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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Palavra se Origina da Força Sexual Criadora – há que se Cuidar em Usá-la

Mesmo ante às repreensões injuriosas, mesmo sofrendo ante a incompreensão humana, faça bom uso da palavra que você emite, a qual tem o poder de criar, por se originar da força sexual criadora. Portanto, pondera sobre o que disser, porque algo estará gerando benefício ou malefício, correspondendo ao emprego que você fizer desse dom maravilhoso que Deus nos deu. Afinal, Como o próprio Cristo nos ensinou: “Não é o que entra pela boca que contamina o homem, mas o que dela sai.” (Mt 15:11). Que estas palavras do Cristo permaneçam gravadas com letras de fogo no seu coração, para que venha a compreender que tudo aquilo que de emana de você, deve sempre expressar a harmonia e o amor Crístico. Expressando a harmonia você se sintonizará com as Leis Divinas, cooperando eficazmente com os Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz na grande obra de regeneração humana. O amor Crístico faz florescer o sentimento de Fraternidade, o qual integra cada um de nós a Deus; afinal aprendemos com S. João evangelista que “Deus é Luz, e se andarmos na Luz, como Ele na Luz está, seremos fraternais uns com os outros” (IJo 1:5 e IJo 1:7).

Seja a palavra que sai da sua boca a decisão sábia das três palavras-chaves que regem os seus Mundos internos (como o microcosmo que você é): o discernimento, a consciência e a serenidade. Confia nessas três palavras-chaves a administração dessa riqueza extraordinária, cujos frutos reverterão a seu favor para o seu desenvolvimento espiritual.

Procure fazer da sua palavra uma semente grandiosa, vigorosa, germinando no solo árido dos corações cobertos pela ignorância e pelo ódio. E então, você se regozijará vendo tantos solos agrestes adquirirem o verdor da elevação espiritual.

Também faça da sua palavra o bálsamo que alivia todos os peitos oprimidos pela dor, de irmãos e irmãs que em vidas passadas se esquivaram-se à Luz, e hoje fogem desesperados das trevas que encadeiam a eles.

Procure produzir a sua palavra de modo a ser o perfume dulcíssimo que aromatiza os ambientes petrificados pelo medo, carentes de ternura, agitados pela dúvida, torturados pela angústia. Que a sua palavra tenha a força suficiente para suavizar tanta amargura. Que ela nunca seja portadora do veneno da crítica, nem do fel da injúria, pois fatalmente acabará também sucumbindo, agitado por estas distorções do sentimento.

Se as circunstâncias obrigam a você a falar energicamente, em repreensão a alguma falta cometida, faze-o em tom respeitoso, jamais com a intransigência de uma censura, porém, demonstrando com sapiência e bom senso, não a ignomínia do erro, mas a nobreza da virtude. Procure vislumbrar o bem em todas as coisas e poderá constatar a mudança que se operará em torno de você.

Nunca se iluda com o falar garboso, coordenado com gestos pré-estudados. Isto é carência de sinceridade! São os juízos falsos da Personalidade procurando centralizar as atenções, ofuscando a divina essência oculta – base da Fraternidade – que em reside dentro você.

Jamais se esqueça do antigo, mas sempre atual adágio: “Se o falar é prata, o calar é ouro”. Portanto, se suas palavras são meros invólucros sem conteúdo, não exprimindo o que em você há de mais elevado, então, é melhor que fique calado (a).

Procure sempre que a sua palavra seja o apelo que exorta alguém a procurar a Luz interna (que é a Luz divina), cujo brilho é ofuscado pelo sentido irrealista da vida restrita unicamente ao plano material, onde a ambição desmedida gera o egoísmo, o interesse e a hipocrisia, masmorras sombrias, onde muitas pessoas permanecem agrilhoadas.

Sempre veja na palavra algo de grandioso, belo e sublime. Não há limites ao sentido caricato que lhe empresta o ser humano comum, tornando-a meio de exteriorização de sentimentos mesquinhos. Que você sempre consiga proporcionar a sua palavra uma função correspondente à sua origem sacrossanta. Faça com que ela seja um instrumento adequado ao mister de elevar o gênero humano. Assim, ela sempre será a expressão viva de teu crescimento interno. Enfim, use a sua palavra sempre com sabedoria.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – abril/1967 – Fraternidade Rosacruz – SP)

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