Pergunta: O que é um Adepto?
Resposta: Em toda Ordem de Mistérios existem sete Irmãos que, às vezes, aparecem no Mundo para realizar ali o trabalho necessário ao progresso daqueles a quem servem. Contudo, cinco Irmãos jamais são vistos fora do templo. Eles ensinam e trabalham com aqueles que passaram por determinados estados de desenvolvimento espiritual e podem dirigir-se ao templo em seus corpos espirituais, fato este ensinado na primeira Iniciação, efetuada geralmente no exterior do templo por não ser conveniente a todos visitá-lo fisicamente. Esta Iniciação não faz do aluno um Rosacruz, da mesma forma que a admissão de um aluno em uma universidade não o torna membro da Faculdade. Nem mesmo depois de cruzados os nove graus desta ou de outra Escola de Mistérios ele é um Rosacruz.
Os Rosacruzes são Hierofantes dos Mistérios Menores, e muito mais acima destes há Escolas onde se ensinam os Mistérios Maiores. TODOS AQUELES QUE JÁ DEIXARAM PARA TRÁS OS MISTÉRIOS MENORES E SÃO ALUNOS DOS MISTÉRIOS MAIORES SÃO CHAMADOS ADEPTOS; mas, ainda assim, nem mesmo eles alcançaram a situação privilegiada dos Doze Irmãos da Rosacruz ou dos Hierofantes de qualquer Escola de Mistérios Menores.
O Clarividente é aquele que pode ver o Mundo invisível. O Iniciado é capaz de ver o Mundo invisível e compreender o que vê. O Adepto vê, conhece e tem poder sobre as coisas e forças ali existentes.
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de outubro/1971)
Empenhe-se em uma Só Direção
Vagávamos, todos nós, durante longo tempo, juntamente com a humanidade comum, pelo deserto do mundo, como que perdidos, ansiando, graças a certa maturidade interna, espiritual, por algo mais elevado do que tudo aquilo que existia até então; até que, em um belo dia, tivemos a ventura de encontrar a Escola Iniciática Rosacruz, portadora de sublimes ensinamentos dados pelos Irmãos Maiores da Ordem desse nome, para eterno benefício da humanidade. Esses ensinamentos foram-nos transmitidos por seu fiel mensageiro, o iluminado mestre Max Heindel, a quem muito devemos. Esse nosso encontro com a Rosacruz foi de suma importância e ficamos maravilhados mesmo. Portanto, encontrado o caminho certo, com justa razão nos matriculamos nesta Escola, cujo curriculum consta de 7 etapas ou Cursos, que são: Preliminar, Regular, Probacionista, Discípulo, Irmão Leigo (a), Adepto e Irmão Maior, com o firme propósito de seguirmos fielmente e com toda diligência os preciosos ensinamentos por ela ministrados. Estes nos incitam, como um dos pontos FUNDAMENTAIS, A CONCENTRAR OS NOSSOS ESFORÇOS NUMA SÓ DIREÇÃO, E JAMAIS FICARMOS ZIGUEZAGUEANDO DE UM CAMINHO PARA OUTRO. Temos esses ensinamentos, já na obra básica, isto é, no “Conceito Rosacruz do Cosmos”, com o título A FRATERNIDADE ROSACRUZ, que, entre outras coisas, nos diz, expressamente, o seguinte:
“Depois de completar o Curso Preliminar, o estudante é automaticamente matriculado como Estudante Regular durante dois anos. Findos esses, caso tenha-se compenetrado da verdade dos ensinamentos Rosacruzes e preparado para cortar toda relação com qualquer outra ordem oculta ou religiosa excetuando-se as Igrejas Cristãs e ordens fraternais – pode assumir a Obrigação que o admite no grau de Probacionista. Não pretendemos insinuar, na cláusula anterior, que as demais escolas de ocultismo não servem. Longe disso; muitos caminhos conduzem a Roma, mas chegaremos com menos esforços seguindo por um deles do que ziguezagueando de um caminho para outro. Nosso tempo e energias são limitados e, além disso, reduzidos por deveres de família e sociais que não devemos descuidar para atender ao próprio desenvolvimento. A fim de evitar, no máximo, o desperdício das energias de que legitimamente dispomos e evitar a perda dos poucos momentos ao nosso dispor, os Guias insistem no corte de relações com as demais ordens”.
Os Guias, a que “O Conceito” se refere, são os Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz. É lógico e coerente que devemos seguir essa segura e sábia orientação, e, se assim fizermos tornará patente estarmos com o pé na realidade, aliás sublime, portanto, libertos de imperfeições maiores, particularmente de confusão dentro de nós, como se ainda fôssemos seres indefinidos (pois a árvore se conhece por seus frutos – é um ensinamento dos Evangelhos).
Para ilustrar, ainda, o importante assunto aqui tratado, lembramos a todos que, se nos matricularmos numa Faculdade de Direito e quisermos alcançar bons resultados, temos que seguir com diligência o curriculum dela, a sua orientação, pois, se ficássemos correndo de uma faculdade a outra finalmente, não nos formaríamos em nenhuma delas. No campo espiritual a coisa é mais séria ainda. Atentemos.
Nos centros e grupos Rosacruzes, devemos transmitir os formosos ensinamentos que recebemos dos queridos Irmãos Maiores, de maneira fiel e diligente, pois, de certo modo estamos funcionando como guias de outros que estão começando, portanto, necessitam muita definição e firmeza; ademais, não temos o direito de deturpar nada, de ninguém, principalmente dos Irmãos Maiores, aos quais devemos o máximo respeito e admiração!
Neste artigo, que não passa de lembrete de pontos fundamentais da Filosofia Rosacruz, aparece o nome de quem o escreve, unicamente com a finalidade de resguardar a Fraternidade Rosacruz de qualquer falha que por ventura exista. Encerra ele, tão-somente, o pouco que o autor pôde alcançar dos ensinamentos Rosacruzes.
(De Hélio de Paula Coimbra, Publicado na Revista ‘Serviço Rosacruz’ – 10/77)
Os mais Profundos Objetivos do Movimento Rosacruz
O que é a Filosofia Rosacruz? Essa é uma das perguntas que mais frequentemente se faz aos alunos desta alta Ciência. Aquele que estudou por longos anos a dita Filosofia, tendo, por conseguinte, absorvido muitos conhecimentos responderá da seguinte forma: Os Ensinamentos dos Rosacruzes são uma síntese de Religião, Ciência e Filosofia, estreitamente ligados entre si desde tempos imemoriais, até o presente.
Esses estudos são indicados para aqueles que pensam por si mesmos, e que, verdadeiramente, desejam conhecer mais de perto as Artes Ocultas. Os Irmãos Rosacruzes Conservam em Seu poder os conhecimentos secretos dessas Artes, que vêm de um passado remotíssimo. E esses mesmos conhecimentos, ainda hoje, nos são oferecidos, da mesma forma como o foram há 3.000 anos nas Escolas de Mistérios. Às Religiões do Oriente e seus mistérios, pertenceram os mais proeminentes pensadores, entre 200 A.C. até 100 D.C., e seus pensamentos encontram-se expostos nos ensinamentos secretos, na longa história da Igreja Gnóstica e do pensamento filosófico do Neoplatonismo.
Pelos trabalhos do judeu Philo de Alexandria, percebemos a influência da Gnose entre os judeus. Isso foi mais ou menos na época em que os gregos e os romanos perderam a influência sobre os seus partidários.
As escolas dos mistérios orientais, com poucas exceções, ensinaram a vida, a morte e a ressurreição de seus deuses nos mistérios.
Estes encontravam-se sempre ligados mui intimamente aos seres humanos em particular, mesmo não representando o indivíduo, nessa época, valor algum ao império romano.
Por meio de Jesus Cristo desenvolvia-se no seio do cristianismo o verdadeiro sentido do parentesco entre Deus e os seres humanos. Todo o ensinamento básico cristão encontra-se na seguinte sentença evangélica:
“ASSIM DEUS AMOU O MUNDO
DE TAL MANEIRA, QUE DEU A
TODOS O SEU FILHO UNIGÊNITO, PARA QUE TODO AQUELE
QUE NELE CRÊ, NÃO PEREÇA,
MAS TENHA A VIDA ETERNA”.
Acreditava-se que, por meio dessa frase, os Mistérios tivessem sido aniquilados. Isto, porém, não se deu. Apenas desapareceram das organizações externas, para continuarem secretamente na própria Igreja, em organizações secretas. Os ensinamentos secretos continuam a existir ainda. Conforme podemos verificar pelo exposto no “CONCEITO ROSACRUZ DO COSMOS” e outras obras congêneres.
A seguir, tentaremos trazer à luz alguns conhecimentos dos rosacruzes, e também a maneira como devemos nos conduzir a seu respeito.
A característica principal e o “bom” básico do profundo pensamento filosófico Rosacruz é o seguinte: O EGO VIVE REGIDO POR LEIS CÓSMICAS. OBEDIÊNCIA, POIS, A ESTAS LEIS DEVE CONSTITUIR NOSSA SEGUNDA NATUREZA.
Se percebermos a importância disso, o mais depressa possível faremos dessa diretriz uma constante em nossas vidas. Procuraremos viver em perfeito acordo com as leis da natureza. Pedra alguma deve ficar no caminho; obstáculo algum pode existir, que nos possa obstar o passo no caminho que leva ao Adeptado. Devemos submeter-nos, pacientemente às provas, e recebê-las como uma lição útil nesta presente encarnação.
Como já dissemos, o Rosacrucianismo reúne em si, a Religião, a Filosofia e a Ciência; por isso mesmo, os seus alunos não encontram divergência alguma entre a Religião e a Ciência. Como, porém, nos preparamos para a Magia Branca, devemos nos acautelar quanto aos perigos que se nos apresentam no hipnotismo, na mediunidade, no espiritismo e outros tantos ramos negativos mágicos, pois, esses, facilmente atraem a atenção do discípulo incauto. O verdadeiro discípulo acautela-se contra a emissão de pensamentos odiosos, pois sabe que o prejuízo será dele mesmo.
Ao invés de fomentar pensamentos de ódio, emitirá pensamentos e sentimentos de amizade e amor.
Entre os Rosacruzes não se cogita em fazer do estudo um fim em si mesmo.
O importante é viver a Vida e seguir o caminho. Deve-se sentir um constante apelo pelos Mistérios, a Joia da Sabedoria, assim como se almeja obter uma condecoração excepcional; o desejo mais íntimo do candidato deve ser: aquisição e desenvolvimento do poder espiritual a fim de poder se unir a Deus, com a consciência de seu Ego.
A filosofia dos Rosacruzes não é uma parte do Ocultismo. Ela é Ocultismo em si mesmo, a Ciência Espiritual.
Todas as fases e formas do Ocultismo acham-se na Fraternidade Rosacruz.
Esta Irmandade custodia os mais altos ensinamentos das Escolas de Mistérios. Dá conhecimentos sobre os mundos internos, ensinamentos esotéricos sobre os Períodos da Terra, interpretação bíblica e informações sobre o Cristo e Sua Missão. Mostra-nos a futura evolução e a possibilidade de obter-se conhecimentos de primeira mão sobre a vida espiritual. Mostra-nos diretrizes para seguirmos o caminho da união com Deus.
Quanto mais os ensinamentos fizerem parte de nosso EU, mais fácil será atingirmos essa união, e isto porque somos, como Microcosmos, o reflexo do Macrocosmos, reflexo esse do o GRANDE SER HUMANO CÓSMICO. Pelo Zodíaco é-nos mostrado o GRANDE SER HUMANO CÓSMICO na Terra, como representantes Seus, à Sua Imagem. Afinal, o que significam as palavras Macrocosmos e Microcosmos? Facilmente conheceremos o seu significado se derivarmos a compreensão da mesma de sua linguagem original. Uma provém da palavra Macros, que quer dizer grande, e outra de Micros, que significa pequeno (ambas do grego), que ligadas à palavra Cosmos (mundo) formam as palavras Macrocosmos e Microcosmos. Percebe-se nessas palavras bem como no axioma hermético “como é acima, assim também embaixo”, o seu significado.
Por meio dos estudos Rosacrucianos, o candidato edifica as forças de apoio de seu desenvolvimento espiritual no plano invisível. Entretanto, muitos não atingem resultados palpáveis, devido a não terem ainda aprendido a se infundir na Divindade (interna). Seus Corpos, que não se ajustam como condutores, parecem em si algo de deficiente para este fim. Isso provém do fato do Ego que mora em seu Corpo Denso ainda não impor a este veículo a devida disciplina. E não se acha disposto ainda à autodisciplina, todo aquele que não consegue viver sem alimentação carnívora, álcool, fumo, e não se submete, voluntariamente, todas as noites, a um exame de consciência (retrospecção) antes de dormir. Pelas retrospecções diárias aprendemos a prestar atenção às obras do Ego durante o dia. Estas regras tão simples foram dadas aos seres humanos, e muito especialmente aos estudantes do Espiritualismo, para que obtenham os meios necessários para o domínio de si mesmos, isso pressupõe, naturalmente, uma coordenação harmoniosa entre os signos zodiacais de Leão, Touro, Aquário e Escorpião. O aluno deve exercitar a força do Leão, a paciência do Touro, a verdadeira masculinidade do Aquário, e possibilitar-se a voar como uma Águia (Escorpião), desejoso de aproximar-se de Deus, de quem veio, e para Quem deve finalmente retornar ao findarem-se as Noites e Dias de Manifestação.
O candidato chegando a aprender a abandonar o seu Corpo Físico, pode atuar como um Auxiliar Invisível. Aí, porém, apresenta-se um perigo, contra o qual deve se proteger. Chegamos a percebê-lo quando se desenvolvem nossas faculdades espirituais. O perigo é o seguinte: NÃO MAIS SE IMPORTAR COM AS RESPONSABILIADADES CONFERIDAS PELA VIDA. Portanto mesmo que tenhamos aprendido, por força de nossos conhecimentos, a dominar a quarta-dimensão, pondo-nos fora do Mundo Físico, devemos acautelar-nos em não abandonar as nossas responsabilidades no plano material.
A certeza que se tem da reunião da Alma com o seu Criador nunca chegou a perder-se de vez, mesmo com o avanço do materialismo que veio colocar os problemas da Alma em segundo plano. Esses ensinamentos sempre foram transmitidos aos preparados, desde tempos pré-históricos. Às pessoas inclinadas ao medo, como dissemos no início, esses ensinamentos ficarão sempre ocultos, pois, tais indivíduos buscam o caminho da graça às custas do sofrimento de outrem.
Tendo a intenção de se preparar para o Adeptado, o candidato deve, logo de início, saber que não poderá chegar a tal qualificação mediante a Yoga ou exercícios de respiração.
Esses são reservados, para os nossos irmãos mais jovens do Oriente, nós seguimos o caminho do Ocidente, enquanto encaminhamos as forças sexuais não utilizadas, para cima.
O discípulo tendo, em vidas passadas, sentido atração pelos Mistérios, terá maiores facilidades para trilhar o caminho. O Místico usa a sua força sexual positiva no coração, e a negativa na cabeça. Por meio da fé e da intuição prepara-se para o segundo passo, que o transforma em um Ocultista ou um verdadeiro cientista espiritual.
No caso do ocultista o caso se dá ao contrário do Místico: as forças sexuais não utilizadas serão positivamente aplicadas na cabeça, enquanto que o seu polo negativo é aplicado no coração. O Ocultista especializa-se em conhecimentos científicos, e não na fé.
Mas, entre o coração (sentimento) e a cabeça (intelecto) deve existir equilíbrio. Esse ideal é representado pelos ensinamentos rosacruzes.
O leigo poderá perguntar: “onde estão estes Místicos, Ocultistas, Adeptos, dos quais tanto se fala?”.
A resposta é simples. Quando alcançamos o conhecimento superior como no caso de um Adepto, é natural que façamos todo o nosso serviço em silêncio. O Adepto retira-se o máximo possível da atividade exterior, trabalha isoladamente e, se vive em uma comunidade, vive como qualquer outro. Relaciona-se com a Ordem Rosacruz, atendendo às três regras que são, a primeira – “FIDELIDADE AOS ENSINAMENTOS DOS IRMÃOS MAIORES E SEUS REPRESENTANTES PELO QUE; SEM FIDELIDADE NÃO SE EVOLUI”.
A segunda regra pode ser enunciada como HUMILDADE”, e a terceira como “SERVIÇO”.
Esses fiéis e humildes servidores serão os guias e mestres de amanhã.
Para ser-se fiel, deve-se conhecer as regras da Ordem, e aprendendo-as, ter disposição para segui-las e dar tanto quanto possível de sua fortuna espiritual como material. Ser aluno somente com a intenção de tirar o máximo proveito apenas para si é o caminho errado. O maior privilégio do aluno no mundo, é pertencer ou ser um componente da Ordem, fazer-se valer do serviço, dar de sua fortuna tanto quanto possível, ou conforme o permitam as circunstâncias. A lógica de tudo isso se nos apresenta da seguinte forma: aquilo que muito nos custou em pensamentos e trabalho tem um grande valor. Se, porém, algo nos é dado com a maior das facilidades, não tendo sido necessário pagar um alto preço, acabamos não levando tal coisa em muita consideração.
De forma tríplice podemos demonstrar a nossa fidelidade, a saber:
Primeiro, pelo ensinamento que recebemos;
Segundo, auxiliando com toda força e meios possíveis a outrem;
Terceiro, dar o que de mais valioso possuímos – a NÓS MESMOS. Curar com nossos serviços abnegados a humanidade enferma até onde nos seja possível, e ao mesmo tempo, não descuidarmos de nossos familiares.
O objetivo mais elevado do aluno é este: viajar para países estrangeiros, receber o salário de um Mestre, habituar-se a ajudar aos outros.
Os alunos do Rosacrucianismo conhecem perfeitamente o significado de “Viajar para países estrangeiro”, isto é abandonar o seu Corpo, conscientemente, revestido apenas de seu Corpo etérico e dos veículos superiores, e viajar nos mundos invisíveis que se encontram à sua volta e interpenetram a Terra.
O Corpo etérico com o qual o candidato realiza a “viagem” também é conhecido como: “CORPO-ALMA”.
É de certa obrigação ajudar a seus irmãos tanto quanto possível, como as viúvas e órfãos, como a qualquer outro que necessite e requeira sua possível ajuda.
O serviço Rosacruz pode apresentar-se em nosso íntimo como uma dor, como um sentir-se só, abandonado, se dilatamos cada vez mais a nossa consciência superior sentir-nos-emos mais próximos de Deus, a nossa fonte.
Sentimo-nos em união com todos os seres humanos, com suas dores, preocupações e suas desilusões. Nosso Mestre Jesus Cristo sentiu todo esse drama quando chorou sobre Jerusalém. A profundidade de Sua dor, a sua profundidade, não é possível imaginar. Poucos indivíduos hão que possam sentir como Ele; do mesmo modo, poucos são os que podem sentir com o mesmo grau de intensidade o que sente um verdadeiro aluno Rosacruz. Na luta ele não esmorece; para tanto, basta apenas que o aluno jamais abdique de sua convicção, de seus projetos em auxiliar a outrem, e que nada o detenha em seu caminho filantrópico, pois, os egoístas desejam a sua queda.
Acontece, às vezes, de o aluno tornar-se insatisfeito, sentir-se como se fosse um fracassado. Os demais criticam o seu serviço, tentam contra ele em tudo quanto for possível, invejam-no por seus conhecimentos, os conhecimentos psíquicos que tanto temem. É tentado a jogar fora todo o seu trabalho e voltar novamente à vida comum, porém, isso acontece apenas por um pouco de tempo. E nessa ocasião, vêm-lhe à memória as palavras do Mestre, “Sede perfeitos, assim como o Pai que está nos Céus é perfeito”.
Em tudo isso existe algo curioso. Tendo alguém principiado a caminhar pelas veredas da Vida espiritual, tendo começado os estudos ocultos da Natureza, e procurando sua união com Deus, pode-se dizer que uma volta daqui não mais existe, é impossível.
Finalmente, o que ativa, impulsiona o ser humano para os estudos Rosacrucianos? Neste artigo, infelizmente, não nos é possível ir mais longe. Sabemos, entretanto, que não há felicidade, nem alegria, nem prosperidade, se, uma vez tomado este caminho, alguém tente abandoná-lo. Se desejais, amigo, sentir em vós mesmo a beleza, a alegria e a santidade, se estais desejosos da condução dos IRMÃOS MAIORES, caminha nesta estrada. Achareis, também, a sabedoria e entendimento, em união com as maravilhas dos tempos passados. Estes ajudar-vos-ão a sentir uma como união com os heróis da espiritualidade, que vos garantem, desde tempos remotos, o poder da verdade e da liberdade. Ali, encontrareis a Gnose verdadeira, os segredos de Isis e Osíris, de Hermes Trismegisto e do Mestre Jesus Cristo. Por meio de vossos estudos aprendereis, neste caminho, porque se vive neste mundo, e também o verdadeiro significado dos ensinamentos dados por Christian Rosenkreuz e sua Mensagem.
Quereis, caro irmão, também como nós, encontrar o caminho para que “AS ROSAS FLORESÇAM NA VOSSA CRUZ”? .
(de Francisco Phellip Preuss (F.P. Preuss) – publicado na Revista ‘Serviço Rosacruz’ – 06/73 – Fraternidade Rosacruz –SP)
A Senda do Adepto
Prosseguindo em nossas explanações por meio de estudos cosmológicos espirituais, voltemos ao Período de Saturno, quando a humanidade principiava sua marcha. Nesse Período surgiram os Grandes Luminares, as Hierarquias, que estavam acima desse globo, e que auxiliaram a humanidade infante por meio da Luz INERENTE A SEUS CORPOS, promovendo uma lenta densificação das partículas desse globo nascente que, posteriormente, transformou-se em LUZ. A alimentação da humanidade nessa época era constituída de CALOR, e, posteriormente, passou a ser LUZ. Se aceitarmos tal fato como verdade, teremos que convir, que essa mesma LUZ, ainda hoje, nos serve de alimentação.
Não é possível “haver vida sem essa Luz que se” encontra tanto dentro, como fora de nosso organismo. Não somos mais tão ingênuos a ponto de acreditarmos que o mundo não seja uma expressão da Luz de Deus, pois Deus é Luz, da qual tudo foi feito, e que se propaga e tem sua eterna existência (Vide Evangelho de São João, capítulo 1).
Assim, toda nossa alimentação é um produto da Luz que produz em nós o Calor existente desde os primórdios de Saturno. Esse calor manifesta-se em nosso sangue sem o qual, o Espírito, o Ego, não teria possibilidade de manifestação. Lembremo-nos que o calor do sangue é a posição vantajosa do Ego em seus veículos. Os quatro Éteres que fazem parte da constituição estão intimamente ligados à nossa existência física densa, bem como às funções puramente transcendentais.
Assim compreendemos claramente o seu valor cooperante, intrínseco, desde Saturno (calor sanguíneo), Período Solar (Luz, transformação de calor em Fogo, concordante com o Éter de Vida, Luminoso e com a formação do sistema nervoso) e, finalmente, o Éter Refletor, que traz ao nosso cérebro físico a percepção do Universo fora de nós. Notamos haver, portanto, um alimento concordante com as quatro modalidades de éteres que sustentam o organismo humano. Através de etapas; de uma aprendizagem pelos Períodos, Épocas e Revoluções, o ser humano, atingido o grau de Adepto, consegue dispensar os alimentos desses Períodos, pois, as forças criadoras passam a atuar nele com todo seu potencial.
Por isso nos torna compreensível que o espiritualista tenha que se abster de alimentos cárneos, procurando uma dieta mais natural, concordante com a finalidade que tem em vista. À nossa disposição estão os alimentos vegetais, as frutas, os legumes, etc., todos eles fontes excelentes de energias solares.
Podemos, ainda, juntar o seguinte: O Espírito Universal é um alimento perfeito, como bem o expressou Cristo, o Senhor:
“Nem só de pão Vive o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus” (Mt 4:4).
Isso significa que da boca de Deus sai o alento, a Vida que sustenta a todo ser humano que vem a este mundo.
Este é o verdadeiro alimento; e outro não há, pois, mesmo apresentando-se sob várias formas e aspectos, o Espírito é UM e sempre o mesmo. A todo aquele que desejar futuramente habitar nos Céus, ou seja, a Celeste Jerusalém, exorta-se a alimentar-se, desde já, do maná dos céus, isto é, do Espírito.
Deste mesmo Espírito testificam todas as Escrituras Sagradas. Não resta nenhuma dúvida de que aquele que não se alimentar desse Pão de Vida, futuramente não terá condições de habitar nas novas condições do próximo Período, pois não será encontrado vestido com suas Vestes Nupciais. Estará, segundo as Escrituras, NU.
Expliquemos, portanto, o desenrolar do processo que nos leva a atingir o estágio mencionado por Cristo, com as palavras: “Vós sois deuses”. Os deuses vivem no Paraíso, conforme descreve a Bíblia no Gêneses, ao se referir aos seres que constituíam a humanidade nesta fase, com os nomes de ADÃO e EVA, luzes que existiam antes que o mundo fosse feito, de acordo com as palavras de Cristo em Sua oração sacerdotal. Já mencionamos essa passagem. À Porta desse Paraíso se postam Querubins trazendo em Suas mãos alguns LÍRIOS. Isto significa que não podem franquear passagem para esse Reino Celestial àquele que não trouxer em si os lírios espirituais. Aqui não se trata de flores comuns, tampouco de “salvação”, pois já “está salvo” pela Luz Branca e transparente, o que significa que na Alma já não se encontra mácula alguma. Cristo é a LUZ e a PORTA do Paraíso, no que se vive em perfeita Unidade com o Absoluto. Humanamente não temos outra palavra à disposição para designar o Paraíso, mas temos, internamente, qualidades condizentes com esse estado paradisíaco, conhecido também como a NOVA JESURALÉM QUE DESCE DOS CÉUS PARA DENTRO DA ALMA HUMANA, conforme as palavras do Apocalipse.
Nesta Nova Jerusalém, o Senhor, a Nova Alma, ceia conosco em uma Mesa, do mesmo manjar. Cristo é Quem nos dá manjar espiritual, na expressão mais exata d’Ele mesmo, quando na Santa Ceia fala aos Seus discípulos com as seguintes palavras: “‘Tomai, comei, este é o meu corpo”. “E tomando o cálice, dando graças, disse: Bebei todos.
Porque isto é o meu sangue, o SANGUE DO NOVO TESTAMENTO, que é derramado por muitos, para a remissão dos pecados” (Mt 26: 26-28).
Se imaginarmos a Santa Ceia em que Cristo presidiu à mesa, e se tivermos um pouco de percepção espiritual, ser-nos-á possível encontrar uma ação impressionante, pois o Pão que entregou aos discípulos não era o pão comum: era a própria Luz que o Senhor entregava. Ele mesmo disse: “Isto é o meu corpo” – isto é – a Luz Solar, a Luz do Espírito de Vida, a Água da Vida ou Árvore da Vida que estava plantada no Centro do Paraíso, mencionada no Gênesis e no Livro do Apocalipse. Logo, deve-se compreender que a LUZ DE CRISTO foi derramada abundantemente sobre o pão do qual todos eram transformados pela aliança do NOVO TESTAMENTO, a Luz das Alturas em que Cristo tem Sua Morada. Aqueles que se dirigem ao Adeptado devem, por ordem espiritual, quando comem, sentir a Presença, a imensa Luz que se derrama sobre eles. Na essência do pão e no suco dos frutos maduros, tomamos como alimento, o próprio Corpo de Deus que é Luz.
No Apocalipse lemos: “Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, o primeiro e o derradeiro” (Ap 22:13).
Uma ligeira análise das palavras acima nos mostra a finalidade de Cristo e de Seus súditos na NOVA JERUSALÉM, que desce do Infinito, e na qual Cristo habita juntamente com a humanidade. Se configurarmos as palavras “Alfa e Ômega”, entrelaçadas, formando um círculo, isto é, se sobre a letra “A” colocarmos a última letra do alfabeto grego, “O”, praticamente não saberemos onde começa nem onde terminam “A” ou “O”.
Deus não tem começo e nem fim. O Alfa está no Ômega, e vice-versa. Partindo dessas explicações podemos, agora, ler o capítulo 14, versículo 1 do Apocalipse, que diz: “E olhei, e eis que estava o Cordeiro sobre o Monte Sião e com Ele 144.000 que em suas testas tinham o nome d’Ele e de seu Pai”.
No versículo 2 lemos: “Ouvi uma voz de muitas águas, como voz de trovão; também a voz que ouvi era como de harpistas quando tangem as harpas”.
O que nos surpreende nesses versículos, e aliás em todo o Livro, é a sua construção e a clareza de seus dizeres místicos. Nos últimos dois versículos está explicado que o Pai, o Filho, a Humanidade e o Universo em seu movimento (atividade), o Espírito Santo, formam, em conjunto, uma grande sonoridade. A Humanidade é representada pelo número 144.000 que, cabalisticamente, simboliza a humanidade. O nome em hebraico é ADM ou ADAM.
Aleph é o número 1
Daleth é número 4
Mem o número 40
Adam, portanto, é igual ao número 144; adicionando-se os três algarismos, teremos o número nove. Os três zeros finais querem significar que a Humanidade já passou por três grandes Período de desenvolvimento: Saturno, Solar e Lunar, tendo entrado para o quarto grande Período denominado Terrestre. Nos versículos acima, representa-se uma Humanidade redimida, perfeita, pois todos trazem em suas testas o Sinal do Pai e do Filho e do Espírito Santo.
Nas três vezes em que se refere à voz, o Apocalipse queria significar a Harmonia Absoluta dentro de toda Criação, pois todos serão salvos por Cristo, o “Alfa e o Ômega”, o Princípio e o Fim, na Unidade Perfeita: O Absoluto. Ainda analisando o número 9 de ADAM, ou seja, daqueles que trarão em suas testas o Sinal do Pai, Filho e Espírito Santo, o Consolador prometido por Cristo em Sua despedida, encontramos três trindades; no princípio das coisas como “Aleph”, do qual tudo foi feito, e que se desdobra para o nove. Se aceitamos que no Pai está o Filho e o Espírito Santo, deparamos com o número três. Se olharmos para o Filho, encontramos o Pai e o Espírito Santo, o número três, no UNO. Se olharmos para o Espírito Santo, encontramos o Pai e o Filho, que nos levam novamente para o número três, no UNO.
Assim temos: 3 +3 + 3 = 9.
Voltemos, ainda, ao 14º capítulo, versículo 1 do Apocalipse, em que está escrito: “E olhei, e eis que estava o Cordeiro sobre o Monte Sião e com Ele 144.000 que em suas testas tinham escrito o nome d’Ele e de seu Pai”.
Lembremo-nos, antes de mais nada que o Espírito Santo foi enviado por Cristo, que voltou ao Pai, depois de deixado o mundo, tendo sido imolado como um Cordeiro no Altar da humanidade, a fim de salvar o gênero humano decaído, por meio de Seu Sangue, a Luz de Deus. Daí o Espírito Santo ter sido enviado a fim de continuar o trabalho de salvação, até que Cristo volte novamente para uma humanidade gloriosa, aperfeiçoada. Por essa ocasião todos deverão trazer nas testas o Sinal do Pai e do Filho. Que configuração poderá ser este Sinal?
Falemos antes da Trindade. Nessa Trindade manifesta-se o UNO. Haverá, então, uma estrela nas testas daqueles que se salvarem. Isso encontra-se descrito no capítulo 22, versículo “EU JESUS, ENVIEI O MEU ANJO, PARA VOS TESTIFICAR ESTAS COISAS ÀS IGREJAS. EU SOU A RAIZ DA GERAÇÃO DE DAVI, A BRILHANTE ESTRELA DA MANHÔ.
Resta-nos somente, dizer o seguinte, juntamente com o versículo 17 que diz:
“O Espírito (Ego Humano, a Centelha Divina) e a Noiva (Alma) dizem: Vem. Aquele que ouve diga: Vem. Aquele que tem sede, venha, e quem quiser receba de graça a ÁGUA DA VIDA”.
Com essas palavras podemos compreender que uma humanidade perfeita trará, como Sinal de Salvação, a BRILHANTE ESTRELA DA MANHÃ DE NOVE PONTAS em sua testa. O Espírito uniu-se em matrimônio à sua noiva, a Alma, para receber a Água da Vida, para nunca mais sair do Corpo do Pai e do Filho e do Espírito Santo.
(Revista ‘Serviço Rosacruz’ – 11/73 – fraternidade Rosacruz – SP)