Uma das falhas comumente apontada pelos jovens quando desejam expressar a descrença deles nas gerações passadas é a incoerência de atitudes. “Falso moralismo” é o termo mais empregado no afã de definir aquilo que mais lhes desagrada em seus pais ou outros ascendentes, de quem criticam a maneira farisaica de apregoarem, e, às vezes, até de imporem certas normas de conduta que velada ou abertamente não observam. É a filosofia do “faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço”.
Se bem reconheçamos a temeridade de tal generalização sobre a referida falha de caráter, somos forçados a admitir que alguns de seus aspectos têm resistido aos séculos de tão antigos que são.
Há dois mil anos Cristo já censurara os escribas e fariseus por sobrecarregarem o povo com uma infinidade de leis e obrigações morais. Eles mesmos não as cumpriam.
Guardem-se os Estudantes Rosacruzes de incorrerem ou perseverarem em erros de tal natureza, pois estarão assim se desacreditando no meio onde vivem.
A Fraternidade Rosacruz está empenhada na árdua tarefa de, divulgando a admirável filosofia dos Ensinamentos Rosacruzes, tornar-se fator vivente na regeneração e evolução da Humanidade.
Para tanto, ela não pode prescindir do concurso de um Estudante Rosacruz sequer.
Todos podem e devem colaborar dentro de suas possibilidades e aptidões para a concretização dos ideais Rosacruzes.
Diariamente se nos oferecem valiosas oportunidades de servir. Na medida em que as aproveitamos, elas parecem multiplicar-se, crescendo com isso os nossos talentos. Nossas vidas, em tais condições, cobrem-se de bênçãos.
Contudo, não basta apenas nossa disposição em ajudar aos necessitados, e muito menos nosso empenho em proclamar aos outros as excelências da Filosofia Rosacruz, se a nossa vida moral deixa a desejar. Assim procedendo estaremos construindo castelos sobre a areia. Mais cedo ou mais tarde ruirão sob o peso da nossa incoerência.
Cada Estudante Rosacruz, pelo seu trabalho e pelo seu procedimento, deve constituir-se em uma “luz” onde quer que esteja. Porém, que não seja uma falsa luz!
Evitemos escandalizar aqueles que em nós confiam, observando uma permanente autovigilância. “Uma vida exemplar é o melhor sermão“, afirmou certa vez Max Heindel.
(por Gilberto A. V. Silos – Editorial da Revista Serviço Rosacruz – abril/1975 – Fraternidade Rosacruz São Paulo – SP)