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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: O Livro Conceito Rosacruz do Cosmos – o “Conceito” – está desatualizado?

Pergunta: O Livro Conceito Rosacruz do Cosmos – o “Conceito” – está desatualizado?

Resposta: Desde que foi publicado, em 1909, o “Conceito Rosacruz do Cosmos” exerceu reconhecida influência no espiritualismo em geral, suscitando a criação de entidades rosacruzes independentes, algumas delas dedicadas a inteira divulgação das obras de Max Heindel. Tudo isto é auspicioso, para que se cumpra a missão prevista pelo Irmão Maior.

Todavia, o que destoa e enfeia é que, no esforço de autoafirmação, alguns “amigos”, em vez de juntar-se conosco, buscam subestimar a Max Heindel, pretendendo haver-lhe enxertado revelações mais altas e atualizadas.

Uma pessoa pequena (por dentro), no esforço de subir, pisa nos outros. Eis uma constatação: se alguém está seguro de si, não precisa se esforçar para SER. Ele JÁ É! Mas aquele que está inseguro procura diminuir os outros, pensando, com isso, ficar mais alto que eles.

É compreensível que isto suceda nos meios sociais comuns porque ali, como se costuma dizer, é “cada um por si e Deus por todos”: uma competição não fraterna.

Mas, que dizer quando isto parte de alguém que pratica a espiritualidade há muito tempo? Alguém que ocupa a direção de movimentos espiritualistas?

Tempos atrás uma estudante veio me dizer que não queria continuar o curso preliminar de Filosofia Rosacruz. Respondi-lhe: “Não há problema. Nem precisa comunicar a Sede Central. Respeitamos o livre arbítrio. Cada um é livre para entrar e sair, sem qualquer compromisso conosco”. “Aí ela acrescentou: o ‘Conceito’ já está ultrapassado…”. Perguntei-lhe: “As Senhora já o estudou bem?”. Ela disse, sem jeito: “Não… nem o li inteiro. Estou na 4ª lição. Mas, uma pessoa muito entendida me disse isso”. Calei-me.

Tenho pensado nisso, não por mágoa, mas para meditar sobre o assunto. Lembrei-me da parte introdutória de “O Conceito Rosacruz do Cosmos”, sobre aqueles que não aproveitam uma contribuição ou porque não ouviram falar sobre o tema ou porque não concordam com suas opiniões. Recordei, principalmente, aquela frase no Conceito: “A única opinião digna de ser levada em conta é a que tem, com base, o conhecimento”.

Há um vestibular para ingressar-se numa faculdade. O vestibular é importante para avaliar os que estão em nível de frequentá-la e aproveitá-la. Há, também, uma “advertência” na “introdução” do “Conceito Rosacruz do Cosmos”, para que a pessoa se dispa das pretensões e se torne “como uma criança”, para, com a mente aberta, sem preconceitos, possa aproveitar o conteúdo. Só nesse estado de receptividade (não de inocência) a intuição pode falar; só desse modo a sabedoria interna nos permite sentir o “sabor” da verdade. Só uma Mente aberta descobre a coerência lógica.

Max Heindel é muito modesto. Cônscio de sua responsabilidade, como mensageiro da Ordem Rosacruz, ao fundar a Fraternidade Rosacruz, que é o aspecto humano, preparatório – o cursinho para a Faculdade – sinceramente diz: “Esta obra não é infalível porque não há, sobre este complicado assunto, qualquer revelação que abranja tudo”. O autor não é onisciente, nem os outros são. O Conceito Rosacruz do Cosmos está longe de ser a última palavra sobre este assunto. “À medida que avançamos, apresentam-se aos nossos olhos novos aspectos e esclarecem-se muitas coisas que antes, só víamos como através de um cristal embaçado” (Conceito).

Prossegue Max Heindel: “Está obra encerra apenas a compreensão do autor sobre os ensinamentos Rosacruzes acerca do mistério do mundo, revigorados, ainda, por suas investigações pessoais nos mundos invisíveis”. “Tendo se esforçado o máximo para apresentar ideias verdadeiras, considera-se, também na obrigação de deter-se da possibilidade de a obra vir a ser considerada como ensinamento dogmático dos ensinamentos Rosacruzes. Sem está recomendação talvez esta obra tivesse mais valor para alguns estudantes, mas isto seria inconveniente para a Fraternidade e para o estudante, porque se manifestaria a tendência de atribuir a Fraternidade a responsabilidade dos erros que, neste trabalho, como em toda a obra humana, podem ter escapado. Eis a razão desta advertência”. (Conceito)

Por outro lado, diz ele: “Durante quatro anos o autor continuou as suas investigações dos mundos invisíveis e experimentou a expansão de consciência relativa a esses reinos da Natureza (…). Pelo que pode investigar por si próprio, que os ensinamentos deste livro, que são da Fraternidade, estão de acordo com os fatos, tais como ele os conhece diretamente. A Fraternidade Rosacruz tem a concepção mais lógica e ampla sobre o mistério do mundo. O autor crê firmemente que, por lhe parecerem absolutamente certas as linhas mestras desta filosofia, todas as filosofias do futuro as seguirão”. (Conceito).

Vamos, agora, a meditação do assunto “ultrapassado” e “desatualizado” como também já ouvi de outra escola com o nome de “rosacruz”.

Em primeiro lugar, para avaliar uma obra é preciso estudá-la com a Mente aberta. Depois que se a estuda, a apreciação que dela fazemos é de ordem pessoal: seguindo nosso ponto de vista, porque ninguém pode ver ou perceber além de seu nível interno. É, pois, uma opinião pessoal.

Em segundo lugar, para que nossa apreciação de uma obra seja realmente válida para todos, é indispensável que estejamos acima do nível do autor. Só quem está em nível superior pode apreciar o que está abaixo dele. Pergunto: a pessoa que diz: “O ‘Conceito’ está ultrapassado”, encontra-se acima do nível de Max Heindel? Sabemos que ele alcançou a quarta Iniciação menor (região arquetípica do Mundo do Pensamento, onde constatou muitas realidades) e, além disso, teve a assistência de um Iniciado Maior em virtude de sua missão, como fundador da Fraternidade Rosacruz. Alguma dessas pessoas tem mais evolução do que ele? Se não tem, estarão incorrendo naquela falha apontada por um passo evangélico: “A sabedoria se torna estultícia para quem não a percebe”. Um sábio é, muitas vezes, tido por louco, pela maioria ignorante que não o compreende.

Em terceiro lugar: o que é estar ultrapassado? Ou desatualizado? Porque a edição do “Conceito” foi em 1909 e estamos numa época de velocidade? Já ouvi também esse argumento. Fiquei com pena dos Vedas que vem de 8.000 anos antes de Cristo; fiquei com pena dos ensinamentos de Zoroastro, de Buda, de Pitágoras etc.. E a Bíblia? Por que a estudam ainda? Não serão, também, velharias? Verdades anacrônicas?

Dirá alguém, em defesa: Mas a Bíblia é diferente. Lá está escrito: “Tudo passará, mas minhas palavras não passarão”.

Por quê? Porque são verdades eternas? E as de Buda? E as de Zoroastro? E as de Pitágoras?

Em verdade, as realidades constatadas dos mundos invisíveis não são passageiras. São verdades permanentes. Apenas a sua transmissão aos seres humanos comuns é que merece um modo adequado. Segundo o nível de evolução, os costumes, as tendências etc., os Iniciados transmissores dessas verdades apresentam-nas de modo acessível, em vários graus, atendendo a todos. É como apresentar a mesma pessoa em roupagens diferentes. Assim, a novidade não está na verdade, mas na sua forma de apresentação. Podemos gostar mais de um vestido do que outro, considerando-o mais moderno e atraente: a questão de preconceito, de moda. Já no campo espiritual, a coisa é mais séria, pois o método ou o modo de apresentação de uma filosofia pressupõe razões mais profundas. Por exemplo, a Filosofia Rosacruz tem a finalidade de atender a razão lógica da mentalidade ocidental, a fim de que possamos compreender e aceitar as verdades espirituais e comecemos a falar uma fé racional. Seu campo há de estender-se por muitos séculos, conforme diz Max Heindel: “As linhas mestras desta Filosofia orientarão as filosofias do futuro”. Em questão espiritual, o fator tempo entra numa dimensão muito mais ampla. De fato, embora os evangelhos tenham transmitido os ensinamentos orais do Cristo há 2.000 anos atrás, quem pode dizer de sã consciência, que os segue cabalmente? Quem pode dizer-se cristão no profundo sentido de quem vive os ensinamentos do Mestre?

Daqui depreendemos o sentido de atual ou presente; de desatual ou passado. Enquanto não atingimos a vivência de algo, estamos aquém dele. Nesse caso, tal ensinamento está no futuro em relação a nosso nível de ser. Quando o atingimos, o conhecimento se torna presente. E só quando o ultrapassamos é que ele se torna passado. Pergunto: Quem ultrapassou o “Conceito”? Quem realizou o que ali se ensina? Respondam as pessoas que procuram justificar suas escolas como superiores. Não são as palavras que dão gabarito, mas o nível de ser.

Em ciência, quando uma mentalidade avançada (muitas vezes inspirada pelos Irmãos Maiores, que são os guardiões dos poderes) descobre novos princípios, anulando erros anteriores, dizemos que houve evolução: ultrapassamos conceitos tidos por certo, mas que se revelaram parcial ou totalmente falsos. No campo espiritual, mais elevado, as probabilidades de engano se tornam menores, ainda mais que lá tomamos contato com a realidade mesma e não com sua enganosa aparência física. Daí que as obras sérias atravessem séculos e milênios, atendendo a evolução de certo período. Quando mudam é mais na forma de apresentação, como dissemos.

Enfim, nenhuma realidade deixa de sê-lo, pelo simples fato de que a neguem alguns. Os seres humanos estão limitados a seu nível e muitas vezes cometem imprudência de atacar o que não alcançam, pela pretensão de justificar sua verdade relativa como padrão universal.

Isso nos honra. Como disse alguém: “Por que fulano me critica? Nunca lhe fiz nenhum bem!”.

(P&R da Revista Serviço Rosacruz jul/76 – Fraternidade Rosacruz SP) 

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Há alguma maneira de nos proteger das forças negativas?

Pergunta: Sinto temor quando falam ou leio a respeito das forças negativas, evidentemente andando soltas no mundo e que podem prejudicar a uma pessoa. Há alguma maneira de nos protegermos dessas influências?

Resposta: Sim, há. “Quando vivemos vidas puras, quando os nossos dias são repletos de ações que agradam a Deus e aos nossos semelhantes, quando os nossos pensamentos e ações atingem altos níveis de nobreza, então tecemos para nós o Dourado Manto Nupcial, que é uma proteção etérica, uma radiante força do bem. Qualquer manifestação maligna não consegue penetrar essa armadura, porque o mal age, então, como um “bumerangue”, arma australiana que sempre volta para seu dono, trazendo para o mesmo o mal que ele nos desejou”.

Essa é, essencialmente, a base de todas as proteções que poderemos necessitar, tanto na Região Química, como na sua Região Etérica, ambas pertencentes ao Mundo Físico. Se nossas vidas, nossos pensamentos e nossas ações são de natureza comprovadamente dignas e não imaginariamente elevadas, puras e dirigidas para o serviço e progresso espiritual, atraímos, automaticamente, as forças da Luz. E, ao mesmo tempo, construímos nosso invólucro etérico protetor – a Luz que procede do nosso interior e nos dá perfeita proteção.

As Inteligências Superiores estão sempre à mão para dar encaminhamento e coragem ao sincero aspirante em seu Caminho. Orando por orientação e ajuda em nosso caminho, ser-nos-á reservada essa proteção segura. A admoestação primeira feita ao aspirante pelos Ensinamentos da Sabedoria Ocidental é de dedicar a sua vida tão somente ao serviço a todos os seres humanos. Se tentar, honestamente, não agir por interesse próprio e sim por interesse de seus semelhantes, com amor em seu coração, “todas as outras coisas lhe serão acrescentadas”.

(P&R da Revista Serviço Rosacruz fev/72 – Fraternidade Rosacruz SP) 

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Esotérico “Branca de Neve e os Sete Anões”

O Esotérico: Branca de Neve e os Sete Anões

O branco é o resumo de todas as cores: símbolo da unidade do espírito. Deus é Luz. Somos feitos a Sua imagem e semelhança e, portanto, somos Luz também. Quando a luz se refrata, em manifestação, se bem conserve sua unidade de origem, aparece como as cores primárias: vermelho (expressão do Espírito Humano), amarelo (expressão do Espírito de Vida) e Azul (expressão do Espírito Divino) a Trindade em Um. Estas cores, entre si combinadas, produzem as secundárias: alaranjado, verde, índigo e violeta; ao todas as sete cores do espectro.

Neve é símbolo de pureza. Branca de Neve, o do Espírito Virginal, puro.

Era filha de um Rei, porque o espírito é parte de Deus, herdeiro dos céus.

Quando o espirito humano chegou a meados da Época Atlante (sétimo dia da criação, em que Deus descansou, deixando ao ser humano, de posse da Mente, o livre arbítrio, para dirigir-se por si só), perdeu seus guardiões angelicais. Ao mesmo tempo, pelo desenvolvimento do egoísmo, da ideia de separatividade, da gradativa materialização, fomos nos ligando ao plano material. Foi quando perdemos nossa “mãe” e ganhamos uma “madrasta” egoísta e má.

O castelo é nosso corpo. Dele saía nossa natureza inferior (a madrasta), por baixo, em suas práticas de magia negra. Não se fala do Pai, não se vê o Pai. Embora Deus nos ame muito e nos assista sempre, é preciso que aprendamos a nos dirigir sozinhos. Além disso, nós é que, com a perda da visão espiritual não o vemos nem sentimos. Essa a razão da omissão.

Quando a natureza espiritual se foi desenvolvendo com as qualidades superiores da alma, e por um penoso esforço (lavar as escadarias do castelo é purificarmo-nos e, gradativamente, subir) sua beleza despertou ciúmes na madrasta rainha. Isto quer dizer que a natureza superior se deve desenvolver no silêncio, sem alarde, para não provocar ciúmes da natureza inferior. Como Herodes mandou matar todas as criancinhas que tivessem até dois anos, para eliminar Jesus, cujo poder temia, assim é a natureza inferior em nosso reino interno. O egoísmo quer reinar supremo.

Todavia, nossa consciência, algo despertada, reconhece a realidade do espírito e intuitivamente (como a mulher de Pôncio Pilatos) teme agir contra Ele. Assim, o caçador poupou-a mandando que ela fugisse. Como José conduzia Maria e o menino Jesus ao Egito (a terra do silêncio para fugir de Herodes), o egoísmo, Branca de Neve conduzida pelos passarinhos (intuição) se refugiou na casa dos sete anões, (símbolo dos sete princípios que agem dentro de nós, propiciando impulsos para evoluirmos). É nosso zodíaco, em cujas casas temos auxiliares. Descansamos em “suas camas”. Os anões caracterizam bem as naturezas planetárias: o Mestre é Saturno; Zangado é Marte; Dengoso é Vênus; Feliz é Júpiter; Atchim é Urano; Soneca é a Terra; e Dunga é Mercúrio. De fato Saturno é o provador das almas. Marte, passional, belicoso e maléfico em sua influência adversa é do contra. Vênus é amoroso e sentimental. Júpiter é benevolente e otimista. Urano é espasmódico. A Terra está mergulhada em “sono”, até que seja despertada. E Mercúrio, até a pouco em noite cósmica, não estava em manifestação (não se exprimia).

Mas a insidiosa influência dos espíritos lucíferos continuava. As religiões de raça nos acentuaram o egoísmo. Quer dizer: a madrasta nos atingiu. Mordemos a maçã “envenenada” (anestesia do erro, pois o salário do pecado é a morte) e mergulhamos no sono da inconsciência material, sendo encerrados num caixão de ouro e cristal no alto da montanha, até que sejamos despertados pelo primeiro beijo de amor. O caixão é nosso Corpo. De ouro porque é expressão do espírito; de cristal, porque cristalizado, densificado pelas transgressões às leis naturais. A montanha é nossa cabeça, onde estão os acentos do espírito do Ego. O príncipe é Cristo, em relação à humanidade, ou o principio crístico, o Cristo Interno em relação a cada um de nós.

Um dia chegará a nossa libertação pessoal, que depende de nosso esforço e ajuda das forças propulsoras de nossa evolução, principalmente de Cristo, nosso Salvador, que um dia já nos visitou no “castelo” e ainda voltará para as núpcias com nossa alma.

Então sairemos do nosso caixão de cristal, ao lado do cavalo branco do discernimento, vislumbrando, contra o horizonte um novo castelo, uma nova era, de amor fraternal entre todos os seres humanos, então reunidos num só rebanho, sob um só pastor.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de set/1966)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Qual é a diferença entre a Ordem Rosacruz e a Fraternidade Rosacruz? Usam o mesmo Templo?

Pergunta: Qual é a diferença entre a Ordem Rosacruz e a Fraternidade Rosacruz? Usam o mesmo Templo?

Resposta: A Fraternidade Rosacruz prepara os interessados para o ingresso na Ordem Rosacruz. Por meio da Fraternidade Rosacruz é focalizada a atividade dos Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz no mundo visível ou físico. A Ordem Rosacruz e formada por elevados Seres, membros da onda de vida humana, que já completaram as Iniciações Menores e Maiores, e desejaram permanecer com os seus irmãos mais jovens, por assim dizer, para assisti-los em sua evolução.

Há treze desses Irmãos, incluindo Christian Rosenkreuz, que é o “Líder” da Ordem Rosacruz. A Fraternidade Rosacruz é a representante autorizada pela Ordem a funcionar no mundo, no presente período, e é a sua mais recente manifestação física.

A Fraternidade Rosacruz possui um Templo de Cura, porém esse não é o Templo da Ordem Rosacruz, cuja localização se acha na Europa. A estrutura do Templo da Ordem Rosacruz é etérica.

(P&R da Revista Serviço Rosacruz fev/76 – Fraternidade Rosacruz SP) 

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Qual era o trabalho executado realmente pelos alquimistas?

Pergunta: Qual era o trabalho executado realmente pelos alquimistas?

Resposta: Sabiam os alquimistas que a natureza física e moral do ser humano haviam embrutecido, por causa das paixões infundidas pelos espíritos lucíferos e que, em consequência, era necessário um processo de purificação, de refinamento, para eliminar tais características elevando-o as sublimes alturas, onde nunca se eclipsa o fulgor do espírito. Consideravam o corpo como um laboratório e falavam do processo espiritual em termos químicos. Eles observavam que esse processo espiritual começa e tem seu peculiar campo de atividade na espinha dorsal, o elo entre dois órgãos criadores: o cérebro, ou campo de operação dos inteligentes mercurianos, e os genitais, onde têm sua mais vantajosa posição os passionais e luxuriosos espíritos de Lúcifer. A energia criadora, empregada por Deus, para a manifestação de um sistema solar e a energia empregada pelas divinas Hierarquias para construir os veículos físicos dos reinos inferiores, que dirigem como Espíritos Grupo, manifestam-se em forma dual de vontade e imaginação. É a mesma força que, agindo no macho e na fêmea os une para gerar um corpo humano.

Em épocas remotas o ser humano era bissexual. Cada indivíduo podia propagar a espécie, sem a cooperação do outro. Porém, a metade da forca criadora do indivíduo bissexual consumiu-se na construção de um cérebro e de uma laringe, para que fosse capaz de criar mentalmente, de formar pensamentos e de enunciar a palavra de poder, que transformará seus pensamentos em realidade material. Nesta operação, tomaram parte três grandes Hierarquias Criadoras: os Anjos Lunares, os Senhores de Mercúrio e os Espíritos Lucíferos de Marte.

Os alquimistas relacionaram os Anjos Lunares, que governam as marés, com o elemento sal; os Lucíferos Espíritos de Marte com o elemento enxofre e os Senhores de Mercúrio com o metal mercúrio.

Valeram-se desta simbólica representação, porque a intolerância religiosa não permitia outros ensinamentos, além dos sancionados pela igreja daquela época e, também, porque a humanidade não estava apta para compreender as verdades contidas na sua filosofia.

A tripartite coluna vertebral era, para os alquimistas, o crisol da consciência. Sabiam que os Anjos Lunares eram especialmente ativos na secção simpática da espinha dorsal, que rege as funções relacionadas com a conservação e bem-estar do corpo. Designavam a dita secção pelo elemento sal.

Viam, claramente, que os Lucíferos Espíritos marcianos governavam a secção relacionada com os nervos motores, que difundem a energia dinâmica, armazenada no corpo pelos alimentos. Simbolizavam esta secção pelo enxofre.

A terceira secção, que assinala e registra as sensações, transmitidas pelos nervos, recebeu o nome de mercúrio. Diziam estar regida pelos seres espirituais de Mercúrio.

Contrariamente ao que afirmam os anatomistas, o canal formado pelas vértebras não contém, além da medula, um líquido, mas um gás, semelhante ao vapor d’agua, que se condensa, quando exposto à ação atmosférica. Pode ser super aquecido pela atividade vibratória do espírito, até se converter no brilhante e luminoso fogo de regeneração.

Os alquimistas falavam, também, de um quarto elemento, Azoth – nome em que entram a primeira e a última letra do alfabeto, como se quisessem significar a mesma ideia que “alfa e ômega”, ou seja, o que tudo encerra e inclui. Dito elemento referia-se ao que, agora, conhecemos como o raio espiritual de Netuno, a oitava de Mercúrio, a sublimada essência do poder espiritual. Este é o campo onde atuam as grandes Hierarquias Espirituais de Netuno, e é designado Azoth pelos alquimistas. Este fogo espiritual não é o mesmo, nem brilha igualmente, em todos os seres humanos: sua intensidade depende do grau de evolução espiritual do indivíduo.

(P&R da Revista Serviço Rosacruz fev/76 – Fraternidade Rosacruz SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Encontramo-nos com os amigos e entes queridos após a morte, mesmo que suas crenças sejam diferentes?

Pergunta: Encontramo-nos com os amigos e entes queridos após a morte, mesmo que suas crenças hajam sido diferentes da nossa, ou ainda que não passassem de ateus?

Resposta: Sim, nós os encontramos e os reconhecemos, porque a morte não encerra poder transformador algum. O ser humano surge ali na mesma forma que o conhecemos aqui, porquanto ele se crê ainda possuidor dessa forma. Mas, o lugar em que poderemos encontrá-los depende de vários fatores.

Em primeiro lugar, se vivemos uma vida devota e pura, não necessitaremos de existência purgatorial, sendo insignificante nossa passagem pelo Primeiro Céu. Se nosso ente querido, pelo contrário, expressará rasgos de natureza inferior, tendo de permanecer largo tempo no Mundo do Desejo só nos encontrará no Segundo Céu. Se desencarnarmos logo após nosso amigo, o encontro talvez não tivesse lugar antes de decorridos, pelo menos, uns vinte anos. Isso, porém, é de menos importância, porque nas referidas regiões há completa inconsciência do tempo.

O amigo materialista se viveu uma existência moralmente sã, como pode acontecer, permaneceria na quarta região do Mundo do Desejo durante certo número de anos, de acordo com o tempo vivido no plano físico. Posteriormente passaria ao Segundo Céu, apesar de não manter ali, uma consciência tão ampla e clara como a pessoa devotada às realidades do espírito.

Nós o veremos, reconhecendo-o e associando-nos a ele durante séculos inteiros, na obra de engendrar o futuro ambiente, pois então já não será absolutamente materialista, porque ao atingir essa elevada região, o espírito não se encontra dominado pelas ilusões que muitas vezes o envolveram no mundo material.

Todos e cada um se reconhecem como seres espirituais, lembrando-se desta vida terrestre da forma como recordamos algum pesadelo. O espírito, ao penetrar nesse elevado plano, sente a sua verdadeira natureza.

(P&R da Revista Serviço Rosacruz abr/75 – Fraternidade Rosacruz SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Por que tanta violência?

Pergunta: Há uma razão de ordem oculta para essa terrível onda de violência que agita os tempos atuais? Ate quando perdurará tal estado de coisas?

Resposta: Talvez uma razão fundamental para tanto distúrbio e violência entre os seres humanos, seja o fato de que nós estamos atravessando um período em que forças antagônicas lutam por dominar a consciência do ser humano e o mundo que o cerca.

A Filosofia Oculta afirma “O caminho evolucionário da humanidade está indissoluvelmente ligado as Divinas Hierarquias que regem os estelares e são os signos do zodíaco”.

A passagem do Sol e dos estelares através dos doze signos zodiacais, assinala o progresso do ser humano no tempo e no espaço. “Presentemente, o Sol, por precessão, percorre o signo de Peixes, encerrando uma idade de superstição e escravidão intelectual. Estamos já penetrando na órbita de influência de Aquário, um signo intelectual, científico e altruísta. Desta forma sofremos a ação de vibrações estelares diferentes em nossa consciência e ao nosso redor”.

Os menos evoluídos são incapazes de manter-se num ponto de equilíbrio desejável para um progresso mais seguro.

Outro ponto a considerar: os separatistas Espíritos de Raça, engendrando diferentes religiões, costumes, idiomas, etc., influenciam grande parte da humanidade, promovendo atritos e guerras de conquista. Somente com o unificante poder do Cristo, pode-se eliminar a força dos Espíritos de Raça, removendo assim a causa principal da violência.

Cristo encontra-se além dos outros Arcanjos. Seu veiculo inferior é o Espírito de Vida, não usando outro mais denso. O Mundo do Espírito de Vida é o primeiro mundo cósmico. Unicamente pelo poder do Espirito de Vida é que o sentimento extremado de nacionalidade pode ser superado e a Fraternidade Universal tornar-se uma realidade.

Deve também ser lembrado que ao final de ciclos evolutivos renascem muitos Egos poucos evoluídos, os quais recebem assim sua oportunidade final de avançar suficientemente a ponto de não se perderem de seu grupo evolucionário. É desnecessário dizer que os Egos menos evoluídos são provocadores das ondas de violência, desejando atingir seus objetivos.

Outro fator a ser considerado diz respeito às dívidas de destino maduro (aquelas que só podem ser resgatadas através da expiação) geradas no passado por indivíduos e nações. Desde os tempos em que o ser humano começou a fazer uso de seu livre arbítrio, o egoísmo e a crueldade compuseram parte do cenário terrestre. Debaixo da Lei de Causa e Efeito toda maldade deve ser resgatada com sofrimento ou algo parecido. Se vivemos pela espada, morreremos pela espada. Se não acontecer em uma existência, sobrevirá na outra. Somos livres para decidir por um curso de ação, porém, esta liberdade nos traz a consequente responsabilidade. (P&R da Revista Serviço Rosacruz jun/72 – Fraternidade Rosacruz SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Cada Nascimento é uma Nova Vida? Que acontece com a vida dessa forma?

Pergunta: Cada nascimento é uma nova vida? Que acontece com a vida dessa forma? Não há resposta para esses mistérios ou segredos? Quais as pessoas aptas a conhecer esses mistérios? São necessários dons especiais?

Resposta: Cada coisa ou ser que nasce parece uma vida nova desabrochando entre nós. Vemos como cresce e vive a pequena forma, convertendo-se pouco a pouco em um fator de nossas vidas durante dias, meses e anos. Chega por fim um momento em que a forma definha, morre e se decompõe.

A vida que vem não se sabe de onde, passou ao invisível além e com tristeza perguntamos: De onde veio? Por que esteve aqui? Para onde foi?

A forma esquelética da morte projeta horrenda sombra sobre todos os umbrais. Velhos ou jovens, sãos ou enfermos, ricos ou pobres, todos, todos nós devemos passar através dessa sombra e em todas as idades paira a pergunta angustiosa sobre o segredo da vida, isto é, o segredo da morte.

Para a grande maioria da humanidade, as três grandes perguntas: “De onde viemos? Para que estamos aqui? Para onde vamos?” permanecem sem respostas.

Infelizmente formou-se a opinião, aceita pela maioria, de que nada podemos conhecer definitivamente, sobre assuntos tão obscuros. Nada mais errôneo do que semelhante ideia.

Todos, sem exceção, podem tornar-se aptos para obter informações diretas e definidas sobre o assunto. Todos podem investigar o estado do espírito humano antes do nascimento e depois da morte.

Não há favoritismo nem se exige dons especiais. Todos possuem inerente, a faculdade de conhecer tudo isso, mas há um fator importante e muito notável. Essa faculdade está em todos, apesar de que na maioria em estado latente. É necessário, para despertá-la, um esforço persistente e isto parece assim como um poderoso “dissuasivo” se nos permitam a expressão. São muito poucos por certo, os que se prestam a viver a vida, condição básica para despertar essa faculdade. Não se pode comprá-las e para alcançá-las não há caminhos fáceis.

O primeiro requisito, fundamental, é que todo o aspirante ao conhecimento oculto deve possuir um desejo ardente, uma sede abrasadora de conhecimento oculto. Mas deve ser com um intenso desejo de ajudar a humanidade, um esquecimento completo de si próprio, para servir ao próximo. É perigoso o estudo do ocultismo se a ele não se e levado por este motivo.

Porque se não se possuem estas qualidades, especialmente a última (pelo menos em parte), qualquer tentativa para seguir o caminho árduo do ocultismo é perigosa.

(P&R da Revista Serviço Rosacruz abr/72 – Fraternidade Rosacruz SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Qual a relação entre a força criadora e o cérebro e o efeito do celibato?

Pergunta: Qual a relação entre a força criadora e o cérebro e o efeito do celibato?

 

Resposta: O pervertido maníaco sexual é uma prova da asserção dos ocultistas de que urna parte da força sexual destina-se a formação do cérebro. Tal pessoa torna-se um idiota ou incapaz de pensar porque normalmente a energia sexual destinada a procriação e à manutenção e criação do cérebro é utilizada no seu aspecto positivo ou negativo, de acordo com a condição do indivíduo – homem ou mulher.

Se uma pessoa é dada a pensamentos de ordem espiritual, a tendência de usar a força sexual para a propagação é diminuta e aquela parte não usada para esse fim, poderá ser transmutada em força espiritual.

O Iniciado, em certo estágio de desenvolvimento, faz o voto do celibato. Não é um voto de fácil admissão e nem pode ser adotado levianamente por alguém desejoso de desenvolvimento espiritual.

Muitas pessoas ainda imaturas para vivência superior, ignorantemente, ingressam numa vida de ascetismo. Essas são tão perigosas a comunidade e a si mesmas como o são os maníacos sexuais.

No presente estágio da evolução humana a função sexual é o meio pelo qual os Espíritos poderão ganhar experiência.

Uma vez que o renascimento depende da união sexual, consideremos o caso das pessoas que são muito prolíficas e que por isso são levadas ao ato sexual desordenadamente. Elas pertencem a classes inferiores. Assim há dificuldades para as entidades prestes a renascer encontrarem veículos adequados e ambientes propícios ao desenvolvimento de suas faculdades, de tal forma, a beneficiarem a si mesmas e a humanidade. Sob outro aspecto os indivíduos de classes mais abastadas, que poderiam criar condições mais favoráveis ao renascimento, têm poucos filhos ou mesmo nenhum. Infortunadamente, não é porque vivam uma vida de pureza. Trata-se de razões puramente egoísticas. Razões para uma maior gratificação sexual, sem um aumento da carga familiar. Dessa forma o ser humano vale-se de sua prerrogativa divina para levar a desordem na Natureza.

O Ego renascente deve aproveitar as oportunidades oferecidas algumas vezes em condições desfavoráveis. Outros que não podem assim proceder devem aguardar até que se lhes apresente ocasião favorável. Assim afetamos uns aos outros por meio das nossas ações e da mesma forma os pecados dos pais recaem sobre os filhos.

Como o Espírito Santo é a energia criadora na natureza, a energia sexual é o seu reflexo no ser humano. Portanto, o abuso desse poder é o pecado que não pode ser perdoado, mas deve ser resgatado por meio de uma deficiência a fim de nos conscientizar da santidade da força criadora.

(P&R da Revista Serviço Rosacruz mar/72 – Fraternidade Rosacruz SP)

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Pergunta: Depois de Max Heindel, a Ordem Rosacruz acaso fez nova revelação ao Mundo?

Pergunta: Depois de Max Heindel, a Ordem Rosacruz acaso fez nova revelação ao Mundo?

Resposta: Muitos Evangelhos foram escritos. Dentre todos os escritos, a Igreja Cristã escolheu quatro (de Marcos, Mateus, Lucas e de João Evangelista) considerando os outros apócrifos ou não inspirados. Desses quatro que compõem parte do Novo Testamento três são chamados sinóticos (os três primeiros) porque são semelhantes. Depois que foram escritos, ninguém escreveu mais Evangelhos, porque não havia necessidade. Sabemos que eles são FÓRMULAS DE INICIAÇÕES, com chaves ocultas e muito simbolismo sob a roupagem da Vida de Jesus-Cristo. A prova de que ainda não foram devidamente compreendidos é que os seres humanos se dividiram em credos e seitas cada um explicando os evangelhos à sua maneira. É compreensível e estava previsto pela evolução. Mas a ciência, a arte e a religião passam por gradativa evolução, paralelamente ao descerrar da consciência humana, devendo atingir sua re-UNIÃO quando tivermos alcançado o casamento místico mencionado no comentário do Apocalipse. Só então havendo alcançado a unidade interna, veremos seu reflexo exteriormente na identidade com todas as coisas criadas, concebendo, então, fielmente, que tudo é UNO e ao mesmo tempo VERDADEIRO, BELO E BOM.

Mas, o que tem a ver isto com a Fraternidade Rosacruz?

Tem e muito. Constituímos o Cristianismo Esotérico ou Oculto e nosso fim, longe de somar mais uma facção no movimento cristão, é justamente o de propiciar aos seres humanos mais evoluídos a oportunidade de alcançar essa unidade ou universalidade mencionada acima. Veio através de Max Heindel, o Mensageiro autorizado dos Irmãos Maiores da Rosacruz, que fundou a Fraternidade Rosacruz.

A Ordem já existia e trabalhava ocultamente desde sua fundação, no século XIII. A Fraternidade foi a oficialização de seus ensinamentos elementares no Mundo Ocidental, no século XX, porque já havíamos atingido condições mentais para compreender mais profundamente o que Paulo chama de Mistérios Cristãos. Todavia ainda constituímos pequena e bem expressiva minoria. Os arianos são os mais visados por tais ensinamentos e secundariamente os ramos latinos e outros. Perceberam os leitores como a grande parte de nossa gente ainda prefere, negativamente, entregar a terceiros a salvação de suas almas, interessando-se pelo ocultismo apenas de forma curiosa, buscando as “provas” e “manifestações”?

Agora nós é que perguntamos: Estamos em condições de receber novas revelações públicas da Ordem Rosacruz, se tão pequena minoria ainda sequer atingiu a plena compreensão e vivência dos elementares princípios expostos em “O Conceito Rosacruz do Cosmos”?

Individualmente podemos e recebemos ensinamentos mais altos. Isso já é questão sabida por todos que conhecem um pouco da nossa Filosofia. Depois de certo ponto do desenvolvimento individual (pois a formação é estritamente individual) pode o Aspirante receber algo mais. Como disse Paulo: “Às criancinhas espirituais damos leite e aos adultos, alimento mais sólido”. É logico. Quando o discípulo está preparado, o mestre aparece!

Publicamente ainda temos de esperar bom tempo. A contribuição valiosa da Filosofia Rosacruz ao mundo tem a vigência de alguns séculos, segundo nosso entender.

Aconselhamos nossos perguntantes a estudarem mais a Filosofia Rosacruz para compreenderem isto. E depois compreenderão, também que o argumento usado por certas escolas de ocultismo, algumas das quais se denominam também rosacruzes, de que estamos antiquados, saudosistas e vivemos de estudos ultrapassados, é muito inconsistente e ingênuo.

A lógica está ao dispor de todos os que estão em condições de usá-la.

A questão não é de arranjar novas roupagens, mas de aprofundar, assimilar e apropriar-se do conteúdo.

“A letra mata; o espírito vivifica”.

(P&R da Revista Serviço Rosacruz fev/72 – Fraternidade Rosacruz SP)

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