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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Uma Vivência Devocional

Uma Vivência Devocional

Nos Centros da Fraternidade Rosacruz espalhados pelo mundo se realiza as reuniões devocionais às 18h30, hora local, onde é oficiado o Ritual Devocional (do Templo ou de Cura, nas suas datas). Nessas reuniões, os presentes cantam os Hinos de Abertura, Astrológico do mês e de Encerramento.

Recomenda-se aos Estudantes que, na medida do possível, assistam a essas reuniões, se bem que nem todos possam fazê-lo dado a obrigações ou compromissos intransferíveis. Cabe-nos observar, também, o cumprimento de nossos deveres sociais.

Àqueles impossibilitados de frequência há outra alternativa, aliás, extensiva a todos: efetuar a prática devocional no recesso do próprio lar. Quando surge uma boa oportunidade de recolhimento, não devemos deixá-la escapulir. Retiremo-nos para um cômodo tranquilo, preferencialmente isolado. Ali podemos orar, entregar-nos à leitura de temas bíblicos, meditar aos acordes suaves de uma melodia sacra, etc. e oficiar os Rituais Devocionais. Enfim, cada um poderá, a seu talante, compor a sua própria prática devocional.

Todavia, é importante ressaltar: isso tudo é devoção, mas a devoção não é só isso. Para assumir sua integralidade e produzir frutos ela deve transpor os limites formais das práticas acima mencionadas, ganhando corpo como VIVÊNCIA DEVOCIONAL. Entremeada de altos e baixos, a caminhada do Aspirante não se fortalecerá e consolidará enquanto não se alicerçar em uma VIVÊNCIA DEVOCIONAL.

Alguns Estudantes às vezes se queixam — e isso acontece desde o tempo de Max Heindel — de que, apesar de estudarem com afinco a Filosofia Rosacruz, notam ser muito lento seu progresso.

Com o correr do tempo, passam até a achar as lições repetitivas e monótonas.

Um Estudante, certa vez, escreveu a Max Heindel, afirmando que, em sua opinião, as Cartas mensais dirigidas aos membros da Fraternidade, nada mais eram que “pequenos agradáveis sermões”. Na verdade, ele estava era sequioso de novidades e mistérios. Não lhe importava extrair, dos textos, uma lição de fundo moral.

Fatos como esse, ocorrem com quem julga ser a Filosofia Rosacruz, apenas e tão somente um conglomerado de conhecimentos, formando um sistema filosófico estruturado em bases coerentemente racionais e lógicas. Não conseguem transcender sua intelectualidade, penetrando naquilo que ela tem de mais grandioso: sua capacidade de transformar, para melhor, o íntimo do ser humano.

Admitindo como notável a sua racionalidade, não lhe atribuem, talvez, aquele essencial caráter de religiosidade, capaz de permitir ao Aspirante, o reencontro com sua real natureza, isto é, a religação com o Eu Superior. Conceituam a Rosacruz pela óptica unilateral do intelectualismo. Não se lhes avulta, portanto, a perspectiva daquele equilíbrio tão enfatizado em lições, cartas, palestras: a união da Mente com o Coração, do intelecto com a devoção.

Nossa carreira, como Estudantes Rosacruzes, depende, inicialmente, e em grande extensão, da aquisição de conhecimentos. Através dos cursos, livros, conferências, temos acesso ao chamado “conhecimento indireto”. As informações concernentes à origem, evolução e futuro desenvolvimento do ser humano e do Mundo abrem-nos horizontes mais amplos. Orientam-nos. Dão-nos mais segurança na escalada desse íngreme caminho evolutivo, pela certeza infundida de que leis sábias regem o Universo, de cujo contexto somos parte integrante.

Mas é importante não esquecermos: essa é a primeira fase. É o passo inicial. A compreensão das verdades conhecidas deve fazer soar a corda do amor no mais recôndito do nosso ser. Satisfeita a Mente com o logicismo Rosacruz, o Coração deve vibrar numa vivência superior de serviço amoroso ao próximo. Sem isso não há progresso espiritual.

Na Escola Rosacruz não podemos prescindir do conhecimento intelectual. Esse, todavia, deve ser assimilado, digerido, trabalhado pelo coração e transformado em sabedoria. A verdade não assimilada é inútil. Apenas acrescenta-se ao nosso cabedal de conhecimentos. Mas se vivida, sentida, intuída, esta sim nos transforma em novas criaturas. Torna-se parte de nossa própria natureza. Converte-nos em sal da terra e luz do mundo. É sabedoria no mais profundo sentido do termo.

O conhecimento intelectual puro e simples constitui meio e não um fim em si mesmo. É elemento valioso como orientação e esclarecimento. Mas não deixa de ser informação. Informação apenas. Um computador também pode acumular informações. Toneladas de informações. Tal, porém, não o transforma em sábio. Há pessoas dotadas de vastíssimos e detalhados conhecimentos. São verdadeiras enciclopédias ambulantes. Outras há que, superficialmente, só memorizam datas e frases feitas. São verdadeiros computadores ambulantes.

A aplicação do conhecimento na vida prática, sempre objetivando beneficiar o próximo e aperfeiçoar as coisas, configura, realmente, uma vivência devocional. Fazer tudo o melhor possível — seja lá o que for — para maior glória de Deus, sem preocupação com os resultados, é imprimir um cunho superior à vivência devocional. A menos que nos esforcemos desse modo, continuaremos sendo como “sinos que tinem”. Se não temos amor e não o empregamos a serviço dos demais, de nada nos valerá conhecer os “mistérios”.

Quem vive devocionalmente a Filosofia Rosacruz não a julga repetitiva.

O dia-a-dia sempre lhe oferece novas oportunidades de servir com amor, pela utilização dos ensinamentos recebidos. Não vive desesperadamente à cata de novidades. A novidade, ele a encontra na constante descoberta interna daquilo que vivencia. Mas isso requer penetração além do estudo superficial. Demanda uma disposição para descobrir a harmonia, a beleza, o DIVINO, enfim, nas pessoas e nas coisas. Quando nos sensibilizamos ao sorriso de uma criança, ou ao colorido delicado de uma flor, estamos vivendo devocionalmente. A emoção que nos desperta o som natural emitido por um regato em seu fluir preguiçoso… O sentimento de empatia que nos envolve à vista do sofrimento alheio, estimulando-nos a estender a mão ao nosso semelhante… Quando do sentimento, passamos à ação… O cultivo do bom, do belo, do verdadeiro. A tudo isso chamamos de vivência devocional.

Talvez, na compreensão dessas coisas, aparentemente simples, encontrem, os Estudantes, as respostas aos seus problemas. É um tema merecedor de apurado exame.

(De Gilberto A V Silos – Publicada na Revista Serviço Rosacruz – 01/1978)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Perfeita Paz do Eterno…para isso você deve saber quem é o seu mediador

A Perfeita Paz do Eterno…para isso você deve saber quem é o seu mediador

Pelo endereçamento de nossos pensamentos a Deus — que é, ao mesmo tempo, o Centro do universo e de cada indivíduo – contatamos e vivenciamos a paz, harmonia, ordem e beleza perpétua; encontramos perfeito repouso e segurança. Nessa quietude mora o infinito poder. Nesse divino Centro habitam a Vida Eterna, a Integralidade, a Beleza, a Perfeição e a Saúde. Em tal estado, o nosso poder de realização e de felicidade ultrapassa o entendimento. Mas, Deus é sábio. Pela mesma lei que amadurece gradativamente o fruto, assim Ele nos amadurece internamente para admitir mais e mais luz, à medida que nos aproximamos de Sua Presença. O impacto de toda a plenitude luminosa, num contato pleno com nosso Centro, ser-nos-ia desastroso. Por isso, existem os degraus da escada de Jacó, as etapas, na medida em que nos preparamos, sem recalques, para exprimir mais Deus. Daí que todas as religiões e filosofias procurem conduzir nossas aspirações, vontade, desejos e pensamentos, ao Divino Centro, que Cristo Jesus despertou dentro de nós.

Segundo o esforço que façamos no sentido de uma vida mais pura e altruísta, segundo o que o Mestre dos Mestres nos ensinou, assim também será nosso progresso ascensional em direção a um vislumbre dessa vivência suprema. Por certo que nossa vontade se agigantaria, levando-nos resolutamente a concentrar todos os esforços para alcançar a meta. Mas nem é preciso isso. A promessa de Cristo é muito clara: “Buscai e achareis”; “Batei e ser-vos-á aberta a porta”; “Pedi e recebereis”. Contudo, impôs a condição: “Buscai primeiramente o Reino de Deus e Sua Justiça e todas as demais coisas vos serão acrescentadas”… Vigiemos e oremos, pois, buscando metodicamente, sem preocupações, o reino de Deus em nós. Os que buscam sempre encontram; os que batem à sua porta serão admitidos… Não há outro caminho para Deus. Aqueles que buscam o desenvolvimento interno por métodos ocultos e metafísicos, que deixam o Cristo de fora, correm graves perigos.

Cuidado com eles. Cristo Jesus é único mediador “entre Deus e o Homem”. Basta que sigamos os Seus ensinamentos.

(Publicada na Revista Serviço Rosacruz – 01/1978)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: O “Conceito” diz que o Mundo do Desejo é fluídico e composto de luz e cor em contínua mudança. Será correto imaginar as cores mais escuras nas regiões inferiores fundindo-se, gradualmente, com as cores mais claras, e encontrar na região do poder de alma a luz branca e pura?

Pergunta: O “Conceito” diz que o Mundo do Desejo é fluídico e composto de luz e cor em contínua mudança. Será correto imaginar as cores mais escuras nas regiões inferiores fundindo-se, gradualmente, com as cores mais claras, e encontrar na região do poder de alma a luz branca e pura?

Resposta: Sim, num certo sentido o consulente tem razão. A cor depende da vibração, da velocidade, da frequência e do comprimento de onda. Por exemplo, nas cores do espectro, o vermelho tem um comprimento de onda bem maior e uma frequência de vibração mais lenta do que a cor violeta, a qual se encontra no outro extremo do espectro solar. Mas as cores no Mundo do Desejo não são iguais às que vemos aqui. Aqui, a cor é causada pelo reflexo dos raios do Sol na atmosfera. Ali, a luz é uma propriedade da matéria. Poderíamos dizer que, do ponto de vista desse Mundo, a matéria de desejo é luz, e luz é matéria de desejo. Não é assim exatamente, mas aproxima-se disso.

Além do mais, as cores que aqui consideramos escuras, lá são mais brilhantes do que a mais brilhante luz solar daqui. Por isso, não podemos vê-las. Nossos olhos não podem responder a essa frequência de vibração. Não devemos supor que o Mundo do Desejo esteja acima e mais elevado que o Mundo Físico, no sentido do espaço envolvido. A matéria de desejo está aqui. Ela interpenetra todo átomo físico. Mesmo o Éter é penetrado por ela, e o escuro – para a visão espiritual quase preto – Éter Químico, parece quase inseparável do grau mais baixo da matéria de desejo. São tão densos que parecem quase gasosos e, muitas vezes, têm sido motivo de surpresa para o autor que as pessoas não consigam enxergá-los, assim como os seres que se movimentam aí.

 (Perg. 61 do Livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. II – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz SP)

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Pergunta: Como nós na Época Lemúrica podíamos executar nossas atividades se não tínhamos olhos, e não podíamos ver o mundo ao nosso redor?

Pergunta: Como nós na Época Lemúrica podíamos executar nossas atividades se não tínhamos olhos, e não podíamos ver o mundo ao nosso redor?

Resposta: O Lemuriano não tinha olhos, mas ele tinha dois pontos sensíveis em sua cabeça, onde os olhos estão localizados agora. Ele tinha um sentido do tato e, portanto, podia sentir a percepção física da dor, do alívio e conforto, e tinha uma percepção interna que lhe dava uma fraca ideia da forma externa dos objetos, mas que iluminava muito a sua natureza interior. Portanto, a consciência era dirigida para dentro e o Lemuriano percebia as coisas físicas de um modo espiritual, algo parecido como percebemos as coisas nos sonhos. Com relação ao nascimento de seu corpo ele nada sabia, pois não podia ver ou saber qualquer outra coisa, como agora vemos os objetos externos; mas ele sentia seus semelhantes com sua percepção interna de sonho, e tinha uma espécie de linguagem que consistia em sons parecidos com os da natureza.

O Lemuriano executava suas atividades automaticamente, sob a direção de grandes Seres, principalmente, os Senhores da Forma, a onda de vida de Escorpião e os Senhores da Mente, a onda de vida de Sagitário. Os Senhores da Forma o ajudava a construir o seu Corpo de Desejos e os Senhores da Mente o ajudava a se preparar para receber o germe da Mente.

O trabalho realizado pelo Lemuriano, sendo principalmente dentro de si mesmo, não foi de modo algum prejudicado pela falta da visão externa, pois consistia quase que inteiramente no desenvolvimento de seus órgãos internos e seus veículos superiores; e sendo feito, automaticamente, sob a direção de Seres Elevados tais atividades eram perfeitas e totalmente corretas.

(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross de nov/1940 – traduzida pela Fraternidade Rosacruz Campinas-SP)

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Pergunta: Por que a umidade não se forma em torno do nosso Sol atual, já que a condição é parecida ao que tínhamos no Período Lunar?

Pergunta: Por que é declarado em sua literatura que no Período Lunar a umidade foi produzida pelos Globos de calor entrando em contato com o frio externo? No mesmo princípio, por que a umidade não se forma em torno do nosso Sol atual, já que o Sol está cercado por um espaço frio?

Resposta: O ponto mais denso encontrado no Globo do Período Lunar é a Região Etérica do Mundo Físico. Quando a literatura Rosacruz menciona a umidade nesse Período, ela não se refere à umidade física, mas àquela que mais tarde se tornou umidade quando foi condensada em substância física. Essa substância, em formas modificadas, existe desde o começo dos tempos. A filosofia oculta é frequentemente questionada em termos comparativos ao invés do sentido literal, pela razão de,  no presente momento, nenhum termo do Mundo Físico ter sido criado para designar as coisas que estão sendo descritas.

A umidade não é formada em torno do Sol no presente momento porque as leis que governam a umidade física não são as mesmas que regulam e governam o desejo ou a substância etérica.

(Pergunta de Leitor publicada na Revista Rays from the Rose Cross de nov./1940 – traduzida pela Fraternidade Rosacruz Campinas-SP)

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O que o Mundo nos ensina: observe-o como se deve

O que o Mundo nos ensina: observe-o como se deve

Quando logramos desviar nossa atenção dos problemas existenciais, para contemplar, por algum tempo, a natureza, constatamos o quanto ela nos tem a ensinar. Mas, para tanto, exige-se aquela disposição interior, característica de uma criança: isenção, desejo de aprender, simplicidade, mente aberta, ausência de ideias preconcebidas, etc. Quando nos deixamos dominar por semelhante estado de espírito, tornamo-nos capazes de penetrar na essência das coisas. Nessas circunstâncias é que recebemos “olhos para ver a luz que já existe”, como afirma a Oração Rosacruz.

Quando observamos o mundo e tudo o que o compõe, com ânimo espiritual, podemos ficar maravilhados com a harmonia existente em meio a tanta heterogeneidade. Partes desiguais formam conjuntos perfeitos. Opostos se completam. A unidade se realiza em torno da diversidade. Há diferenças em todo lugar e em quase todos os níveis. Porém, unidas, deixam transparecer uma ideia de integralidade.

Diferença… sim, as diferenças…

“Até entre as estrelas há diferença de esplendor”, afirmou São Paulo em uma de suas Epístolas. Se atentarmos para o que ocorre ao nosso redor, estabelecendo comparações entre os quatro reinos da natureza (mineral, vegetal, animal e humano), notaremos diferenças, algumas vezes até profundamente contrastantes, entre os seres componentes de cada agrupamento. A evolução encontra-se presente. As leis que a regem são atuantes em cada reino. Promovem uma escala que abrange diversos níveis de adiantamento, desde os seres mais inferiores, mais atrasados, até os pioneiros, os mais avançados.

Uma análise dessas pode resultar numa indagação; afinal, o que determina as diferenças? Por que alguns avançam mais que outros?

Vários fatores seriam respostas corretas. Entretanto, até “entre eles existe diferença de esplendor”. Alguns deles assumem maior importância, como por exemplo, “a prestação de serviço”. O progresso de qualquer ser depende do serviço que possa prestar, isto é, de sua utilidade à economia da natureza, aos componentes de seu grupo e, em uma esfera mais ampla, a todos os reinos. Isso requer e promove simultaneamente um crescente e progressivo desenvolvimento de faculdades e potencialidades. Uma qualidade, por menor que seja, tende a ampliar-se, atingindo dimensões inimagináveis, à medida que for aplicada ao bem comum. Essa disposição determina o estágio evolutivo de cada ser, pertença ele a qualquer reino da natureza.

Dessa forma, observamos, no reino mineral, a existência de terras áridas (atrasadas) e férteis (adiantadas). Entre os vegetais, encontramos plantas superiores (produzindo frutos) e as inferiores (como, por exemplo, as chamadas ervas daninhas).

No reino animal, damos especial ênfase aos mamíferos, dentre esses destacando os animais domésticos, cuja maneira de viver sugere até uma certa inteligência.

Ora, se entre os componentes dos reinos inferiores, onde inexiste a individualidade, pode-se notar esta gradação de adiantamento, utilidade e consciência, entre os seres humanos haverá uma escala “ad infinitum”, profundamente diversificada.

Cada ser humano constitui um degrau diferente na escala evolutiva, uma lei em si mesmo, “um mundo (microcósmico) à parte”.

Entre um Albert Einstein e um pigmeu africano, entre um Átila e um São Francisco de Assis, existem naturezas tão diametralmente opostas, que qualquer tentativa de comparação se torna até irracional.

Por que tais diferenças? A resposta nos é dada pelas leis que regem o próprio universo: em todo o macrocosmo há um estado permanente de atividade (objetiva ou subjetiva), onde tudo se renova e se aperfeiçoa. Se algo não acompanhar esse fluxo contínuo de aperfeiçoamento, entrará em choque com as leis cósmicas, atrasando-se, inevitavelmente, no contexto evolutivo.

A evolução, portanto, é o resultado de esforços persistentes.

Desde os primórdios da raça humana, alguns seres se destacaram dentre a maioria. São os vanguardeiros, os pioneiros, aqueles que sempre aspiram à LUZ, procurando adaptar-se às novas condições impostas pelo processo evolutivo.

Em um passado longínquo, a humanidade recebeu ajuda de seres vindos de Vênus e Mercúrio, na forma dos primeiros rudimentos de civilização e organização social. Cumpriram, os visitantes, essa missão até a época em que alguns seres humanos, mercê de seus esforços, fizeram-se merecedores do privilégio de “condutores de gênero humano”. Foram os primeiros Iniciados. A partir de então, tornaram-se os Guias terrestres da evolução humana. Seu trabalho começou a produzir frutos. A luminosidade da consciência foi gradativamente dissipando as trevas do obscurantismo.

Assim, surgiram as primeiras Escolas de Iniciação, aperfeiçoando-se no decurso dos tempos, cobrindo-se de novas roupagens segundo as necessidades de cada época. Vieram transmitindo novas facetas da verdade, à medida que o ser humano as merecesse e pudesse assimilá-las.

Eis, portanto, em síntese, a razão de tantas diferenças. O avanço ou atraso dependem de esforço em maior ou menor grau. A própria natureza nos ensina isso.

(Publicada na Revista Serviço Rosacruz – 01/1978)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Sábio Verdadeiro

O Sábio Verdadeiro

Onde encontrar a sabedoria, se não agasalharmos no coração o amor, a paciência e a humildade? Para fugir da ignorância, e do medo que ela nos traz, é necessário que sejamos pacientes e fraternais.

Onde houver amor, e um pouco de fraternidade, aí está a poesia na sua mais humana significação.

É o nosso orgulho que nos impede, não raro, de sermos menos imperfeitos para apenas transformarmo-nos em perpétuos prisioneiros da ambição de querer ser mais, pensando nos bens alheios, deixando-nos influenciar pelas más doutrinas, só porque prometem satisfazer as nossas ambições de vaidade e fortuna.

São Francisco de Assis disse: “a ciência enfatua, o amor edifica“.

Para que Deus nos envie a verdadeira sabedoria, a sabedoria que ilumina o Espírito e que nos traz os maiores benefícios do Céu, é mister que cultivemos a humildade e o amor. Se assim procedermos, afastaremos de nosso íntimo todas as imagens do ódio e do desespero, agitações inúteis, o medo e o desejo inferior. Tudo isso deixará de existir em nosso pensamento.

Se a ação dos seres humanos que se dizem cultos, inteligentes e de Espírito elevado fosse uma realidade íntima, o ódio e os anseios de vingança seriam um absurdo. Porque, sendo sumamente justos como se acreditam, jamais alimentariam a iniquidade e a inveja no coração.

Saberiam admirar tudo quanto Deus nos deu com sua infinita bondade, para poder, desse modo, descobrir afinal a quietude, o recolhimento necessário à perfeição da nossa alma e, fartos de amor e caridade, não seriam insensíveis às dores alheias.

Disse ainda São Francisco de Assis: “Verdadeiramente sábio será quem, por amor ao Senhor nosso Deus, se fizer estéril e ignorante”.

O verdadeiro sábio é aquele que, na sua modéstia e simplicidade, procura a sabedoria somente na virtude e na prática do bem.

Esse é o sábio que descobre, em sua sabedoria, como amar verdadeiramente. Eis de novo São Francisco de Assis: “Mestre, fazei que eu não procure ser consolado, mas consolar, que eu não procure ser compreendido, mas compreender, que eu não procure ser amado mas amar, porque é dando que recebemos, é perdoando que vós nos perdoais e é morrendo em vós, Senhor, que nascemos para a Vida Eterna”.

(Publicada na revista Serviço Rosacruz – jan. /70)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Ajudar Sempre

Ajudar Sempre

Todo Aspirante à Vida Superior deve ter em mira ajudar sempre, sejam quais forem as circunstâncias e ocasiões, mesmo diante de problemas graves e delicados. Esses, de forma alguma o perturbam, pois mantêm, em seu coração, a CONSTÂNCIA de ajudar, pautada pelo salutar espírito de equipe, que significa, entre outras coisas, compreensão e desprendimento, fatores indispensáveis à efetiva colaboração no formoso trabalho iniciado pelos queridos Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz, em benefício da Humanidade.

O Aspirante à vida superior que procura, realmente, VIVER A VIDA, como nos ensina Max Heindel, jamais busca fuga, seja qual for, visando escapar do trabalho em equipe. Tem, internamente, condições tais que, externamente, nada o surpreende ou causa apreensões. Em outras palavras, sua estrutura interna se tornou sólida.

Sabe, também, que o sublime trabalho iniciado por aqueles compassivos seres, com vista à redenção da Humanidade, não deve sofrer arranhões, oriundos de nossas deficiências ou desequilíbrios. Prefere, portanto, em sua elevada compreensão e amor, ajudar sempre. Só assim conseguirá o Aspirante, em sua peregrinação, superar, de modo seguro e efetivo, as tramas do “eu inferior”, que procura colocar no caminho obstáculos e desentendimento. Na verdade, quanto mais o Aspirante busca se alimentar do bem, maior é o brilho da luz que o Cristo Interno lança para iluminar os caminhos. Numa das lições do Curso Preliminar de Filosofia Rosacruz, a Fraternidade Rosacruz nos alerta no sentido de vermos o bem em tudo. É de alta significação o que essa lição encerra, porém, quando passamos a entendê-la na prática, então, tudo se transforma para melhor, em alto grau. E, só assim, estará o aspirante à vida superior dando cumprimento aos Evangelhos, que representam quatro Iniciações diferentes. E, para ele atingir Iniciações, mesmo as menores, é necessário que procure, com destemor, se libertar de suas imperfeições, mediante o ajudar sempre, pois ninguém se salva sozinho.

(Hélio de Paula Coimbra, Publicado na Revista Serviço Rosacruz de janeiro/1970)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Os Doze Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz alimentam-se da mesma maneira que nós?

Pergunta: A literatura Rosacruz afirma que os Doze Irmãos Maiores têm corpos físicos, inclusive Cristian Rosenkreuz, o cabeça da Ordem, podendo funcionar neles quando bem desejarem. Esses seres altamente evoluídos alimentam-se da mesma maneira que nós?

Resposta: Realmente todos os Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz, inclusive Cristian Rosenkreuz, possuem corpos físicos nos quais funcionam quando desejam. Pela sua própria condição de Seres Elevados, compreendem perfeitamente o funcionamento das Leis da Natureza, vivendo em perfeita harmonia com elas. Consequentemente, não estão continuamente alterando ou lesionando as células de seus corpos físicos, fazendo com que elas necessitem de constante suprimento. Os Irmãos Maiores participam da alimentação comum somente em intervalos anuais. Além disso, a palavra de Deus tornou-se para eles o PÃO VIVENTE, e seu principal sustento. Foi a esse PÃO VIVENTE que Cristo se referiu quando disse ao demônio: “Não só de pão vive o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus. ”

(Traduzido da Revista Rays from the Rose Cross e Publicada na revista ‘Serviço Rosacruz’ – jan/70)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Verdadeira Sabedoria: demanda tempo e persistência

A Verdadeira Sabedoria: demanda tempo e persistência

Na literatura esotérica, encontramos, reiteradamente, a palavra sabedoria como que a definir uma qualidade superior de alguns seres humanos.

Existem várias definições de sabedoria, mas qualquer uma delas estará incompleta se não contiver o amor. Sem esse ingrediente essencial, a sabedoria quando muito será apenas conhecimento, erudição, aguda percepção das coisas e daí por diante.

O conhecimento pode ser usado tanto para o bem como para o mal. Mas na sabedoria encontramos intrinsecamente o amor, o que por si só indica sua natureza superior e altruísta.

Sem manifestar amor, uma pessoa não pode ser sábia, porquanto somente essa virtude inspira-a a renunciar a seus interesses pessoais e utilizar seus conhecimentos em benefício dos demais.

Diz Max Heindel em Ensinamentos de um Iniciado:  “A verdadeira sabedoria é fruto da união da Mente com o Coração, porque nenhum ensinamento carente desses complementos pode ser chamado de sábio. Porque a natureza do ser humano é complexa, os ensinamentos que devem ajudá-lo a purificá-la e elevá-la devem assumir múltiplos aspectos”.

A sabedoria não pode ser ensinada nem dominada em curto espaço de tempo. Ela se desenvolve por meio das experiências de muitas e muitas vidas. A natureza estabelece que qualquer atributo divino requer, para sua evolução, um longo período de maturação. Algumas plantas crescem da noite para o dia, mas qualquer intempérie mais forte as derruba, tal a sua fragilidade. Outras demoram décadas para atingir a idade adulta, convertendo-se em árvores tão fortes a ponto de manterem-se incólumes a qualquer borrasca.

O mesmo acontece com a sabedoria. Demanda tempo para desenvolver-se, mas, uma vez isso ocorra, torna-se inextinguível.

O desenvolvimento da sabedoria, assim como do conhecimento, entre a humanidade, teve suas origens na “Queda do Homem”. Uma vez que a humanidade tomou a função criadora em suas próprias mãos, acabou por deixar-se dominar pelo sexo. O uso imoderado dessa função cristalizou o ser humano, identificando-o cada vez mais com o plano material. Desse evento surgiram necessidades como: abrigo, alimentação, saúde, segurança. Foi, então, o ser humano obrigado a pensar e agir para satisfazer suas necessidades. Com o tempo aprendeu a pensar no futuro, empenhando-se em prevenir o frio e a fome antes que o ameaçassem. Agora, motivados pela compaixão, alguns indivíduos esforçam-se por auxiliar seus irmãos menos afortunados a se livrarem de tais ameaças. Aplicam, nessa atitude de benevolência, o conhecimento e o coração. Em resumo, utilizam a sabedoria. A verdadeira salvação consiste, no entendimento de Max Heindel, na aplicação do conhecimento temperado com amor. Essa é a verdadeira sabedoria.

(Revista ‘Serviço Rosacruz’ – jan/fev/88)

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