Carta de Max Heindel: Um Tribunal Interno da Verdade

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Carta de Max Heindel: Um Tribunal Interno da Verdade

Um Tribunal Interno da Verdade

Uma visita que esteve em Mount Ecclesia na semana passada, disse-me que passou uns vinte anos estudando todas as diferentes filosofias que conseguiu obter, e que havia comentado nos últimos anos os estudos dos Ensinamentos Rosacruzes, que lhe pareceram encerrar a verdade absoluta. Naturalmente ela esperava que concordasse com tais manifestações, e sentiu-se atônita e emudecida quando lhe disse que eu não considerava assim os Ensinamentos que me foram dados pelos Irmãos Maiores, e que foram transmitidos em nossos vários livros.

Para os aborígenes australianos e africanos que podem desenvolver um temperamento religioso – até onde lhes seja possível entender isso – provavelmente aceitarão como uma grande verdade, que haja um Ser Divino de natureza superior à humana. Para tais seres humanos e para tal concepção de religião, tem havido um gradual avanço quanto às filosofias transcendentais que inspiram reverência nas espécies mais adiantadas da raça humana.

Acreditamos que a evolução do ser humano também requer uma evolução da sua religião. Nós viemos ascendendo dos planos de uma ignorância infantil, ao ponto em que hoje nos encontramos, e seria absolutamente contrário às Leis de Analogia supor que qualquer conquista na linha religiosa, que atualmente possuímos, seja a definitiva, pois se não houvesse mais progresso religiosos, também não haverá mais progresso humano.

Então, qual é o caminho que conduz às alturas da realização religiosa e onde podemos encontrá-lo? Esta parece ser uma pergunta lógica. Podemos responder que isto não se encontra nos livros, sejam os meus ou os de outros. Os livros são úteis, à medida que nos dão alimento ao pensamento através dos assuntos que fornecem. Podemos ou não chegar às mesmas conclusões do escritor, mas quando absorvemos as ideias apresentadas em nosso próprio íntimo e trabalhamos sobre elas com cuidado e devotamento, o que resulta deste processo é nosso, e está mais perto da verdade do que qualquer coisa que possamos obter através de outros ou por outras vias.

O Eu Interno é o único tribunal da verdade. Se nós, consciente e persistentemente, levarmos nossos problemas ante este tribunal, desenvolveremos, com o tempo, tal senso superior da verdade que, instintivamente, onde ouvirmos uma ideia avançada, saberemos se ela é ou não correta e legítima. A Bíblia, em várias passagens, exorta-nos para que estejamos atentos a todas as espécies de doutrinas que flutuam no ar e ao nosso redor, porque muitas são perigosas e perturbam a Mente. Livros são lançados para promover este, aquele ou outro sistema de filosofia. A menos que tenhamos estabelecido ou começando a estabelecer este tribunal interno da verdade, poderemos ficar como a pessoa referida acima – vagueando de um lugar para outro, sem encontrar descanso na vida e, no final, sabendo pouco mais ou talvez até menos do que no princípio.

Meu conselho aos estudantes é que nunca aceitem, rejeitem ou sigam cegamente qualquer autoridade. Esforcem-se para estabelecer internamente o tribunal da verdade. Remetam todos os assuntos a esse tribunal, comprovando todas as coisas e absorvendo firmemente tudo o que nele existir de bom.

(Por Max Heindel – livro: Cartas aos Estudantes – nr. 83)

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