Porque não como carne
É sensato ou esquisito o indivíduo que não come carne (de mamífero, ave, peixe, réptil, anfíbio), não utiliza nenhuma peça que seja feita por partes de animais, nem utiliza nenhum produto que seja feito de partes de animais ou que utilizem animais como meio de testes?
Disse-me minha mãe que eu, quando criança, não queria comer carne. Pensava ela — e muitas pessoas há que assim julgam — que para crescer fosse necessário comer carne; por isso insistia em me dar, convencida de que eu acabaria por habituar-me a comê-la. Mas lá se vão cinquenta anos que sigo dieta isenta de toda espécie de carne.
Durante minha atividade de médico tenho dito aos meus clientes os motivos que me levam a lhes aconselhar um regime alimentar sem carne. Gosto sempre de fazer as coisas às claras.
Direi, por isso, por que sou vegetariano e julgo que vocês também devessem ser. Amo a vida e desejo viver o maior tempo possível. Os nossos dias são cheios de animação e acontecimentos extraordinários; eu gosto de saber o que mais nos espera no campo das descobertas. Já ultrapassei os setenta anos e dou graças a Deus por supor que os dias são curtos para tudo quanto eu desejo realizar. Desenvolvo, ainda e plenamente, a minha atividade e me sinto feliz quando posso lançar-me em outras ocupações, ainda que durante poucos minutos por dia.
Muitos dos meus pacientes que têm a minha idade já deixaram de trabalhar, mas eu não tenho desejo algum de me aposentar tão depressa. Prefiro passar os meus dias ajudando os doentes, muitos dos quais se aposentaram porque não conhecem o que tenho a felicidade de conhecer. E não quero esconder de qualquer pessoa esse meu conhecimento.
Tenho estudado durante muitos anos e observado demoradamente as doenças e suas causas. Estou convencido de que, se durante a minha vida eu me tivesse alimentado com carne, hoje estaria demasiado velho para exercer a minha profissão. Um médico deve ter a mente lúcida e uma reserva de energias, sempre.
Os alimentos com base na carne apressam a velhice e provocam cansaço. A idade, mais do que um fator do tempo, é uma condição do organismo. O processo do envelhecimento varia de povo para povo. Há pouco tempo fui chamado para ver dois doentes que tinham, cada um deles, os seus cinquenta anos. Ambos, embora com essa idade, já pareciam velhos e não mais estavam em condições de trabalhar. O fumo e as bebidas alcoólicas tinham feito a sua parte, mas a carne tampouco ficara indiferente.
As células do corpo são pequenas unidades. Cada uma delas se alimenta, eliminando os resíduos e respirando oxigênio. Quando qualquer coisa se intromete nesse processo, tanto as células como os órgãos se deterioram.
Alexis Carrel, Prêmio Nobel de Medicina em 1912, reconheceu que a capacidade das células para procurar alimento e eliminar os resíduos é o que determina a idade dos tecidos. Prolongou a vida de um fragmento do coração de pintinho, metendo-o em um líquido capaz não só de alimentar, mas também eliminar os resíduos. Tanto êxito teve a sua experiência que a porção do coração permaneceu viva de 1913 até 1947. Depois de trinta e quatro anos a experiência foi interrompida. O Dr. Carrel demonstrou que a duração da vida depende largamente da eliminação dos resíduos e da nutrição das células.
Se pudéssemos remover das células do nosso corpo todos os resíduos, dando-lhes alimento adequado, facilmente teríamos vida mais prolongada. Se, pelo contrário, a substância líquida que alimenta as células for sufocada pelos resíduos, então se encurtará a vida.
Muitas pessoas que têm de efetuar trabalhos pesados acreditam que para ter muita energia seja necessário comer bifes. No entanto, os fatos demonstram o contrário.
Há anos, o Prof. Irving Fischer declarou que, por ocasião de uma competição desportiva entre os melhores atletas de Yale contra jovens amadores vegetarianos, estes revelaram-se mais resistentes do que os atletas que se alimentavam com carne.
Johnny Weismuller, o Tarzan do cinema e campeão mundial de natação, foi convidado para a inauguração da nova piscina da Clínica de Battle Creek, hospital relacionado com “Vida e Saúde.”
Weismuller tinha conseguido cinquenta e seis recordes mundiais, mas durante cinco anos não conseguira um único. Seguiu, então, durante várias semanas, um regime alimentar vegetariano e assim se encontrou em condições de superar outros seis recordes mundiais de natação.
O nadador vegetariano Murray Rose, australiano, campeão mundial e vencedor dos Jogos Olímpicos, é bastante conhecido pela alimentação que adota. Desde criança nunca comeu carne; não só é nadador rapidíssimo, mas também a sua habilidade demonstra que quem segue a dieta vegetariana tem resistência superior.
Contudo, por que isso acontece?
É que a carne contém resíduos que o animal teria que eliminar. Portanto, quem come carne sobrecarrega-se com os resíduos que ela contém. E quando eles atingem as células do corpo, provocam fadiga e envelhecimento. Os principais produtos residuais do corpo são a ureia e o ácido úrico. Quando a carne é fervida, seus resíduos dissolvem-se no caldo; os resultados da análise do caldo de carne são, por isso, semelhantes aos da urina. A sensação de energia que um bife parece dar — maior do que a experimentada quando se bebe uma xícara de café — é determinada pelo ácido úrico. O ácido úrico, ou trioxipurina, é muito semelhante à cafeína ou dioxipurina, tanto no nome como no efeito. Para digerir a carne são necessárias muitas horas, pelo que, depois de certo tempo, quando a ação estimulante cessa, sente-se uma diminuição de energia.
L. H. Newburg, professor da Universidade de Michigan, chamou a atenção para o fato de que, quando, em um rato, a carne constitui vinte e cinco por cento da alimentação, fica ele mais gordo e mais ativo do que outro que receba alimentação comum. Depois de alguns meses, porém, os rins do rato que come mais carne começam a enfraquecer.
Disse-me um lavrador que a alimentação para vacas, rica em proteínas, aumentaria a produção de leite, mas as enfraqueceria com prejuízo para a produção. Outro perigo que ameaça os que comem carne são as doenças dos animais, comuns também nos seres humanos.
Disse-me a minha secretária que na fábrica em que o marido trabalha verificou-se em um ano quatro casos de leucemia (câncer) entre 124 animais. Uma vaca morreu vinte e quatro horas depois que o veterinário diagnosticou a leucemia. Sugerira ele que levassem imediatamente o animal para o matadouro, mas não foi possível, porque morrera antes.
A maior parte das vacas que não mais produz leite são levadas para o mercado e, dali, por vezes para o matadouro. Disse-me a esposa do diretor de uma grande propriedade agrícola que um vitelo atacado por pneumonia foi vendido para o matadouro.
O Dr. Gordon H. Theilen, da Escola Veterinária da Califórnia, declarou: “Temos verificado que a leucemia ocorre com muita frequência nos animais de certas propriedades e se manifesta sob a forma infecciosa. A incidência da doença tem duplicado, conforme os dados dos matadouros, nos últimos dez anos. Fácil é para os inspetores dos matadouros identificar a doença clínica no seu estado mais manifesto; contudo, muito difícil é descobrir os estados iniciais da doença, quando não apresenta sintomas evidentes; por outro lado, é bastante difícil que se faça um exame de sangue dos animais, antes de serem abatidos. O rápido aumento da leucemia no gado é de interesse particular, desde que se recorde que o câncer do sangue ou leucemia é, presentemente, uma das principais causas da mortalidade infantil, nos Estados Unidos”.
As vacas com câncer em um olho são conservadas com vida até que estejam cegas dos dois olhos; então suas cabeças são cortadas e elas são vendidas como carne. Não se faz, porém, qualquer exame dos outros órgãos para verificar neles o efeito da doença. John Harvay Kellock disse, certa vez, sentado a uma mesa vegetariana: “É realmente bom comermos algo sobre o qual não temos de nos preocupar se tenha ou não morrido de uma doença complicada”.
Quando eu era estudante, foram-me dados dois tubos de ensaio para verificar em que condições se multiplicavam mais rapidamente as bactérias que são a causa de doenças como tifo, pneumonia e peste. Mandou-me o professor verter em cada tubo um pouco de caldo de carne e, depois de os haver fechado hermeticamente, esterilizei. Após isso, introduzi nos tubos as perigosas bactérias. Os germes prosperaram rapidamente no caldo: é ele o meio ideal para sua reprodução!
Se tomarmos dois cães e alimentarmos um deles com água e o outro com caldo de carne, o que beber água viverá mais tempo, porque o caldo não contém alimento algum, porém unicamente resíduos urinários que envenenam.
Ah! E sobre não utilizar nenhuma peça que seja feita por partes de animais, nem utilizar nenhum produto que seja feito de partes de animais ou que utilizem animais como meio de testes? O motivo pelo qual não uso é o mesmo de não comer carne (que vai muito mais além da questão da saúde): os animais são meus irmãos menores, estão evoluindo em um nível de consciência muito próximo do meu, portanto, sou seu guardião. Não tenho o mínimo de direito em atrapalhar, interromper, fazer sofrer um irmão menor.
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de março/1964)
Partituras dos Hinos: Rosacruz de Abertura e Rosacruz de Encerramento – do Livreto Songs of Light
Em forma de livreto: De Songs of Light – Partituras – Rosicrucian Opening Hymn and Closing
Página a Página:
O Ecos de um Centro Rosacruz tem como objetivo informar as atividades públicas de um Centro, bem como fornecer material de estudo sobre os assuntos estudados durante o mês anterior.
Para acessar somente os textos:
A Fraternidade Rosacruz é uma escola de filosofia cristã, que tem por finalidade divulgar a filosofia dos Rosacruzes, tal como ela foi transmitida ao mundo por Max Heindel. Exercitando nosso papel de Estudantes da Filosofia Rosacruz, o Centro Rosacruz de Campinas, edita o informativo: Ecos.
Informação
De acordo com as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS e visando a prevenção do avanço da pandemia de corona vírus (Covid 19) suspendemos as atividades presenciais em nossa sede em Campinas por tempo indeterminado. As atividades não presenciais como cursos on line (inscrições e correções das lições), Cura (solicitação e recebimento dos relatórios mensais e divulgação de materiais para leitura em nosso site, permanecem em atividade e sempre com novidades.
Atividades gerais ocorridas em nosso Centro, no mês de Junho:
Trânsito do Sol pelo Signo de Câncer, em julho
Enquanto o Sol transita pelo Signo de Câncer, no mês de julho, o Senhor Cristo ascende ao Seu próprio mundo, o Mundo do Espírito de Vida.
Esse é o reino onde a unidade e a harmonia reinam supremas; também, é a esfera de consciência que os primeiros Discípulos de Cristo contataram no Dia de Pentecostes. Isso será alcançado por toda a humanidade avançada no fim do presente Período Terrestre.
Por meio da operação do Cristo Cósmico, é aqui que o Filho ou o princípio da Palavra e o segundo aspecto da Trindade, nosso Abençoado Senhor, contata a Hierarquia de Câncer, Querubins.
Esses Seres celestiais são os guardiões de todos os lugares Sagrados no céu e na Terra. Eles guardam até mesmo o maior mistério da vida.
Sob a orientação do Senhor Cristo esse mistério sagrado é transmitido para baixo, de Câncer para o seu Signo oposto, Capricórnio, e fornecido para os Arcanjos. Foi por essa razão que o Salvador do Mundo, que veio para a Terra proclamando o mistério do Espírito Santo, nasceu sob o Signo de Capricórnio.
A observância conhecida eclesiasticamente como a Festividade de São João Batista, o precursor do Cristo, ocorre durante a estação do Solstício de Junho.
Em julho a alma da Terra está impregnada de puro êxtase. O céu se inclina, enquanto a Terra é elevada.
No intercâmbio divino de forças espirituais o Casamento Místico entre o céu e a Terra é consumado.
Em um intervalo de quatro dias, as correntes de desejos são acalmadas de tal modo que as forças espirituais vão se tornando cada vez mais operantes.
A Terra vai, então, sendo literalmente inundada com a luz pura e branca do espírito.
O Discípulo que aprende como se sintonizar com esse influxo poderoso receberá um despertar jamais sonhado de consciência espiritual.
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Fraternidade Rosacruz – Algumas das perguntas que recebemos e que talvez possam ser dúvidas de mais estudantes.
Com certeza! Aqui é o baluarte da evolução. Se estamos renascidos, como agora, estamos na fase de “aprender e crescer” espiritualmente. Porque, quando estamos vivendo nos Mundos espirituais, estamos na fase de “assimilar e nos preparar” para o próximo renascimento.
Atualmente, a função de Espíritos-Grupo é exercida por duas ondas de vidas distintas:
Sim. São ondas de vida que começaram a sua evolução ANTES desse Grande Dia de Manifestação que conhecemos como Esquema Evolutivo, que começa com o Período de Saturno e vai até o Período de Vulcano.
Há seres que começaram a sua evolução nesse Grande Dia de Manifestação que conhecemos como Esquema de Evolução, que começa com o Período de Saturno e vai até o Período de Vulcano e há seres que começaram em outros Dias de Manifestação e que estão nesse para completar seu aprendizado (se tornando deuses) ou continuar seu aprendizado (como o caso dos Anjos, Arcanjos, Senhores da Mente, Senhores da Sabedoria, Senhores da Individualidade e Senhores da Forma).
Sim, quando inspiramos a informação é registrada, devido ao Éter. Quando expiramos NÃO há registro algum! Impossível fazer algo que só durante a expiração já componha um quadro inteiro, pois o Éter que registra tanto a causa como o efeito persiste durante um bom tempo ao nosso redor e, com certeza absoluta, será inspirado na próxima respiração. Se só expirarmos, o ar poderá se dissipar, mas o Éter, não.
A questão de expressar o sexo aqui, quando renascido no Mundo Físico, sempre causará vários problemas enquanto não nos regenerarmos nessa questão, ou seja, enquanto não pagarmos todas as dívidas geradas por abuso, orgias, estupros, gastos da força sexual, magia negra e outras maneiras de mau uso da força sexual criadora.
Um desses problemas (diga-se que sempre existiu, mas muitas vezes enrustidos ou até permitido abertamente pela chamada “sociedade da época) é a questão do travesti (um homossexual) tanto para o homem, como para a mulher. De qualquer forma a causa advém do apego excessivo ao sexo em vidas passadas (não necessariamente na última) quando o hoje, Ego, renascido como homem, tinha renascido como mulher. E como tal usou e abusou da força sexual criadora utilizando de todo o poder sexual feminino. Vem nessa vida com a tentação de continuar utilizando (perceba: infelizmente a maioria dos nossos irmãos e irmãs homossexuais adoram “fazer sexo”) tais atributos como meio de sedução para gastar a força sexual criadora. Se cai na tentação se transforma em travesti, ou mesmo homossexual onde poderá se entregar às atividades femininas e, principalmente, gastar a força sexual criadora (lembrando que há exceções: muitos dos nossos irmãos e irmãs que vem com essa lição a aprender – tentação em reviver o sexo oposto que veio renascido nessa vida – resiste à tentação e, apesar de trejeitos e até gostos mais específicos do sexo oposto, não cai na tentação de se “transformar” e de, principalmente, gastar a força sexual criadora. Entendamos isso como mais uma lição a aprender. Se aprende, o ensino é suspenso. Se não aprende, a tentação o (a) acompanhará vida após vida, até resgatar a dívida.
Assassinatos sempre será uma questão de resgate de dívidas entre o irmão (ã) assassino (a) e o irmão (ã) assassinado (a). Em vidas passados, reviveram exatamente como os papéis trocados e o hoje assassinado (a) tirou a vida do hoje assassino (a). Jamais há “o programado pelo Poder Maior, mas manipulado da Terra aqueles que se desviaram do caminho projetado”. Sempre será uma questão de destino maduro entre dois irmãos!
Como acontece o resgate (lição aprendida, ensino suspenso)?
Quando o assassino tiver a oportunidade de assassinar o outro, ele resiste, não assassina e o perdoa do que ele fez em vidas passadas, quando estavam no papel trocado. Se isso não ocorrer, voltam os dois, em papéis trocados, novamente e a tentação ocorrerá. E assim vai até haver o resgate por parte de um e depois por parte do outro.
A questão dos “acidentes fatais”
Também seguem a mesma regra. Exceto quando o que morreu por acidente, morreu sozinho e causou o próprio acidente. Nesse caso o seu horóscopo mostra a probabilidade disso acontecer e, se ele sabe dessa probabilidade, redobra o cuidado em se expor a riscos, sempre trilha o caminho do bem e do valor a sua vida e segue vigilante para evitar quaisquer situações que pode levá-lo a um acidente fatal. Se não sabe…segue como “folhas ao vento”.
No nosso atual Esquema de Evolução as Noites Cósmicas ocorrem entre um Período e outro, onde habitamos 5 Globos escuros, sendo que no terceiro é onde ocorre o maior trabalho do Período anterior, seja de assimilação, seja de uniformização do que deveria ser aprendido por todos, de modo que todos fiquem nivelados em relação ao seu desenvolvimento. O que “dissolve” são os Globos do Período anterior (campos de evolução) e ao fim da Noite Cósmica, o primeiro Globo (campo de evolução) do Período subsequente é construído pelas Hierarquias Criadoras responsáveis pela Evolução dos seres nesse Esquema de Evolução.
Tudo, do menor microcosmo ao maior macrocosmo está sempre nascendo, crescendo, evoluindo, morrendo, renascendo. Um processo contínuo que jamais cessará. O conceito de Universo para nós, dada a nossa capacidade ainda muito limitada de pensar, é muito subjetivo e nada claro. Um Irmão Maior tem um conceito muito mais objetivo do que é o Universo.
Quando inspiramos, junto com o ar, inalamos os Éteres, em particular o Éter Refletor. Esse Éter é repassado ao nosso sangue arterial pelo processo de respiração e oxigenação que ocorre nos nossos pulmões e chega até o coração e quando passa no ápice do ventrículo esquerdo deposita uma imagem, em seus mínimos detalhes de tudo que acabou de ocorrer (em pensamentos, sentimentos, desejos, emoções, palavras, atos, ações e obras), no Átomo-semente do Corpo Denso que lá está. Quando exalamos, fruto da condução de gases transmitidos via sangue venoso aos pulmões, a única coisa que sai é o ar, carregado de gás carbônico, um pouco de oxigênio e outros gases em traços. Não sai nada de Éter.
Artigos Publicados nas redes sociais no mês de Junho:
Liderança segundo o Conceito de Max Heindel
Vivemos um momento em que falamos que Pós a Pandemia no Covid 19, viveremos num novo cenário, o chamado “Novo Normal”- que significa que teremos um novo padrão de comportamento da Sociedade
Essa definição de Max Heindel do que é Liderança, nunca foi tão atual como nesse novo necessário:
Essa é a definição de: “líder”, “guia”, “guru”, “instrutor”, “orientador”, “professor”, “mestre”, “ídolo”, “responsável”, “cuidador”, “tutor”, “chefe”, “presidente”, “diretor”, “conselheiro”, “pessoa preferida”, “o maior”, “o que mais sabe”, “o mais instruído”, “quem eu mais gosto” que a Fraternidade Rosacruz nos ensina quando estamos trilhando o Caminho da Preparação e da Iniciação Rosacruz. Apliquemos na nossa vida!
“Tudo posso naquele que me fortalece”
Conta-se que Cristo estava caminhando com Seus Discípulos quando passaram pelo cadáver de um cachorro em estado de putrefação. Os Discípulos voltaram o rosto, comentando com aborrecimento o nauseante espetáculo, mas Cristo olhou o cadáver e disse: “As pérolas são menos alvas que seus dentes”.
Qual o fundo moral desse relato?
Ora, é muito fácil. O Cristo deu a entender que devemos atentar sempre para o lado positivo de todas as coisas. Seria esse modo de pensar uma terapêutica para estabelecer a harmonia e alegria de viver no ser humano e na sociedade humana? Perfeitamente!
Devemos observar que a razão de ser e a essência de tudo resume-se no Bem. Tudo se encontra debaixo de leis divinas, imutáveis e sábias. A ação dessas leis intentando estabelecer o equilíbrio gera, muitas vezes, aquilo que chamamos de Mal. Na realidade não é assim. Logo, não há razão para encararmos a vida e os acontecimentos que a dinamizam através de ângulos negativos.
A vida é uma experiência maravilhosa. Por que desperdiçá-la? Por que não a tornar mais ampla? Por que evidenciar a sombra, se a luz é uma realidade? Nas pequenas coisas, nos fatos aparentemente insignificantes, nas pessoas desconhecidas com que cruzamos diariamente nas ruas, brilha a luz.
Por que não contribuímos para difundir essa luz? Sim, essa luminosidade resplandecendo ativa ou potencialmente em cada ser, em cada átomo.
Tudo na vida tem o seu lado positivo. Realçá-lo, constitui o dever do Aspirante a vida superior. Contudo, realçá-lo em condições especiais? Não! Evidenciá-lo nos acontecimentos marcantes ou triviais da vida quotidiana.
Não devemos nos restringir a tirar partido das condições ideais da existência, senão, aproveitar, principalmente, as condições da vida vulgar.
O diretor de uma destacada firma de Nova Iorque tinha por hábito reunir, anualmente, os gerentes das filiais espalhadas por todo o país, para uma espécie de orientação e balanço.
Houve uma época em que a empresa enfrentou uma séria crise econômica. A reunião anual foi convocada. Os gerentes apresentaram-se, denotando certa apreensão e pessimismo. Cada um expôs, detalhadamente, os seus problemas e como não poderia deixar de ser, não faltaram às lamúrias e expressões de desânimo.
Em dado momento, o diretor suspendeu na parede um grande cartaz branco com um pequeno ponto preto no centro e perguntou a um dos gerentes:
– Que é que está vendo?
– Um ponto preto – respondeu o interrogado.
– E você? – perguntou a outro.
– Um ponto preto num papel branco.
– E você?
– O mesmo.
– E você?
– Um ponto preto num cartaz branco.
– É incrível – afirmou o diretor – que vocês observem apenas um pontinho preto num cartaz branco?
Será que não enxergam um enorme cartaz branco com um simples pontinho escuro no meio?
Será que esta crise que atravessamos não lhes trouxe experiências e maiores conhecimentos?
Será que as dificuldades surgidas não lhes despertaram o senso de previsão e de prudência, essenciais para se alcançar êxito em qualquer empreendimento?
Senhores, quando uma pessoa trabalha e vive de uma maneira positiva, nenhuma crise poderá amedrontá-lo.
Tudo nesse mundo encerra uma lição valiosa. Sejamos firmes em nossas convicções otimistas, a despeito de circunstâncias aparentemente adversas, e jubilosas com as lutas e triunfos de nossos semelhantes.
Sejamos positivos. Tenhamos a disposição de São Paulo, o Apóstolo, ao afirmar “TUDO POSSO NAQUELE QUE ME FORTALECE”.
SERVIÇO DE AUXÍLIO E CURA
Todas as semanas, quando a Lua se encontra num Signo Cardeal (Áries, Câncer, Libra ou Capricórnio), reunimo-nos com o propósito de gerar a Força Curadora por meio de fervorosas preces e concentrações. Esta força pode depois ser utilizada pelos AUXILIARES INVISÍVEIS, que trabalham sob a direção dos IRMÃOS MAIORES com o propósito de curar os doentes e confortar os aflitos.
Nessas datas, as 18h30, os Estudantes podem contribuir com esse serviço de ajuda, conforto e cura, sentando-se e relaxando-se na quietude do seu lar ou onde quer que se encontre, fechando os olhos e fazendo uma imagem mental da Rosa Branca e Pura situada no centro do Emblema Rosacruz. Em seguida leia o Serviço de Cura e concentre-se intensamente sobre AMOR DIVINO E CURA, pois só assim, você poderá fazer de si um canal vivo por onde flui o Poder Divino Curador que vem diretamente do Pai. Após o serviço de cura, emita os sentimentos mais profundos do amor e gratidão ao Grande Médico para as bênçãos passadas e futuras da cura.
Datas de Cura:
Julho: 4, 11, 19, 25
Cura-me, Senhor, e serei curado; salva-me, e serei salvo,
pois tu és aquele a quem eu louvo. Jeremias 17:14
Receita: Torta de Arroz
Ingredientes:
Modo de Preparo:
Histórias Aquarianas para Crianças: Ser um Porco-espinho
Porco Montanhês levantou seus espinhos e alisou-os novamente.
— Gostaria de ser um coelho, resmungou.
— UM COELHO? – Repetiu Esterlino, outro porco-espinho. Para que?
— Assim eu não teria que carregar estes espinhos nas minhas costas o tempo todo. São pesados e eles coçam.
— São a sua proteção – Protestou Esterlino. Eu não trocaria meus espinhos pelas cascas de todas as arvorezinhas do mundo.
— Não me diga que você gosta de carregar essas coisas para onde quer que você vá, disse Porco Montanhês.
— Não, eu não gosto muito, admitiu Esterlino, mas não me importo em ficar um pouco desconfortável. Os espinhos valem a pena. O que você faria se viesse um urso, perseguisse você e você não tivesse os espinhos?
— Se eu fosse um coelho, eu fugiria saltando, disse Porco Montanhês.
— Só isso, hein, disse Esterlino.
— Só isso, concordou Porco Montanhês.
— Bem, você deveria ficar agradecido por seus espinhos e ficar contente por não poder se livrar deles, admoestou Esterlino. Para os coelhos é muito mais difícil do que você pensa. Eles estão sempre tremendo e fugindo toda vez que um galhinho estala. Acho que eles nem podem comer sossegados.
— Azar deles se são como gatos assustados, disse Porco Montanhês com desprezo. Eu não fugiria quando um galhinho estalasse. E, com certeza, não ficaria tremendo. Eu continuaria a comer tranquilo. Além disso, nenhum urso ainda me perseguiu.
— Ele perseguiria, se você fosse um coelho, disse Esterlino. Mas eu não vou discutir com você. Eu vou procurar alguma coisa para comer.
Esterlino saiu gingando pesadamente. Porco Montanhês ficou observando-o e suspirou.
— Ele parece tão pesado como eu. Oh, como eu gostaria de me ver livre destes espinhos e ser um coelho!
— É isso mesmo que você quer? – Perguntou uma voz atrás dele.
Porco Montanhês se virou tão depressa quanto pode e ficou de olhos arregalados. Lá estava o porco-espinho mais esquisito que ele já tinha visto. Pelo menos ele pensou que era um porco-espinho, embora ele fosse roxo e com espinhos dourados.
— Quem é você? – Perguntou Porco Montanhês.
— Eu sou o Porco-Espinho Perfeito, respondeu ele.
Eu posso transformar você em um coelho, se você realmente quer ser transformado em coelho, mas você precisa ter certeza que quer ser um coelho, que depois que você virar coelho, você vai ter que ficar sendo coelho.
— Você pode mesmo me virar em um coelho? – Perguntou Porco Montanhês.
— Eu acho que foi isso mesmo que eu disse, respondeu impaciente o Porco-Espinho Perfeito.
— Então, por favor, me transforme em coelho, pediu Porco Montanhês.
— Você entendeu bem que depois que você virar coelho, você vai ter que ser coelho para sempre, mesmo que você queira muito voltar a ser porco-espinho de novo? – Perguntou o Porco-Espinho Perfeito.
— Eu entendo, respondeu Porco Montanhês. Eu não vou querer nunca mais ser porco-espinho.
— Eu não teria tanta certeza disso, disse o Porco-Espinho Perfeito. Mas, se é isso que você quer…
O Porco-Espinho Perfeito soltou um dos seus espinhos dourados, que caiu no chão na frente de Porco Montanhês e se balançou para os lados tão depressa, que ele só viu uma luz dourada.
— Sylvilagus Lepus Cuniculus! – Entoou o Porco-Espinho Perfeito.
No mesmo instante, Porco Montanhês se sentiu tão leve como uma pena. Tentou dar um passo para frente, mas em vez disso, ele deu um pulo. Tentou dar outro passo, e só deu outro pulo. Seus espinhos tinham desaparecido. Havia uma sombra branca atrás dele e torcendo o corpo como um U, viu que tinha um rabo de algodão.
— Sou um coelho! Sou um coelho! – Exclamou, pulando em círculos, entusiasmado. Obrigado, Porco-Espinho Perfeito, obrigado!
Contudo, o Porco-espinho Perfeito tinha desaparecido.
Porco Montanhês saiu pelo prado fazendo com que cada pulo fosse mais longo do que o anterior. Era maravilhoso sentir-se tão leve e levantar-se tão alto no ar, sem espinhos pesando para fazê-lo descer. Era quase como um instante, Porco Montanhês alcançou Esterlino, que ainda estava indo no seu jeito lento, pesado, procurando comida. Porco Montanhês pulou por cima de Esterlino e caiu bem na frente dele.
— Vuuuh! – Exclamou Porco Montanhês. Veja como eu pulo!
Você não está com pena de não ser um coelho?
— O que — Porco Montanhês? É você? – Perguntou espantado Esterlino quando conseguiu falar.
— Eu mesmo! – Disse Porco Montanhês. O Porco-Espinho Perfeito me transformou em coelho. Eu não peso quase nada! Eu posso pular, pular e ir a qualquer lugar dez vezes mais depressa do que você.
Porco Montanhês pulou e pulou em volta de Esterlino, mostrando como ele podia pular e como podia ir bem depressa.
— Pare! – Pediu Esterlino – Você está me deixando tonto. E para responder à sua pergunta, não, eu não tenho pena de não ser coelho. Espero que você não venha a sentir pena de ser um coelho. Boa sorte, meu velho. Você vai precisar dela.
Com isso, Esterlino continuou seu caminho, sem prestar mais atenção a Porco Montanhês.
— Ora, ele está com ciúmes, disse Porco Montanhês para si mesmo. Se ele vai ficar assim, é melhor eu esquecer dele. De qualquer forma, é hora de eu fazer amizade com coelhos.
Porco Montanhês foi pulando até que encontrou muitos coelhos comendo num canteiro de trevos. Deu um belíssimo pulo e caiu bem no meio deles. Os coelhos fugiram, pulando para todos os lados.
— Para onde eles foram? – Porco Montanhês pensou alto, quando um coelho grande veio devagar para perto dele.
— O que você quer dizer com “para onde eles foram?” – Perguntou zangado o coelho grande. Você os assustou tanto que eles se esconderam. Que espécie de coelho é você, afinal? Você não tem nada melhor que fazer do que assustar seus irmãos? Nós já temos muitas coisas de que ter medo!
— Desculpe, disse Porco Montanhês, que lá no fundo achou que era uma grande bobagem os coelhos terem medo de outro coelho. Eu sou coelho há pouco tempo, e não sabia que vocês se assustavam por tão pouco. Eu pulei por cima de Esterlino e ele não se assustou.
— Esterlino é um porco-espinho. Os porcos-espinho têm espinhos para protegê-los. Eles sabem disso e os outros animais também. Na verdade, há muito pouco do que os porcos-espinho possam ter medo. Nossa única proteção contra o perigo é fugir dele o mais rápido possível, e há muitas coisas que assustam os coelhos.
O coelho grande falou com se estivesse explicando as coisas para um bebezinho.
— Bem, disse Porco Montanhês, eu era porco-espinho até uma hora atrás e nunca me assustei. E também não vou começar a ficar assustado agora. Acho que vocês coelhos tinham que aprender a ser mais valentes.
— Você era um porco-espinho e agora você é um coelho!
O coelho grande repetiu essa informação suavemente.
— Você está procurando encrenca! Boa sorte, meu amigo. Você vai precisar dela.
Com isso, o coelho grande foi embora, pulando, deixando um Porco Montanhês aborrecido atrás dele.
— Que é que há com todo mundo? – Perguntou a si mesmo. É a coisa mais fácil do mundo ser coelho. É só pular e…
O som de latidos o interrompeu. Um cachorro enorme vinha correndo pelo prado bem na sua direção. Porco Montanhês já tinha lidado com cachorros antes e não se preocupou nem um pouco. Quando o cachorro visse seus espinhos, com certeza iria voltar correndo com o rabo entre as pernas.
Porco Montanhês tentou eriçar seus espinhos e nada aconteceu. Tentou de novo — e, então, ele se lembrou. Ele não tinha espinhos. Ele não tinha absolutamente nada que pudesse protegê-lo contra o cachorro.
Pela primeira vez na vida, Porco Montanhês teve medo. Seu coração bateu duas vezes mais depressa que o costume, e ele tremeu desde o focinho até ao rabo. O cachorro estava quase alcançando-o e tinha todos os sinais de querer agarrá-lo com seus dentes afiados.
Não havia outra coisa a fazer, senão fugir. Porco Montanhês começou a pular o mais depressa que conseguiu. O cachorro estava bem nos seus calcanhares. Mesmo correndo muito, o cachorro também corria igual, latindo tão ferozmente que Porco Montanhês sentia seu bafo quente.
Assim foram, sem cessar, o cachorro correndo e latindo, e Porco Montanhês pulando para salvar a pele. Atravessaram o prado, atravessaram o bosque, subiram e desceram a colina e ainda assim o cachorro estava bem atrás de Porco Montanhês.
Ele sabia que já não podia ir muito longe. Estava sem fôlego e suas pernas, que não estavam acostumadas a pular, doíam terrivelmente. Estava quase caindo, quando viu um buraco no chão na sua frente. Dando um último pulo, mergulhou no buraco, deixando o cachorro escavando na entrada e latindo loucamente.
Porco Montanhês ficou deitado no chão de um túnel. Ele não podia se mexer, quase não podia respirar e não queria pensar. Tudo em volta estava escuro e, à distância, ouviam-se latidos, latidos, latidos …
Depois do que lhe pareceu um tempo muito longo, Porco Montanhês percebeu que havia muitos coelhos ao seu redor.
— Quem é ele? – Disse um – Que sujeito, trazer aquele cachorro bem aqui na nossa toca! Agora nós vamos ter que nos mudar.
— Meu nome é Porco Montanhês, disse ele. Porque vocês vão ter que se mudar?
— Porque você trouxe o cachorro até nossa toca, seu palerma, foi a resposta. Agora que ele sabe onde nós moramos, ele não vai nos deixar em paz. Ele é capaz de ficar lá fora a qualquer hora, esperando a gente aparecer. Que tipo de coelho você é que não sabe disso?
— Bem, eu era um porco-espinho até há pouco tempo atrás, explicou Porco Montanhês, que estava ficando cansado de explicar isso. Desculpem por eu ter guiado o cachorro até sua toca, mas eu esqueci que eu já não tinha meus espinhos. O cachorro quase me pegou. Eu pulei, pulei, e quando vi este buraco eu me joguei dentro.
— Talvez fosse melhor se o cachorro tivesse pegado você, disse maldosamente o coelho. Nós, os coelhos de verdade, já temos bastantes problemas. Nós não temos necessidade de porcos-espinho-coelhos que não se lembram que não têm espinhos e levam os inimigos até nossa porta!
— Mas eu estava com medo, choramingou Porco Montanhês. Eu não sabia mais o que fazer.
— Você estava com medo! zombou o coelho. O que é que você esperava? Os coelhos passam metade de suas vidas assustados. Você devia ter pensado nisso antes de se tornar um coelho. Agora saia daqui e volte para onde você pertence. Não permitimos meios-coelhos aqui.
Os coelhos se uniram e empurraram Porco Montanhês pelo túnel e depois para fora da entrada. Parece que o cachorro tinha ido embora, mas agora estava escuro, e Porco Montanhês não sabia o que poderia estar escondido atrás das árvores e moitas. Ele estava aterrorizado, e seu coração batia tão forte, que ele nem podia ouvir seus próprios pensamentos.
— E não volte! gritaram os coelhos no túnel, atrás dele.
Porco Montanhês deu alguns pulos para a frente na escuridão. Um galhinho estalou, e ele quase morreu de medo antes de perceber que ele mesmo tinha feito o galhinho estalar quando pisou nele.
Uma coruja piou por perto e, de novo, ele pulou de susto.
— O que há comigo? pensou. Eu nunca tive medo de corujas antes.
Porco Montanhês foi pelos bosques escuros, pulando, parando e ouvindo. Qualquer barulhinho o assustava, e ouvia barulhos que não existiam. Não sabia aonde estava. Estava com fome. Estava cansado. Estava tão só!
Por fim, achou um tronco oco. Arrastou-se para dentro dele e deitou-se. Pensou que ali estaria tão à salvo como em qualquer outro lugar. Ali passou longas e escuras horas, esperando pelo amanhecer. Estava certo que bem ali, fora do tronco, havia cachorros, ursos, raposas e lobos, todos a espera para agarrá-lo.
Quando finalmente o Sol apareceu, o pobre Porco Montanhês estava em péssima forma. Meteu o nariz para fora do tronco e teve medo da própria sombra. Tremia o tempo todo, ainda mais quando um galho estalava. Estava morrendo de fome, mas muito assustado para procurar a sua refeição da manhã. Estava exausto, mas muito assustado para poder dormir.
— Oh! Como gostaria de ter meus espinhos de novo, murmurou, porque estava muito assustado para poder falar alto. Gostaria de nunca ter desejado ser um coelho! Gostaria de ser outra vez um porco-espinho!
— É, eu acho que sim! – Disse uma voz na frente do tronco.
Lá estava o mais estranho coelho que Porco Montanhês já tinha visto. Era roxo e seus bigodes e a cauda eram dourados.
— Suponho, murmurou Porco Montanhês, que você é o Coelho Perfeito?
— Sou, disse o Coelho Perfeito. Não precisa murmurar. Saia desse tronco e pare de tremer. Você é o coelho mais covarde que eu já vi.
— Eu não quero mais ser coelho, Porco Montanhês estava quase chorando.
— Não foi isso o que eu ouvi ontem, disse zangado o Coelho Perfeito. Você estava louco para ser um de nós.
Pular fora de qualquer perigo com a maior facilidade!
Ser coelho é a coisa mais fácil do mundo! Bah!
— Gostaria de ser um porco-espinho, choramingou Porco Montanhês.
— Você não se lembra que o Porco-Espinho Perfeito disse que você não poderia se transformar de novo? – Perguntou o Coelho Perfeito.
— Eu me lembro, fungou Porco Montanhês, começando a chorar.
— Oh! Pare de lamentar-se! – Disse o Coelho Perfeito.
Você é uma vergonha para a família Coelho. Eu tenho o poder de fazer uma exceção para a regra Não-Transformar-de-Novo, se acontecer de eu não querer você na nossa família. E é claro que eu não quero! Eu vou virar você de novo no que você era antes e espero que tenha bastante juízo para ficar daquele jeito.
O Coelho Perfeito agitou os bigodes até que eles se mexeram tão rapidamente, que tudo que Porco Montanhês viu foi uma luz dourada.
— Erethizon Hystricidae! – Entoou o Coelho Perfeito.
Imediatamente Porco Montanhês se sentiu mais pesado.
Tentou pular, mas em vez disso só deu um passo lento, pesado. Seus espinhos estavam outra vez no lugar. Ele era de novo um porco-espinho!
— Obrigado, Coelho Perfeito, disse Porco Montanhês agradecido, mas o Coelho Perfeito tinha desaparecido.
Agora Porco Montanhês sabia que nunca mais precisaria ter medo de cachorros, homens, corujas, galhos que estalavam ou de sua própria sombra. Seus espinhos eram tão pesados como sempre, mas Porco Montanhês se sentia leve, despreocupado e muito mais aliviado.
— Agora, disse, finalmente posso tomar minha refeição da manhã em paz.
Nesse momento, chegou Esterlino, movendo-se pesadamente.
— Oi, cumprimentou-o Porco Montanhês.
— Olá, você voltou a ser o mesmo, disse Esterlino. Você não gostou de ser coelho?
Porco Montanhês estremeceu.
— Não, não gostei de ser coelho, respondeu com firmeza. E também ninguém gostou de mim como coelho. Foi assustador e horrível: Eu nunca mais vou querer ser outra coisa a não ser um porco-espinho.
(Do Livro Histórias da Era Aquariana para Crianças – Vol. VII – Compiladas por um Estudante – Fraternidade Rosacruz)
Receita: Bolinho de Estudante
Ingredientes:
MODO DE PREPARO:
Rende 10 bolinhos grandinhos.
Receita: Pãezinhos vegetarianos ultra-rápidos
Ingredientes:
Modo de preparo:
Ficam super-fofos. E deliciosos.
Rende 10 pãezinhos.
Histórias Aquarianas para Crianças: A Lição de Marinho
Era uma vez, quatro pequenos pica-paus chamados Petri, Chipe, Margo e Marinho. Eles moravam com seus pais num grande e confortável buraco, num carvalho muito velho. Petri, Chipe e Margo eram bons pica-pauzinhos. Eles traziam para casa ótimos boletins da escola de voo, comiam suas minhocas com bons modos e aprendiam a fazer buracos limpos, sem deixar atrás muita serragem.
Marinho, porém, era um problema. Nunca prestava atenção nas aulas da escola de voo, estava sempre fora de forma — deslizando, quando deveria estar batendo as asas; subindo, quando deveria estar descendo — e se perdendo em voos de longa distância. Seus modos eram deploráveis. E os buracos que ele abria — bem, você deveria tê-los visto! Eles eram sujos, mal feitos e sempre ficava um amontoado de serragem e cascas de árvores no chão, quando ele terminava. Uma vez, Marinho deixou cair um punhado de serragem na sala da casa da Senhora Godoy, que morava embaixo da árvore onde Marinho estava abrindo um buraco. Você pode estar certo que ela foi contar a Senhora Pica-pau o que ela pensava daquilo em termos bem compreensíveis.
Um dia, Mamãe Pica-Pau teve que ir ao armazém. Antes de sair, ela chamou as crianças e disse:
— Enquanto eu estiver fora, vocês podem bicar o carvalho, podem bicar o olmeiro, o bordo, mas não os postes de telefone, porque eles pertencem às pessoas e não à floresta e nós não devemos ser descuidados e não devemos incomodá-los. Vocês entenderam?
— Sim, mamãe – Disse Petri.
— Sim, mamãe – Disse Chipe.
— Sim, mamãe – Disse Margo.
— ‘Tá legal – Disse Marinho.
Mamãe Pica-pau, que já tinha aberto suas asas para voar, abaixou-as e voltando-se para Marinho:
— O que foi? – Perguntou ela.
— Sim, mamãe – Disse Marinho relutante.
— Assim está melhor – Disse mamãe Pica-pau. E espero, Marinho, que, pelo menos desta vez, eu possa sair e voltar sem que você se meta em confusão.
Marinho encolheu os ombros e não respondeu. Mamãe Pica-pau, com uma expressão infeliz na sua face, voou embora.
— Realmente, Marinho, disse Petri, que era o mais amável dos quatro pequenos pica-paus e estava muito preocupado com as malcriações de Marinho, você deveria ser mais educado com a mamãe. Não vê como ela fica triste quando você não se comporta?
— Ah, lorota – Disse Marinho sentando-se, mal-humorado, na porta do buraco.
— Venha, disse Chipe. Vamos até aquela árvore ver se nós conseguimos encontrar alguns bichinhos. Estou morrendo de fome.
Petri, Chipe e Margo apostaram corrida até a árvore e Marinho, ainda mal-humorado, seguiu-os, voando devagar. Em pouco tempo, os pequenos pica-paus e mesmo Marinho estavam ocupados fazendo buracos. Acharam muitos bichinhos e logo Chipe matou sua fome.
— Eu vou praticar bicando desenhos no carvalho, disse Margo, que era a artista da família e, sinto dizer, um pouco vaidosa.
— Vou lhe fazer companhia – Acrescentou Petri.
Talvez eu possa terminar aquele lenço de pétalas de flor que estava fazendo para mamãe.
— Bem – Falou Chipe. Vou ver se Cal Cardinal está em casa. Talvez a gente possa jogar tênis. Vi um monte de bolotas caídas que parecem pular bastante. Você vem, Marinho?
— Não, respondeu Marinho, puxando com o bico a casca do olmo, que começou a balançar seus galhos em sinal de aviso e Marinho parou.
— O que você vai fazer? – Perguntou Chipe.
— Não sei – Retrucou Marinho amuado.
— Bem, nós já vamos indo. Você sabe onde nos encontra se quiser brincar.
Com isso, Chipe, Petri e Margo levantaram voo e Marinho ficou sozinho no galho.
Marinho sentou-se, pensando no que iria fazer. Não havia nada que ele realmente quisesse fazer, a não ser talvez, voar para o vale e tirar a casca das bétulas. Isso era bem divertido, pois a casca saía facilmente em longas e bonitas tiras. Mas, na última vez que ele fez isso, o líder dos duendes, que morava ali, reclamou para mamãe Pica-pau e ele ficou em má situação.
Parecia que as pessoas estavam sempre reclamando dele para sua mãe. Por que elas não o deixavam em paz?
Marinho voou sem rumo. Não estava com vontade de brincar com ninguém em especial e certamente não queria praticar suas lições de voo ou fazer buracos. Não estava com fome e por isso não queria sair caçando bichinhos. O que ele realmente queria era fazer alguma coisa diferente.
Sem pensar para onde ia, Marinho voou para à estrada onde estavam os postes telefônicos. Uma vez, seu primo Alberto fez um enorme buraco em um poste de telefone e, em seguida, foi apanhado, ficando em apuros. Mas, ele afirmou que, caso tivesse uma oportunidade, faria isso de novo porque há um sabor especial nos postes de telefone, embora os insetos não se aproximem deles.
Marinho empoleirou-se no primeiro poste de telefone que encontrou e olhou-o de cima. Era realmente comprido. Que mal haveria em fazer um pequeno buraco naquele poste, bem em cima, perto do topo onde ninguém pudesse ver? Ele adoraria poder dizer a Alberto que também tinha feito isso.
Marinho olhou ao seu redor. Não havia ninguém por perto, exceto a Senhora Coelha, tão apressada com a cesta de compras que não podia reparar no que ele estava fazendo. Só uma provadinha, só para sentir — e, então, iria jogar tênis com Chipe e Cal e ninguém jamais saberia.
Tudo certo — ele faria isso! Nada poderia acontecer.
Marinho olhou mais uma vez ao seu redor e começou a trabalhar: furou o lado de fora do poste e certamente não gostou. Ugh! O que os homens colocavam nessas coisas para que ficassem tão azedas? Certamente nada nascia com aquele gosto.
Alberto estava louco. Isso não era bom — era horrível!
Marinho estava prestes a parar, enojado, quando provou algo diferente — algo doce e incomum. Era parecido com a mistura da seiva de várias árvores. Marinho furava cada vez mais fundo. Alberto, parece, tinha razão. Uma vez passada a parte externa, aí ficava um verdadeiro regalo.
— Puxa, como isto é bom! Marinho furava cada vez mais, saboreando aquela coisa deliciosa. Ele teria que contar isso a seus irmãos. Mesmo Petri, que nunca fazia nada errado, teria que experimentar.
Marinho continuou furando. Em pouco tempo, o minúsculo buraco foi transformado numa enorme fenda com muita sujeira. Ele já não estava tomando nem um pouco de cuidado. Esqueceu tudo, menos de concentrar-se para conseguir cada vez mais pedacinhos saborosos. À serragem voava para todo lado e ninguém, vindo da estrada, poderia deixar de ver aquele monte acumulado no chão.
Marinho estava com a cabeça enterrada no poste e continuava cavando. De repente, parando para tomar fôlego, ouviu um terrível berro do chão. Ficou muito assustado: as penas e suas costas ficaram em pé. Tirou a cabeça do buraco com cuidado e olhou para baixo. Viu um carro parado perto do poste e, ao lado, agitando os punhos em sua direção, o Homem da Companhia Telefônica!
Ele estava dizendo alguma coisa — ou melhor, gritando. Estava muito longe para Marinho entender — o que dava na mesma — mas sabia que o homem estava muito bravo. Ele sacudiu mais uma vez os punhos e gritou muito alto. Aí, então, voltou-se rapidamente, entrou no carro, bateu a porta e saiu tão depressa que espalhou para todos os lados a serragem acumulada no chão.
Marinho sentou-se no topo do poste sentindo-se fraco até para voar. Sabia que o homem da Companhia Telefônica contaria a seus pais e este problema seria provavelmente o maior que ele já tivera. Perdera até a vontade de continuar o buraco — na realidade, ele estava com dor de estômago.
— Oh, céus! Que farei? Gostaria de poder voar para longe e nunca mais voltar, mas estou muito fraco por causa do susto e sentindo-me mal com todo aquele poste telefônico que comi. Não conseguirei voar nem até a árvore mais próxima!
Duas grandes lágrimas rolaram em seu rosto, suas penas murcharam, e suas asas estavam totalmente caídas. Ele começou a sentir tonturas e, apavorado, viu que estava tendo grande dificuldade para manter-se equilibrado no topo do poste. Uma coisa que nunca havia acontecido antes! Ele balançava perigosamente para frente e para trás e percebeu que cairia, se não fizesse alguma coisa. Havia apenas uma coisa para fazer — a pior coisa que poderia acontecer a um pica-pau. Teria que descer e ficar no chão até sentir-se melhor. Marinho rendeu-se, juntou todas as forças que pôde, levantou as asas com grande esforço e, fechando os olhos, deslizou de cima do poste até o chão.
Ele caiu exatamente na serragem e ali permaneceu. Você nunca viu um pica-pau tão sujo. Estava coberto de serragem e nem se preocupou em sacudi-la de suas asas. Suas penas estavam como se ele tivesse acabado de sair de um vendaval; seu rosto molhado de lágrimas – – na verdade ainda estava chorando — e até o bico estava decaido.
Marinho ficou contente por não haver muito tráfego na estrada naquele momento. Tinha alguma ideia de sua aparência horrível e sentia-se muito pior ainda, por isso não queria que ninguém o visse naquele estado. Sentia-se tão infeliz que não conseguiu fazer nada além de pôr sua cabeça embaixo da asa, tentando acreditar que estava escondido.
E ali estava ele, na mesma posição e ânimo ou até pior, quando, meia hora mais tarde, ouviu um carro chegar, parar, uma porta abrir-se e vozes. Mesmo assim, não tirou a cabeça debaixo da asa. Então, o som de uma voz familiar fez seu coração quase parar de bater.
Vagarosamente, tirou à cabeça debaixo da asa e abriu os olhos. Ali, olhando para ele, estavam o homem da Companhia Telefônica e o Papai Pica-pau. Marinho entendeu imediatamente o que tinha acontecido. O homem da Companhia Telefônica tinha ficado tão zangado que fora diretamente ao escritório do Papai Pica-pau contar sobre o buraco que Marinho havia feito. E nada perturbava Papai Pica-pau tanto como ser interrompido em seu trabalho. Agora Marinho estava realmente em apuros.
— Bem, meu jovem, o que você tem a me dizer a seu favor? Papai Pica-pau olhou-o severamente, não mostrando a mínima compaixão pela sua desgraça.
Marinho engoliu e não disse nada. As lágrimas apareceram de novo em seus olhos.
— Você fez aquele buraco e este monte de serragem? Papai Pica-pau continuou impiedosamente.
Marinho engoliu de novo e inclinou a cabeça.
— Já não lhe disseram para não chegar perto dos postes de telefone?
Marinho inclinou a cabeça de novo e tentou enxugar os olhos com a asa.
— O que você pretende fazer a respeito disso?
— Eu não sei – Sussurrou Marinho.
— Você não sabe, repetiu Papai Pica-pau. Pode me dizer quem deveria saber se você mesmo não sabe?
Marinho parecia infeliz e não disse nada.
Papai Pica-pau virou-se para o homem da Companhia Telefônica e concluiu:
— Acho que ele pode começar a trabalhar imediatamente. Ainda é cedo e ele pode consertar este buraco antes de escurecer.
— Ótimo, disse o homem da Companhia Telefônica. A cola e os pedaços de madeira estão aqui no carro.
Os dois foram até o carro.
— Venha também Marinho, chamou Papai Pica-pau, olhando para trás por cima dos ombros.
— M-m-m mas, gaguejou Marinho.
— Venha, disse o pai num tom de voz muito sério. O homem da Companhia Telefônica vai lhe mostrar o que você deve fazer. Aí, ele e eu vamos voltar ao trabalho.
— Mas meu estômago está doendo – Lamentou-se Marinho.
Papai Pica-pau virou-se, pondo suas asas na cintura, dizendo:
— Marinho, tenho certeza de que não só seu estômago dói, mas também sua cabeça, seu bico, suas penas. Espero que também sua consciência esteja doendo. Tudo isso não faz a mínima diferença. Você deveria ter pensado nisso antes de desobedecer sua mãe. Não vou discutir mais sobre isso. Venha e não desperdice o nosso tempo.
Então, o pobre Marinho, fraco, doente e infeliz como estava, não teve outra escolha a não ser seguir, mancando, o pai e o homem da Companhia Telefônica. Queria saber como deveria consertar o poste — como podia alguém consertar um poste? Ele já tinha feito um buraco nele. E como poderia trabalhar no topo do poste? Estava tão atordoado que não podia sequer voar até lá, muito menos ficar lá em cima. Oh, por que, por que não ouvira sua mãe apenas uma vez?
Quando chegaram ao carro, o homem da Companhia Telefônica pegou pedacinhos de madeira e um vidro de “Cola”. Marinho nunca tinha visto cola antes e não tinha nem ideia para que servia. O homem mostrou-lhe como pôr cola em dois pedaços de madeira e segurá-los juntos até que estivessem grudados.
— É assim que você deve consertar o buraco no poste, ele disse. Encontre pedaços de madeira que se encaixem, cole-os e coloque no buraco. Se os pedaços não se encaixarem, você terá que moldá-los com o bico.
Tenho certeza de que você se sairá muito bem! Alguma pergunta?
Perguntar? Marinho tinha uma grande pergunta, que era: Como vou fazer isso? E outra pergunta era: Você não vai ficar para me ajudar? Mas não perguntou nada, apenas olhou para o chão, porque já sabia as respostas.
— Bem, já que não há perguntas, acho que podemos ir, disse Papai Pica-pau para o homem da Companhia Telefônica. Se você vai passar pelo meu escritório, eu gostaria que me desse uma carona.
— Com prazer – Disse o homem. Entre.
Papai Pica-pau começou a entrar no carro, mas voltou-se novamente para Marinho:
— Mais uma coisa: quando você acabar de fechar o buraco, limpe toda esta sujeira do chão. Não precisa sujar o mundo inteiro. Pegarei você aqui depois do trabalho e espero ver seu serviço terminado. E limpo.
Papai Pica-pau e o homem entraram no carro e saíram, deixando Marinho atrás deles, olhando-os tristemente. Então, ele olhou para a madeira, a cola, a serragem, depois para o topo do poste, e sentiu-se tonto novamente. Seu estômago doía ainda mais. Sentou-se e começou a chorar. Sentiu-se sozinho e triste, como se ninguém ligasse para o que aconteceu com ele. Nunca em sua vida estivera tão infeliz e sem esperança. Queria que sua mãe ou seus irmãos estivessem por perto. Eles seriam pelo menos compreensivos. Sabia que Petri faria tudo o que pudesse para ajudá-lo a consertar o buraco.
Mas ninguém veio e Marinho chorou por muito tempo. Finalmente, parou e olhou para cima de novo. O Sol já estava alto e ele sabia que era quase meio dia. Por isso, achou melhor começar o trabalho, ou nunca o terminaria.
Marinho colocou alguns pedaços de madeira no seu bico e voou para o alto do poste. Quer dizer, chegou até o alto do poste. Você certamente não chamaria todo aquele bater de asas e tumulto que ele fez, de um voo. Mas ele chegou lá e, atordoado como estava, só ficou o suficiente para colocar a madeira no buraco. Depois desceu para pegar a cola e subiu com ela.
Então, Marinho começou a trabalhar. Nenhum dos pedaços de madeira pareciam se encaixar e quando ele tentava cortar um pedaço no tamanho certo, ela rachava e não servia para mais nada. Quando conseguiu dois pedaços que se encaixavam e tentou colá-los, sujou as asas e até os pés de cola.
Ele sentiu-se péssimo. Mas estava contente por ter que trabalhar dentro do buraco, pelo menos no início, pois se estivesse na beirada, ficaria tão tonto e provavelmente cairia. Seu estômago doía. E sua garganta estava ressecada por causa do pó que ele estava levantando e da cola que se espalhara pelo buraco todo.
Marinho trabalhava e trabalhava e trabalhava. Mas, por mais que tentasse — e devo dizer que ele realmente tentou — parecia não estar fazendo nada além de tornar as coisas piores. O interior do buraco estava coberto por uma massa pegajosa de cola, serragem, pedacinhos de madeira quebrada e mais cola. Por duas vezes, os pés de Marinho ficaram tão presos na cola que levou um tempo enorme para tirá-los de lá.
O Sol descia cada vez mais no horizonte e estava chegando ao fim da tarde. Marinho tinha perdido a noção do tempo, mas sabia que não teria nada terminado quando seu pai voltasse, e logo novas lágrimas quentes se misturaram à cola que lhe cobria a face toda.
De repente, ouviu um barulho e sentiu que o poste vibrava um pouco. Virou-se e viu o homem da Companhia Telefônica e Papai Pica-pau, que tinham subido no poste e estavam olhando dentro do buraco, e Papai Pica-pau estava parado, na beirada do buraco, a seu lado.
— Bem, Marinho, vejo que você ainda não acabou – Disse o pai.
— Não, senhor, murmurou Marinho infeliz.
— Você começou bem? – Perguntou o pai.
— Não, senhor – Repetiu Marinho.
— Não, acho que não. Acho até que este buraco está pior do que quando você começou a restauração. E você também não parece nada bem, disse o pai, num tom mais carinhoso do que aquele que usara de manhã.
Ele voltou-se para o homem da Companhia Telefônica:
– Receio que meu filho não seja capaz de fazer este trabalho. Até agora ele não aprendeu muito sobre coisas construtivas — só coisas destrutivas. Penso que terei de lhe pagar pelo conserto.
Marinho ficou ouvindo o pai e o homem combinarem o preço do conserto e a melhor maneira de limpar toda aquela sujeira que ele tinha feito. Ele nunca havia se sentido tão arrasado e insignificante em toda a sua vida. O que seu pai tinha dito? Ele não aprendeu muito sobre coisas construtivas — só coisas destrutivas. Destrutivo! Isso é o que ele era e tinha sido o tempo todo.
Por que ele não tinha compreendido aquilo antes? Tudo o que fazia ultimamente parecia errado: ele era desobediente ou destrutivo!
Não é de se admirar que ele estivesse sempre em apuros. Pensou em Petri e como ela era construtiva, estava sempre pensando em fazer os outros felizes e em ser boa para todos. Ele gostaria de ser como ela, e de estar fora daquele buraco, de estar bem limpinho e sobretudo que seu pai não estivesse mais zangado. E desejou, mais que tudo, que tivesse ido jogar tênis de manhã com Chipe. Assim, não teria se metido naquela enroscada toda.
O pai e o homem terminaram a sua conversa. Então, Papai Pica-pau disse para Marinho:
— Tudo bem, filho, vamos. Eu vou levá-lo para tomar um banho no bebedouro de pássaros do jardim da Senhora Webster para ver se tiramos toda esta sujeira.
Sua mãe morreria de vergonha se visse você assim.
Marinho levantou-se e foi vagarosamente para o lado de seu pai e repentinamente virou-se para o homem da Companhia Telefônica e disse:
— Sinto muito por ter sido tão mal e por ter feito o buraco e não ter conseguido consertá-lo. Não sei quanto papai terá que pagar, mas eu vou pedir-lhe que tire da minha mesada. E prometo tentar não ser mais destrutivo.
O homem da Companhia Telefônica fez uma coisa surpreendente. Ele esticou a mão e apertou a asa de Marinho — melada de cola como estava.
— Está bem, filho. Sei o que é ser um garoto e meter-se em confusões. Tenho alguns meninos também. O mais importante é você aprender a lição — e acho que desta vez você aprendeu.
— Você tem um bom rapaz, Senhor Pica-pau, continuou virando-se para o pai de Marinho. Foi muito atencioso da parte dele pedir desculpas sem ter sido mandado e oferecer-se para pagar a despesa. Vou dizer o que eu gostaria de fazer, se o senhor e seu filho não se importarem. Em vez de fazê-lo pagar, eu gostaria que ele me ajudasse a consertar o buraco. Assim, ele aprenderá a fazer isso e eu terei a sua ajuda para trazer as coisas para cima e não precisarei ficar subindo e descendo a toda hora.
O pai olhou para Marinho e este viu uma nova luz em seu olhar — quase como se ele tivesse um pouco orgulhoso dele.
— O que você diz disso filho? – Perguntou.
— Eu gostaria de ajudar, disse Marinho. Gostaria de aprender como se conserta um buraco e, se eu não puder fazer nada mais, certamente poderei voar para cima e para baixo, carregando os pedaços de poste.
— Ótimo, então está combinado, disse o homem. Você começará amanhã?
— Claro – Disse Marinho.
— Muito obrigado, disse o pai, e ele e o homem da Companhia Telefônica deram-se as mãos.
— Vamos, Marinho. Há muito o que lavar em você antes de irmos para casa.
Marinho voava ao lado de seu pai e notou, para seu espanto, que estava voando muito mais estável do que antes, exceto, claro, por toda aquela cola em suas asas, que tornavam as coisas um pouco difíceis. Mas sentia-se mais leve por dentro e, que esquisito, seu estômago, cabeça e penas pararam de doer.
Quando chegaram ao banheiro dos pássaros, o pai de Marinho começou a esfregá-lo. Não era fácil, mas usando espiga de salgueiro como esponja e alguns cardos para remover o grosso da cola, ele conseguiu. Os cardos machucavam, mas isso não podia ser evitado. Quando terminaram, o pai ficou desesperado com a sujeira do bebedouro, mas sabia que o Senhor Webster o enchia todas as noites com água fresca da mangueira e no dia seguinte tudo estaria limpo. (Papai tinha certeza também que o Senhor Webster nunca entenderia como aquela cola toda tinha aparecido ali!)
Ao voar para casa, mesmo cansado e com fome, Marinho sentiu-se bem melhor do que vinha se sentindo há algum tempo. Ficou pensando no que disse o homem da Companhia Telefônica, que o chamou de ‘bom rapaz’. Até esse dia ninguém havia dito algo assim sobre ele, apenas coisas como: “Oh, que menino malcriado”!
— Papai, disse ele, de repente. Será que eu poderia ir às aulas de voo de verão, quando as férias começarem? Gostaria muito de poder voar em formação, naqueles voos de longa distância e acho que me sairei melhor se tiver outra oportunidade.
Papai Pica-pau olhou para Marinho um pouco surpreso e sorriu:
— Claro, Marinho. É uma ótima ideia. Mamãe e eu ficamos muito preocupados pensando em como você iria alcançar a sua classe no outono. Assim, acho que você conseguirá.
Quando estavam chegando perto de casa, Chipe voou na direção deles para encontrá-los.
— Você deveria ter ido com a gente, Marinho, ele disse. Tivemos um grande jogo.
— Da próxima vez eu tenho certeza de que irei com vocês, afirmou Marinho. Mas hoje eu tinha outra coisa para fazer: aprender a ser construtivo; e daqui para frente é o que vou ser.
Ao entrarem, Papai Pica-pau colocou sua asa afetuosamente sobre os ombros de Marinho:
— Bom rapaz! – Exclamou ele.
(Do Livro Histórias da Era Aquariana para Crianças – Vol. IV – Compiladas por um Estudante – Fraternidade Rosacruz)
1) MANGA, MARACUJÁ E ABACAXI
Bater no liquidificador:
Coar e servir imediatamente
2) ÁGUA DE COCO MAIS SAUDÁVEL
Bater no liquidificador:
Bata até misturar bem e sirva (Coado ou não)
3) SURPRESA DE BANANA
Coloque no liquidificador
Vira uma mousse refrescante e deliciosa.
4) SUCO VERDE HARMONIZADOR
Bata no liquidificador:
Coe e delicie-se!
5) CARINHO PARA O CORAÇÃO
Bata no liquidificador:
Coe e saboreie!
6) ALEGRIA E ENERGIA
Bata no liquidificador:
Coe ou não, conforme sua preferência.