Educando para o Futuro: a atenção e o propósito do ser humano ao autoaperfeiçoamento

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Educando para o Futuro: a atenção e o propósito do ser humano ao autoaperfeiçoamento

Educando para o Futuro: a atenção e o propósito do ser humano ao autoaperfeiçoamento

Os pais e educadores conscienciosos de hoje, bem como todos os interessados no bem-estar da humanidade, estão dedicando considerável atenção à questão da educação, tanto das crianças como dos adultos. Os métodos e programas das escolas elementares e secundárias estão passando por uma análise crítica e por nova apreciação à luz das inúmeras mudanças em nosso modo de vida resultantes das descobertas e invenções científicas assim como das influências espirituais que estão, à revelia de muitos, afetando o conhecimento humano.

A intensificação de uma percepção mundial revelou com grande insistência o fato de que milhões de seres humanos estão com extrema necessidade, não somente de alimento para sua subsistência física, como também de ideias para nutrir suas personalidades espirituais e livrá-las da ignorância, pobreza, doença e escravidão de cuja mercê tem estado há tanto tempo. Consciente ou inconscientemente muita gente vai percebendo que as ideias extremamente nacionalistas ou separatistas não favorecem a formação de bons cidadãos da Nova Ordem que ora surge. Índice disso é a maneira com que se acentua hoje a necessidade de “relações humanas” nas escolas públicas e nos cursos profissionais. Educação planejada para pessoas de todas as idades, e abrangendo o lar e a fábrica, bem como a escola, é considerada o meio lógico para ajudar a humanidade em todas as partes e construir uma vida melhor e um nível de conhecimentos mais elevado.

Até aqui tudo isso está muito bom. Porém, se todos os educadores estivessem cientes do fato de que agora estamos atravessando um período de transição, seus planos educativos seriam elaborados com mais segurança de modo a satisfazerem as necessidades da nova raça de seres humanos. Quer muita gente saiba ou não, o fato é que estamos preparando as condições das quais emergirá uma parte mais evoluída da humanidade. Agora estamos libertando-nos da matéria e futuramente o lado real, ou mais elevado do ser humano em vez do lado físico, deverá ter precedência.

Os sistemas escolares do passado e do presente, nos diversos países do mundo, embora diferindo em muitos aspectos, tem-se destinado e destinam-se principalmente a desenvolver a natureza infantil em relação às coisas. A criança, desde os tempos primórdios, tem-se tornado cônscia do seu ser físico e do mundo material em que vive esse ser físico. O programa escolar é elaborado principalmente para prepara-la a funcionar bem como um ser físico. Sua alimentação, roupa, habitação e prazeres físicos receberam máxima consideração.

Mas o fato de que uma Nova Era está raiando e torna necessária que novos princípios básicos substituam os do passado e do presente. O ser humano, o Tríplice Espírito, possui outros Corpos mais sutis que o veículo físico denso. Esses outros Corpos (o Corpo Vital e o Corpo de Desejos) estão relacionados diretamente com os Mundos suprafísicos, os reinos das forças, causas e significados e estão ligados ao Espírito pela ponte da Mente. A fim de orientar a educação com sabedoria, o ser humano precisa primeiro compreender a existência dos Mundos invisíveis e adaptar-se às suas realidades.

É muito bom aprender a ler e escrever e contar, mas o objetivo de tal aprendizagem, bem como dos métodos empregados, devem basear-se no fato fundamental de que o ser humano é um Tríplice Espírito, e que a Mente, a ponte entre o Espírito e seus veículos, é o instrumento por meio do qual se atinge um dos propósitos da evolução: o controle da personalidade do “eu”. Daí a necessidade de se dispensar especial atenção à educação da Mente, embora nunca se deva esquecer que ela é apenas um instrumento. O Espírito é a energia central, a força dentro do ser humano.

A Mente concreta inferior reflete os desejos inferiores e precisa ser utilizada para transmitir ao Ego as experiências sensoriais, ou as informações que ela projeta, vindas do mundo dos sentidos. Mas o processo de educar a mentalidade humana e desenvolver os sentidos superiores precisa estar relacionada com mundo das causas, ao invés do mundo dos fenômenos físicos. Existem leis que regem esse processo e elas abrangem muito mais do que decorar e sistematizar fatos. Exigem que se ponham em exercício as três forças fundamentais do Espírito: Vontade, Sabedoria e Atividade.

A Vontade é o princípio mais elevado do Deus trino dentro do ser humano. Seu desenvolvimento e sua orientação acertada deveria ser a maior preocupação de todos os educadores. As crianças deveriam ser ensinadas desde os primeiros anos a desejar o bem, o verdadeiro e o belo. A vontade de ajudar e de servir os outros deveria ser um dos objetivos específicos. O desenvolvimento da vontade impede que a natureza dos desejos se imponha e desvirtue as atividades.

A Sabedoria, o segundo aspecto de Deus, dentro do ser humano, é o princípio unificador através do qual todas as pessoas podem compreender sua identidade com todas as outras criaturas e assim podem viver coletivamente a estabelecer relações humanas harmoniosas e construtivas. É bom sinal que cada vez mais aumenta o número de pessoas que compreendem o fato de que conviver harmoniosamente com seus semelhantes qualquer que seja sua natureza, sua raça ou religião ou cor, é requisito indispensável para viver feliz hoje e amanhã.

O terceiro, ou príncipe da Atividade, compreende o desenvolvimento da força criadora inata do Espírito, e sua transmutação da potencialidade física para a potencialidade superior. Os educadores verificaram que as crianças apreciam e aprendem melhor fazendo as coisas. Isso aplica-se grandemente às coisas físicas, é verdade, mas se aplica também à música, à literatura e a todos os outros setores onde são utilizadas as faculdades criadoras. Desejar criar coisas úteis à humanidade é o passo seguinte.

Para promover o desenvolvimento das três forças do Espírito Interior certas faculdades podem ser aproveitadas, tanto no ensino tradicional como praticamente em todos processos educativos indiretos. Uma faculdade importante é o discernimento. A criança aprende a distinguir entre o real e o irreal, entre o essencial e o não essencial. Compreendendo que as realidades existem nos Mundos suprafísicos torna possível encarar as coisas do Mundo material como secundárias, e não raro de pequeno ou nenhum valor real. Devidamente orientada, a criança aprende a dedicar suas energias a controlar e transmutar a personalidade ao invés de egoisticamente ganhar dinheiro e adquirir posses materiais.

A observação é outra faculdade de máxima importância. A menos que aprendamos a observar com precisão as vistas e cenas ao nosso redor, as imagens em nossa memória consciente não coincidem com os registros automáticos subconscientes. Existe uma perturbação do ritmo e da harmonia no Corpo Denso em proporção à falta de precisão em nossas observações diárias.

A devoção, também, deve ser incluída na educação da criança; devoção à realização de ideais elevados e devoção ao Criador. Como disse Max Heindel: “desenvolve a alma”. Isso é particularmente certo para as pessoas que tem inclinação para a vida intelectual, porque aqueles que se excedem no intelectualismo em relação ao coração e seguem o caminho do saber simplesmente para aprender e não para servir, podem acabar na magia negra.

A ordem, também, deve ser ensinada ao Ego em desenvolvimento, não somente em relação ao seu mundo objetivo, como também em relação à sua atividade criadora. O universo baseia-se num plano divinamente ordenado. Daí a manifestação de suas maravilhas. O ser humano também tem a habilidade inata de funcionar melhor debaixo de um propósito dirigido e de um ritmo. O máximo grau de atividade construtiva obedece a um ritmo ordenado. Entretanto, isso não é um ritmo imposto por terceiros. É uma obediência interior às leis espirituais estabelecidas, que sempre conduz a ritmos espirais mais elevados.

Acima de tudo, a educação para o futuro deve dirigir a atenção e o propósito do ser humano ao autoaperfeiçoamento (físico, emotivo, mental e espiritual), afastando-se das glórias nacionalistas do passado e das possíveis conquistas do futuro. Quando colocarmos a personalidade sob o controle de um Espírito Tríplice equilibrado, poderemos olhar para o futuro e dedicar nosso tempo e energias à formação de condições melhores para uma humanidade mais altamente desenvolvida.

(Traduzido da Revista Rays from Rose Cross e publicado na Revista Serviço Rosacruz de setembro de 1979)

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