Arquivo de categoria Filosofia

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: O Ego sobrevive à morte da Personalidade, porém, ele é imortal?

Pergunta: Sei que o Ego sobrevive à morte da Personalidade, porém, ele é imortal? No Conceito Rosacruz do Cosmos consta o seguinte: “Na sétima Revolução do Período Lunar, os Senhores da Chama surgiram, novamente, cooperando com os Senhores da Individualidade no sentido de relacionar o Espírito Humano com o Espírito Divino. Dessa forma, o Ego separado, o Tríplice Espírito, veio à existência”. Se o Ego veio à existência tão recentemente, ele teve um começo, e como tudo aquilo que teve um princípio deve ter um fim, então ele não é imortal. Se o Ego é um Tríplice Espírito, o que vem a ser então o Espírito Virginal que o absorverá no fim do Período de Vulcano?

Resposta: Cremos que a dúvida reside na primeira pergunta, onde nos cumpre esclarecer o significado da palavra Ego. No Conceito Rosacruz do Cosmos lemos o seguinte: “Antes do início do Período de Saturno, os Espíritos Virginais, constituintes da Onda de Vida Humana, encontravam-se no Mundo dos Espíritos Virginais. Possuíam uma consciência global como Deus, em Quem (não de Quem) foram diferenciados. Não possuíam autoconsciência, pois a aquisição dessa faculdade constitui um dos objetivos da evolução. A descida dos Espíritos Virginais a planos de maior densidade, foi dissipando essa consciência global”.

“No Período de Saturno, os Espíritos Virginais, em sua descida, alcançaram o Mundo do Espírito Divino, penetrando nesse primeiro véu com a ajuda dos Senhores da Chama. No Período Solar alcançaram o Mundo do Espírito de Vida, onde se insensibilizaram mais ainda à consciência global, por meio do segundo véu, formado de substância desse Mundo. Nesse particular, receberam a ajuda dos Querubins. Não obstante, o sentimento de unidade não estava totalmente perdido, porquanto o Mundo do Espírito de Vida é um mundo universal, interpenetrando todos os Astros de um sistema solar. No Período Lunar, entretanto, os Espíritos Virginais imergiram-se na substância mais densa da Região do Pensamento Abstrato, onde lhes foi adicionado o mais opaco dos véus. Daí em diante perderam o sentido de consciência global”.

Assim, cada Espírito Virginal ficou encerrado num tríplice véu, insensibilizando- se à unidade da vida, tornando-se um Ego, preso à ilusão da separatividade contraída durante a involução. A evolução dissolverá gradualmente essa ilusão.

Ante o exposto, concluímos que o termo Ego designa certa fase do desenvolvimento do Espírito Virginal, indicando a fase de despertamento dos seus três aspectos e dos véus de substância dos Mundos do Espírito Divino, do Espírito de Vida e da Região do Pensamento Abstrato. A última substância mencionada é de natureza separativista, obscurecendo a visão do Espírito Virginal, embora isso não altere sua condição de imortalidade. Com o tempo essa ilusão de separatividade desaparecerá, e o Tríplice Espírito readquirirá a consciência global, acrescendo-se ainda a autoconsciência. Por conseguinte, o Ego é imortal. Não podemos adotar o termo Ego corretamente, sem incluir nele o Espírito Virginal como causa essencial interna. Usamos o mencionado termo para indicar o Tríplice Espírito mais o resultado da involução.

Com referência à ultima pergunta, afirmamos ser o Espírito Virginal inerentemente Tríplice. Foi criado à imagem e semelhança de Deus, possuindo implicitamente os princípios da Vontade, Amor-Sabedoria e Atividade, para os quais correspondem as designações Espírito Divino, Espírito de Vida e Espírito Humano. Esses princípios ou aspectos do Espírito foram despertados em determinados Períodos durante a jornada involutiva, dando origem aos respectivos veículos ou Corpos, por meio das experiências adquiridas através desses veículos, desenvolve-se a tríplice alma que será absorvida pelo Tríplice Espírito. Além disso, o Espírito Divino absorverá o Espírito Humano ao final do Período de Júpiter; o Espírito de Vida ao final do Período de Vênus e a Mente ao final do Período de Vulcano. Afirmar-se que o Espírito Virginal será absorvido pelos Espíritos Divino, de Vida e Humano não é de todo correto. O Espírito Divino, um dos aspectos do Tríplice Espírito, absorverá os outros dois aspectos, porém os três estarão em íntima relação, uns com os outros. Não poderíamos afirmar que o Espírito Virginal absorveria os Espíritos Divino, de Vida e Humano, porque nesse caso ele absorveria a si mesmo.

Assim, o Espírito Virginal que deverá absorver a Tríplice Alma e a Mente ao final do Período de Vulcano, e essencialmente o mesmo que iniciou a peregrinação no Período de Saturno, adquirirá PODER ANÍMICO e MENTE CRIADORA como fruto de sua peregrinação através da matéria. Avançará da IMPOTÊNCIA à ONIPOTÊNCI A, DA INCONSCIÊNCIA à OMNISCIÊNCIA.

(P&R da Revista Serviço Rosacruz janeiro/1968 – Fraternidade Rosacruz-São Paulo-SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Qual o significado de nossa dívida ou dos nossos débitos do destino?

Pergunta: Qual o significado de nossa dívida ou dos nossos débitos do destino tão mencionados na literatura oculta?

Resposta: Nas encarnações todas pelas quais o ser humano já passou, na Terra, ele violou as leis do Universo, que são as Leis de Deus. Na maior parte das vezes, tais transgressões foram praticadas por ignorância, voluntariamente ou pelo desejo de autogratificação de qualquer natureza. Todas as violações das leis cósmicas devem ser liquidadas ou transmutadas por pensamentos e ações boas, bem como pela transformação do caráter, a fim de que se torne impossível à continuação de tais atos (N.T.: afinal, caráter é destino).

A liquidação dos pensamentos e atos maus constitui o débito do destino, imposto como consequência por todo o indivíduo, a si mesmo, segundo as causas geradas em vidas anteriores. Se as causas são boas, as consequências sê-lo-ão também, e vice-versa. Isso é que os ocultistas chamam de efeitos de causas postas em atividades no passado. Esses efeitos podem ser bons (qualidades) ou maus (dívidas ou débitos do destino), se bem que no fundo é sempre bom, mesmo quando doloroso. Dizemos que os atos e pensamentos bons produzem bom destino e, ao contrário, os atos e pensamentos errados produzem mal destino. Porém, o propósito das divinas leis, por suas relações, é incentivar-nos a virtude ou “endireitar-nos as veredas nos casos de desvios”. Dessa forma o conjunto de uma vida é um misto de ambos, porque estamos aprendendo, pelas aquiescências ou negativas do Pai celestial, a conhecer-lhe os altos desígnios para a raça humana, para extrair da escola deste Planeta as lições programadas. Ora, o conhecimento dessas coisas leva o Aspirante a compreender e aceitar sem revolta a responsabilidade de seu destino e empreender esforços no sentido de assimilar a mensagem de cada experiência e avançar mais rapidamente que os demais.

No passado (vidas anteriores) éramos demasiadamente egoístas, cruéis, sem escrúpulos, e, por isso, cometíamos toda sorte de atrocidades. Veja-se a história antiga. Fomos nós quem as escrevemos. Comparemo-la com os tempos atuais. A história dos Persas, dos Gregos e Romanos antigos, bem como das tribos Teutônicas, é uma narrativa de crimes, derramamento de sangue, infelicidades e assassínios. Antes da vinda de Cristo à Terra, para tornar-se o Espírito Interno do nosso Planeta e mesmo até algumas centenas de anos depois, o egoísmo e o regime de crimes foi coisa comum. Todos esses atos e pensamentos correspondentes produziram volumoso e doloroso destino, que não nos é possível pagar rapidamente porque não suportaríamos; ele vai sendo resgatado em parcelas, segundo a misericórdia e orientação dos Senhores do Destino, que “dão o fardo conforme as forças” e a fim de que aprendamos melhor, já que sua finalidade não é castigar, senão levar-nos a resgatar as dívidas, sempre com o propósito de avanço da pessoa.

Meditemos nisso muito bem, caros Irmãos e Irmãs. Os Evangelhos figuram-nos como administradores das coisas de Deus. Realmente o somos. Não somos o corpo. Ele é composto de sólidos, líquidos e fases, emprestados ao reino mineral. Não somos os éteres, embora os utilizemos em nossa oficina. Não somos as emoções, nem os pensamentos; eles são formas de expressão que vão sendo modificadas para melhor, matérias mais sutis, experimentais, do Pensador, do Ego, do Eu verdadeiro e superior.

E pensando nos erros que, posteriormente àquelas épocas, cometemos também, será conveniente pormos mais atenção à nossa contabilidade individual, deixando de incorrer em novos débitos e trabalhando bastante na realização do bem, a fim de chegarmos a desfrutar melhor situação interior e exterior. Isso depende do reto uso que fizermos do que temos ao nosso dispor: tempo, dinheiro, energia, inteligência, etc.

(P&R da Revista Serviço Rosacruz jan/68 – Fraternidade Rosacruz SP)

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Pergunta: Como pode ser conquistada a Clarividência Voluntária?

Pergunta: Como pode ser conquistada a Clarividência Voluntária?

Resposta: Tudo o que podemos dizer aqui é indicar os primeiros passos conducentes à aquisição dessa faculdade. O primeiro exercício desenvolve a concentração mental e a ocasião mais indicada para iniciar e desenvolver essa prática é pela manhã logo ao despertar. Antes que os cuidados do dia nos assoberbem, pomo-nos relaxados e cômodos, apenas a Mente vigilante é enfocada no exercício. Nessa ocasião, recém-chegados dos mundos internos, mais facilmente poderemos trazer à Mente as impressões e imagens que lá tivemos.

A técnica é a seguinte: não se movimente. Relaxado e cômodo focalize mentalmente o exercício. O estado relaxado do Corpo não apenas objetiva a confortável posição, mas principalmente a permitir a cada músculo do corpo não ficar em estado de tensa expectativa. A tensão muscular frustra os objetivos do exercício. Ao se por tenso, o estudante desperta e dá ênfase ao Corpo de Desejos, que se expressa pelos músculos estriados (ou voluntários) e tendões do corpo, o qual impede a calma necessária à concentração mental. Primeiramente, devemos fixar nosso pensamento firmemente num ideal ou em algo elevado, sem desviar-se. Alguns exemplos são o Símbolo Rosacruz, uma rosa, os cinco primeiros versículos do Evangelho de São João, entre outros. É tarefa difícil, mas devemos persistir com entusiasmo, sem esmorecimentos, até que a possamos realizar bem, o esforço compensa, pois leva seguramente a resultados maravilhosos.  Veja: qualquer objeto poderá ser utilizado, de acordo com o temperamento e a capacidade mental do Aspirante, contanto que puro e edificante. A lembrança do Cristo poderá ser um motivo de concentração. As flores, particularmente, poderão servir a este propósito. Se é a figura de Cristo-Jesus devemos imaginá-lo como um Cristo real, dotado de expressão. Assim, deve tudo ser construído como ideal vivente e não estático e morto. Se escolhermos uma flor devemos, em imaginação, tomar a semente, enterrá-la no solo e fixarmo-nos neste quadro. No momento veremos a semente brotar, estendendo suas raízes que penetram na terra em forma espiralada. Dos seus principais ramos percebemos inúmeras radículas projetarem-se em todas as direções. Depois vemos a haste se projetar para cima rompendo a superfície da terra, surgindo como um diminuto pedúnculo. Um diminuto raminho surge da haste principal. Depois outro raminho. E mais outros, até o despontar de alguns botões. Presentemente, o que desperta mais a atenção são inúmeras folhas. Surge depois um botão no topo. Este botão cresce até que as pétalas de uma rosa vermelha surjam ao lado das folhas verdes, impregnando o ar com perfume dulcíssimo.

Veja: a concentração é um processo gradual. O primeiro quadro que o Aspirante constrói será, naturalmente, obscuro e pobre. A pouco e pouco, através do exercitamento, poderá sobrepujar essas limitações, construindo, então, uma imagem real e viva.

Quando o Aspirante tornar-se apto a formar tais quadros e sobre eles mantiver a Mente enfocada, poderá retirá-los rapidamente do campo mental, conservando-se alheio a qualquer pensamento, na expectativa do que surgirá em lugar da imagem. Durante algum tempo, talvez, nada venha a ocorrer. Contudo, exercitando-se fiel e pacientemente todas as manhãs, tempo virá em que, ao afastar o quadro que tenha imaginado, o Mundo do Desejo abrir-se-á a seus olhos internos. A princípio poderá ser uma rápida visão, porém será uma mensagem daquilo que virá oportunamente.

Afinal o pensamento foi conquistado pelo emprego de metade de nossa força criadora. Portanto, é também criador. Ele representa o poder de formar imagens, quadros, formas, mentais, segundo as ideias que internamente suscitamos. O pensamento é nosso principal poder. Nosso destino de seres racionais e de obter sobre ele absoluto domínio. Qualquer um, devidamente orientado, pode antecipar essa meta gloriosa e descortinar possibilidades inacreditáveis. O controle sobre a Mente permite a manifestação de imaginações reais, geradas por nosso espírito e não simples ilusões induzidas inconscientemente por condições exteriores.

O pensamento é o mais poderoso meio de obtenção do conhecimento. Se o concentrarmos sobre um assunto, ele abrirá caminho através dos obstáculos e resolverá o problema.

Nada está além da humana compreensão, quando chegamos a controlar e utilizar a força do pensamento. Geralmente dissipamos, dispersamos e enfraquecemos o pensamento-forma e em tal caso será de pouca utilidade por que não atrai nem suscita no plano mental os dados necessários à global compreensão do assunto em foco. Todavia, uma vez estejamos devidamente preparados para o reto uso do poder mental, todo o conhecimento estará a nossa disposição. A importância disso só o avaliará devidamente o que tenha vislumbrado os resultados da Concentração. O Aspirante à Vida Superior não pode furtar-se a essa meta. A princípio ficará aborrecido porque, ao tentar concentrar, a Mente foge e notará que pensa em tudo a que se encontra sob o Sol, em vez de fixar no ideal ou objeto proposto. Mas não deve desanimar. Com o tempo e perseverança o domínio se tornará menos difícil e os seus sentidos vão se disciplinando, até conseguir relativa concentração do foco mental.

O principal fator de êxito para lograrmos concentrar bem é a persistência; seguido de perto pela perseverança, obstinação, repetição, até vencer a luta. O que é mais difícil traz frutos mais valiosos. Sem persistência resultado algum poderá ser obtido. É inútil fazermos o exercício em uma, duas ou três manhãs ou mesmo semanas, para, depois negligenciá-los, falhando, interrompendo, reiniciando. Para ser efetivo, o exercício deverá ser feito fielmente todas as manhãs, sem nenhuma falha. Melhor ainda se for à mesma hora e lugar porque se irá formando uma força vital que auxiliará e abreviará a meta. E uma vez conquistado um bom resultado, devemos continuar o exercício, pois a natureza não admite inação. “O exercício assegura o resultado, como a função faz o órgão”. Toda função que só interrompe, vai retrocedendo e se atrofiando. O exercício metódico e constante mantém em ascensão e evolução todas as coisas.

(P&R da Revista Serviço Rosacruz mai/68 – Fraternidade Rosacruz SP)

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Pergunta: Por que se diz que as provações são grandes bênçãos?

Pergunta: Por que se diz que as provações são grandes bênçãos?

Resposta: As adversidades são mais benéficas que os fatos agradáveis que nos sucedem. O indivíduo comum dificilmente aceitará ou compreenderá esta afirmação, mas o estudante esotérico, por certo, reconhecerá a verdade subjacente nestas palavras.

Em uma de suas “Cartas aos Estudantes”, Max Heindel afirma categoricamente: “As provas constituem um indício de progresso e devem ser motivo de regozijo”. E segue explicando que, uma vez alguém reconheça suas responsabilidades espirituais e enverede pelo caminho da espiritualidade, passa a receber contínuas oportunidades de expiar as dívidas morais contraídas em vidas passadas sob a Lei de Causa e Efeito.

Todo ato perverso cometido e todo pensamento desarmonioso emitido devem ser compensados. Deve haver restituição, seja diretamente a pessoa atingida, seja por meio de serviço altruísta prestado a outrem. Se o indivíduo sofre é porque violou as Leis da Natureza e não pela vontade de um “Deus caprichoso”.

As adversidades que se manifestam como privações e sofrimento em realidade, oportunidades de aprendermos nossas lições e, consequentemente, crescer moral, mental e espiritualmente. Devemos expiar, aprender e crescer. Cabe-nos superar todos os resíduos de destino. Isso é imprescindível se desejamos ser suficientemente puros para conquistar o elevado grau de espiritualidade, exigível na culminação de nossos esforços para o despertamento do Cristo interno. Naturalmente, quanto mais rápido isso acontecer, mais aptos estaremos para assumir nossa responsabilidade de servir à humanidade.

Mais capacitados, ainda, estaremos para ajudar nossos semelhantes a trilharem o mesmo caminho que agora estamos percorrendo.

Cada prova a nos atormentar, cada dilema a nos confundir, cada sensação de dor ou conflito – seja existencial ou espiritual – a nos abalar, representam oportunidades de crescimento. O recebimento dessas oportunidades é, em si mesmo, um sinal de progresso.

As Potestades Superiores estão conscientes de nossos primeiros esforços no Caminho. Reconhecendo nosso empenho sincero, imediatamente fazem com que as provas se interponham em nossa caminhada.

Entendidos dessa forma, esses obstáculos são, inquestionavelmente, grandes bênçãos em nossas vidas.

Os benefícios que as provações trazem-nos dependem de nossa atitude em relação a elas. Se deploremos nosso destino, só nos preocupamos; só de alguma forma reagimos negativamente fazendo concessões à natureza inferior, perderemos a oportunidade de progredir. Se não aprendermos a lição da primeira vez, podemos estar seguros de que outra oportunidade se oferecerá, e, provavelmente bem mais desagradável.

Não podemos fugir indefinidamente. O fracasso da primeira vez significa uma segunda prova ou quantas mais forem necessárias. Pode, até, chegar o momento em que a adversidade deixa de ser uma benção para converter-se num obstáculo ao nosso progresso.

Se reconhecermos em cada prova a sua verdadeira natureza; se encararmos o problema de frente, com alegria e otimismo, convictos de que no final tudo se resolverá satisfatoriamente, então, veremos como as coisas não são tão amargas como imaginávamos. Se reagirmos a cada dificuldade, inspirados nos ensinamentos cristãos, cuidando-nos de, sob a mais extrema provação, agir compassivamente, fazendo o possível para promover a harmonia, daremos um grande passo em direção a nossa meta espiritual. Aprenderemos importantes lições de uma forma menos dolorosa e seremos beneficiados com um crescimento anímico inimaginável. Então, certamente, a adversidade terá sido um privilégio.

As provas, como bem o sabemos, assumem formas diversas. Vão desde o mais evidente até o incrivelmente sutil. Chegam a nos desafiar em assuntos de bem-estar físico e estabilidade emocional. Entram em nossas relações com a família, os amigos e conhecidos. Importuna-nos no trabalho e perturbam nosso descanso. Frustram nossos planos e interferem com nossas esperanças e ideais.

Em certo sentido, é correto afirmar-se que estamos sendo constantemente provados. E se vivermos cada minuto de nossas vidas como sabemos que Cristo desejaria que o vivêssemos, então, passaremos todas as nossas provas gloriosamente.

Considere por um momento o significado desta afirmação: “Se vivermos cada minuto de nossas vidas como sabemos que Cristo desejaria que o vivêssemos”. Há, dentro de nós, uma pequena voz chamada consciência, dizendo como portar-nos em qualquer eventualidade.

Devemos responder com paciência e amor, não importa que injustamente pareçamos ser tratados por outro Indivíduo. Sabemos que se alguém necessita de ajuda, devemos prestá-la, deixando de lado nossos interesses pessoais. Sabemos, também, que em momentos de dificuldades econômicas, aparentemente sem solução, apresentam-se, por si mesmas, saídas alternativas, quando recorremos à meditação e oração. E sabemos, ainda, que nossas aparentes tribulações perdem importância quando, observando o mundo ao redor, constatamos a situação muito mais desesperadora de outras pessoas. Ai, então, sentimo-nos impelidos a aliviar seus sofrimentos.

Se, depois de estudarmos os Ensinamentos da Sabedoria Ocidental, perguntarmo-nos como agiria o Cristo em uma determinada situação, logo o saberíamos. O Cristo em todas as circunstâncias seria compassivo, paciente, compreensivo e amoroso. E nós podemos agir dessa forma… se o quisermos. Afirmar tudo isso é fácil, e crer também. Difícil é fazê-lo. Mas, podemos manifestar essas elevadas virtudes… se o quisermos. Isso, por suposto, é difícil, porque via de regra “não o queremos”. Nossa natureza de desejos predomina sobre a razão e obtém o melhor do nosso Eu Superior. Os sentimentos de altruísmo sucumbem ante a tirania da personalidade e o amor fraternal é vencido pela satisfação de si mesmo.

Quando fracassamos em uma de nossas provas podemos estar certos de que isso aconteceu por uma razão egoísta. É muito mais cômodo retribuir com a mesma moeda e tratar com agressividade alguém que nos tenha acusado injustamente, ou agido de má fé.  Requer-se um caráter altamente evoluído para “caminhar a outra milha”, procurar a “divina essência dentro” de tal pessoa e sobrepor-se as suas palavras vilipendiosas.

É egoísmo fugir de uma situação, porque a fuga, naquele momento parece ser o caminho mais fácil, uma forma de alívio ou a saída para não encarar o problema de frente.

É egoísmo preocupar-nos, impacientar-nos, alimentar temores, porque isso é desperdiçar tempo valioso que melhor seria empregado em propósitos construtivos.

Em realidade, é egoísmo fazer coisa que nos impeça de passar por uma prova, porquanto consiste numa recusa em progredir. O crescimento de um indivíduo acrescenta muito à evolução da raça humana. Caso uma só pessoa relute em fazer sua parte, estará impedindo que nossa onda de vida avance um pouco mais.

Se alguém considera exagerada esta afirmação lembre-se de que “uma corrente é tão forte como seu elo mais fraco”. Qualquer pessoa incapaz de assumir sua responsabilidade e empenhar-se no seu fortalecimento mental, moral e espiritual, está debilitando a corrente que é a nossa onda de vida.

Não esqueçamos: esta mesma onda de vida está destinada a evoluir até o ponto de, vestida com o Dourado Traje de Bodas, tornar-se capaz de fazer a terra levitar no espaço, liberando o Espírito de Cristo dos grilhões que o prendem ao nosso planeta.

Se pensarmos como fracasso em passar por uma prova constitui um obstáculo à consumação desse glorioso dia, talvez sejamos mais persistentes e escrupulosos em nossos esforços.

Então, aprendamos a aceitar nossas adversidades como bênçãos, recordando que procedendo assim estaremos ajudando a nós mesmos, a nossos semelhantes e ao Espírito de Cristo.

(P&R da Revista Serviço Rosacruz fev/86 – Fraternidade Rosacruz SP)

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Pergunta: Qual é a explicação para a vara de radiestesia e por que ela funciona para algumas pessoas capacitando-as a localizar onde há água na Terra enquanto para outras pessoas ela não funciona?

Pergunta: Qual é a explicação para a vara de radiestesia e por que ela funciona para algumas pessoas capacitando-as a localizar onde há água na Terra enquanto para outras pessoas ela não funciona?

Resposta: Esse é um fenômeno etérico. Uma pessoa cujo Corpo Vital está frouxamente conectado ao Corpo Denso torna-se um canal para o fluxo das correntes etéricas que fluem em volta e interpenetra a Terra. Éter é uma forma de matéria física, embora altamente atenuada. No entanto, um fluxo de Éter é capaz de produzir, sob certas circunstâncias, um fenômeno físico. Há uma conexão magnética entre as correntes de água no estrato da Terra e as correntes etéricas na atmosfera. Uma pessoa que tem uma conexão frouxa entre o Corpo Vital e o seu Corpo Denso é capaz de torna-se um tipo de chave ou estação de conexão entre as correntes etéricas acima e as correntes etéricas abaixo da superfície da Terra. As correntes acima podem ser consideradas como positivas e as correntes ao redor da água ou sob a água, como negativas.

Então, quando a conexão é estabelecida através do Corpo Vital de uma pessoa, essas correntes fluem através dela e através da vara dobrada que ela tem em suas mãos, que é também um condutor para as correntes etéricas. Isso produz uma atração ou tensão magnética na vara, tendendo-a a puxar para baixo em direção as correntes na Terra a fim de estabelecer uma linha mais direta de conexão entre as correntes etéricas mais elevadas e mais baixas. Assim, nós temos o fenômeno da vara dobrada para baixo nas mãos da pessoa que a segura. Pessoas cujos Corpos Vitais não estão tão frouxamente conectados não são capazes de agir como chave ou estação de conexão como explicado acima. Portanto, a vara de radiestesia não funcionará para elas e estas não podem localizar as correntes subterrâneas de água.

(P&R da Revista Rays from the Rose Cross out/78 – The Rosicrucian Fellowship)

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Pergunta: O que Simboliza o Coelhinho da Páscoa?

Pergunta: O que simboliza o coelhinho da páscoa?

Resposta: O verdadeiro símbolo pascoal é o cordeiro bíblico, correlacionado com o signo de Áries, em que ocorre a Páscoa. Cada família judia no equinócio de março, em Áries, grelhava um cordeiro com ervas amargas e era obrigada a comê-lo inteiro. Se não podia, convidava pessoas pobres para ajudá-la. O cordeiro era sacrificado no Altar dos Holocaustos, no Tabernáculo do Deserto, Templo instituído por Moisés para o Povo Escolhido. Tal sacrifício destinava-se a lavar os pecados de seu ofertante, mediante o derramamento de sangue do animal. Posteriormente o Cristo imolou-se pelo mundo e, desde então não houve mais sacrifícios de cordeiros. Por isso disse João Batista: “Eis o Cordeiro de Deus, que lavará os pecados do mundo”.

A crucificação ocorreu no Equinócio de Marco, para coincidir com o fato cósmico de o Sol, em Ascenção para o hemisfério Norte, cruzar o equador celeste, formando uma cruz nos céus.

Hoje em dia o cordeiro bíblico, depois o Cordeiro de Deus, foi simbolizado pelo coelhinho, por ser este de pequeno tamanho e existir em todo o mundo. O importante é não esquecermos o sentido profundamente religioso que ele encerra e o convite de regeneração que nos faz em cada ano.

(P&R da Revista Serviço Rosacruz fev/85 – Fraternidade Rosacruz SP)

 

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Pergunta: O que Simboliza o Ovo de Páscoa?

O que simboliza o ovo de páscoa

 

Pergunta: O que simboliza o ovo de páscoa?

Resposta: Entre os símbolos cósmicos que nos foram transmitidos desde os mais remotos tempos, nenhum há, mais corrente, que o símbolo do ovo. Encontramo-Io em todas as partes do mundo. Achamo-Io nas antigas idades dos escandinavos, que falam do ovo do mundo esfriado pelo sopro gelado do Niebelheim e depois esquentado pela respiração ígnea do Muspelheim, até que, devidamente chocado, deu origem aos distintos mundos e a humanidade. Também nos Vedas da Índia existe a mesma lenda do Kalahansa, o Cisne em tempo e espaço, que pôs o ovo que mais tarde se transformou no mundo. Entre as tradições egípcias achamos o globo alado e a serpente ovípara, o globo alado é a terra que voa pelo espaço: a serpente é a sabedoria e, assim, mostra a sabedoria manifestada na criação. Os gregos tomaram depois este símbolo e o veneraram em seus Mistérios. Também foi ele conservado pelos Druidas. Conheciam-no os construtores do grande baluarte da serpente, em Ohio. Este símbolo conservou seu posto na simbologia sagrada até hoje, embora a maior parte da humanidade não perceba o misterium magnum que o ovo oculta, qual seja, o mistério da vida.

Quando abrimos a casca de um ovo achamos dentro vários líquidos viscosos de diferentes cores e consistências, Mas, sob a influência de uma temperatura adequada efetuam-se logo mudanças gradativas até que, ao cabo de pouco tempo um ser vivente, um pintinho, rompe a casca e dele sai, preparado para ocupar um lugar entre os de sua espécie. Os sábios químicos podem reproduzir exatamente as substâncias contidas no ovo; podem encerrá-las numa casca e fazer, assim, uma perfeita réplica do ovo natural. Mas, num ponto difere do ovo natural, isto é, nenhum ser vivente pode sair daí. Por esta razão é evidente que algo intangível há de estar presente em um e ausente no outro.

Esse mistério é o que chamamos de vida. Vendo que não e possível descobri-la entre os elementos do ovo, mesmo com auxílio dos mais poderosos microscópios (embora, forçosamente, a vida ali esteja, para operar as transformações notadas), não há de negar que esse algo deve poder existir independentemente da matéria. Assim, o sagrado símbolo do ovo nos ensina que, embora a vida seja capaz de amoldar a matéria, é, por outro lado, independente desta, para sua existência. Portanto, tem existência própria e sem princípio nem fim porque, nascimento e morte se relacionam com a matéria, de que a vida independe.

A ideia infinita expressa pelo ovo, da vida que não tem princípio nem fim, está simbolizada em sua forma ovoide.

Daí a força da tradição do ovo nas festas pascoais. O início da vida nova para a humanidade, depois da ajuda que lhe deu o Cristo. O Filho de Deus foi crucificado e subiu aos céus, deixando o ovo na Terra, purificada esta por seu sangue salvador.

Seja o ovo natural, cozido, com diversas ervas que o tinge; seja o ovo pintado com motivos alusivos a Páscoa; seja o de chocolate, o de amêndoa recoberto de açúcar, todos eles deleitam as crianças e exortam os adultos a reverem os atos do passado ano solar, e tomar novas deliberações para o futuro, de modo a serem dignos cristãos.

(P&R da Revista Serviço Rosacruz – fev/85 – Fraternidade Rosacruz SP)

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Pergunta: Qual a relação entre a Força Criadora e o Envelhecimento?

Pergunta: Qual a relação entre a Força Criadora e o Envelhecimento?

Resposta: (A seguinte é uma entrevista ao rádio com uma Probacionista idosa, 97 anos e meio, em Michigan. A data da gravação foi 9 de setembro de 87 e foi ao ar em 13 do mesmo mês. A entrevista foi com a própria filha).

Bette (nome da filha entrevistadora): Estou orgulhosa e feliz em apresentar nossa convidada especial, escritora, poeta, e vovó que pratica jardinagem e toca piano, diariamente. Ainda cozinha pratos deliciosos. Ela, Marika Kusserelis, gostaria de compartilhar um pouco de sua sabedoria dirigida a uma vida criativa e ativa após os noventa. Ela nos contará sobre a força criadora e o envelhecimento baseado no conhecimento por ela adquirido durante anos de estudo, observações, e experiência por uma longa vida. Mãe, diga-nos onde encontra tanta energia e inspiração?

Marika: Por falar em força criadora, gostaria de recitar a primeira parte de uma de minhas orações favoritas: “Não te pedimos mais luz, Senhor, mas olhos para ver a luz que já existe; não canções mais doces, senão ouvidos para ouvir as presentes melodias; não mais força, senão o modo de usar o poder que já possuímos; não mais amor, senão habilidade para transformar a cólera em ternura; não mais alegria, senão como sentir mais próxima essa inefável presença para dar, aos outros, tudo o que já temos de entusiasmo e coragem. Não te pedimos mais dons, amado Deus, mas apenas senso para perceber e melhor utilizar os dons preciosos que recebemos de Ti. Faze que dominemos todos os temores; que conheçamos todas as santas alegrias. Para que sejamos os Amigos que desejamos ser; para transmitir a verdade que conhecemos; para que amemos a pureza; para que busquemos o bem. E, com todo o nosso poder, possamos elevar todas as Almas, a fim de que vivam em Harmonia e na Luz de uma Perfeita Liberdade! Nesta oração entendemos que estamos todos dotados de vontade divina em canais criativos e positivos, de conformidade com nossos talentos interiores. Deus deu-nos uma Mente na qual pode refletir sua Mente Divina e dirigir-nos para a Dele. É uma questão de auto entendimento. Um dos mais famosos antigos filósofos gregos, Sócrates, costumava ensinar repetindo: “Homem, conheças a Ti Mesmo.” É entendido que através do conhecimento próprio, a verdadeira natureza de nosso ser, alcançamos a chave que leva à força que existe em nós.

Estudando-nos, observando nosso pensar, nossas tendências emocionais, espirituais e físicas, e tentando melhorá-las, gradativamente obtemos conhecimento próprio, a “verdadeira natureza” de nosso ser. Isto confere razão a nossa fé, a chave que leva a força existente, aquela força criadora interna.

Bette: Diga-nos sobre a força criadora conforme a experimentou.

Marika: Tenho aprendido que toda natureza está pulsando na força criadora de Deus. O ser humano com todo seu provado intelecto pode ajudar-se a si mesmo e a dirigir energias para canais criativos positivos. Isto é muito importante para todos nós – descobrir o gene divino em nós e cooperar com as leis perfeitas de Deus. Eu pessoalmente amo a natureza: vejo natureza na vontade de Deus. A natureza é só criadora e sua criatividade é verdadeiramente científica, artística e bela. Tomemos como exemplo uma humilde flor silvestre – uma margarida do campo. Veremos como ela é feita com perfeição dentro de sua espécie. A ciência material não pode reproduzir sua vida, sua perfeição. A tecnologia ocupa seu lugar e desenvolveu-se muito para o nosso conforto e prazer, mas a vida é a verdadeira fonte da ciência: nossos cientistas devem ficar espiritualizados para descobrirem que eles próprios podem tornar-se criadores de vida como alguns mencionados na Bíblia. Mas hoje os cientistas não podem produzir vida como faz a natureza.

Bette: O gene da natureza é verdadeiramente inspirador já que mencionou isto. Assim sendo, quanto mais tornamo-nos espiritualizados tanto mais poderemos tornar-nos criativos?

Marika: Sim.

Bette: O que dizer sobre o envelhecer e a criatividade? Envelhecendo podemos nos tornar mais criativos?

Marika: O que observei experimentando o envelhecimento, tem sido um período valioso de criatividade, uma chance de empregar o conhecimento colhido da experiência de vida, oferecendo voluntariamente ajuda ao próximo. Tais ações ajudaram-me a conseguir mais e mais conhecimento sobre as lições da vida – o significado de amor e fraternidade. Anos atrás, quando voluntária numa escola, fui solicitada a escrever sobre minhas ideias relativas a aposentadoria. Escrevi um curto ensaio que tenho aqui. Foi publicado num jornal escolar; poderia lê-lo para mim, Bette?

Bette: “Gerontologia”, por Marika K. 77. Aposentadoria é um período de maturidade quando nos livra de deveres impelentes. É um período de criatividade de acordo com nosso nível mental e experiências adquiridas. Nesta fase de repouso podemos, se o quisermos, redescobrir nossos talentos que poderiam ter ficado sepultados pela vida toda ativa de deveres.

O aposentar-se, creio, pode ser um muito saudável período sem drogas nem estimulantes se aplicarmos força de vontade sobre nossa floresta de hábitos físicos e mentais. Pelo pensamento positivo, concentração e meditação sobre qualquer assunto viável, podemos adquirir inspiração dirigida através de vontade forte inteligente. Podemos manter-nos a nós e nossas casas em ordem, criando uma atmosfera de carinho.

Creio na ideia segundo a qual o ser humano seja parte de Deus, um criador de per si. O ser humano tem poderes divinos potenciais internos latentes, dentro de si para serem desenvolvidos, talentos para serem despertados. Preservando nossas energias e as dirigindo para o alto em direção a sua meta divina, o ser humano pode criar uma vida extremamente útil em sua velhice. O tempo da aposentadoria é um tempo de oportunidades para uma vida útil de serviço voluntário para o bem comum. E como Max Heindel, um vidente e autor de livros sobre filosofia e cura, disse: “Serviço amoroso e desinteressado ao próximo é o caminho para Deus mais curto, mais seguro e mais alegre”.

Marika: As ideias expressas em meu artigo que escrevi em 77 com 81 anos são as mesmas de hoje com 91. Há tanto a se dizer sobre envelhecer e nosso bem estar. Entre outras coisas, a ciência da nutrição é, creio um fator vital para todos nós de idade, bem como para qualquer idade. Conhecimento do significado da boa nutrição deveria ser um assunto obrigatório em nossas escolas tanto quanto o são leitura, escrita e fazer contas. Há tantos fatos necessários e práticos para a boa saúde individual – principalmente em dependência de sábia nutrição não tenho tempo para entrar em pormenores, mas noutra ocasião terei prazer em falar-lhe da ciência da boa nutrição. Posso compartilhar a experiência pessoal de mais de 91 anos com resultados bons e óbvios. Agradeço pelo convite a este programa.

Bette: Nós agradecemos, mãe, em compartilhar sua sabedoria conosco. Possa você e toda nossa audiência ter uma longa e saudável vida criativa.

(P&R da Revista Serviço Rosacruz nov_dez/88 – Fraternidade Rosacruz SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Quais são os Pioneiros e os Atrasados da Sexta Época?

Pergunta: Agradeceria sua opinião sobre eu estar certo ou errado no seguinte: De acordo com os ensinamentos da Fraternidade Rosacruz a terra toda será etérica na Sexta Época, a Nova Galileia, incluindo humanos, animais, plantas e minerais. De fato, o processo de “eterificação” já está em andamento, tendo nós passado o nadir da materialidade “alguns milhões de anos atrás”. Isto significa que mesmo os atrasados humanos, que não tiverem desenvolvido o Corpo Alma a altura da segunda chegada, também serão etéricos, possuindo apenas os dois éteres inferiores. Assim não sendo, a terra não seria toda etérica. Os pioneiros, pelo contrário, só terão os éteres superiores compondo seu Corpo Alma, e habitarão a atmosfera da terra do futuro podendo assim “Encontrar o Senhor no Ar”.

Resposta: Não cremos que os humanos que não tenham desenvolvido um Corpo Alma lhes seja permitido permanecer na terra chegando a Sexta Época. Parece-nos ter sido deixado bastante claro nos Ensinamentos da Fraternidade Rosacruz que o Corpo Alma, o Traje Dourado de Bodas, será essencial para os humanos poderem viver na Nova Galileia. Extraímos de “Coletâneas de um Místico” uma informação bem pertinente sobre o assunto.

“Têm sido ensinado em nossa literatura que quatro grandes Épocas de desenvolvimento precederam à ordem atual das coisas; que a densidade das condições atmosféricas da terra e as leis naturais prevalecentes numa Época eram tão diferentes das de outras Épocas quanto à constituição fisiológica correspondente da humanidade de uma Época o era da de outras”.

“… carne e sangue teriam torrado no terrível calor de então (Época Lemúrica), e embora adequadas as presentes condições, diz-nos Paulo que não poderão herdar o Reino de Deus. É, então, manifesto que antes que possa ser inaugurada uma nova ordem de coisas, a constituição da humanidade deve ser radicalmente alterada, sem se falar da atitude espiritual. Eons serão necessários para regenerar a inteira raça humana e adequá-la a vida em corpos etéricos”.

“Por outro lado, nem um novo ambiente vem à existência num momento, mas terra e povo envolvem-se juntos desde os menores e mais primitivos primórdios. Quando as névoas da Atlântida começaram a dissipar-se, alguns de nossos antepassados tinham desenvolvido pulmões embrionários e foram forçados para as terras altas muito antes de seus companheiros. Vagaram ‘Na Vastidão Deserta’, enquanto ‘A Terra Prometida’ estava emergindo das brumas mais leves, e ao mesmo tempo seu pulmão em desenvolvimento propiciavam-lhes a viver sob as atuais condições atmosféricas”.

“Mais duas raças nasceram nas bacias da terra antes que uma sucessão de inundações os dirigisse para as terras altas; a última deu-se quando o Sol (por precessão) entrou no áqueo Câncer, cerca de há dez mil anos, conforme relataram os sacerdotes egípcios a Platão. Vemos assim não haver mudança improvisa em constituição ou ambiente para a inteira raça humana ao alvorecer de uma nova Época, mas um sobrepor-se de condições que torna possível para a maioria por ajuste paulatino ingressar nas novas condições embora a mudança possa parecer repentina ao indivíduo quando a alteração preparatória tiver sido realizada inconscientemente”.

Na interpretação mística do Natal diz Max Heindel: “Assim como os Atlantes cujos pulmões estavam subdesenvolvidos pereceram no dilúvio, também a nova idade encontrará alguém sem ‘Traje de Bodas’, portanto despreparado para entrar, até qualificar-se em ocasião posterior”.

(P&R da Revista Serviço Rosacruz nov_dez/88 – Fraternidade Rosacruz SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Podemos Cancelar Certas Circunstâncias que temos como Compromisso com o Nosso Destino?

Pergunta: Na primeira lição enviada pelo sr. Heindel ele diz algo a respeito de podermos cancelar em determinadas circunstâncias, os compromissos que temos com nosso destino. Gostaria de saber o seguinte: Quais são essas determinadas circunstâncias? Suponho que posso, atualmente, construir para o futuro, e que posso controlar as coisas que tem lugar em minha consciência de acordo com a quantidade de vontade que eu tenha em fazer o que é correto, e o desejo que empregue em apoio dessa vontade. Mas, que dizer das más influências? Que dizer de alguém que leva a vida de uma pessoa comum e se extravia nos maus caminhos? Não estará ela se enredando em algo de onde não poderá escapar? Ou poderá, por meio de um esforço para superar sua natureza inferior construindo um caráter melhor, livrar-se das consequências de suas más ações? Esta é uma questão sobre a qual tenho discutido muito com uma amiga minha. Ela sustenta a ideia de que se nós sabemos que nos está destinado um acidente ou um contratempo de qualquer espécie, nós podemos evita-los simplesmente nos afastando dos locais onde poderiam ocorrer, mas eu não creio que assim possamos evitar o passado. Se pudéssemos não construiríamos nosso caráter fugindo de todas as coisas. É verdade ser este um ponto de vista mais ou menos fatalista do assunto, mas eu creio que devo receber minha purgação como um ser humano. Tenho lutado em vão contra isso, e sinto-me às vezes desgostoso por ser tão fraco.

Resposta: Há um ponto importantíssimo a respeito do assunto e que parece não ter sido levado em conta na pergunta acima, embora tenha sido clara e enfaticamente explicado em nossa literatura. “Todas as leis da natureza, incluindo a lei da consequência em suas aplicações na vida humana, estão sob a administração de Seres excelsos, de sublime espiritualidade e superlativa sabedoria”. Essa lei não age cegamente seguindo o princípio de “olho por olho e dente por dente”. Esses grandes Seres e seus agentes administram todas as coisas com uma sabedoria que foge da compreensão de nossas Mentes limitadas. Verificou-se, contudo, que, sempre que há um desejo, uma tendência ou uma possibilidade de evitar uma colheita de amargura decorrente de certo Destino Maduro, tais planos são sempre limitados por uma mudança correspondente feita pelos administradores invisíveis da lei.

O consulente encontrará no Conceito Rosacruz do Cosmos o exemplo de um conferencista que foi avisado pelo Sr. Heindel de que sofreria um acidente ferindo-se em certas partes do corpo, caso saísse de casa em determinado dia, e de como ele se esqueceu; pensou que o dia 28 fosse 29, viajou a outra cidade para pronunciar uma conferência e feriu-se num acidente ferroviário, tal como fora predito. Esse homem havia sido prevenido, acreditou no aviso e pretendia evitar o acidente, mas indubitavelmente o sofrimento decorrente daquele acidente lhe era necessário como uma expiação de certas más ações. Por isso os agentes da lei de causas e efeitos fizeram com que ele se esquecesse do dia do mês.

Este princípio também opera de outro modo. O consulente parece pensar que não há meios de evitar a colheita do passado, mas há. Já frisamos repetidas vezes o fato de que Deus, a natureza ou os agentes dessa grande lei, não desejam “massacrar-nos”. Estamos aqui, nesta grande escola da vida, salvaguardados por essas leis da natureza. Elas são feitas para nosso benefício e não para nosso prejuízo, embora de certo modo elas nos limitem, como limitamos as liberdades de nossos filhos com o fito de resguardá-los dos perigos da indiscrição. Quando, por nossas ações passadas, acumulamos certa quota que deve ser saldada em algum tempo futuro, e então percebemos nosso erro, viramos uma nova página e passamos a viver em harmonia com a lei anteriormente violada, e com esse ato limpamos a lousa dos nossos pecadilhos passados. Os agentes da grande lei, ao verem que cessamos de proceder mal neste caso particular não nos infligiriam sadicamente o sofrimento. Devemos ter sempre em mente o seguinte: todas as leis da natureza estão sob uma administração semelhante, divina e inteligente, pois neste ponto é que reside a diferença entre os pontos de vista fatalista e espiritual. A mão de Deus, através de Seus agentes, está em toda parte, desde as maiores coisas, como o percurso de um planeta em sua órbita, até aos pormenores mais triviais como a queda de um pardal. É um fato real que em Deus vivemos, nos movemos e temos o nosso ser. Estamos, em tudo, sob sua proteção amorosa e, portanto nada nos pode acontecer que não esteja em harmonia com Seu grande plano divino. E esse plano, certamente, não pode ser fatalista!

(P&R da Revista Serviço Rosacruz agosto/1966 – Fraternidade Rosacruz SP)

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