Pergunta: Os Rosacruzes acreditam na Medicina, ou seguem o método de cura de Cristo?

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Os Rosacruzes acreditam na Medicina, ou seguem o método de cura de Cristo?

Resposta: Os melhores clínicos geralmente admitem que a medicina é uma ciência empírica; que os remédios não atuam da mesma forma sobre todas as pessoas e, portanto, o médico precisa experimentá-los no seu paciente. Por esta razão, a medicina não é satisfatória.

Não podemos esperar que os remédios surtam efeito em todas as ocasiões. Observamos que embora os bois se alimentem de ervas e todos os leões se satisfaçam com uma alimentação carnívora, tal não ocorre com o ser humano, pois há sempre uma Individualidade que diferencia cada um de todo o resto da sua espécie. Essa peculiaridade da Raça humana surge do fato de que, enquanto cada espécie do Reino animal é a expressão de um único Espírito-Grupo que guia os vários animais externamente, cada ser humano é um Espírito interno individual, um Ego e, por essa razão, o que é alimento para uma pessoa, pode ser veneno para outra.

É somente quando a medicina leva esse ponto em consideração, que ela pode se tornar realmente útil em todos os casos. E a maneira de descobrir as peculiaridades de quem realmente somos, um Ego (um Espírito Virginal da Onda de Vida humana) que habita o Corpo Denso do paciente é levantar o horóscopo do paciente para descobrir quais as épocas propícias para a administração de remédios, prescrevendo os medicamentos apropriados no momento favorável. Paracelso agiu assim, por isso, foi sempre bem-sucedido com seus pacientes; nunca cometeu um erro! Há algumas pessoas que recorrem atualmente à Astrologia Rosacruz com este propósito; o autor, por exemplo, a usou para diagnosticar muitos casos; foi sempre capaz de perceber as condições dos pacientes nas crises do passado, do presente e do futuro, podendo proporcionar muito alívio às pessoas que sofrem das mais diversas doenças. A Astrologia Rosacruz deveria ser utilizada somente para esses fins e não ser degradada por adivinhos à busca de recursos financeiros e/ou fama, poder, pois, como todas as Ciências espirituais, ela deve ser usada em benefício da Humanidade, independente de considerações mercenárias. Se os profissionais da saúde estudassem a Ciência Astrológica, seriam capazes, num esforço muito menor, de diagnosticar a condição de seus pacientes com mais precisão do que da forma usual. Alguns profissionais da saúde estão despertando para esse fato e descobriram, através de suas experiências, que os Corpos celestiais exercem real influência sobre a estrutura humana. Por exemplo, quando o autor esteve em Portland, Oregon, um médico mencionou, como resultado de suas observações, que sempre que lhe era possível fazer uma cirurgia quando a Lua crescia em brilho, ou seja, no período que se estende da Lua Nova à Lua Cheia, a operação era bem-sucedida e nenhuma complicação surgia. Por outro lado, ele verificou que quando as circunstâncias o obrigavam a realizar uma cirurgia no período que transcorria da Lua Cheia para o Quarto Minguante, havia grande probabilidade de complicações e que tais cirurgias nunca eram tão satisfatórias, quanto àquelas realizadas quando o brilho da Lua crescia.

Há também uma tendência crescente entre os profissionais da saúde de curar pela sugestão, dando ao paciente uma pílula inócua ou placebo e uma boa sugestão. Toda mãe, conhecedora ou não desse poder, aplica-o muitas vezes, até inconscientemente, no caso do seu filho. Quando a criança cai, ela pode, através da sugestão, levá-la a chorar ou a rir. Se ela lhe disser: “Oh, coitadinho, você está muito machucado, pobre filhinho”, a criança começará a chorar; se, por outro lado, ela apontar para o chão e exclamar: “Oh, querido, olhe como você machucou o pobre chão, que pena – vamos acariciá-lo!” a criança irá se sentar tão penalizada por ter machucado o chão, que nem pensará tanto nas suas próprias lesões. De uma maneira semelhante, o profissional da saúde influencia o seu paciente. Seria um ato criminoso um profissional da saúde entrar no quarto do paciente mostrando-se sombrio, sugerindo que fizesse o seu testamento, dizendo-lhe que não tem muito tempo de vida. Esses atos influem sobre o paciente muito mais do que se imagina e, desse modo, muitos profissionais da saúde ajudaram a matar aqueles que poderiam ter salvado. Se o profissional da saúde entrar no quarto do paciente com uma fisionomia alegre, um sorriso e palavras animadoras, administrando um remédio placebo e uma boa sugestão, o paciente poderá se recuperar quando, em outras circunstâncias, poderia sucumbir à doença. A sugestão surte muito mais efeito que a medicina. A fé que o paciente deposita no seu profissional da saúde fará maravilhas, tanto para o bem como para o mal. A fé foi o método usado por Cristo nas curas que fez. Se o querido amigo procurar na Bíblia como Cristo curou um doente, verá que a fé daquele que procurava a cura sempre foi salientada. A cada suplicante, Cristo dizia: “Faça-se segundo a tua fé[1].

O fato de que o ceticismo destruía até o Seu poder, talvez se evidencie no trecho onde lemos que Ele fez o trajeto até a Sua cidade natal e descobriu que nenhum profeta é bem recebido em sua própria terra. Esse fato está relatado no décimo terceiro capítulo do Evangelho segundo S. Mateus[2] e, também, no Evangelho segundo S. Marcos[3], e é significativo que, no último versículo, constatamos que Ele não fez ali muitos milagres por causa da incredulidade das pessoas. S. Marcos diz que, por causa do ceticismo local, Cristo só pôde curar uns poucos colocando a Sua mão sobre eles.

A Mente aberta é um requisito fundamental para qualquer investigação, e o ceticismo é absolutamente fatal na obtenção do conhecimento. Para ilustrar melhor este ponto, o autor, quando esteve em Columbus há alguns anos, foi assistir a uma palestra ministrada pelo Professor Hyslop, Secretário da Sociedade de Pesquisa Psíquica. O assunto em questão era: “Nova Evidência de uma Vida Futura”. O autor ficou admiradíssimo ao descobrir que o Prof. Hyslop não apresentara em sua palestra um único ponto que já não tivesse sido revelado nos últimos vinte anos nos relatórios da Sociedade à qual ele pertencia. A explicação veio logo após a palestra, quando uma pergunta revelou o fato de que o Prof. Hyslop não acreditava em nada que havia sido declarado nos relatórios da Sociedade. Ele não acreditava nos resultados conseguidos por outro que não fosse ele próprio. A prova que acabara de apresentar tinha sido coletada por ele e sua pesquisa totalmente nova; esperava que o público confiasse em sua palavra, embora ele mesmo estivesse relutante em confiar em quem quer que fosse. Ilustrando como age o ceticismo, ele nos deu, inconscientemente, um oportuno exemplo quando nos relatou que, certa vez, através de um médium, o defunto Richard Hodgson se manifestou, e o Prof. Hyslop começou a lhe fazer perguntas que, embora fossem muito simples, o Sr. Hodgson teve grande dificuldade em responder. Finalmente, o Prof. Hyslop exclamou impaciente: “Ora, o que há com você, Richard; quando vivo, você era bastante rápido; por que não consegue responder agora?” A resposta veio rápida como um relâmpago: “Oh, sempre que entro na sua péssima atmosfera fico em pedaços”. O Prof. Hyslop não podia entender a razão daquilo. Mas, qualquer pessoa que já tenha observado um aluno diante de uma banca examinadora que resolveu tachá-lo de tolo, compreenderá que foi a atitude mental cética e crítica do Prof. Hyslop que dificultou a comunicação de Richard Hodgson. Portanto, podemos dizer que acreditamos na medicina quando usada em conjunto com a Astrologia Rosacruz, como também acreditamos no método curador de Cristo, na Cura pela , no poder de sugestão e nos vários outros métodos de cura. Todos contém alguma verdade, embora, infelizmente, muitos deles sejam transformados em modismos e levados a extremos. Assim, perdem o seu poder benéfico e se tornam uma ameaça para aqueles que, do contrário, poderiam ser beneficiados por eles.

(Pergunta nº 35 do Livro “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. I – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)


[1] N.T.: Mt 9:28

[2] N.T.: Quando Jesus acabou de proferir essas parábolas, partiu dali e, dirigindo-se para a sua pátria, pôs-se a ensinar as pessoas que estavam na sinagoga, de tal sorte que elas se maravilhavam e diziam: “De onde lhe vêm essa sabedoria e esses milagres? Não é ele o filho do carpinteiro? Não se chama a mãe dele Maria e os seus irmãos Tiago, José, Simão e Judas? E as suas irmãs não vivem todas entre nós? Donde então lhe vêm todas essas coisas?”. E se escandalizavam dele. Mas Jesus lhes disse: “Não há profeta sem honra, exceto em sua pátria e em sua casa”. E não fez ali muitos milagres, por causa da incredulidade deles. (Mt 13:53-58)

[3] N.T.: Saindo dali, foi para a sua pátria e os seus discípulos o seguiram. Vindo o sábado, começou Ele a ensinar na sinagoga e numerosos ouvintes ficavam maravilhados, dizendo: “De onde lhe vem tudo isto? E que sabedoria é esta que lhe foi dada? E como se fazem tais milagres por suas mãos? Não é este o carpinteiro, o filho de Maria, irmão de Tiago, José, Judas e Simão? E as suas irmãs não estão aqui entre nós?”. E escandalizavam-se d’Ele. E Jesus lhes dizia: “Um profeta só é desprezado em sua pátria, em sua parentela e em sua casa”. E não podia realizar ali nenhum milagre, a não ser algumas curas de enfermos, impondo-lhes as mãos. E admirou-se da incredulidade deles. (Mc 6:1-6)

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