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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Requisito da Evolução e a Correlação Forte com Virgem e Mercúrio

Há dois importantes assuntos ligados com a vida do Cristão e que é nos ensinado por S. Paulo: “Rogai-vos, pois, irmãos pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos Corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus. Que é o vosso culto racional.” (Rm 12:1). O primeiro, é o fato de que o Corpo Denso deveria ser um sacrifício vivo oferecido ao Deus interior, e o segundo, é o culto ou o Serviço prestado pelo Corpo ao Espírito em sua evolução. Em poucas palavras, os Corpos são necessidades ou requisitos para a evolução do Espírito e, por isso, são os servos do Deus interior. Esse serviço é o seu sacrifício que termina com a morte.

O Estudante Rosacruz ponderará, agora, o valor da Filosofia Rosacruz que, em sua sabedoria, ensina a manter uma Mente Pura, um Coração Nobre e um Corpo São, para servir a nós, o Ego (um Espírito Virginal da Onda de Vida humana manifestado), durante o nosso desenvolvimento. De fato, tudo foi criado para o propósito de servir aos outros. Cada um, a seu modo, fornece o necessário para a existência do outro, consciente ou inconscientemente, e dessa forma, o Serviço se torna o fator proeminente da evolução. Logo, “aquele que quiser ser o maior, seja o servo de todos.” (Mc 9:36)!

Nós fomos, primeiramente em um passado longínquo (que na Fraternidade Rosacruz chamamos de Primeira e Segunda Dispensações, ou Dispensações Jeovísticas), ensinados a servir o nosso Deus, fazendo e oferecendo sacrifícios ao nosso Criador e, assim, aprendemos que o serviço requer sacrifício. Naquele tempo não poderíamos compreender que devíamos fazer de nós mesmos um sacrifício vivente e, por isso, oferecíamos, em seu lugar, um animal, que era parte de nós, pois nos pertencia para compensar o pecado que houvéssemos cometido, de acordo coma Lei da Religião de Raça vigente, a de Jeová, o Deus de Raça. Hoje, como seguidores de Cristo, nós nos oferecemos como sacrifícios vivos, e não as nossas posses, para agradá-Lo. Sacrificamos nosso “eu pessoal” pelo bem da Individualidade impessoal, servindo e auxiliando os outros onde e quando podemos. Nosso primeiro serviço foi para obter algum lucro, mas quando estamos sintonizados com o Raio de Cristo, nosso serviço é pela Glória da Alma. Procuramos fazer aos outros o que o Cristo fez por nós, tornando-nos servos do Cristo, que é o nosso culto racional e devocional.

Na evolução do modo de servir, como na evolução de todas as coisas, avançamos por meio da purgação da escória e dos resíduos. Isto é, na realidade, uma purificação. Nosso progresso, em “qualidade” de serviço, depende grandemente da purificação das nossas emoções, dos nossos desejos e dos nossos pensamentos que bem adquirimos por meio de nossa tentativa honesta de praticar o Exercício Esotérico noturno da Retrospecção. “Bem-aventurados os puros de coração, pois verão a Deus” (Mt 5:8). Por mais que falemos, não poderemos exaltar, convenientemente, a importância do Exercício Esotérico noturno da Retrospecção, quando apresentamos nossos Corpos como sacrifícios viventes, oferecidos a Deus. Devemos compreender, perfeitamente, que um Exercício Esotérico noturno da Retrospecção feito pela metade, isto é, sem o correspondente profundo sentimento, não poderá queimar e, portanto, apagar os acontecimentos indesejáveis que praticamos durante o dia e que foram gravados no Átomo-semente do Corpo Denso. A menos que sintamos o fogo do remorso cauterizar, queimar o âmago do nosso coração, o Exercício Esotérico noturno da Retrospecção não está completo; a gravação não será apagada, e nossas vidas continuarão sem crescimento anímico apreciável.

Temos o testemunho que o serviço perfeito e ideal é um exemplo para nosso progresso, no sacrifício do Cristo que volta a nós nesta época do ano no mês de setembro. O Sol, passando pelo Signo do Serviço, o da Imaculada Virgem, concebe e nos traz o Raio do Cristo dos Reinos superiores. Esse Raio do Cristo Cósmico nasce no último princípio da trindade maternal por meio do Signo de Virgem, com sua essência de pureza. Podemos, na realidade, sentir que a Gloriosa Luz Dourada, o Corpo do Cristo Cósmico descendo do “Céu à Terra”, reveste a Vida e o Amor do nosso Redentor. Esse acontecimento nos traz o terceiro Grande Festival Cristão, na série dos acontecimentos da Vida de Cristo, e é celebrado na Festa da Concepção. A terceira mudança na Vida de Cristo ocorre no Equinócio de Setembro, quando o Sol está no Signo de Virgem e a Vida do Cristo viaja desde a superfície da Terra até o seu centro, que é atingido pelo Natal, com mais um “Nascimento” do Cristo aqui na Terra. É essa Imaculada Concepção da Virgem, do Signo de Virgem, que presta o maior dos serviços: a Vida do Cristo “morre para o Mundo Celeste para nascer no mundo terrestre”. “Maior amor não existe do que esse: dar a vida pelo seu amigo.” (Jo 15:13); esse é o maior serviço que pode ser prestado.

É interessante notar que o Signo Virgem é, essencialmente, o Signo da pureza e que Mercúrio é o Planeta que nesse Signo está, ao mesmo tempo, Exaltado e Essencialmente Dignificado, por ser seu Regente. A Hierarquia Criadora de Virgem é conhecida como os Senhores da Sabedoria e, sendo a mais elevada Hierarquia Criadora ativa atualmente, tem a seu cargo auxiliar o desenvolvimento do nosso veículo Espírito Divino de cada um de nós, durante o atual Período Terrestre. Foi durante a segunda Revolução do Período Solar que os Senhores da Sabedoria irradiaram de seus próprios Corpos o germe do Corpo Vital, tornando-o capaz de interpretar o nosso Corpo Denso com a capacidade de crescimento e de propagação posterior, excitando os centros dos sentidos do Corpo Denso e fazendo-o, com isso, capaz de se mover, servindo de instrumento perfeito e obediente para o nosso uso.

Do Planeta Mercúrio, alguns dos seus habitantes foram enviados a Terra para trabalhar conosco. São conhecidos pelos Estudantes Rosacruzes como Senhores de Mercúrio. Eles ensinaram e guiaram os mais adiantados seres humanos da Humanidade e os elevaram à categoria de reis, fazendo-os dirigentes do povo, por meio da arte do domínio próprio e do domínio sobre os outros. No atual Período Terrestre, já passamos pela metade dita marciana do Período Terrestre (até metade da quarta Revolução no Globo D) e estamos seguindo o curso da metade dita mercuriana do Período Terrestre (da metade da quarta Revolução no Globo D até o final da sétima Revolução no Globo G), estando, portanto, sob uma maior influência mercuriana. Uma das coisas que os Senhores de Mercúrio vão nos ensinando é como deixar o Corpo Denso utilizando a nossa vontade e como funcionar nos nossos veículos superiores, independentemente do Corpo Denso que, assim, se tornou uma habitação aprazível, ao invés vez de uma prisão fechada; se tornou um instrumento, ao invés de grilhões embaraçantes. Durante as últimas três e meia Revoluções do Período Terrestre, Mercúrio está nos ensinando isso por meio da Iniciação. Mercúrio polarizou o metal que leva o seu nome, o mercúrio, que evapora pelas paredes do vaso que o contiver e que é assemelhando à Mente. Essa Iniciação pode ser alcançada por meio da purificação da Mente, enquanto o Sol passa pelo Signo da Virgem, e por meio da influência dos Senhores de Mercúrio, Irmãos Maiores da atual Humanidade.

O cordão espinhal é o elo entre os dois órgãos criadores: o cérebro, que é o campo de ação dos intelectuais mercurianos, e os genitais que são o campo de ação dos sensuais e apaixonados Espíritos Lucíferos. A Mente inferior (ou concreta) se juntou à paixão egoísta, sendo missão dos Senhores de Mercúrio, que são de inteligência superior, nos ensinar como usar a Mente sem egoísmo, como torná-la verdadeiramente criadora, de modo, que não mais dependeremos do progresso sexual de gerações que agora está sendo utilizado em Corpos separados.

Hoje, como estamos dentro da época Mental-Mercuriana, os efeitos mentais à distância estão sendo realizados e, portanto, bem podemos compreender a verdade enunciada por Cristo no Seu Sermão da Montanha: “Todo aquele que olhar para uma mulher desejando-a, com ela já praticou o adultério no seu coração” (Mt 5:28).

Assim, setembro é, na verdade, o mês da purificação mental. Tenhamos diante de nossa Mente a imagem da Virgem Imaculada simbolizada pelo Signo de Virgem. É o estado atual da Mente, neste momento de concepção, que dará à luz mais tarde, quando o Raio da Luz do Cristo entrar na Terra no Equinócio de Setembro e viajar para o centro da Terra para nascer pelo Natal.

O Cristo do novo ano vem a nós de Deus-Pai, o mais elevado Iniciado do Período de Saturno, cuja Humanidade constitui, agora, os Senhores da Mente. Vem revestido da pureza mental e está pronto a nos assistir na transformação da nossa Mente apaixonada em uma Mente compassiva. É por intermédio de Mercúrio, o Mensageiro dos Deuses, e oitava inferior de Netuno, que poderemos acender, no canal espinhal, o fogo luminoso e brilhante da purificação e regeneração que nos habilitará a apresentarmos nossos Corpos como um sacrifício vivente, tanto agradável a Deus por ocasião da Festa dos Tabernáculos. Afinal, não há outro caminho senão: “Se alguém me serve, siga-me, e onde eu estiver, ali estará também o meu servo. E se alguém me servir, meu Pai o honrará.” (Jo 12:26).

(Publicado na Revista ‘Serviço Rosacruz’ – agosto/1979 – Fraternidade Rosacruz-SP)

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Uma Lenda do Heliotrópio

À medida que a beleza e pureza da mensagem que essa pequena flor retém na fragrância roxa de seu coração, torna-se mais profundamente implantada na alma da mulher, e à medida que a sagrada concepção da qual nasceu, derrama sua bênção por todo o mundo, essa pequenina mensageira dos Anjos, a mais etérea de todas as flores, gradativamente, perderá sua tênue fragilidade e alegrará por mais tempo os corações daqueles que aprenderam a ler seu significado na beleza perfeita de seu desabrochar. Mais detalhes? Leia aqui: Uma Lenda do Heliotrópio

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A Pureza, Base do Nosso Desenvolvimento Espiritual

A Pureza, Base do Nosso Desenvolvimento Espiritual

A pureza é a essência espiritual que nos permite clarear o cristal de nosso foco de consciência, para que sejamos capazes de penetrar na verdade do Espírito, donde não existe a ilusão.

Por que dizemos que a pureza é a base do desenvolvimento espiritual? Porque o espiritual só pode ser descoberto por meios espirituais, e esse meio espiritual se chama pureza, a qual tem vários graus, de acordo com o nível evolucionário que tenhamos alcançado.

Ademais, cada Aspirante à vida superior está capacitado para responder a certo grau de pureza, pelo fato de transitar pelo Caminho Espiritual.

Na medida em que nós nos esforcemos por adquirir este valioso atributo, nessa mesma medida estaremos capacitados para descobrir as grandes verdades ocultas na Filosofia Rosacruz, na Bíblia ou em qualquer outro livro de edificação espiritual.

Por meio da Lei de Jeová estávamos na situação de servir egoisticamente, na certeza de receber maiores benefícios. As Religiões de Raça têm sido passos necessários para a humanidade, a fim de prepará-la para o advento do Cristo. O ser humano deve primeiramente cultivar o “Eu” (uma individualidade) antes que possa chegar a ser realmente desinteressado.

Logo, do Sacrifício de Cristo em converter-Se no Espírito Interno de nossa Terra, possibilitou-nos estar desenvolvendo esse “EU”, esforçando-nos em servir desinteressadamente a nossos irmãos. Desta maneira, estamos nos transformando em homens e mulheres cada vez mais bondosos.

A essência ou o extrato do serviço desinteressado está desenvolvendo nossa tríplice alma, e à esta colheita espiritual podemos chamar “Pureza”.

Assim como a Lei conduz ao serviço desinteressado, para ficar dentro deste último, assim também o serviço desinteressado conduz à Pureza, para logo ficar dentro desta. Por isso, onde há pureza, há Serviço, porque nós terminamos exteriorizando o que levamos dentro.

Max Heindel nos diz que toda a miséria do mundo se deve ao fato de que lemos a Bíblia com o intelecto e não com o coração. É a Pureza a que nos permite ler com o coração e nos colocar em contato com a verdade oculta em qualquer sentença (da Bíblia).

“Os Puros de coração verão a Deus”, disse Cristo, querendo significar que a pureza é a única chave com a qual podemos abrir a porta que conduz à Deus. Isto é, chegar ao conhecimento de Deus Interno, o conhecer-se a Si mesmo; o encontrar a mulher ou homem dentro de Si mesmo, segundo o caso.

Nas portas dos templos da Grécia liam-se as palavras: “Homem, conhece-te a ti mesmo”, as quais, ao ser analisadas, são sinônimos de “Rosacruz”, segundo nos disse Max Heindel.

Quando o aspirante espiritual, através dos anos de luta no Caminho, logrou adquirir certo grau de pureza em seus veículos, se dará conta que seu desenvolvimento espiritual se acelera de tal maneira, que ganhos espirituais que lhe tinham custado vidas de esforço, outros mais elevados foram obtidos em poucos anos. Logicamente, que isto não é mais do que o produto acumulado dos esforços do passado.

O desenvolvimento espiritual que obtemos através da Pureza nunca é unilateral, porque todos os nossos veículos contribuem nesse sentido, à paulatina aquisição do que se conhece como: “Visão e Percepção Espiritual”.

O ser humano é um Tríplice Espírito, que possui um veículo Mente, que governa um Tríplice Corpo, o qual (espírito) fez emanar de si mesmo (espírito) para adquirir experiência. Este Tríplice Corpo se transforma em uma Tríplice Alma, da qual se nutre, elevando-se assim da impotência para a omnipotência.

Sendo essa a trajetória divina que nos conduz para Deus, é lógico, que sendo a Mente o foco através do qual se verifica esse processo, seja possível fazer todos os esforços para purificar nossos pensamentos, seja qual for o lugar em que estivermos colocados, pois desta forma, saltamos infinidades de obstáculos no Caminho Espiritual.

Estamos nos aproximando da Era de Aquário, cujo principal trabalho será a elevação do polo feminino no homem e o polo masculino na mulher, ou seja, um acesso mais próximo ao equilíbrio entre os dois princípios.

Se quisermos ser verdadeiros Precursores da Era de Aquário, não devemos esquecer que o que determina uma Era, são as condições mentais, as quais são exteriorizadas no tempo e espaço.

Os avanços dos tempos modernos que têm lugar em todos os regulamentos da vida, constituem à cristalização das condições mentais anteriores. Portanto, é lógico deduzir que as condições mentais atuais determinaram as condições que prevalecerão na Era de Aquário.

É importante fazer notar, que o materialismo que Max Heindel nos menciona tão prevalecente a princípio do século, ficou para trás praticamente, como o vemos nas tendências da humanidade para o científico e para o religioso, cuja união será uma realidade para Aquário.

Em virtude disso, podemos afirmar sem lugar de equívoco, que o mundo é aquilo que nós fazemos dele, e será no futuro o que dele estamos fazendo atualmente.

São Paulo nos disse: “Reforma-os pela renovação de vosso entendimento” (pensamento), e se meditamos um momento nos parágrafos anteriores, veremos a importância que tem para nós o purificar de nossos pensamentos.

“Ainda a Mente do mais degenerado pode ser totalmente limpa em alguns poucos meses. Isto foi experimentado por muitos que o tentaram, e qualquer um que o deseja e seja o suficiente tenaz, pode alcançar o mesmo e gozar de uma Mente pura e limpa em muito pouco tempo”, afirma Max Heindel.

Notamos a importância de purificar nossos veículos, quando lemos no Serviço de Cura: “Se desejarmos ser verdadeiros auxiliares na Obra que os Irmãos Maiores iniciaram, devemos transformar nossos corpos em instrumentos adequados, devemos purificar-nos por meio de uma vida pura, porque um vaso sujo não pode conter água limpa (pura) e saudável, nem uma lente manchada pode dar uma imagem nítida”.

No caminho espiritual não há lugar de descanso: avançar ou retroceder é a lei: mas é bom ter presente que os “retrocessos” acontecem durante uma ou várias vidas, dependendo do caso. Muitos hão que estão tratando de “tirar o navio das rochas”, que tinham encalhado em suas vidas passadas.

Se desejamos avançar a passo seguro para a purificação de nossos veículos, devemos tratar por todos os meios de praticar o exercício de Retrospecção a cada noite antes de dormir. Não importa a luta que tenhamos que enfrentar, a ajuda requerida será prestada a seu devido tempo a todos aqueles que persistam no esforço de dominar a si mesmos.

“Está a vida de pureza fora do alcance de alguns de nós? Não nos desencorajemos por isso, não se construiu Roma em um dia. Somos melhores homens e mulheres por haver pecado e sofrido, até que tenhamos despertado para o conhecimento de que o ‘o caminho do transgressor é mui doloroso’, e de que tenhamos chegado ao caminho da virtude, no qual só se encontra a paz Interna.

“Semelhantes homens e mulheres estão em um nível espiritual muito superior que aqueles que viveram vidas de pureza porque se achavam em situação privilegiadas. Isso foi evidenciado por Cristo quando disse que “Haverá mais alegria por um pecador que se arrepende, que por noventa e nove que não necessitam arrependimento”.

Para finalizar, não esqueçamos que, ao sermos admitidos como estudantes dos Ensinamentos da Sabedoria Ocidental, percorrendo conscientemente o Caminho que conduz à Iniciação, é o maior privilégio que pode obter um homem ou mulher em seu propósito de “tomar o céu por assalto”. Em uma análise final, tudo depende da sinceridade de nosso propósito, e a força de nossa vontade.

(Publicado na revista ‘Serviço Rosacruz’ – 05-06/87-SP)

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A Pureza e Força Criadora

A Pureza e Força Criadora

A pureza e um dos caminhos conducentes a Deus. Relacionada com o uso da força criadora pode tornar-se um problema capaz de afligir o aspirante. Isso ocorre quando o estudo e compreensão superficiais dos ensinamentos da Sabedoria Ocidental geram um conflito entre uma convicção moral interna e a realidade do cotidiano.

Meditando sobre vários temas do Conceito alusivos à natureza da força criadora chega-se à conclusão de que esse conhecimento implica em grande responsabilidade. Responsabilidade inquestionável, porquanto essa força não diz respeito exclusivamente ao ser humano. Pertence à toda a humanidade. Uma parte é utilizada na perpetuação da espécie, e sua fonte, em última análise, é o próprio Deus, por tratar-se; essencialmente da mesma energia usada no processo da Criação. É, portanto, espiritual e sagrada.

Através do sexo, no propósito da procriação, a força criadora encontra um canal de expressão. Mas, infelizmente o sentido dessa atividade foi distorcido e o seu emprego na gratificação dos sentidos generalizou-se para desgraça do gênero humano.

Devemos manter uma atitude objetiva em relação ao sexo, livres de temor, puritanismo ou autocondenação. Mas não basta apenas ser objetiva. Há que ser objetiva e espiritual porque assim teremos condições de dirigir, controlar e transmutar essa energia em algo superior. Quando agirmos dessa forma, notaremos um crescimento admirável de nossa energia, vigor e criatividade, bem como desenvolveremos uma mais elevada consciência de Deus.

É necessário transmutar, e disso não temos dúvida. Mesmo querendo tornarmos a decisão consciente de transformar a energia, seremos atormentados pelos impulsos inconscientes que são parte de nossa formação não regenerada. Essa energia pode ser redirigida, mas isso demanda tempo e esforço sistemático.

Uma das formas que se nos apresentam de realizar essa transmutação consiste em canalizarmos ativamente nossos interesses, aspirações e entusiasmo e alguma atividade criativa, tal como pintura, dança, escultura, literatura, artesanato, etc. A princípio teremos de aprender a criar em nosso campo de atividade sem atentar para a qualidade final do produto. Com o tempo nos surpreenderemos com o fato de que poderemos criar e criar bem.

(Publicado na revista ‘Serviço Rosacruz’ – 06/86)

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A Pureza em pensamentos e sentimentos: será que sempre acompanham os nossos atos aparentemente bons?

A Pureza em pensamentos e sentimentos: será que sempre acompanham os nossos atos aparentemente bons?

A palavra “Pureza” tem tido, através dos tempos, quase que um significado próprio para cada pessoa. Muitos a concebem somente relacionada ao sexo e assim ela somente existe em relação ao 6º Mandamento.

Contudo uma pureza apenas periférica não nos faz evoluir. Se esta não for consequência de uma pureza interna; quase podemos dizer que será apenas questão de costumes e não de princípios.

Cristo, no Sermão da Montanha disse taxativamente: “Bem-aventurados os puros de coração porque eles verão a Deus”.

Ensinamentos esotéricos nos dizem ser a pureza “a única chave com a qual o aspirante à vida superior pode abrir a porta que conduz a Deus”.

Para os que desejam realmente seguir o Cristo, a Pureza não pode ser somente “para uso externo”. Em Mc 6:18-23, encontramos, entre outras coisas o seguinte: “O que mancha o homem, não é o que entra pela boa, mas o que sai do coração”. A nosso ver, o “entrar pela boca”, engloba todo o exterior porque o que vem de fora somente nos prejudica ao alcançar o interior. A mesma coisa vista ou ouvida por várias pessoas perturba ou edifica apenas as que internamente respondem ao estímulo, quer positiva, quer negativamente.

Meditando sobre a bem-aventurança já citada, verificaremos que é a impureza, em suas diferentes formas, que nos impede de vermos a Deus, ou melhor, de chegarmos ao Deus que está em cada um de nós. Interpondo-se entre Deus e nós, é a única responsável pela nossa lentidão no caminho da perfeição.

Assim como antes de arrumar uma sala temos de limpá-la totalmente, antes de começar a escalada do progresso temos de procurar deixar de falhar. Num ambiente impuro, dificilmente conseguiremos progredir, pois essa impureza nos impedirá de fazê-lo. Mas não nos esqueçamos de que esse ambiente de pureza tem de ser mais interior que exterior e que, se quisermos modificar o que nos rodeia,temos que primeiramente modificar a nós mesmos.

Essa mudança interior somente nos vem através de uma vigilância contínua. Agir com retidão aparentemente é o mais fácil. Como nossas ações geralmente envolvem os outros, somos praticamente policiados pelos demais, em nossos atos, e recebemos as reações que os mesmos provocam. Mas, e os pensamentos e sentimentos? Será que sempre acompanham os nossos atos aparentemente bons? E é isso que também conta no caminho da perfeição que começamos a trilhar. Cristo falava constantemente da impureza interna, inclusive com bastante indignação como foi no episódio no qual chamou os fariseus de “sepulcros caiados”.

Realmente não é fácil nos tornarmos verdadeiramente puros de coração. O nosso eu inferior volta e meia leva vantagem e, quando acordamos, já falamos, pensamos e sentimos maldosamente.

Se nos propusermos a levar a sério a parte espiritual é porque realmente queremos ver e conviver com o Deus interno que está dentro de cada um de nós. Mesmo não sendo nada fácil, poderemos, com sua ajuda e através de meditação e oração, nos libertarmos cada vez mais das impurezas de pensamentos, sentimentos, palavras e atos, porque, à medida que formos afastando de nós essas impurezas, conseguiremos mais nitidamente ver e sentir o nosso Cristo Interno.

(Revista ‘Serviço Rosacruz’ – 10/79 – Fraternidade Rosacruz – SP)

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A Rosa Branca – Palavra-chave: Pureza

A Rosa Branca
Palavra-chave: Pureza

Na casa branca enorme que ficava bem longe da estrada havia grande excitação. Movimento e alvoroço – todo mundo estava ocupado com os preparativos de um casamento. Oh, que maravilha!
Fora, no jardim, a alegria era a mesma. As flores, erguendo suas cabeças, balançavam-se com a suave brisa do verão. As rosas estavam especialmente excitadas.

Então, chegou o jardineiro, colheu-as e colocou-as cuidadosamente em uma cesta e levou-as para dentro da grande casa.

Jovens saíram de dentro da casa cantando docemente e falando baixinho e juntaram carinhosamente as rosas brancas para o buquê da noiva. Oh, como as rosas estavam emocionadas e contentes! Estavam esperando por aquele momento durante toda sua vida, ansiosamente. Logo depois, as rosas vermelhas foram colhidas e tudo ficou em silêncio no jardim.

Escondida na grama, uma florzinha azul sentiu algo diferente e ouviu um som como de um suspiro. Olhou para cima e viu, sozinha, uma linda rosa branca; a mais bela rosa que já vira. O suave vento do sul também ouvira o suspiro e sussurrou:

– Que aconteceu, rosa branca?

– Oh, meu Deus, como puderam esquecer-se de mim, disse a rosa chorando.

Então, a florzinha azul disse:

– Virão buscá-la logo, pois você é uma flor maravilhosa. Porém, eu sou tão minúscula que ninguém me vê, e por isso é que sou chamada de “Não-te-esqueças-de-mim”.

Na fragrância do jardim, tudo era paz, e a linda rosa esperou com paciência. Pouco depois, apareceu uma graciosa pomba branca que vivia no jardim, a qual arrulhou ternamente para ela. As abelhas zumbiram alegres ao redor dela, e as borboletas voavam rapidamente de um lado para outro. Um bondoso Espírito da Natureza, um beija-flor, empoleirou-se num galhinho do qual podia ver e proteger a rosa. Às vezes, os amados Espíritos da Natureza parecem-se com beija-flores e ficam onde possam vigiar as flores escolhidas para uma missão especial.

O Sol já havia se posto, e tudo estava tranquilo no jardim, quando se ouviu um farfalhar de saia e uma moça parou em frente à rosa.

– Que linda rosa! Exclamou ela. Que sorte eu tenho por encontrá-la! Como ninguém a viu antes?

E a moça colheu a rosa branca.

A noite, na terra onde os espíritos das flores estavam todos reunidos, chegou, como uma centelha de luz, o espírito da rosa branca. Todos os espíritos das flores ouviam, contendo o fôlego, o que ela contava sobre sua emocionante aventura.

– A moça encantadora que me colheu, levou-me ternamente para uma Capelinha. Ela levou-me pela nave da igreja e lá, sobre o altar, havia uma cruz branca; ela colocou-me justamente no centro da cruz. Ao meu redor estavam sete rosas vermelhas e a cruz apoiava-se em uma estrela dourada. Em volta da estrela estava um azul belíssimo – como o azul do céu. Tudo era paz e quietude e, então, ouviu-se uma música suave. Cores do arco-íris flutuavam ao redor do altar e a maravilhosa presença do Espírito de Cristo abençoou a cruz.

Uma voz disse:

– A cruz branca, pura, representa o Corpo do Auxiliar Invisível; e as rosas vermelhas o seu sangue purificado; a rosa branca simboliza o coração do Auxiliar Invisível e a estrela dourada representa a veste nupcial.

Então, o silêncio voltou e os Anjos e Arcanjos enviaram raios luminosos para a cruz. De repente, a força curadora do Grande Médico foi sentida! Quando tudo estava acabado, a moça encantadora voltou e delicadamente tirou-me da cruz e levou-me para longe, para uma casa em que havia lágrimas em olhos que deveriam estar alegres. Uma criancinha precisava de ajuda e ela me colocou no travesseiro, perto do rostinho bonito do bebê. Depois, a força vital do Grande Médico chegou com os Anjos; a criança sorriu e as lágrimas se foram. Não é maravilhoso? Depois disso, apressei-me em vir contar-lhes a verdadeira missão da rosa branca.

Vocês podem estar certos de que todos os espíritos das flores ficaram muito felizes com a experiência da rosa branca no Serviço de Cura da Capelinha.

(Do Livro Histórias da Era Aquariana para Crianças – Vol. V – Compilado por um Estudante – Fraternidade Rosacruz)

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