No princípio do nosso desenvolvimento nesses Esquema de Evolução todos nós éramos Clarividentes involuntários, por ser débil o laço existente entre o Corpo Vital e o Corpo Denso. Foi essa a nossa condição, por exemplo, na Época Lemúrica desse Período Terrestre. Temos, no livro Conceito Rosacruz do Cosmos, uma descrição detalhada de: quando foi, porque tinha que ser assim e para que serviu naquele momento. De então para cá, os nossos Corpo Denso e Corpo Vital se compenetraram muito mais intimamente; isso na maioria de nós; porém, entre nós há o que chamamos de “pessoas sensitivas”, onde esse laço entre os dois Corpos citados é pouco firme. É essa debilidade desse elo que constitui a diferença entre as “pessoas sensitivas” e as “pessoas não sensitivas”, inconscientes de toda classe de vibrações não perceptíveis pelos cinco sentidos.
Ainda temos duas classes de “pessoas sensitivas” entre nós: a primeira classe é composta daquelas que não estão, ainda, firmemente ligadas à matéria, como muitos irmãos e muitas irmãs que ainda estão no caminho descendente desse Esquema de Evolução (ou seja: ainda não atingiram o nadir da materialidade, não alcançaram o ponto de domínio da Região Química do Mundo Físico – mormente os que nascem e vivem no lado oriental do nosso Planeta Terra); a segunda classe é composta daquelas que estão na vanguarda da evolução (ou seja: já atingiram o nadir da materialidade, já alcançaram o ponto de domínio da Região Química do Mundo Físico (aqui incluindo os que estão buscando treinamento esotérico para viver conscientemente na Região Etérica do Mundo Físico) – mormente os que nascem e vivem no lado ocidental do nosso Planeta Terra).
Essa segunda classe de pessoas podemos dividir em dois tipos. No primeiro tipo estão as pessoas que, por vontade própria, desenvolvem a força vibratória dos órgãos agora unidos com o Sistema Nervoso voluntário. Convertem-se, por treinamento esotérico, em Clarividentes voluntários ou positivos; nessas pessoas os centros sensoriais dos seus Corpos de Desejos produzem vórtices que giram no sentido do movimento dos ponteiros de um relógio analógico.
E no segundo tipo estão as pessoas de “vontade fraca”, que se deixam se desenvolver em maneira passiva (ou seja: ativam a reminiscência daquele momento desse Esquema de Evolução que descrevemos no início desse texto; afinal é muito mais fácil revivenciar algo que já experimentou no passado do que conquistar algo novo). Despertam o Plexo Celíaco (ou Plexo Solar) e outros órgãos unidos com o Sistema Nervoso involuntário e desenvolvem um estado de consciência dos planos interiores, como imagem refletida num espelho, semelhante à consciência que nós possuíamos na Época Lemúrica. Os centros sensoriais dos seus Corpos de Desejos giram ao contrário do movimento dos ponteiros de um relógio analógico. Assim, convertem-se em Clarividentes involuntários ou negativos (por exemplo, os médiuns), sem controle próprio algum sobre a faculdade desse tipo de Clarividência. Muitas vezes, são vítimas de espíritos inferiores, apegados à Terra – irmãos e/ou irmãs que morreram e que não quiseram entrar no Purgatório e começarem, de fato, a viver a vida celeste – que, dizendo-se “Guias”, “Líderes”, “espíritos de luz”, “fulano ou ciclano”, desenvolvem suas vítimas como, por exemplo, “médiuns de transe”.
Se a união entre os Corpos Denso e Vital do Clarividente involuntário é particularmente frouxa, desenvolvem-no como, por exemplo, “médium de materialização”. Espíritos de elevada natureza moral nunca exercem controle sobre nenhuma pessoa, pois conhecem métodos muito mais eficazes de prestar auxílio a quem precisa e compreendem o quanto é prejudicial para ele e para a pessoa que precisa de ajuda burlar o livre arbítrio e tomar posse de um Corpo que não é seu. São os espíritos inferiores e apegados à Terra que se encarregam disso.
A morte não tem poder de transformação. Não converte o pecador em santo, nem o ignorante em sábio. É patético, para o Clarividente voluntário treinado ver espíritos carentes de experiência controlarem “pessoas sensitivas” daquele segundo tipo descrito acima.
O espírito inferior e apegado à Terra inexperiente, às vezes, entra e toma posse do Corpo, de modo que não pode sair dele, quando quiser. Então, o Ego – o dono do Corpo Denso – perdeu seu Corpo e a sua Personalidade muda completamente.
Os elementais são uma classe de espíritos sub-humanos. Frequentemente, tomam posse dos Corpos de Desejos, já abandonados por seres humanos inferiores, e têm poder sobre os Clarividentes involuntários, como “espíritos de controle”. Na materialização dos espíritos, o Éter do Corpo Vital do Clarividente involuntário é retirado por meio do baço e usado como meio de materialização, atraindo partículas de pó, para torná-lo visível. Esse procedimento debilita seriamente a vitalidade do Clarividente involuntário e, não raro, um extremo esgotamento leva-o a consumir bebidas alcoólicas, drogas e outros estimulantes.
Às vezes, durante anos, “espíritos de controle” perversos assumem atitudes de santos, precisamente para controlar suas vítimas. Geralmente só proclamam trivialidades altissonantes e hipocrisias insensatas, de nenhum valor. Alegram-se em enganar suas vítimas, abandonando-as posteriormente. Depois de ter dominado um Clarividente involuntário durante toda a vida, podem, na morte, usurpar os veículos que mantêm a experiência da vida e retê-los durante séculos, atrasando terrivelmente a evolução do Ego. Por conseguinte, aconselhamos insistentemente, a todos os Estudantes Rosacruzes: nunca consintam ser guiados, ou controlados, por espíritos de irmãos ou de irmãs desencarnados (que estão apegados à Terra e exerçam a função de “espírito de controle”) que não possam ver e sobre os quais nada saibam. É necessário não abandonarmos, jamais, o controle de nós mesmos. Afinal o domínio próprio, o autocontrole é uma das principais qualidades que o Estudante Rosacruz deve cultivar e vivenciar nessa vida.
No hipnotismo, o hipnotizador obtém controle sobre a vítima, induzindo-a, primeiro, a fazer-se perfeitamente negativa, ou passiva. Depois, agindo na cabeça do Corpo Vital do indivíduo, oprime-a, de tal modo, que a desliga da cabeça física, fazendo-a cair em volta do pescoço. O contato entre o Ego e o Corpo Denso fica cortado, como durante o sono. Então, a cabeça física fica com o éter do Corpo Vital do hipnotizador. Desse modo, o hipnotizador obtém poder sobre o indivíduo e, pelo contato assim estabelecido, pode transmitir e obrigar a pessoa hipnotizada a cumprir sua vontade. Estabelecido o domínio sobre a vítima, pode mantê-lo o tempo que queira e independentemente de toda distância. Só a morte pode romper esse contato.
De nenhum modo é recomendável ao Estudante Rosacruz assistir à reuniões, sessões ou quaisquer encontros onde há a condição de possessão por “espíritos de controle”, parcial ou totalmente em Corpo Densos de irmãos ou irmãs que se prestam como Clarividentes involuntários (e que querem induzir aos presentes a fazer o mesmo, ainda que esses estejam inconscientes, na maioria das vezes, por desconhecimento das consequências na vida deles), ou demonstrações de hipnose ou hipnotismo, porque existe o perigo de algum “espírito inferior” se apegar ao Estudante Rosacruz, causando muitos mais incômodos, dado o processo de Treinamento Esotérico que esse está se desenvolvendo.
A prancheta é outro meio pelo qual os “espíritos desencarnados” e/ou os elementais podem dominar os crédulos. Ao empregar esse objeto, como diversão, uma pessoa negativa é, gradualmente, colocada sob controle, primeiro a mão e o braço usados e, finalmente, toda a Personalidade. Os pais não devem nunca permitir a seus filhos usar a prancheta como brinquedo!
Há um meio de nos proteger contra influência e domínios externos: vivendo uma vida pura e empregando os dias em atos de servir a Deus e aos seres humanos, elaborando pensamentos e atos de natureza pura e nobre, sempre. Assim, aumentamos e convertemos em positivos nossos veículos sutis, de maneira que nenhuma entidade possa forçar a entrada em nossa aura, nem exercer qualquer controle sobre nós (“contra a luz a trevas nunca prevalecem”). Assim, também, construímos o Corpo- Alma, com os Éteres superiores, uma força espiritual radiante que nenhuma entidade de fora pode subjugar.
O objetivo do método de desenvolvimento Rosacruz é precisamente este: emancipar o Estudante Rosacruz da dependência dos outros (encarnados ou desencarnados) e obter confiança em si mesmo, no mais alto grau.
Se formos escravos, ou instrumentos de hipnotizadores, ou de espíritos desencarnados, ou de elementais, nunca poderemos obedecer ao Deus interno, nem escutar as ordens do nosso “Eu superior”.
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de novembro/1972-Fraternidade Rosacruz-SP)