Com relação ao Exercício Esotérico de Concentração da manhã e ao Exercício Esotérico de Retrospecção à noite, surge frequentemente a seguinte pergunta: qual é o melhor método para se conservar na condição física adequada e desperto na Concentração, e para ter certeza que estamos avançando de maneira positiva no desenvolvimento interno?
Os Estudantes Rosacruzes não estão tão interessados no rápido progresso como no tipo de progresso que estão fazendo. Os resultados almejados determinarão a classe de Irmã Leiga ou de Irmão Leigo que o Estudante Rosacruz será no futuro. Um exemplo: se agora almejamos fazer um trabalho positivo e escolhemos o caminho mais fácil, como é que poderemos ser firmes, quando chegarem as nossas provas?
Recordemos que o Conceito Rosacruz do Cosmos nos ensina sobre duas correntes que rodeiam a Terra, a saber, uma horizontal e a outra vertical. A corrente horizontal é negativa e a vertical positiva, sendo que nosso pensamento se efetua mais facilmente na posição vertical.
O reino animal, desde a criatura mais inferior, está sob a influência da corrente horizontal (à exceção de poucos) e sob o controle dos Espíritos-Grupo. Sabemos que a posição horizontal de suas colunas nos mostra que assim é de fato. Quando nos deitamos sobre nossas colunas estamos também na posição horizontal e, portanto, nas correntes negativas podendo, assim, mais facilmente sairmos dos nossos Corpos Densos, sendo que nós, Estudantes Rosacruzes ativos, desejamos construir a ponte que conduz o conhecimento consciente quando fora do Corpo Denso.
E assim é que trabalhamos para o controle positivo da corrente negativa.
Nossa preparação fundamental é, assim, a prática dos Exercícios Esotéricos de: Concentração, Observação, Discernimento, Contemplação e Adoração.
Uma das primeiras obrigações em nossa Filosofia Rosacruz é assumir a responsabilidade por cada ato nosso. Devemos julgar a nós próprios. Não temos sacerdotes, portanto, de grande importância é para nós o Exercício Esotérico de Retrospecção.
Dividindo um problema em partes sua solução fica mais fácil. Tomando o método que usamos no Exercício Esotérico de Retrospecção e o aplicando em um horóscopo, vejamos como poderíamos dividi-lo. Os números místicos são, geralmente, mais atrativos para esse trabalho; assim, dividamos nosso problema no número doze, anotemos o número nove e, para completar tendo os números mais importantes, adicionemos quatro, ficando treze. Somemos quatro e dois para obter seis.
Sabemos que o Sol, a cada ano, caminha através dos doze Signos e a Terra se deixa influenciar por seus raios, mudando suas características de acordo com cada Signo. Os raios solares são dirigidos a doze setores de nossas vidas nos doze meses do ano e que a Lua, o minuteiro do relógio do tempo, passa através desses doze departamentos a cada mês.
Mensalmente ocorrem duas Lunações, muito importantes para o Estudante Rosacruz. Na Lua Cheia olha-se para trás, para o mês passado, e observa-se o progresso entre uma Lua Cheia e outra. Na Lua Nova olha-se para o futuro mês, e planeja-se o trabalho mais próximo em relação ao trabalho que já se realizou. Cada passo da Lua nos Signos Cardeais ou impulsivos (Áries, Câncer, Libra e Capricórnio) é o período em que se realiza o melhor trabalho de cura (por isso é que quando a Lua atinge os quinze graus de um Signo Cardeal é que oficiamos o Ritual do Serviço Devocional de Cura). Nessa época é muito importante meditar sobre a virtude do Signo no qual a Lua transita. Cada um de nós têm um ponto alto em nosso próprio horóscopo, denominado ângulo, que é cruzado pela Lua quatro vezes ao mês. Não importando como estejam aspectados, todos nós temos nove Astros a considerar em nossas vidas.
Agora vejamos o problema e associemos os números mencionados:
12 – Doze Signos
2 – Duas Lunações
4 – Quatro Pontos Cardeais
4 – Quatro Ângulos no horóscopo Individual
9 – Novo Astros em cada horóscopo
Somando tudo temos: 31
Existem trinta é um dias a considerar; assim temos o material suficiente para iniciarmos.
Todos os Estudantes Rosacruzes que estão se capacitando na Astrologia Rosacruz sabem que o dia em que ocorre um Aspecto é a ocasião mais propícia para a ação (veja no livro A Mensagem das Estrelas, no seu final). Assim, o dia em que a influência de Vênus estiver mais forte será, provavelmente, a data propícia para compraremos um traje novo, por exemplo. Se isso é certo, então o dia em que a Lua está em determinado Signo é o tempo para meditar sobre as qualidades desse Signo, não nos esquecendo de que a Lua leva dois dias e meio para passar através de um Signo. Vejamos alguns exemplos:
Vamos supor que a Lua esteja em Peixes. Qual é a natureza desse Signo? É um Signo místico, reservado e generoso; proporciona oportunidades para se concentrar, refletir e/ou meditar sobre as verdades subjetivas da vida, porque Peixes rege os pés, simbolizando o conhecimento do corpo e, num plano mais profundo, esclarece sobre as ações e reações do destino (Lei de Consequência). Consideremos agora o lugar do Peixes num horóscopo, e vejamos se a Casa é angular ou não. Em caso positivo, então, precisamos se concentrar, refletir e/ou meditar sobre nossa própria posição no assunto, ou seja, as qualidades do Signo. Perceberemos, então que muitos assuntos, que para nós poderiam ser de pouca importância, em tais ocasiões assumem grandes proporções, devido às influências dos ângulos existentes.
Perguntamos agora: como uso essas qualidades em minha vida?
Supondo-se que a Lua esteja passando por Libra, por exemplo, e considerando a palavra-chave de Libra, o Equilíbrio, nos concentremos, refletiremos e/ou meditaremos assim: equilibrei hoje minhas ações, quando os acontecimentos previstos na Lei de Consequência ocorreram?
Mais à frente, a Lua se translada para o agressivo Signo de Áries. As Luas Cheias, quando em Áries, são muito importantes. Devem ser assim consideradas porque iniciam um novo ciclo de Lua Cheia visto astrologicamente, pois Áries é o primeiro Signo do Zodíaco. Nessa fase, devemos considerar como tem sido o nosso mês, e também devemos nos analisar a respeito de que obra positiva temos iniciado.
Se a passagem da Lua pelos Signos Cardeais é muito importante, o quanto não será o da passagem do Sol, o dador da vida, pelos mesmos Signos? Assim, quando o Sol está transitando pelos Signos Cardeais é o tempo em que precisaríamos estar em sagrada comunhão com nossos “Eu Superior” para os próximos três meses, ou seja, desde o atual Signo Cardeal até o próximo.
Concentrações, reflexões e/ou meditações semelhantes também encontram campo quando o Sol transita pelo Signo do Equilíbrio (Libra), da Regeneração (Escorpião) e da Aspiração (Sagitário).
Esses períodos que citamos acima, do ingresso do Sol, deveriam ser observados unicamente em relação ao Exercício Esotérico de Retrospecção e à oração, pois o poder desses serviços é grande e está escrito que é por nosso próprio risco que tomamos “o pão e o vinho”: “Com efeito, eu mesmo recebi do Senhor o que vos transmiti: na noite em que foi entregue, o Senhor Cristo Jesus tomou o pão e, depois de dar graças, partiu-o e disse: ‘Isto é o meu corpo, que é para vós; fazei isto em memória de mim’. Do mesmo modo, após a ceia, também tomou o cálice, dizendo: ‘Este cálice é a nova Aliança em meu sangue; todas as vezes que dele beberdes, fazei-o em memória de mim’. Todas as vezes, pois, que comeis desse pão e bebeis desse cálice, anunciais a morte do Senhor até que ele venha. Eis porque todo aquele que comer do pão ou beber do cálice do Senhor indignamente será réu do corpo e do sangue do Senhor. Por conseguinte, que cada um examine a si mesmo antes de comer desse pão e beber desse cálice, pois aquele que come e bebe sem discernir o Corpo, come e bebe a própria condenação. Eis porque há entre vós tantos débeis e enfermos e muitos morreram.” (ICor 11:23-30).
Nossa preparação espiritual para o trânsito do Sol em Capricórnio, no mês de Dezembro, deve ser feita de maneira cuidadosa e intensamente devocional, já que esse é usualmente o tempo em que geralmente se realiza o trabalho do Discípulo, não nos esquecendo, contudo, que a época mais propícia é no Solstício de Junho, pois no caso do Exercício Esotérico de Retrospecção será sempre mais produtivo para o Discípulo dar seus passos quando o Mundo externo está evocando as forças físicas em nós, ou seja, quando as forças espirituais estão como que estáticas no mundo e o Cristo está no “Trono do Pai”, no Mundo do Espírito Divino.
Passemos agora a considerar os Planetas. Vejamos alguns exemplos: alguns de nós temos o Planeta Urano em Libra: assim, de acordo com os Aspectos que tenha, podemos ler exatamente que tipo de provas podemos esperar, enquanto a Lua e o Sol transitam por esse Signo. Você sabe que um Astro que não tem Aspectos adversos (Quadratura, Oposição e Conjunções adversas)se interpreta de um modo, e que o que tem Aspectos adversos de outro.
O original, altruísta e elétrico Urano nos proporciona oportunidades para operar com os Aspectos benéficos (Sextil, Trígono e Conjunções benéficas), sendo que, além disso, nós todos também temos em nossos horóscopos muitos outros Aspectos, dando um colorido às nossas ações. Agora, se temos algum Aspecto adverso que possa nos levar a tirar vantagem da porta que se nos abre pelo trânsito da Lua sobre um Urano com Aspectos benéficos, devemos então vigiar cuidadosamente nosso Exercício Esotérico de Retrospecção, procurando julgar com acerto. Acontece também, às vezes, que um Astro com Aspectos benéficos, digamos Júpiter, pode fazer com que expressemos alguma tendência negativa nossa, como por exemplo o egoísmo, devido ao poder de agregação desse Astro.
Lembremo-nos que somos nossos próprios sacerdotes, sendo o nosso Exercício Esotérico de Retrospecção o nosso confessionário; por isso, em ocasiões críticas devemos vigiar e analisar os acontecimentos tal como realmente ocorreram em nossas vidas. Nossas provas não costumam nos apresentar cartão de visitas, para que possamos identificá-las, mas pelo contrário, quando nos chegam, vêm revestidas com nossas inferioridades e são tão disfarçadas que permitimos que entrem e ainda lhes damos o melhor lugar na mesa, por assim dizer.
A Lua, em sua progressão ao redor de cada Astro que temos e os ativando, põe em ação os vários Aspectos e como que se nos estivesse fazendo as perguntas a respeito de como estamos fazendo uso das vibrações. Faz as mesmas perguntas a cada sete anos, e cada vez revestida de uma nova forma de fazê-la. Primeiramente, põe-se frente ao Aspecto, logo passa por ele e lhe sussurra quando faz a Conjunção, prossegue depois seu caminho e, olhando para trás, produz uma Oposição, de onde mira desde o ápice do problema. Em cada Aspecto faz a mesma pergunta e nos faculta crescer nos anos intermediários para que tenhamos assim, a cada vez que a pergunta for feita, uma resposta diferente.
O Exercício Esotérico do Discernimento é um dos Exercícios que mais devemos fazer, a fim de desenvolver essa qualidade, primeiro como bom hábito e depois como virtude, e não há melhor oportunidade de desenvolvê-lo do que quando vemos a pergunta que a Lua nos faz e formulamos a resposta. Mais à frente, aprenderemos a analisar as Quadraturas, e perceberemos que, no que diz a respeito às lições que estão sendo aprendidas, seu poder é muito maior do que qualquer outro Aspecto que tenhamos. Quando chegar o tempo e nossas aquisições se converterem num real saber, então sentiremos que temos algo a oferecer como serviço aos Irmãos Maiores. Então, quando chegarmos a esse ponto, necessitaremos fazer nosso inventário para averiguar tudo o que realmente precisamos para prestar o Serviço.
Vamos supor, agora, que iremos fazer esse pequeno exercício. Começaria de forma, mais ou menos, semelhante à esta:
Sabemos que a luz branca contém toda a gama do espectro e, também, que Deus é Luz, e que “se andamos na Luz, como Ele na luz está, seremos fraternais uns com os outros.” (IJo 1:7).
Cada Astro possui uma cor distinta e cada um deles recebe um certo tipo de raio do Sol. Conforme cada um dos Astros recebe mais e mais desta luz, reflete algo da própria cor para mesclar tudo de novo nele mesmo. Somos algo parecidos a isso: quando recebemos um pouco desse maravilhoso conhecimento, crescemos e começamos a emitir “Um raio para o Mestre, que é quem verá esta radiação e, também, não importa onde estaremos, daremos o próximo passo em nosso progresso sempre e quando estejamos preparados para dá-lo. Muitas provas encontraremos em nosso caminho, e muitos fracassos teremos nesta grande preparação, mas o glorioso é poder dizer que estamos abrindo, ou teremos aberto, outra porta para nosso caminho no progresso, sabendo perfeitamente bem que a senda se faz mais estreita conforme passa o tempo e nossas responsabilidades se fazem maiores. Em verdade, se perdermos o senso comum, também se perde nossa utilidade. O grande dom é manter a habilidade de conservar nossos amigos, mesmo estando realizando esse trabalho. Muitos de nossos conhecidos penetraram o trabalho interno e se descuidaram de conservar os contatos sociais que são necessários para nos mantermos ativos e eficazes enquanto renascidos aqui na Região Química do Mundo Físico. Devemos vigiar essa tendência, porque nossa utilidade para o Mestre pode ser justamente a de que devemos ser capazes de atrair alguma outra pessoa, e não lhe teríamos acesso caso nos achássemos incultos, grosseiros ou, então, incapazes de um relacionamento em qualquer sala de recepção de pessoas. A sociedade é um produto já pronto dessa Era (a de Peixes) no aspecto material. Aqui é onde se reconhece a arte onde pode ser obtida cultura. Nossos governos estão necessitados de ideais tais como o que nós podemos lhes oferecer. Quem de nós se dispõe a deixar as distrações e adentrar àquelas salas levando seu conhecimento espiritual, o que muito contribuiria para o avanço espiritual da Terra? Venham, amigos que estejam preparados! Vamos dar uma nova arrancada para a frente!
(Publicado na Revista “Rays from the Rose Cross” e publicado na revista Serviço Rosacruz – fevereiro/1986-Fraternidade Rosacruz-SP)
No caminho da perfeição, que trilhamos quando estamos no Caminho de Preparação e Iniciação Rosacruz, desenvolvemos a visão e os poderes espirituais. Da visão espiritual, fala-se muitas vezes, como sendo o sexto sentido. A Humanidade comum tem cinco sentidos, porém, todos temos o sexto sentido latente e alguns, na vanguarda, o têm desenvolvido. No passado, tínhamos só quatro sentidos desenvolvidos.
A primeira evidência do desenvolvimento do sexto sentido está na capacidade de sentir as vibrações de planos, além do físico. Quando chegamos a sentir essas vibrações, ainda que o sexto sentido não esteja desenvolvido ativamente, damo-nos conta da existência desses planos superiores e percebemos a verdade nos sistemas filosóficos que os descrevem.
Nesse caso, está a maioria dos Estudantes Rosacruzes ativos. O fato de serem Estudantes dessa filosofia já mostra que são capazes de sentir a verdade nela contida e que são, mais ou menos, sensitivos às vibrações suprafísicas.
O sexto sentido, ou visão espiritual, com que obtemos conhecimento direto dos planos superiores, é triplo. O grau mais baixo é a visão etérica que percebe a Região Etérica do Mundo Físico com as suas entidades tais como os Espíritos da Natureza. A visão etérica permite ver através de objetos físicos e observar as condições de qualquer de suas partes. Isso se aplica a todas as substâncias, exceto o vidro. O vidro não é condutor de eletricidade. Esse fato sugere uma conexão interessante entre os éteres, a visão etérea e a eletricidade. Vamos deixar esse tema à meditação dos estudantes, esperando que dela tirem proveito.
O segundo grau de visão espiritual é a Clarividência do Mundo do Desejo. Percebe o Mundo do Desejo e os Corpos de Desejos das entidades que vivem ali. Na Clarividência, um objeto aparece completo ante a nossa vista. A clariaudiência é outro meio de entrar em contato com o Mundo do Desejo, capacitando-nos a ouvir as vozes espirituais daqueles que vivem ali e compreender a misteriosa linguagem deles.
Pelo terceiro grau de visão espiritual, percebemos as realidades espirituais no Mundo do Pensamento. Aqui, entramos em contato com os Arquétipos de todas as coisas existentes. Esses Arquétipos sendo entidades vivas, falam e instruem-nos sobre eles mesmos. É difícil pôr em ordem lógica os conhecimentos obtidos desse modo, porque os percebemos como uma totalidade e não como apresentá-los em partes distintas, como no caso de nossa visão física.
A visão espiritual pode ser positiva ou negativa. A forma positiva é aquela que o estudante de uma escola oculta positiva há de desenvolver. O desenvolvimento se opera pelo despertar da Glândula Pineal e do Corpo Pituitário e, além isso, pela conservação da força criadora sexual, que deve ascender para o cérebro.
Certos exercícios fazem vibrar o Corpo Pituitário, de tal modo a desviar as linhas das forças sexuais ascendentes, fazendo-as passar pela Glândula Pineal e pelo Corpo Pituitário, formando, assim, uma ponte entre os dois. Desse modo, obtém-se a visão espiritual positiva, sob o domínio da vontade.
No Cristão Ocultista, a maior parte da corrente de força sexual flui para cima, pelo canal espinhal e pela laringe, até o cérebro e, dali, para baixo, ao coração. O Cristão Ocultista desenvolve a parte intelectual da sua natureza em maior proporção que a parte da corrente que flui para cima pelo coração e laringe, antes de chegar ao cérebro.
Já o Cristão Místico desenvolve a parte devocional da natureza, em grau maior que a parte intelectual. Ambas as formas pertencem ao desenvolvimento espiritual positivo e aumentam a visão espiritual.
O caminho negativo de desenvolvimento é o do Clarividente Involuntário ou negativo (por exemplo, o médium). Esse desenvolve sua faculdade por meio do plexo solar e do sistema nervoso simpático, em vez de fazê-lo pelo cérebro e pelo sistema cérebro-espinhal. A visão do Clarividente Involuntário ou negativo não está sob seu domínio, nem sujeita à sua vontade. Além disso, não a retém para as vidas futuras, enquanto a visão espiritual positiva, obtida pelo verdadeiro Cristão Ocultista ou Cristão Místico, retém-se para sempre.
O Cristão Ocultista e o Cristão Místico terão que obter o desenvolvimento nos dois sentidos: intelecto e coração.
O caminho negativo seguido pelo Clarividente Involuntário, ou negativo, há de ser, muitas vezes, entrar no desenvolvimento da visão espiritual positiva. Contudo não devemos, nunca, cultivar a mediunidade.
A visão espiritual e os poderes ocultos só podem ser desenvolvidos, de modo seguro, por uma vida do serviço amoroso e desinteressado (portanto, o mais anônimo possível), esquecendo os defeitos dos outros, e focando na divina essência oculta – que é a base da Fraternidade. Se desenvolvemos esses poderes, por qualquer outro motivo que não seja o da colaboração com esse grande Esquema de Evolução, estaremos em perigo. Se nosso objetivo é o desejo egoísta de obter poderes, para favorecer, exclusivamente, nossos propósitos e nossas vantagens individuais, abrimos nossa “aura” a entidades más, que nos servirão temporariamente. Breve seremos nós que teremos de servi-las. E, pior, exigirão o pagamento da dívida até ao extremo. Liquidada a dívida, o Aspirante à vida superior é ainda, muitas vezes, arrastado para baixo, aos abismos da degradação.
A vaidade, que alguém alimente por ter certo grau de desenvolvimento espiritual, pode ser a porta de entrada de Elementais na sua aura, o que, muitas vezes, produz a queda do indivíduo. Por essa razão, a Bíblia é cientificamente correta, quando nos previne contra o orgulho. Esse perigo apresenta-se de modo sério, quando trilhamos o caminho da perfeição. Os veículos do Aspirante à vida superior estão sensibilizados, quer pela vida pura, quer pelos Exercícios Esotéricos Rosacruzes que pratica. Tem que ser muito mais cuidadoso que as demais pessoas, para evitar o sensualismo de qualquer natureza, porque o arrastaria e o esmagaria com maior rapidez que a outros.
Entre os primeiros exercícios que o Estudante Rosacruz ao conhecimento direto deve praticar, está a aguda observação de detalhes, por meio do Exercício Esotérico de Observação. É verdade que a maioria tem olhos e não vê. O Estudante Rosacruz deve se exercitar na arte de observar tudo em volta, com grande minúcia, porque do outro modo, sobrevirá um conflito entre as recordações conscientes, na Mente, e as recordações subconscientes, no Corpo Vital, e isso produzirá desarmonia.
Passando pela rua, podemos melhorar nossa observação, notando, distintamente, todas as casas e seus detalhes, os jardins, o estilo da arquitetura etc. Mais tarde, deveríamos recordar esses detalhes.
O Exercício Esotérico de Observação junto com o Exercício Esotérico do Discernimento resulta em um poder enorme para o Estudante Rosacruz na prática do ensinamento Cristão: “ter olhos e ver…ter ouvidos e ouvir”.
A Concentração (aguçada pela prática dos dois tipos de Exercícios Esotéricos Rosacruzes) e os pensamentos positivos são os poderes mentais a desenvolver depois. Nessa prática há que fixar a Mente num só ponto e não permitir que se distraia. A distração destrói o poder do pensamento. A concentração cria-o e fortifica-o. O pensamento positivo alcançará sempre seu objetivo. O pensamento negativo é débil e nunca consegue grande coisa. O pensamento positivo facilitará uma Mente capaz de fazer milagres, em qualquer campo de ação, e nos concederá êxito. O pensamento negativo abre nossa aura às entidades de natureza indesejável.
O Exercício Esotérico mais importante para o Estudante Rosacruz e que deve ser praticado todas as noites é o Exercício Esotérico Rosacruz de Retrospecção.
Exercícios Esotéricos Rosacruzes superiores são a Meditação, a Contemplação e a Adoração (que dependem muito do grau em que o Estudante está no Caminho de Preparação e Iniciação Rosacruz).
Lembrando sempre que a repetição sistemática de verdades espirituais faz com que elas se introduzam e se fixem no Corpo Vital (é por isso que o Estudante Rosacruz “estuda” constante e repetidamente o livro Conceito Rosacruz do Cosmos, ou seja: ele não só o lê). Gradualmente, farão parte do caráter, mormente se reforçados por obras. Desse modo, podemos formar o nosso caráter como quisermos, e caráter é destino.
O Estudante Rosacruz, amiúde, retarda seu progresso por alimentar ansiedade, uma forma de medo. Deve fazer as coisas que sabe serem boas; não deve ter medo do futuro. “O perfeito amor expulsa o medo” (IJo 4:18).
É necessária essa vitória sobre o medo, antes de desenvolvermos nossos poderes ocultos em geral. Se não o dominarmos, não teremos segurança para cruzar os planos invisíveis, e nem estaremos em condições para percorrer esses planos, longe da “proteção” de nossos Corpos Densos. Sentir medo é prova de que não estamos, ainda, completamente capacitados para dominar essas entidades, por conseguinte, é o primeiro grande inimigo que o Estudante Rosacruz tem de vencer.
Alguns Estudantes Rosacruzes caem no erro de desenvolver a vidência espiritual por meio de drogas, meios “disfarçados” de possessão de parte ou total do Corpo Denso por “espíritos que se dizem sábios” (ou não tanto), objetos os mais diversos possíveis e imagináveis (alguns até inimagináveis!) ou inadequados exercícios de respiração. Com o tempo, surgirão doenças ou enfermidades, muitos frutos de obsessões ou de possessão, resultado dessas práticas de caráter negativo. Desenvolvem a visão espiritual, certamente, mas com vibrações irregulares. Os que seguem essas práticas abrem sua natureza ao Mundo do Desejo inferior e às suas entidades viciosas. Os exercícios de respiração orientais não são apropriados aos ocidentais – são ótimas para os nossos irmãos e nossas irmãs que vivem no oriente desse Planeta. Algumas vezes, extraem o Corpo Vital do Corpo Denso, cortando o laço entre os centros sensoriais etéricos e as células cerebrais, produzindo a loucura. Em outros casos produzem ruptura entre o Éter de Vida e o Éter de Químico, causa frequente de tuberculose. Os Estudantes Rosacruzes devem desconfiar seriamente dessas práticas; nem sequer fazer o menor ensaio. A respiração higiênica, profunda, e boa, é recomendável.
Finalmente, o equilíbrio, em todos os planos, é o grande objetivo do Estudante Rosacruz. Esse objetivo é triplo: primeiramente, a concentração mental; em segundo lugar, o equilíbrio emocional e, por último, o poder espiritual. Todavia, ao obter tudo isso, tendo desenvolvido a visão superior e podendo abandonar seu Corpo Denso conscientemente, o Estudante Rosacruz não possui a onisciência. Está, somente, no ponto de começar sua educação nos Mundos espirituais. Ali, tem de aprender, num curso de trabalho paciente e de aplicação assídua aos problemas do novo ambiente.
Podemos nos dar conta, agora, como é tolice seguir os ensinamentos de qualquer mestre que desenvolveu, porventura, um dos três graus da visão espiritual e, talvez, de maneira imperfeita.
Tudo o que se obtém dos Mundos internos, por meio de qualquer grau de visão espiritual, tem de ser submetido à prova da lógica e do bom senso. Se não resistir a essa prova, devemos rejeitar e fazer novas investigações, antes de aceitar! Está aqui uma regra importantíssima que todo verdadeiro Estudante Rosacruz segue à risca.
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de novembro/1972-Fraternidade Rosacruz-SP)
Pergunta: Quando o Aspirante alcançou a Contemplação, ele alcançou o degrau mais alto?
Resposta: Quando a altura que se alcança por meio da contemplação tem sido alcançada, o Aspirante percebe que ele está em verdade contemplando a Deus na vida que penetra todas as coisas, mas ainda tem que dar um passo mais elevado: a Adoração, pelo qual se une à Fonte de todas as coisas; alcançando, por esse fato, a mais alta meta possível de conseguir o ser humano até que a união permanente tenha lugar ao final do Grande Dia de Manifestação.
Pergunta: Pode o ser humano alcançar essa altura sem ajuda?
Resposta: É a opinião do autor que nenhuma das alturas da contemplação nem o passo final da adoração pode ser alcançado sem a ajuda de um Mestre.
Pergunta: Como encontraremos o Mestre?
Resposta: O Aspirante não deve temer nunca que por falta do Mestre demore seu progresso, nem precisa se preocupar em procurá-lo. Tudo o que você precisa é começar a melhorar a si mesmo e continuar de forma diligente e persistente nesse caminho. Dessa maneira ele purificará seus veículos.
Pergunta: O purificar os veículos em que o beneficia?
Resposta: Esses começam a brilhar nos Mundos Internos, o que não poderá deixar de atrair a atenção dos instrutores, que estão sempre vigilantes e de muito bom grado ajudam a todos aqueles que, por seus vigorosos esforços em purificar a si mesmos, têm adquirido o direito de serem ajudados.
Pergunta: Então um não necessita jamais um Mestre entre os seres humanos?
Resposta: “Busca e encontrarás”, mas não vamos imaginar que por ir de um instrutor a outro estamos buscando. “Busca” nesse sentido, não significaria nada para esse mundo de trevas. Nós mesmos devemos acender a luz que invariavelmente irradia os veículos dos Aspirantes diligentes. Essa é a estrela que nos levará ao Mestre, ou melhor dizendo, a que conduzirá o Mestre até nós.
Pergunta: Em que tempo se manifestam resultados desses exercícios?
Resposta: O tempo requerido para ter resultados varia com cada pessoa e é dependente da aplicação, nível evolutivo, história no livro da vida, portanto nenhum tempo geral pode estabelecer-se.
Pergunta: Em que diferem os resultados?
Resposta: Alguns que estão preparados, obtém resultados em uns poucos dias, outros, em meses, e alguns, em anos, e outros no fim sem conseguir resultados visíveis. Porém os resultados estão lá e o Aspirante que fielmente persiste os obterá algum dia; nesta ou em uma futura vida, contemplará sua paciência e fidelidade recompensadas e as palavras interiores abertas a seu olhar fixo (contemplação), encontrando-se ele mesmo como cidadão do reino, onde as oportunidades são imensamente maiores que no mundo físico.
A partir desse tempo, desperto ou dormido através do que os homens chamam Vida e morte, sua consciência não será interrompida. Levará uma existência contínua consciente, beneficiando-se de todas as condições que permitem um avanço mais rápido, até posições de maior responsabilidade, para ser em benefício da humanidade.
(Tradução da Revista Rays from the Rose Cross Nov-Dez/1983)