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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Alcançar a Nova Era: uma Meta para Todos Nós

Embora os avanços tecnológicos e a rapidez dos fatos sejam a tônica dos tempos atuais, eles não representam, contudo, garantia de reflexos verdadeiros da humanidade ao impulso espiritual da Nova Era que se aproxima. É verdade que grupos de diferentes ramos e/ou pertencentes a diversos países, a diversas culturas e empresas estejam se alinhando em cooperação para atingir propósitos semelhantes, mas a sincera análise traz à tona que o motivo real dessas uniões está baseado na ilusória necessidade de sobrevivência material, ditadas por fatores econômicos e financeiros. Quando diferente, as trocas de talentos funcionam similarmente à economia feudal que predominava na Idade Média.

Sabemos, no entanto, que a verdadeira Fraternidade Universal não pode ser baseada na cooperação superficial guiada por interesses materiais, tampouco na ilusão de que as “novas” atitudes integrativas revelam alguma espiritualidade. Ainda que o Sol estivesse agora mesmo, por Precessão dos Equinócios, sob o Signo de Aquário e inundando a Terra com suas vibrações de Fraternidade Universal, tal acontecimento não garantiria a verdadeira Fraternidade Universal como uma realidade. Esse estado não pode nascer fora do ser humano, tampouco pode ter como bases referenciais físicos. Em verdade, a Nova Era ocorrerá quando o ser humano aprender a viver a Fraternidade de modo interno. Em outras palavras, o cooperativismo não deve ser ditado por necessidade e progresso materiais ou interesses pessoais, mas por ações voluntárias e espirituais, pois viver de outro modo constitui uma vida estéril, já que o benefício material não pode gerar vida.

Alcançar a Nova Era significa afinar as intenções (internas) com os propósitos da Era de Aquário. Não basta apenas receber suas vibrações pelo Sol físico. Deve haver uma decisão de buscar esse novo padrão de estilo de vida.

Tracemos as características do modelo de aprendizado que nos guiará até a Nova Era, e que foi deixado para a humanidade a milhares de anos atrás. Tal modelo já deveria ter sido assimilado por todos, mas, infelizmente, as amarras e apego ao Espírito de Raça e de família são tamanhos que algum atraso no caminho natural das coisas ocorreu! Apesar disso, a ação rápida da Era de Aquário permite que haja aceleramento do progresso espiritual, o que constitui uma graça e uma redenção de compensação do tempo perdido.

Para compreendermos o motivo das lições que nos guiarão para a Nova Era devemos compreender as tendências enraizadas em nossa Personalidade que foram formadas no passado. Somente assim poderemos nos livrar delas. No livro Conceito Rosacruz do Cosmos é ensinado que nós começamos nosso caminho de desenvolvimento no Período de Saturno. Em seguida passamos pelo Período Solar, Período Lunar e estamos atualmente no Período Terrestre. Até a metade do Período Terrestre tínhamos o objetivo de desenvolver ferramentas ou veículos para nós mesmos, estando toda a força criadora direcionada para esse propósito. Essa etapa de construção é conhecida, pela Filosofia Rosacruz, como período de Involução. Os veículos, que recebemos como germe e desenvolvemos até o momento atual, foram: um Corpo Denso (no Período de Saturno), um Corpo Vital (no Período Solar), um Corpo de Desejos (no Período Lunar) e uma Mente (no final da primeira metade do Período Terrestre – metade da quarta Revolução desse Período). Em verdade, a Mente atual constitui apenas um esboço rudimentar do que será futuramente e quão valiosa será para o nosso trabalho – por isso que ela é um veículo e não um Corpo, ainda. A partir desse ponto (cadeia de três Corpos e uma Mente) nós pudemos despertar uma consciência de vigília (nascimento do indivíduo). Em outras palavras, nós pudemos tomar posse de nossos veículos e esse é um marco importante, pois culmina o trabalho feito por nós, Ego – um Espírito Virginal da Onda de Vida humana manifestado –, com ajuda de diversos seres esplêndidos, chamados de Hierarquias Criadoras, de descer dos Mundos ditos superiores até aqui no Mundo Físico. O encontro entre os nossos Corpos e nós, o Ego, por meio da Mente, marca o nascimento do indivíduo. Isso ocorreu no atual Período Terrestre. Aqui se iniciou o período conhecido como Evolução (veja mais detalhes no Cap. XII do Livro o Conceito Rosacruz do Cosmos).

Para compreendermos as lições que nos levarão para a Nova Era, necessitamos focar nossa atenção no trabalho feito no atual Período, o Terrestre. O Período Terrestre é dividido em sete grandes Épocas: (1) Época Polar; (2) Época Hiperbórea; (3) Época Lemúrica; (4) Época Atlante; (5) Época Ária; (6) Época Nova Galileia; (7) Época Reino de Deus. Já passamos pelas quatro primeiras e estamos atualmente vivendo a Época Ária. Seguindo a Lei da Natureza conhecida como Espirais dentro de Espirais, durante a (1) Época Polar, aprimoramos nosso Corpo Denso, pois a primeira Época é uma representação menor do trabalho maior feito no primeiro Período ou Período de Saturno. Na segunda Época do Período Terrestre, Época Hiperbórea, trabalhamos sobre o Corpo Vital, pois essa segunda Época correlaciona-se com o trabalho do Período Solar. Durante a terceira Época do Período Terrestre, Época Lemúrica, desenvolvemos ainda mais o Corpo de Desejos, pois aqui o trabalho está relacionado com o que foi efetuado no terceiro Período, o Período Lunar. Lembrem-se, Espirais dentro de Espirais! Alguns pioneiros da Involução aprimoraram seus Corpos de Desejos de tal modo, que foram capazes de dividi-lo em duas partes: Corpo de Desejos superior e Corpo de Desejos inferior. Para esses, na última parte da Época Lemúrica, foi possível adiantar a entrega do Átomo-semente da Mente, pois a parte superior do Corpo de Desejos permitia certo controle das paixões para que o Ego pudesse tomar posse de seus veículos. Então, foi na 3ª Época (Lemúrica) que nasceram os primeiros indivíduos. Para os que ainda não tinham separado o Corpo de Desejos em duas partes, somente mais tarde foram capazes de tomar posse definitiva de seus veículos. Para esses, isso ocorreu na quarta Época ou Época Atlante (veja mais detalhes no Cap. X do Livro o Conceito Rosacruz do Cosmos, a revolução Lunar do Período Terrestre).

A partir do nascimento do indivíduo, iniciamos o trabalho original do Período Terrestre (note que até então houve Recapitulações ou aprimoramento de trabalhos já realizados em Períodos precedentes). Até esse ponto, nós não éramos fisicamente separados. Todos constituíam uma única Raça e éramos bissexuais ou hermafroditas. Com a separação da Terra do Sol, toda energia espiritual do Sol era assimilada por um único canal. Mas, como a Lua, a oitava esfera, acabou tendo que ser separada da Terra, duas fontes de energias começaram a ser derramadas sobre a Terra. Assim, uns tornaram-se melhores condutores de energia lunar e outros da procedente do Sol. Tal fator, juntamente com a necessidade de desenvolvimento do cérebro e da laringe físicos, promoveu a separação dos sexos, a cada vez que renascemos aqui, na Região Química do Mundo Físico.  

Essa foi a nossa primeira diferenciação física (mulher e homem). Com ela, metade da dual força criadora foi direcionada para construção de um cérebro e uma laringe, para expressar pensamentos, planejar ações e direcionar os sentimentos. Aqui, divididos entre homem e mulher, recebemos a ajuda de seres elevados conhecidos como os “Senhores de Vênus” e os “Senhores de Mercúrio”. Os primeiros constituíram guias das grandes massas. Seu ministério tinha o objetivo de nos fazer manifestar nossa vontade e decisão ao ponto de nos dirigir sozinhos. Aqueles que alcançaram esse propósito (os adiantados), eram, então, postos sob a direção dos “Senhores de Mercúrio” que ensinavam verdades mais elevadas para se tornarem seres humanos Líderes ou “Reis pela graça de Deus”. Assim, assumiriam o papel dos Senhores de Vênus. Somente aquele que tem domínio próprio poderá governar os demais.

Na última parte da Época Lemúrica, alguns de nós se desenvolveram de tal modo que começaram a construir corpos mais aprimorados. Assim, a primeira Raça surgiu, a Raça Lemúrica. Essa não tinha memória, nem sentimento algum, apenas a sensação de tato, dor e conforto.  O Corpo Denso era algo muito bruto e grande, e a nossa consciência ainda estava totalmente voltada para os Mundos internos. Dessa maneira, o único modo de chamar a nossa atenção para o Corpo e para o Mundo Físico era nos estimular para tal. Como os Corpos eram brutos e só tinham percepção de dor e conforto, métodos de ensino violentos foram necessários para despertar a nossa vontade e consciência para o Mundo Físico (veja sobre esses métodos no Cap. XII do Livro o Conceito Rosacruz do Cosmos). Os métodos eram simplesmente os que causavam dor física, e visavam estimular o Corpo Denso para que a nossa atenção para ele fosse despertada. Infelizmente, hoje, fatos revelam que muitos de nossos irmãos e de nossas irmãs permaneceram com reminiscências dessa Época. Isso constitui um fator de distanciamento para entrarmos na Nova Era. Devemos nos livrar disso!

Ainda no que se refere à última parte da Época Lemúrica, houve o episódio conhecido como “A Queda do Homem”. Não entraremos em detalhes sobre esse episódio aqui, mas ele constituiu um fator chave que nos fez, homem e mulher, conhecermos ou focarmos nossa consciência no Mundo Físico e em nossos Corpos, por meio da procriação autônoma.

Terminada a Época Lemúrica, iniciou-se a quarta Época ou Época Atlante. Com o uso da Mente, verificou-se que o pensamento esgotava as células nervosas; matava, destruía e levava-as à decomposição. Aqui, o alimento passou a ser composto de cadáveres. Matávamos para comer com o objetivo de formar um esqueleto mais sólido e denso (“Nimrod era um caçador poderoso”). Mesmo com um Corpo Denso mais aprimorado e conhecendo mais o Mundo Físico, insistíamos em não aproveitar as oportunidades que o Mundo Físico tinha para oferecer, pois amávamos demais os planos internos. Desse modo, um novo elemento foi dado, o “vinho”. O álcool é um espírito e atua sobre nós. Essa atuação paralisa totalmente a influência espiritual, deixando-nos propensos a focar somente no material. Fomos esquecendo, então, nossa origem espiritual e focamos na matéria.

O progresso individual e material começou a ser tão grande, que diferentes corpos foram necessários para dar conta da nossa expressão que evoluía. Assim, fomos divididos em sete Raças:

  • Raça Rmoahals – que além de sensações e dor, também tinham algum sentimento, mas pouca memória. Graças a essa última faculdade começou a nomear as coisas;
  • Raça Tlavatlis – sentimento egoísta com uma memória mais aguçada deu início à busca por reconhecimento de acordo com seus feitos. Tornaram-se ambiciosos e recordavam-se das proezas que faziam. Honra dos antepassados que virou adoração. Isso é muito comum ainda em igrejas exotéricas. Por exemplo, todas as vezes que adoramos a pessoa que fez grandes feitos, estamos revivendo a época de Tlavatlis. O que devemos fazer é admirar os feitos das pessoas e seguir seu modelo de santidade.
  • Raça Tolteca – valorizavam a experiência. Quanto mais experiências uma pessoa tinha, mais sábio era considerado e escolhido como guia para tomada de decisões. Com o tempo, essa admiração foi transformada em critério para se escolher quem iria governar o povo. Admiravam seus predecessores e inauguraram a monarquia de acordo com os feitos dos homens. Os filhos desses grandes homens eram também respeitados e honrados, por isso, o filho de um grande homem tinha bons privilégios de reconhecimento. Assim, inaugurou-se também a sucessão hereditária de poder. Obviamente que houve abusos de poder pelos reis, com opressão e vingança. Exemplo de reminiscências dessa Raça ainda hoje podemos ver nas monarquias.
  • Raça Turânios Originais – construíam templos onde reis eram adorados, oprimiam as classes inferiores. Florescia a magia negra. Os templos Egípcios constituem uma amostra desses santuários. Atualmente, muitos querem construir igrejas de pedra e cimento para adorarem Santos e Santas e não os seus feitos; isso também é uma reminiscência dos Turânios Originais.
  • Raça Semitas Originais – a mais importante das Raças, pois foi a semente da Raça Ária. Aqui, deu-se início ao uso da Mente como refreadora das paixões. Eles foram os primeiros a descobrirem que o cérebro é superior ao músculo. Mas faziam isso de modo astuto e egoísta, para conseguirem o que desejavam.
  • e (7) Raça Acádios e Raça Mongóis – desenvolveram mais ainda a capacidade de pensar. Mas se desvirtuaram do rumo da evolução, pelo excesso de astúcia e egoísmo.

Antes de entrarmos no estudo da atual ou quinta Época é importante retomarmos o estado das massas: primeiro nós tínhamos gastados, em demasia, nossa força criadora devido ao episódio “A Queda do Homem”; usamos e abusamos dela. Segundo, fizemos uso de álcool e de drogas, utilizando nossa Mente para fins egoístas e astutos ao ponto de nos esquecer de nossa origem divina e espiritual. O foco no Mundo Físico foi tamanho, que passamos a negar a existência de qualquer coisa espiritual (note a falta de equilíbrio: antes negávamos a existência do Mundo material; agora, pendemos para o lado oposto, e negamos a existência dos Mundos espirituais!). Terceiro, dividimo-nos em Raças. As Raças mais avançadas passaram a dominar ou escravizar as mais débeis. Quarto, a noção de separatividade fez com que nos apegássemos a termos o sentido egoísta de pertencer a uma família, uma tribo, uma nação ou a um país, de tal modo que nos prendíamos, por esse sentimento egoísta de pertencimento, a essa forma, não possibilitando mudanças e progressos.  Ficamos confinados nos corpos, nascendo e renascendo na mesma Raça, por muitos e muitos anos. Como essas reminiscências estão atualmente? A Tabela 1 mostra didaticamente.

Lições da ÉpocaAtingiu
seu objetivo
O ser humano se livrou
dela?
Roupagem atual
Lemúrica Causar dor no corpo para despertar a consciência e vontade. Relação sexual apaixonada para despertar a consciência para o Mundo Físico.SimNãoAutoflagelação, tatuagem, piercing, práticas Hindus de elevação do corpo por ganchos, esportes radicais que atingem os limites físicos suportáveis e, às vezes, insuportáveis. Sexo baseado na paixão e na posse do outro.
Atlante Acumular coisas, pois era nosso papel aprender a dominar sólidos, líquidos e gases. Nesse processo, aprendemos a guardar o que dominamos, termos referências visíveis que expressam nosso domínio.SimNão  Ainda procuramos a valorização da posse material ou imaterial: minha casa, meu carro, meu dinheiro, meus filhos, meu marido, minha esposa, minha saúde, minha fama, meu poder e acúmulo de bens para também termos referência física de que dominamos o mundo e estamos seguros por isso.
Atlante Uso do “vinho” e da carne animal para se esquecer da origem divina e formar um Corpo Denso com um esqueleto apropriado.SimNãoGrande parte de nossos irmãos e das nossas irmãos ainda contribuem para matança dos animais (mamíferos, aves, peixes, répteis, crustáceos, anfíbios, frutos do mar e afins) e utilizam bebidas alcoólicas em churrascos, festas e comemorações. Também, de modo cotidiano, com a astúcia de relaxar ou “se livrar” de doenças cardiovasculares.
Atlante Negar a existência de qualquer coisa espiritualSimNãoPessoas céticas e que acham pura bobagem acreditar nas fantasias sobre Deus ou Religiões.
Atlante Raças mais avançadas ou inteligentes passaram a dominar ou escravizar as mais débeisSimNãoHá ainda escravidão, inclusive econômico-financeira. Sem se falar na escravidão física, exploração sexual, exploração de crianças e outras. Os mais ricos e poderosos escravizam os trabalhadores mais pobres.
Atlante Divisão em Raças e o uso do cérebro para aprender a controlar as coisas físicas.SimNãoAlgumas vezes, não mais Raças, mas espírito de família, espírito de tribo. Ainda utiliza sua Mente para conseguir ser “melhor funcionário”, ter “melhor desempenho” e ser competitivo seja na família, seja no mercado de trabalho. Custe o que custar, empregará sua Mente para ter sucesso material e de carreira (“pisando no pescoço”, “puxando o tapete”, “apelando para a forma física”, “se prostituindo”, “se vendendo”)
Tabela 1 – Lições das Épocas e a roupagem atual que constituem suas reminiscências

É possível notar que ainda temos muitas dessas tendências enraizadas em nossa Personalidade, que tiveram origem durante a Época Lemúrica e Atlante. Com o término da Época Atlante, iniciou-se a quinta Época ou Época Ária. Aqui, um grande Iniciado apareceu para nos mostrar como devíamos nos livrar das reminiscências da Época Atlante e da Época Lemúrica, e o que devemos aprender da Época Ária para entrarmos na Nova Era. Tal Iniciado foi Abraão e sua vida pode ser estudada por meio da Bíblia.

Abraão foi o primeiro dos mestres Iniciados enviados a nova Quinta Época Raça-Raiz que habitaram a Terra depois da destruição do continente Atlântico pelo “Dilúvio”. Para desvencilhar a tendência de que somos algo material, um acidente da natureza e sem origem espiritual, Abraão, antes conhecido como Abrão, veio de Ur, cidade da “luz”, e se estabeleceu em Harã, “um lugar alto”. Significa que sua origem não é física ou material, mas espiritual.

Os espiritualmente iluminados sempre consideraram que cada lugar mencionado na Bíblia representa o aqui e agora, e cada personagem mencionado é você, você mesmo. Ora, também viemos de Ur (da luz) e nos estabelecemos em um lugar alto. Sabemos que nós, o Ego, não estamos aqui na Região Química do Mundo Físico (baixo), mas na Região do Pensamento Abstrato (alto). Além disso, a noção de que somos mais do que carne e osso têm uma implicação muito importante no modo como agimos no dia a dia. Se prestarmos atenção, facilmente notaremos que vivemos no mundo com a ilusão de que permaneceremos aqui para todo o sempre. Ignoramos o fato consumado que é a morte! Não há como permanecer vivo para sempre! Mesmo assim, alimentamos a ideia de que permaneceremos, e nossas ações diárias são modeladas a partir disso. “Na verdade, não temos aqui cidade permanente, mas buscamos a que há de vir”. (Hb 13:14). Se compreendermos que a morte do Corpo Denso não extingue a vida, a pergunta que aparece é: como devemos nos preparar para o que há de vir? Devemos dedicar algum tempo da nossa vida para essa preparação, e deixar de usar a Mente para alimentar traços atlantes como a competitividade, o ceticismo e a valorização de grandes feitos físicos. Além disso, a ideia de que aquilo que acumulamos de aprendizado não pode ter relação com a quantidade de posses físicas, nos faz procurar menos ostentação e avareza. As riquezas permanentes estão no Céu e não na Terra passageira. Essas constituem as primeiras lições que devemos aprender.

Outro fator importante: assim como Abraão, não estamos sozinhos quando iniciamos a vida na Terra. Em verdade ele estava acompanhado por Sara (sua natureza superior) e do filho de seu irmão (Ló) sua natureza inferior. É muito importante recorrermos ao texto bíblico em que o narrador esclarece que Abraão (Ego) era muito rico em prata e ouro e possuía muito em gado. Assim como Ló, também, possuía muitos bens. No capítulo 13 do Livro do Gênesis versículos 6, 7, 8 e 9, lemos: “E não tinha capacidade a terra para poderem habitar juntos, porque os seus bens eram muitos de maneira que não podiam habitar juntos. E houve contenda entre os pastores do gado de Abrão e os pastores do gado de Lot, e os cananeus e os perizeus habitavam então na terra. E disse Abrão a Lot: ‘Ora, não haja contenda entre mim e ti, e entre os meus pastores e os teus pastores, porque somos irmãos. Não está toda a terra diante de ti? Eia, pois, aparta-te de mim, e se escolheres a esquerda, irei para a direita e se a direita escolheres, eu irei para a esquerda’”.

Com esse processo de reconhecimento que não há espaço para que as naturezas superior e inferior vivam juntas, começa uma separação em ideias entre ambas. Mesmo sendo pecador, isso não impede de começarmos uma busca por realizar as obras espirituais. Por meio da inanição, deixamos de alimentar a natureza inferior que, aos poucos, começa e perder força e alimentamos apenas a natureza superior. Na medida em que o “Eu superior”, a parte de nós que deve preencher a totalidade do nosso ser, passa a predominar, o crescimento anímico ocorre. Com esse poder, poderá haver o resgate e domínio do “eu inferior”. Isso é relatado na seguinte passagem da Bíblia: “Ouvindo, pois, Abrão que o seu irmão estava preso, armou os seus criados, nascidos em sua casa, trezentos e dezoito, e os perseguiu até Dã”. O Senhor havia ordenado a Abraão que percorresse toda a terra, no seu comprimento e na sua largura, pois assim iria adquirir experiência. A soma do número 318 equivale ao número 12. A soma do número doze equivale a 3 que representa os três atributos de experiência de nós, o Ego: Alma Consciente, Alma Intelectual e Alma Emocional. Abraão estava, então, apto e suficientemente poderoso para resgatar Ló e não mais viver separado dele, mas com a capacidade de dominá-lo. “E dividiu-se contra eles de noite, ele (Ego ou Abraão) e os seus criados (seus poderes Anímicos), e os feriu, e os perseguiu até Hobá, que fica à esquerda de Damasco. E tornou a trazer todos os seus bens, e tornou a trazer também a Ló (Personalidade ou natureza inferior), seu irmão, e os seus bens, e as mulheres, e o povo”.

Passadas tais provas, veio a palavra do Senhor a Abraão em visão, dizendo: “Não temas, Abrão, eu sou o teu escudo, o teu grandíssimo galardão.” (Gn 15:1). Apesar de os ideais de pureza, serviço e sacrifício parecerem estar, ainda, muito distantes de serem concretizados por nós, tais atributos (que são personificados por Abraão) são expressões superiores de Áries (a primeira das três Eras que iniciou na Época Ária, logo após o fim da Época Atlante).

Após essa etapa de domínio do “eu inferior” pelo “Eu Superior”, inicia-se um novo processo de produção de serviços espirituais. Muitas obras em favor da humanidade são realizadas pela pessoa que atingiu essa etapa. No entanto, quanto mais alto a alma ascende, mais sutis serão as tentações que deverá sofrer. Abraão finalmente enfrentou uma de suas maiores provas do Caminho Iniciático, a denominada Grande Renúncia. Assim como se lê no Livro do Gênesis 22:7-12. “Então falou Isaac a Abraão seu pai, e disse: ‘Meu pai!’. E ele disse: ‘Eis-me aqui, meu filho!’. E ele disse: ‘Eis aqui o fogo e a lenha, mas onde está o cordeiro para o holocausto?’. E disse Abraão: ‘Deus proverá para si o cordeiro para o holocausto, meu filho’. Assim caminharam ambos juntos. E chegaram ao lugar que Deus lhe dissera, e edificou Abraão ali um altar e pôs em ordem a lenha, e amarrou a Isaac seu filho, e deitou-o sobre o altar em cima da lenha. E estendeu Abraão a sua mão, e tomou o cutelo para imolar o seu filho; Mas o Anjo do Senhor lhe bradou desde os céus, e disse: ‘Abraão, Abraão!’ E ele disse: ‘Eis-me aqui.’. Então disse: ‘Não estendas a tua mão sobre o moço, e não lhe faças nada; porquanto agora sei que temes a Deus, e não me negaste o teu filho, o teu único filho’.”.

Isaac representa as obras geradas pelo “Eu Superior” após dominar o “eu inferior” e alcançar a Iniciação. Ele é filho de Abraão e Sarah. A solicitação de Deus para renunciar às suas obras espiritualistas ou propriedades do “Eu superior”, é fundamental. Isso foi bem relatado por Max Heindel em uma de suas Cartas aos Estudantes, quando mencionou que sentia, por muitas vezes, a Fraternidade Rosacruz como uma obra pessoal (tentação) e não produto dos Irmãos Maiores. Esse é um ponto muito sutil, pois o Iniciado aqui acredita que todas as obras maravilhosas que realiza são dele, mas em verdade, pertencem a Deus. Uma vez ultrapassada essa noção, o Espírito mostra que está apto para viver a verdadeira união com todos e receber os verdadeiros ensinamentos universais Cristãos, reservados apenas àqueles que atingiram esse ponto.

Podemos resumir as lições da Época Ária em:

  • Renunciar ao “eu inferior” (traços que trazemos da Época Lemúrica e Época Atlante);
  • Fortalecer o “Eu Superior” para dominar o “eu inferior”;
  • Depois, servir com fidelidade e produzir obras com o “Eu Superior” (gerar filhos: Isaac);
  • Renunciar as obras do “Eu Superior”. Elas não são nossas, mas da humanidade.

Sem dúvida, somente pela devoção, fé e entrega total para Deus é que será possível superar essa grande prova de renúncia espiritual. Se assim procedermos, poderemos verdadeiramente, alcançar a Nova Era. “Aquele que encontrou sua vida, a perderá; e aquele que perdeu sua vida por minha causa, a encontrará.” (Mc 8:35).

Que as rosas floresçam em vossa cruz

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Como podem conciliar a declaração da Bíblia, ou seja, que José só conheceu Maria após ela ter dado à luz ao seu primogênito Jesus que foi concebido pelo Espírito Santo, com os Ensinamentos Rosacruzes que dizem que Jesus era o filho de um pai humano, José?

Pergunta: Como podem conciliar a declaração da Bíblia, ou seja, que José só conheceu Maria após ela ter dado à luz ao seu primogênito Jesus que foi concebido pelo Espírito Santo, com os Ensinamentos Rosacruzes que dizem que Jesus era o filho de um pai humano, José, e de Maria, sua mãe?

Resposta: Se procurarmos as genealogias de Jesus nos Evangelhos segundo São Mateus e São Lucas, verificaremos que o parentesco é traçado desde José até Adão, e nenhuma palavra encontramos a respeito de Maria. Como já o dissemos numa resposta anterior, um copista pode ter interpolado a passagem citada para provar o sentido materialista da Imaculada Concepção.

Contudo, se considerarmos a doutrina esotérica da Imaculada Concepção, tal suposição torna-se desnecessária.

Jeová, o Espírito Santo, o guia dos Anjos, aparece em várias partes da Bíblia como o dador de filhos. Seus mensageiros foram a Sarah anunciar-lhe o nascimento de Isaac; para Hannah anunciaram o nascimento de Samuel; para Maria anunciaram o advento de Jesus, cujos veículos (Corpo Denso e Vital) foram, posteriormente, dados ao Cristo. O poder do Espírito Santo fecunda tanto o óvulo humano como a semente do grão na terra, e o pecado original ocorreu quando Adão conheceu a sua mulher, contrariando a recomendação de Jeová.

Essa transgressão acarretou a marca do pecado sobre uma função sagrada, mas quando uma vida santa purifica os desejos, o ser humano se inunda com esse espírito puro e pode efetuar a função procriadora sem paixão. A concepção torna-se, assim, Imaculada. A criança que nasce sob tais condições é naturalmente superior, porque a concepção realizou-se como um rito sagrado de autossacrifício e não como um ato de autossatisfação.

(Do Livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. II – Perg. Nº 106 – Fraternidade Rosacruz – SP)

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