam os justos de todos os tempos. Foi esse reino que Jesus pregou e mandou pregar. O “Evangelho do reino” – as boas novas da vinda do reino – deve soar em todo o mundo. Foi a vinda desse reino que Jesus mandou pedir quando nos ensinou a orar: “Venha a nós o Teu Reino” (Mt, 6:10).
Ao estabelecer Deus o Seu Reino, os reinos do pecado terão fim. Após descrever a estátua simbólica dos reinos deste mundo, diz Daniel que uma pedra foi lançada contra ela, esmiuçando-a (Dn 2:34-35). Aquela pedra representa o reino de Deus. O lançamento da pedra contra a estátua é a vinda do reino celestial, que se dará por ocasião da volta de Cristo com poder e glória. Ao ser estabelecido o Reino Celestial, cessará a presente ordem de coisas.
Cessarão as guerras; os males do presente cessarão. Inaugurar-se-á uma nova era de paz e ventura. “Mas nós”, diz ainda São Pedro, “segundo a Sua promessa, aguardamos novos céus e nova terra em que habita a justiça” (IIPe 3:13). É para este novo mundo que a justiça de Deus faz caminhar irresistivelmente a História.
Por vezes pode parecer que a vontade dos seres humanos determina o curso dos acontecimentos. Às vezes parece que estamos à mercê das forças do mal. Mas a luz do divino Livro “contemplamos ao fundo, em cima, e em toda a marcha e contramarcha dos interesses, poderio e paixões humanas, a força de um Ser todo misericordioso, a executar silenciosamente, pacientemente os conselhos da Sua própria Vontade”.
Um navio sulcava o Atlântico Norte, à noite quando se levantou forte tempestade. O navio começou a jogar violentamente. Muitos passageiros foram tomados de pânico. Houve confusão e gritos. O barulho despertou uma filhinha do capitão que, assentando-se na cama, perguntou: “Que está acontecendo?” Alguém explicou “Enfrentando uma tempestade e achamo-nos em grande perigo”. “O papai está ao leme? ” – indagou momentos depois a criança. A resposta foi “Sim”. A menina reclinou calmamente a cabeça e adormeceu de novo. O papai estava ao leme!
O mundo vive uma hora de crise. Do ponto de vista humano o futuro é deveras sombrio. Mas Deus nosso Pai Celestial, está ao leme da História. Ele orienta e controla os acontecimentos para a execução do Seu plano: dar ao ser humano um mundo ideal. Isto é o que o futuro reserva, para os que esperam em Deus. Vinte e cinco séculos de história atestam que este anúncio das Escrituras é verdadeiro.
Prezado Amigo: Confiemos em Deus e aguardemos o Seu Reino. Sim, aguardemo-lo e preparemo-nos para ele, confiando nossa vida ao Salvador Jesus-Cristo. “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unigênito, para que todo aquele que n’Ele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3:16).
(Revista ‘Serviço Rosacruz’ – 04/79 – Fraternidade Rosacruz – SP)
Por que sofremos? A dor é o estímulo para a perfeição?
“Por toda parte em que arrastei meu manto, deixei um traço fundo de agonia” – Fagundes Varela.
“Meus Deus, Senhor meu Deus, o que há no mundo que não seja sofrer? O homem cresce e vive um instante, mas sofre até morrer” – Gonçalves Dias.
Nunca o mundo padeceu tanto sofrimento como agora. Seja dor física ou moral, coração algum jamais deixou de, pelo menos uma vez, sentir sua opressão. A humanidade compõe-se de legiões de angustiados, desesperados, desiludidos.
Qual a razão de tanta desdita? O que causa a humana dor?
Consultemos o livro do Gênesis, no Antigo Testamento. Verificaremos no Capítulo 1, versículo 3, que “Viu Deus tudo quanto fizera e eis que era muito bom”.
Portanto, Deus infundiu em tudo quanto criou Sua Divina Perfeição. A palavra perfeição nesse caso pode ser substituída por harmonia. Logo, a obra da criação, regida por leis sábias, caracterizava-se, no início, pela harmonia existente entre todos seus componentes. Na quebra dessa harmonia encontramos a origem do sofrimento. Esse rompimento é uma transgressão às leis naturais. Quer se manifeste como pobreza, enfermidade ou outra infelicidade qualquer, a gênese do padecimento é sempre um desvio.
Porém, que é realmente a dor, a não ser o impacto causado pela retomada do caminho da harmonia? É um brado de alerta sobre a existência de alguma coisa errada. Se a queimadura não produzisse um incomodo físico, por exemplo, nossas mãos poderiam ser consumidas pelas chamas de um fogão. Uma cólica hepática indica, via de regra, uma alimentação inadequada.
A miséria em que vivem milhões de pessoas, denota negligência em relação as oportunidades ou, então, criminosa ganância em vidas passadas. Hoje, tudo se lhes falta como meio de aprenderem a lei do equilíbrio: não devem descurar suas necessidades materiais, porém, que o sentimento de posse não os induza a oprimir ou lesar o semelhante.
O sofrimento, dessa maneira, representa a lição a ser aprendida. Não deve ser encarado como passivo e letárgico conformismo, nem com desesperada revolta. Não interpretemos a dor como sendo uma derrota. Vislumbremo-la como a elevação a um bem que está em nós mesmos, um remédio oportuno, adequado à cura das doenças da alma.
A mensagem Rosacruz é um manancial de esperança. Através do conhecimento dos mistérios da natureza revela-nos o imenso potencial de que fomos dotados. Revelamos, também, nossa origem divina, dando-nos conta das promessas das quais somos herdeiros.
Falta-nos apenas entrar em sintonia com a grande realidade divina. Nada há de real fora dela. A ignorância dessa verdade conduz o ser humano aos tortuosos caminhos do sofrimento.
A dor é o estímulo para a perfeição. Ela faz brotar a bondade e a ventura. A bondade é uma flor que se alimenta dos resíduos deixados pela dor em nossos corações.
Pelo sofrimento podemos avaliar e compreender o padecimento alheio. É uma forma de despertamento da solidariedade no íntimo de cada um. O coração humano é como a terra árida: necessita de ser revolvido e adubado para dar bons frutos.
O espírito é essencialmente divino, mas não pode expressar essa divindade se não compreender o mundo que o cerca e os instrumentos que usa para sua manifestação. A divindade em cada ser humano revela-se na medida em que o caráter é lapidado. Somos a pedra bruta ocultando um diamante de raro brilho. Muitas vezes somente a força do esmeril pode desbastar a pedra. É quando o indivíduo sofre.
Consola-nos, porém, saber que tudo caminha para um bem final, porque “em Deus vivemos, nos movemos e temos o nosso ser”.
(Revista ‘Serviço Rosacruz’ – 05/79 – Fraternidade Rosacruz)
Faça-se a Luz
Da Universidade de Colúmbia nos Estados Unidos, foi divulgada uma notícia que poderá ter, sobre o futuro estado da humanidade, um efeito mais importante do que todas as bombas de hidrogênio.
Quando as primeiras bombas atômicas foram lançadas sobre Hiroshima e Nagasaki, o que pôs fim à segunda Guerra Mundial, todos ficaram espantados e fascinados pelo enorme poder que o ser humano conseguiu pôr sob seu controle. Desde então, os aperfeiçoamentos da bomba (bomba de hidrogênio) libertaram forças que, em comparação fizeram a bomba atômica parecer brinquedo de crianças. Grandes ilhas foram volatilizadas com os átomos de hidrogênio. Quando sua força inerente foi libertada, tais ilhas desapareceram sendo a explosão acompanhada de vastíssima luz. Estando a atenção do ser humano sempre voltada para cada engenho de guerra de maior poder não percebeu a descoberta básica que lhe proporcionaria a utilização dessa força e que lhe mostraria como sair do seu atual dilema.
Como resultado do desenvolvimento da força atômica com a sua recente aplicação, e a consequente corrida pela supremacia, por terra, no mar, no ar e no espaço, por nações de ideologias contrárias, a humanidade está se consumindo de medo, de dúvida e de incerteza quanto ao futuro. O ser humano parece ter perdido sua esperança e perspectivas e ter colocado sua fé nas ações humanas. Por toda a parte há uma necessidade irresistível de re-estimar nosso senso de valores, baseados no novo conceito de matéria, pois a ciência tornou-se mística; na realidade confirmou a religião, e assim, também a religião tem se tornado científica.
Já se sabe que a matéria consiste de átomos, sendo cada um uma exata réplica do sistema solar, com um sol central (próton ou eletricidade positiva) em torno do qual giram os elétrons (eletricidade negativa). Sabe-se que o próton tem temperatura semelhante à da superfície do Sol, 10.000 graus centígrados, estando esta temperatura contida no interior do próprio átomo.
Sabe-se também que os elétrons giram em torno do próton com velocidade superior a 9.977,66 quilômetros por segundo, e que o número de elétrons varia de acordo com o elemento atômico, tendo o átomo de hidrogênio – o mais baixo da escala – dois elétrons.
Os cientistas da Universidade de Colúmbia mediram agora este próton ou núcleo do átomo e verificou-se que tem 500 bilionésimos de uma polegada de espessura (2,54 centímetros divididos por 500.000.000.000 metros, divididos por 500.000.000 centímetros, ou seja, aproximadamente 0,000000000005 centímetros ou seja ainda 0,00005 mícron de espessura). Permanece em pé, girando como um pião a velocidade de milhões de rotações por segundo, e o que é de significância transcendental, é um foco de luz branca! Qualquer átomo de matéria possui este mesmo fogo, branco giratório no seu núcleo. Esses centros atômicos de prótons constituem os 99% de toda à matéria do Universo. Não está sendo provado em cada nova descoberta da ciência que toda criação é nosso próximo, e nosso irmão? Por esta revelação não se tornou espiritualizada a matéria, ou não podemos ver que o bem de um é o bem de todos e que o sofrimento de um é sofrimento de todos. É por isso que é tão importante este novo conceito de matéria. Porque agora, nossa Bíblia pode tornar-se uma realidade viva para todos nós, como o foram as bolas de fogo giratório para Ezequiel e a sarça ardente para Moisés, porque eles penetraram no mistério da matéria e nela viram Deus manifestado, a Substância Única, o fogo giratório branco, a luz sem-calor.
Nós, em nossa cegueira, não vemos que o mundo é um fogo. Que o fogo está na água; que ele queima continuamente nas rochas, nas plantas, no animal e no ser humano. Sim; nada existe no mundo que não seja animado pelo fogo. E a ciência agora confirma esse fato.
A razão pela qual não percebemos essa grande verdade é porque não aprendemos a diferenciar o fogo da chama;-o fogo está para a chama na mesma relação que o espírito para a matéria. O fogo é a força invisível para a visão física.
O fogo “veste-se” da chama somente quando consome matéria física. O fogo surgirá da pedra quando esta for atritada. Um fio conduzindo eletricidade permanecerá frio, mas emitirá chama se forem violadas algumas de suas leis. Assim, para qualquer lado que nos voltemos, encontramos a confirmação das sublimes palavras do Evangelho segundo São João de que “DEUS É LUZ”. Até os mais possantes telescópios modernos fracassaram quando procuraram encontrar os limites da luz, mesmo penetrando no espaço em milhões de anos-luz. A ciência nos diz que temos a manifestação da forma somente porque uma espécie de fogo, uma energia elétrica, mantém os átomos em seus lugares uns em relação com as outros. Sabe-se que luz e vida são termos sinônimos porque, por toda parte encontramos a vida e onde há vida, aí existe luz. Isso é inacreditável para a nossa consciência densa, material, humana, embora tenha sido provado agora ser verdade. Para quem tem olhos de ver, cada manifestação de vida é como facho de esplendor, imortal. Luzes com mil cores de arco-íris, luzes, mil vezes mais variadas do que o nosso espectro solar, com cores não imaginárias. E o próprio ser humano fez música; o nosso espectro solar, sua vibração, produzindo luz e cores de beleza indescritível.
Tudo, em toda parte, está no fogo com Deus. Do Centro do ser humano, do centro da terra, de toda manifestação irradia luz; mesmo o vácuo está cheio de luz, este esplendor vivo, universal, o símbolo vivo de Deus. Não fomos ensinados que “Deus disse; Faça-se a Luz e a Luz foi feita”, a primeira manifestação do Absoluto do Ser Imanifestado? A Terra, literalmente, está cheia de céu. Como disse Pitágoras, “O Corpo de Deus é composto da Substância da Luz”.
Nenhum símbolo se concebeu mais conveniente para o Pai Universal do que essa glória radiante, viva, vibrante, que chamamos fogo. Pouco nos surpreende que os antigos admitissem o fogo ou luz como o mais sagrado dos elementos. Como símbolo supremo da força universal onipotente. O sangue era considerado pelos antigos alquimistas como luz cristalizada, e os magos da Idade Média tinham de controlar qualquer pessoa se possuíssem pequena quantidade do seu sangue.
Se um copo com água for deixado durante a noite num quarto onde durma alguém, pela manhã a água estará impregnada das radiações psíquicas desta pessoa em tal grau que qualquer um que seja apto poderá nela encontrar uma gravação da vida e do caráter da pessoa que ocupou o quarto devido à luz ou fogo onipotente por meio do qual essas gravações são transmitidas e preservadas.
É sabido que os padres nos templos antigos faziam lâmpadas que podiam queimar durante séculos sem precisar ser reabastecidas. Hargrave Jenning escreveu acerca dessas lâmpadas: “Diz-se que os antigos romanos preservavam as luzes nos seus sepulcros muito tempo pelo nível de álcool do ouro (um dos segredos da arte dos Rosacruzes) transformada por métodos herméticos em uma substância líquida; e está escrito: que, por ocasião da dissolução dos mosteiros, no tempo de Henrique VIII, foi encontrada uma lâmpada que vinha queimando num túmulo desde 300 anos antes.”
De acordo com os mistérios, tempo virá, no desenvolvimento espiritual do ser humano, em que o óleo misterioso que sobe lentamente pela espinha vertebral entrará afinal no terceiro ventrículo do cérebro onde se tornará em bela cor dourada e irradiará em todas as direções. Cristo Jesus conhecia este destino final do ser humano, pois dele são estas palavras: “agora não me podeis seguir, mas seguir-me-eis mais tarde”.
E já foi demostrado pelos nossos seres humanos de ciência que força maravilhosa permanece oculta no calor branco deste diminuto átomo de matéria física que nunca um olho humano viu: e o átomo físico possui a menor vibração de tudo que o espírito humano percebe no seu regresso à sua origem.
Não resta dúvida que existem vários graus na nossa manifestação. A substância de cada plano, acima do físico, torna-se muito mais sutil com o consequente aumento de poder. Assim, se a força no interior de um átomo de matéria física está além da compreensão da maioria dos seres humanos, que dizer da força inerente à substância do Mundo do Pensamento, que é o mais elevado dos quatro planos nos quais se processa a nossa evolução? Não nos faz isto hesitar, quando consideremos a absoluta falta de direção na maioria dos nossos pensamentos?
Podemos ver facilmente como a inabilidade de controlar os processos de pensamento resulta em geral atrair para as nossas vidas e nosso ambiente aquelas experiências que em oração pedimos para que não nos atinjam: má saúde, falta de sucesso, amigos desleais, desarmonias.
Não precisamos blasfemar contra um destino cruel; precisamos somente dirigir esta força por canais construtivos para mudarmos nosso destino.
Por analogia, torna-se cada vez mais aparente que o mundo da ciência, nas suas últimas pesquisas sobre a estrutura do átomo, confirma os milagres da Bíblia. Desses mesmos seres humanos de ciência aprendemos não somente que esta partícula infinitesimal de matéria, esta abrasadora de luz e calor, tendo elétrons girando em torno de seu centro com velocidade fantástica, como que as distâncias, neste minúsculo universo, são proporcionais às que se encontram na abóboda estrelada dos céus.
Lembram-se da história bíblica de como foram alimentadas as 5000 pessoas? Não se torna simples e compreensível agora, à luz da nova revelação da natureza de todas as coisas? Cristo Jesus, que sabia que todas as formas procediam da substância Única, que são, portanto, espírito cristalizado dominava todas as coisas de acordo com o santo propósito de Deus.
Agora poderemos compreender melhor porque o rosto de Moisés brilhava quando ele desceu da montanha, de modo que o povo baixava a cabeça de terror diante dele; e também como a face de Jesus tornou-se brilhante; como Elias foi arrebatado em um carro de fogo e trasladado do visível ao invisível por meio deste turbilhão de fogo que nunca destrói e que protegeu os três hebreus na fornalha ardente. Esta é a herança de todos os filhos de Deus que chegam à realização da sua Divindade.
Nossa compreensão da mensagem gloriosa e vital da Santa páscoa aumenta infinitamente quando contemplamos o significado oculto da ressurreição e da ascenção em termos desta energia incrível, inexaurível, incessante, que nós chamamos Luz.
Como é fácil, para um ser da estatura espiritual de Cristo, passar de um corpo de luz para outro na fase seguinte de existência, isto é a ressurreição e, quando as vibrações se tornam mais elevadas, ascende, sobe, desaparece da vista dos seres humanos mortais.
Não é, pois, o Cristo quem mostra o caminho para toda humanidade e não foi dito d’Ele: “Nele estava a Vida e a Vida era a Luz dos homens”?
(Revista ‘Serviço Rosacruz’ – 06/73 – Fraternidade Rosacruz – SP)
O Ser Humano é um Portador de Luz Divina
O Oficio Devocional da Fraternidade Rosacruz ressalta em um de seus mais belos parágrafos que “DEUS É LUZ”.
Na impossibilidade de definir o indefinível, João Evangelista procurou dar uma ideia, a mais aproximada possível da natureza da Divindade. O termo “LUZ”, em sua acepção mais elevada, foi usado pelo “Discípulo amado” para corporificar uma imagem de algo transcendente.
Lemos no Antigo Testamento que fomos “criados a imagem e semelhança de Deus”. Isto deixa transparecer, em termos esotéricos, nossa identidade com o Pai Celestial, do qual herdamos um manancial infinito de potencialidades. Por enquanto, são apenas poderes latentes, aguardando as várias etapas da evolução para manifestarem-se em todo seu esplendor.
Para o ser humano comum, tudo isso não passa de fantasia, se loucos devaneios. Ledo engano. A humanidade, em sua maioria, ainda se encontra muito impermeável aos raios da verdade.
Cristo, Espírito incomensuravelmente mais avançado que qualquer ser humano, expressou essa grande possibilidade nestas palavras: “Vós fareis o que eu faço e coisas maiores ainda”.
Em termos potenciais, nossa relação com Deus pode ser entendida mediante a comparação da árvore com a semente. Esta contém todas as possibilidades de desenvolvimento da árvore. Contém, germinalmente, a árvore em si mesma. Porém, ainda não é uma árvore. Para chegar a esse ponto requer certos cuidados e um trabalho especial.
Com o ser humano ocorre algo análogo. Ele é possuidor de todas as faculdades de seu Divino Pai, mas em estado latente. Para chegar à estatura divina, só mediante os cuidados e o trabalho especial promovido pelas Grandes Hierarquias. Um sábio esquema evolutivo fornece todos os meios para que o ser humano desenvolva, com segurança, todos os seus poderes. Pelo menos no que diz respeito ao ser humano, “Involução, Evolução e Epigênese”, constituem a tríade responsável pelo seu progresso.
Vemos, portanto, que se “Deus é Luz”, essa luz brilha também dentro de nós. E se projeta para fora à medida que estamos conscientes de sua presença, agindo e vivendo como seres autenticamente divinos. A paz e pureza irradiadas por um ser humano, seu amor a verdade, seus atos de bondade e compaixão, seus sentimentos de ternura, tudo é manifestação dessa luz divina.
Alguém nos comparou a diamantes brutos, carentes de lapidação para poder brilhar. Quando a crosta opõe resistência a ação de Deus — o Grande Lapidador — necessário se torna o emprego do esmeril. É quando a pedra geme, fazendo desprender a matéria grosseira que a envolvia em trevas. Observamos aí uma alegoria ao sofrimento. O ser humano não deve resistir a luz divina, ansiosa por perpassá-lo, sob pena de transgredir uma lei natural e colher o resultado em forma de dissabores.
Devemos ser como um transparente cristal permitindo à divina luz irradiar seu fulgurante brilho. Para lograrmos ser esse foco luminoso, é indispensável alimentarmos somente pensamentos e sentimentos positivos, traduzindo-os em atos realmente edificantes.
“Pelos seus frutos os conhecereis”. A vida de uma pessoa é o indicador da medida em que a luz divina dela é irradiada. A consciência de nossa identidade com Deus, faz crescer nossa responsabilidade em face aos problemas dos nossos semelhantes e do mundo em que vivemos. Não há como fugir dessa realidade.
Temos uma missão a cumprir, missão essa consubstanciada naquelas expressivas palavras de Cristo: “Vós sois o sal da terra e a luz do mundo”.
Irradiemos, portanto, essa luz superior.
(Revista ‘Serviço Rosacruz’ – 07/79 – Fraternidade Rosacruz – SP)
Os mais Profundos Objetivos do Movimento Rosacruz
O que é a Filosofia Rosacruz? Essa é uma das perguntas que mais frequentemente se faz aos alunos desta alta Ciência. Aquele que estudou por longos anos a dita Filosofia, tendo, por conseguinte, absorvido muitos conhecimentos responderá da seguinte forma: Os Ensinamentos dos Rosacruzes são uma síntese de Religião, Ciência e Filosofia, estreitamente ligados entre si desde tempos imemoriais, até o presente.
Esses estudos são indicados para aqueles que pensam por si mesmos, e que, verdadeiramente, desejam conhecer mais de perto as Artes Ocultas. Os Irmãos Rosacruzes Conservam em Seu poder os conhecimentos secretos dessas Artes, que vêm de um passado remotíssimo. E esses mesmos conhecimentos, ainda hoje, nos são oferecidos, da mesma forma como o foram há 3.000 anos nas Escolas de Mistérios. Às Religiões do Oriente e seus mistérios, pertenceram os mais proeminentes pensadores, entre 200 A.C. até 100 D.C., e seus pensamentos encontram-se expostos nos ensinamentos secretos, na longa história da Igreja Gnóstica e do pensamento filosófico do Neoplatonismo.
Pelos trabalhos do judeu Philo de Alexandria, percebemos a influência da Gnose entre os judeus. Isso foi mais ou menos na época em que os gregos e os romanos perderam a influência sobre os seus partidários.
As escolas dos mistérios orientais, com poucas exceções, ensinaram a vida, a morte e a ressurreição de seus deuses nos mistérios.
Estes encontravam-se sempre ligados mui intimamente aos seres humanos em particular, mesmo não representando o indivíduo, nessa época, valor algum ao império romano.
Por meio de Jesus Cristo desenvolvia-se no seio do cristianismo o verdadeiro sentido do parentesco entre Deus e os seres humanos. Todo o ensinamento básico cristão encontra-se na seguinte sentença evangélica:
“ASSIM DEUS AMOU O MUNDO
DE TAL MANEIRA, QUE DEU A
TODOS O SEU FILHO UNIGÊNITO, PARA QUE TODO AQUELE
QUE NELE CRÊ, NÃO PEREÇA,
MAS TENHA A VIDA ETERNA”.
Acreditava-se que, por meio dessa frase, os Mistérios tivessem sido aniquilados. Isto, porém, não se deu. Apenas desapareceram das organizações externas, para continuarem secretamente na própria Igreja, em organizações secretas. Os ensinamentos secretos continuam a existir ainda. Conforme podemos verificar pelo exposto no “CONCEITO ROSACRUZ DO COSMOS” e outras obras congêneres.
A seguir, tentaremos trazer à luz alguns conhecimentos dos rosacruzes, e também a maneira como devemos nos conduzir a seu respeito.
A característica principal e o “bom” básico do profundo pensamento filosófico Rosacruz é o seguinte: O EGO VIVE REGIDO POR LEIS CÓSMICAS. OBEDIÊNCIA, POIS, A ESTAS LEIS DEVE CONSTITUIR NOSSA SEGUNDA NATUREZA.
Se percebermos a importância disso, o mais depressa possível faremos dessa diretriz uma constante em nossas vidas. Procuraremos viver em perfeito acordo com as leis da natureza. Pedra alguma deve ficar no caminho; obstáculo algum pode existir, que nos possa obstar o passo no caminho que leva ao Adeptado. Devemos submeter-nos, pacientemente às provas, e recebê-las como uma lição útil nesta presente encarnação.
Como já dissemos, o Rosacrucianismo reúne em si, a Religião, a Filosofia e a Ciência; por isso mesmo, os seus alunos não encontram divergência alguma entre a Religião e a Ciência. Como, porém, nos preparamos para a Magia Branca, devemos nos acautelar quanto aos perigos que se nos apresentam no hipnotismo, na mediunidade, no espiritismo e outros tantos ramos negativos mágicos, pois, esses, facilmente atraem a atenção do discípulo incauto. O verdadeiro discípulo acautela-se contra a emissão de pensamentos odiosos, pois sabe que o prejuízo será dele mesmo.
Ao invés de fomentar pensamentos de ódio, emitirá pensamentos e sentimentos de amizade e amor.
Entre os Rosacruzes não se cogita em fazer do estudo um fim em si mesmo.
O importante é viver a Vida e seguir o caminho. Deve-se sentir um constante apelo pelos Mistérios, a Joia da Sabedoria, assim como se almeja obter uma condecoração excepcional; o desejo mais íntimo do candidato deve ser: aquisição e desenvolvimento do poder espiritual a fim de poder se unir a Deus, com a consciência de seu Ego.
A filosofia dos Rosacruzes não é uma parte do Ocultismo. Ela é Ocultismo em si mesmo, a Ciência Espiritual.
Todas as fases e formas do Ocultismo acham-se na Fraternidade Rosacruz.
Esta Irmandade custodia os mais altos ensinamentos das Escolas de Mistérios. Dá conhecimentos sobre os mundos internos, ensinamentos esotéricos sobre os Períodos da Terra, interpretação bíblica e informações sobre o Cristo e Sua Missão. Mostra-nos a futura evolução e a possibilidade de obter-se conhecimentos de primeira mão sobre a vida espiritual. Mostra-nos diretrizes para seguirmos o caminho da união com Deus.
Quanto mais os ensinamentos fizerem parte de nosso EU, mais fácil será atingirmos essa união, e isto porque somos, como Microcosmos, o reflexo do Macrocosmos, reflexo esse do o GRANDE SER HUMANO CÓSMICO. Pelo Zodíaco é-nos mostrado o GRANDE SER HUMANO CÓSMICO na Terra, como representantes Seus, à Sua Imagem. Afinal, o que significam as palavras Macrocosmos e Microcosmos? Facilmente conheceremos o seu significado se derivarmos a compreensão da mesma de sua linguagem original. Uma provém da palavra Macros, que quer dizer grande, e outra de Micros, que significa pequeno (ambas do grego), que ligadas à palavra Cosmos (mundo) formam as palavras Macrocosmos e Microcosmos. Percebe-se nessas palavras bem como no axioma hermético “como é acima, assim também embaixo”, o seu significado.
Por meio dos estudos Rosacrucianos, o candidato edifica as forças de apoio de seu desenvolvimento espiritual no plano invisível. Entretanto, muitos não atingem resultados palpáveis, devido a não terem ainda aprendido a se infundir na Divindade (interna). Seus Corpos, que não se ajustam como condutores, parecem em si algo de deficiente para este fim. Isso provém do fato do Ego que mora em seu Corpo Denso ainda não impor a este veículo a devida disciplina. E não se acha disposto ainda à autodisciplina, todo aquele que não consegue viver sem alimentação carnívora, álcool, fumo, e não se submete, voluntariamente, todas as noites, a um exame de consciência (retrospecção) antes de dormir. Pelas retrospecções diárias aprendemos a prestar atenção às obras do Ego durante o dia. Estas regras tão simples foram dadas aos seres humanos, e muito especialmente aos estudantes do Espiritualismo, para que obtenham os meios necessários para o domínio de si mesmos, isso pressupõe, naturalmente, uma coordenação harmoniosa entre os signos zodiacais de Leão, Touro, Aquário e Escorpião. O aluno deve exercitar a força do Leão, a paciência do Touro, a verdadeira masculinidade do Aquário, e possibilitar-se a voar como uma Águia (Escorpião), desejoso de aproximar-se de Deus, de quem veio, e para Quem deve finalmente retornar ao findarem-se as Noites e Dias de Manifestação.
O candidato chegando a aprender a abandonar o seu Corpo Físico, pode atuar como um Auxiliar Invisível. Aí, porém, apresenta-se um perigo, contra o qual deve se proteger. Chegamos a percebê-lo quando se desenvolvem nossas faculdades espirituais. O perigo é o seguinte: NÃO MAIS SE IMPORTAR COM AS RESPONSABILIADADES CONFERIDAS PELA VIDA. Portanto mesmo que tenhamos aprendido, por força de nossos conhecimentos, a dominar a quarta-dimensão, pondo-nos fora do Mundo Físico, devemos acautelar-nos em não abandonar as nossas responsabilidades no plano material.
A certeza que se tem da reunião da Alma com o seu Criador nunca chegou a perder-se de vez, mesmo com o avanço do materialismo que veio colocar os problemas da Alma em segundo plano. Esses ensinamentos sempre foram transmitidos aos preparados, desde tempos pré-históricos. Às pessoas inclinadas ao medo, como dissemos no início, esses ensinamentos ficarão sempre ocultos, pois, tais indivíduos buscam o caminho da graça às custas do sofrimento de outrem.
Tendo a intenção de se preparar para o Adeptado, o candidato deve, logo de início, saber que não poderá chegar a tal qualificação mediante a Yoga ou exercícios de respiração.
Esses são reservados, para os nossos irmãos mais jovens do Oriente, nós seguimos o caminho do Ocidente, enquanto encaminhamos as forças sexuais não utilizadas, para cima.
O discípulo tendo, em vidas passadas, sentido atração pelos Mistérios, terá maiores facilidades para trilhar o caminho. O Místico usa a sua força sexual positiva no coração, e a negativa na cabeça. Por meio da fé e da intuição prepara-se para o segundo passo, que o transforma em um Ocultista ou um verdadeiro cientista espiritual.
No caso do ocultista o caso se dá ao contrário do Místico: as forças sexuais não utilizadas serão positivamente aplicadas na cabeça, enquanto que o seu polo negativo é aplicado no coração. O Ocultista especializa-se em conhecimentos científicos, e não na fé.
Mas, entre o coração (sentimento) e a cabeça (intelecto) deve existir equilíbrio. Esse ideal é representado pelos ensinamentos rosacruzes.
O leigo poderá perguntar: “onde estão estes Místicos, Ocultistas, Adeptos, dos quais tanto se fala?”.
A resposta é simples. Quando alcançamos o conhecimento superior como no caso de um Adepto, é natural que façamos todo o nosso serviço em silêncio. O Adepto retira-se o máximo possível da atividade exterior, trabalha isoladamente e, se vive em uma comunidade, vive como qualquer outro. Relaciona-se com a Ordem Rosacruz, atendendo às três regras que são, a primeira – “FIDELIDADE AOS ENSINAMENTOS DOS IRMÃOS MAIORES E SEUS REPRESENTANTES PELO QUE; SEM FIDELIDADE NÃO SE EVOLUI”.
A segunda regra pode ser enunciada como HUMILDADE”, e a terceira como “SERVIÇO”.
Esses fiéis e humildes servidores serão os guias e mestres de amanhã.
Para ser-se fiel, deve-se conhecer as regras da Ordem, e aprendendo-as, ter disposição para segui-las e dar tanto quanto possível de sua fortuna espiritual como material. Ser aluno somente com a intenção de tirar o máximo proveito apenas para si é o caminho errado. O maior privilégio do aluno no mundo, é pertencer ou ser um componente da Ordem, fazer-se valer do serviço, dar de sua fortuna tanto quanto possível, ou conforme o permitam as circunstâncias. A lógica de tudo isso se nos apresenta da seguinte forma: aquilo que muito nos custou em pensamentos e trabalho tem um grande valor. Se, porém, algo nos é dado com a maior das facilidades, não tendo sido necessário pagar um alto preço, acabamos não levando tal coisa em muita consideração.
De forma tríplice podemos demonstrar a nossa fidelidade, a saber:
Primeiro, pelo ensinamento que recebemos;
Segundo, auxiliando com toda força e meios possíveis a outrem;
Terceiro, dar o que de mais valioso possuímos – a NÓS MESMOS. Curar com nossos serviços abnegados a humanidade enferma até onde nos seja possível, e ao mesmo tempo, não descuidarmos de nossos familiares.
O objetivo mais elevado do aluno é este: viajar para países estrangeiros, receber o salário de um Mestre, habituar-se a ajudar aos outros.
Os alunos do Rosacrucianismo conhecem perfeitamente o significado de “Viajar para países estrangeiro”, isto é abandonar o seu Corpo, conscientemente, revestido apenas de seu Corpo etérico e dos veículos superiores, e viajar nos mundos invisíveis que se encontram à sua volta e interpenetram a Terra.
O Corpo etérico com o qual o candidato realiza a “viagem” também é conhecido como: “CORPO-ALMA”.
É de certa obrigação ajudar a seus irmãos tanto quanto possível, como as viúvas e órfãos, como a qualquer outro que necessite e requeira sua possível ajuda.
O serviço Rosacruz pode apresentar-se em nosso íntimo como uma dor, como um sentir-se só, abandonado, se dilatamos cada vez mais a nossa consciência superior sentir-nos-emos mais próximos de Deus, a nossa fonte.
Sentimo-nos em união com todos os seres humanos, com suas dores, preocupações e suas desilusões. Nosso Mestre Jesus Cristo sentiu todo esse drama quando chorou sobre Jerusalém. A profundidade de Sua dor, a sua profundidade, não é possível imaginar. Poucos indivíduos hão que possam sentir como Ele; do mesmo modo, poucos são os que podem sentir com o mesmo grau de intensidade o que sente um verdadeiro aluno Rosacruz. Na luta ele não esmorece; para tanto, basta apenas que o aluno jamais abdique de sua convicção, de seus projetos em auxiliar a outrem, e que nada o detenha em seu caminho filantrópico, pois, os egoístas desejam a sua queda.
Acontece, às vezes, de o aluno tornar-se insatisfeito, sentir-se como se fosse um fracassado. Os demais criticam o seu serviço, tentam contra ele em tudo quanto for possível, invejam-no por seus conhecimentos, os conhecimentos psíquicos que tanto temem. É tentado a jogar fora todo o seu trabalho e voltar novamente à vida comum, porém, isso acontece apenas por um pouco de tempo. E nessa ocasião, vêm-lhe à memória as palavras do Mestre, “Sede perfeitos, assim como o Pai que está nos Céus é perfeito”.
Em tudo isso existe algo curioso. Tendo alguém principiado a caminhar pelas veredas da Vida espiritual, tendo começado os estudos ocultos da Natureza, e procurando sua união com Deus, pode-se dizer que uma volta daqui não mais existe, é impossível.
Finalmente, o que ativa, impulsiona o ser humano para os estudos Rosacrucianos? Neste artigo, infelizmente, não nos é possível ir mais longe. Sabemos, entretanto, que não há felicidade, nem alegria, nem prosperidade, se, uma vez tomado este caminho, alguém tente abandoná-lo. Se desejais, amigo, sentir em vós mesmo a beleza, a alegria e a santidade, se estais desejosos da condução dos IRMÃOS MAIORES, caminha nesta estrada. Achareis, também, a sabedoria e entendimento, em união com as maravilhas dos tempos passados. Estes ajudar-vos-ão a sentir uma como união com os heróis da espiritualidade, que vos garantem, desde tempos remotos, o poder da verdade e da liberdade. Ali, encontrareis a Gnose verdadeira, os segredos de Isis e Osíris, de Hermes Trismegisto e do Mestre Jesus Cristo. Por meio de vossos estudos aprendereis, neste caminho, porque se vive neste mundo, e também o verdadeiro significado dos ensinamentos dados por Christian Rosenkreuz e sua Mensagem.
Quereis, caro irmão, também como nós, encontrar o caminho para que “AS ROSAS FLORESÇAM NA VOSSA CRUZ”? .
(de Francisco Phellip Preuss (F.P. Preuss) – publicado na Revista ‘Serviço Rosacruz’ – 06/73 – Fraternidade Rosacruz –SP)
Pergunta: Qual será a situação daqueles que não tiverem preparado o Dourado Manto Nupcial quando Cristo chegar? Permanecerão na Terra continuando a evoluir?
Resposta: Isso é muito difícil de responder. Muitos daqueles que foram deixados para trás na Atlântida, por não terem desenvolvido pulmões para poderem viver em nossa atmosfera, ainda não se tornaram capazes de nos alcançar. Paira uma grande dúvida sobre esse fato, isto é, se as pessoas que não tiverem preparado o Manto Nupcial ao ponto de adquirir um crescimento real, possam viver nessa Era. Talvez tenham que viver posteriormente e separado de nós.
(Perg. 133 do Livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. II – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz SP)
Viver pela Metade
Aqueles que seguem os ensinamentos da Filosofia Rosacruz ou que os elegeram como filosofia de vida, não podem mais manter certas dúvidas a respeito da vida espiritual. Sabe-se que o primeiro passo e o mais difícil na crença das verdades espirituais, e admitirmos a Reencarnação, ou melhor, a Lei do Renascimento como ponto pacifico para a continuidade de nossos estudos e atividades na senda do Progresso. Entretanto, não ignoramos que existem muitos outros pontos, milhares deles, dos quais pode depender a nossa ascenção. Em princípio, toda a asserção sábia, contém sempre em si mesma dois sentidos: o material, do qual se reveste para ser enunciada, e o espiritual ou oculto, que deve ser desvendado.
Analisemos de passagem, o que diz a Bíblia pela boca do Mestre, naquele versículo: “Se uma casa se levantar contra si mesma, essa casa não subsistirá”.
O valor material dessa assertiva está bem claro e é um chamado à ordem àqueles que não sabem defender sua família, seu lar, seus filhos, tanto de Sangue como de ideal, contra o erro, a agressão, a maledicência, às vezes até contra si mesmo; já o sentido espiritual, faz-nos penetrar num. terreno mais sutil e perceber a face oculta da Verdade. Então notaremos que tanto pode restringir-se ao relacionamento de alma, como ao próprio relacionamento Interno de cada um, melhor dizendo, aos cheques e entrechoques de nosso eu inferior com a verdade que já existe em nós. Choques esses que muitas vezes se apresentam sob a forma de dúvida, de limitações, de oscilações prejudiciais. Aliás, a dúvida conduz naturalmente às limitações, principalmente se ela atinge os valores espirituais da vida. “Se uma casa se levantar contra si mesma”, isto é, se os nossos pensamentos espirituais não coincidirem totalmente com as nossas ações, com o nosso modo de vida, se mesmo conhecendo e sentindo os valores reais da vida, ainda perdemos tempo derivando por caminhos da matéria; se mesmo sentindo dentro de nós, maravilhosas verdades cantando sua música num coro divino, e apesar de tudo introduzimos ainda outros ritmos de canções menos celestiais, por algumas notas que sejam., estaremos quebrando a nossa sintonia interna e pondo uma pedra no caminho da nossa elevação espiritual. E é então que “essa casa não subsistirá”, porque não há equilíbrio interno que resista às oscilações a que a natureza externa das coisas muitas vezes nos submete, ou melhor dizendo, oscilações a que nós permitimos ser submetidos por nossas próprias fraquezas, nossa falta de coragem para aceitar integralmente a Verdade como escopo de vida, como única realização justa e aceitável em nosso progresso.
Aí é que entra aquela frase bíblica tão conhecida, de que “não se pode servir a dois senhores”. Porque estaremos servindo a dois senhores enquanto ainda ‘mantivermos dentro de nós, por insignificante que seja, algum interesse material,; quando ainda não tivermos a coragem, a determinação de afastar de nosso Caminho, tudo o que esteja fora das verdades espirituais, quando ainda não nos tivermos revestido o máximo possível daquele equilíbrio que nos leva a selecionar de imediato o joio do trigo, não aceitando nada que possa contrariar nossas “verdades internas; quando ainda não soubermos encarar a vida e a’ humanidade como resultados de algo maior, algo superior à própria vida física e pautar nossa vida por essa crença, sem «desvios numa entrega completa a Verdade, numa dedicação sem limites à causa dessa mesma verdade, dessa mesma vida superior, estaremos, repito, servindo ‘a dois senhores. Isso porque, na senda” do espiritualismo, chega o tempo em que já não se pode viver pela metade.
Ou somos, ou não somos. Ou cremos, ou não cremos. E, se cremos, temos que manter essa crença no seu verdadeiro nível de pensamentos, de sentimentos e de ações.
(Revista ‘Serviço Rosacruz’ – 04/73 – Fraternidade Rosacruz –SP)
Renúncia: cumprindo nosso dever
“São doces os frutos do descanso que nos proporciona a libertação, mas ainda mais doces são os frutos que colhemos por termos cumprido o dever tedioso e amargo”.
O Homem deteve-se em frente do portal do Olvido da Terra; o primeiro dos sete portais do Céu: chamado Amor e Caridade. Levantou a mão para abrir a porta e titubeou reclinando-se sobre ela. Tinha vindo de muito longe. A porta entreabriu-se deixando a descoberto as maravilhas do Céu. Ali estava a perfeição tão ansiada!
Uma voz que surgiu de todos os lados falou, dizendo-lhe: “Nos mundos celestes, para se obterem as coisas basta só as desejas! Queres esquecer por completo o mundo dos homens?”. O homem meditou e disse: “Durante muito tempo ansiei esse olvido! Participei de todas as penas e alegrias do mundo”.
A voz disse-lhe: “Uma única condição te impõe o Céu: que só desejes os teus prazeres. Haverá no teu coração somente fome desses prazeres? Deixaste alguma sombra no caminho que acabas de percorrer?”.
O homem tardou em responder.
Falou pausadamente, como se a sua Mente estivesse singrando por dois caminhos. “Há muito tempo, disse, um sábio, na Terra, assegurou-me que nunca estaria sem um desejo. Compreendo agora que me disse a verdade.
Antes desejava ser um Mestre. Agora, que o sou, tenho um novo desejo: quero ser um servidor”.
No caminho que acabo de percorrer, passei por muitos. Uns estavam indecisos, outros perturbados, outros não podiam seguir porque estavam caídos. Devo regressar para ajudá-los.
“Só um servidor pode ser um verdadeiro Mestre”, disse-lhe a voz em tom tão doce que melhor parecera um sussurro.
“Em verdade te digo que és o meu filho amado e que em Ti estou comprazido. A compaixão é a Lei das Leis. Na sua essência universal encontra-se o amor eterno”. Abre as portas, meu filho, e conta as almas que há aqui”.
O homem olhou por longo tempo e não pôde ver uma só alma. Compreendeu que os Mestres, na sua compaixão, rejeitavam a bem-aventurança eterna enquanto houver no mundo um só ser que sofra e necessite de ajuda.
Compreendeu também que a Libertação nunca vem pela simples renúncia aos prazeres do mundo, mas sim aos prazeres do Céu.
A voz disse-lhe: “quando regressares ao mundo, meu filho, diz à Humanidade só uma verdade: que o conhecimento leva consigo a sua própria responsabilidade e aquele que o consegue deve servir mais. Porque assim como o conhecimento nos desperta a dor, é uma dor que termina ao começar”.
A mãe extenuada pelo trabalho ao parto descansa depois de ter dado à luz o seu filho; e suspirando cheia de felicidade, atrai para si a criaturinha e murmura: agora a vida será mais fácil.
Por cada Peregrino que renuncia aos prazeres no Céu, nasce um Salvador na Terra.
(Traduzido da Revista Rays from the Rose Cross e publicado na Revista ‘Serviço Rosacruz’ – 06/72 – Fraternidade Rosacruz –SP)