Arquivo de tag alquimista

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Simbolismo da Pedra Filosofal

O Simbolismo da Pedra Filosofal

Todos os sonhos do ser humano se tornarão realidade na futura Era de Aquário? Assim muitos esperam. Não esqueçamos, porém, que a Era aquariana será apenas uma parte de um Grande Ano Sideral, a despeito de todas as perspectivas de um admirável avanço. Nas Eras subsequentes a Aquário, o gênero humano alcançará estágios de desenvolvimento inimagináveis à nossa consciência atual. Nossas esperanças mais próximas, entretanto, concentram-se na era que se avizinha.

A maior realização humana de Aquário não será uma inovação material (embora se possa prever um progresso científico passível de ser tomado, nos dias de hoje, como mera ficção, tal seu esplendor), sociológica ou cultural. Será a plenitude de todas as realizações humanas verdadeiramente significativas, hoje situadas no plano dos anseios mais nobres.

O ser humano terrestre logrará uma conquista importante: a elaboração da Pedra Filosofal pela transmutação da força criadora. Todos os Egos são dotados potencialmente dessa capacidade e, a seu tempo e após muito trabalho, todos a realização.

Na Idade Média se falava muito nos alquimistas. Muitos criam piamente na versão divulgada de que eles se esforçavam por transformar os metais brutos em ouro. Era uma forma de ocultar seu verdadeiro trabalho da curiosidade profana. Na realidade, os verdadeiros alquimistas eram dedicados Estudantes Rosacruzes da Ciência Oculta, fazendo-o com o propósito de aprender a transmutar a natureza inferior em Espírito. Portanto, considerada à luz dessa verdade, a afirmação de que os Rosacruzes se dedicavam à descoberta da fórmula da Pedra Filosofal é correta. O local em que esse trabalho é levado a efeito nada tem a ver com o laboratório alquimista tal como os antigos o imaginavam. O corpo humano é o único “laboratório”, pois é o próprio Ego o Alquimista espiritual – que, ao trabalhar em seu veículo físico, converte-se na Pedra Filosofal. O corpo, essa oficina do Espírito, contém todos os elementos essenciais a essa formulação. A elaboração dessa Pedra depende do direcionamento ascensional da força criadora. Em nosso passado evolutivo, fomos hermafroditas, criando fisicamente a partir de nós próprios.

Tendemos futuramente a retornar a essa condição, mas de uma forma mais elevada. Seremos novamente hermafroditas, tanto física como espiritualmente. A força criadora, ora encontrando expressão parcial através do cérebro e da laringe, permitir-nos-á, então, objetivar e vivificar ideias por intermédio do Verbo. Essa energia criativa dual é o “elixir da vida”, emanado do próprio Ego.

Esse trabalho requer persistência e, por certo, os resultados não se tornarão evidentes logo de imediato. Vencer a natureza inferior não é tarefa das mais fáceis e só uma perseverante diligência conduzirá o Estudante Rosacruz ao objetivo em mira. Um dia seu esforço será recompensado, quando o fogo espiritual finalmente ascender à cabeça, fazendo vibrar a Glândula Pineal e o Corpo Pituitário.

O corpo inteiro se impregnará dessas irradiações e o ser humano tornar-se-á uma Pedra Filosofal.

(Publicado na Revista O Encontro Rosacruz – Fraternidade Rosacruz de Santo André – SP – abril/1982)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: As forças lunares são mencionadas como sendo um sal? O que tem haver isso com o “temperar” e ter paz?

Pergunta: A Filosofia Rosacruz ensina-nos que na fraseologia dos alquimistas, as forças lunares são mencionadas como sendo um sal. Isto tem algum significado com relação à seguinte citação no Evangelho Segundo São Marcos 9:49-50: “Porque todo será salgado pelo fogo, e toda a vítima será salgada com sal. O sal é bom, porém, se ele se tornar insípido, com que o haveis de temperar? Tende sal em vós, e tende paz entre vós”?

Resposta: Todo sacrifício deve ser temperado com sal. Esse era um mandamento na lei Mosaica, o Judaísmo, como o chamamos, e foi originado por Jeová. Não obstante, o sal tem outro significado mais profundo, isto é, se o sal fosse colocado sobre o sacrifício, o sal produziria um fogo químico que simbolizaria a sensação ardente sentida por nós devido ao remorso decorrente das nossas más ações praticadas. Toda transgressão será punida e expiada através de um sacrifício determinado. O sal e a incineração do sacrifício simbolizam o que de melhor haveria de chegar. As pessoas daquele tempo não podiam ser, elas próprias, sacrifícios vivos. Elas não podiam privar-se de nada, pois eram extremamente ligadas às suas posses. Estavam sempre querendo mais filhos, muita terra e mais rebanhos, portanto, se as coisas que elas mais prezavam lhes fossem tiradas em razão do pecado e da transgressão, elas ressentiam-se de uma forma intensa, muito mais do que se fossem pessoalmente injuriadas.

Esse sacrifício era uma espécie de expiação de segunda mão, simbolizando um futuro em que as pessoas seriam o próprio sacrifício, quando, então, sentiriam remorsos pelos erros praticados. Naquele tempo, o sacrifício não era aceito no altar senão depois de salgado e, similarmente, o sacrifício vivo não será aceito no altar do arrependimento senão depois de ter sido salgado, isto é, devemos sentir angústia, remorso e contrição ardentes por todo o mau ato cometido, e somente após ter sentido isso é que o sacrifício será aceito. Até então, o sacrifício era consumido por um fogo divinamente ateado. Isso indica que, após termos salgado em nós próprios o sacrifício vivo com lágrimas de arrependimento ao debruçar-nos sobre o altar diante de Deus, perceberemos que, embora nossos pecados sejam rubros, eles tornam-se brancos como a neve. O registro será apagado do panorama da vida. É desse modo que nos purificamos, mas o primeiro requisito é que o sacrifício seja salgado com lágrimas.

O fato de salgar os sacrifícios nas épocas antigas pode ter tido alguma relação com a ideia de que Jeová é o Espírito Lunar e, por conseguinte, rege o elemento químico sal, mas o sal do alquimista não era o sal comum. Era o sal das lágrimas e do arrependimento. Os alquimistas não alegavam poder transformar o metal não precioso em ouro. O que eles se propunham fazer era transformar os elementos básicos do corpo, que foram tirados da terra, em ouro da alma, esse “Dourado Manto Nupcial” que brilha ao redor de cada um que atinge a espiritualidade e se torna uma luz cada vez mais brilhante à medida que vive uma vida mais elevada e mais nobre.

(Pergunta 162 do Livro Filosofia Rosacruz por Perguntas e Respostas vol. II, de Max Heindel)

Idiomas