Pergunta: Há algum trecho na Bíblia, seja no Antigo ou no Novo Testamento, onde é dito aos seres humanos, que se casem e vivam depois como irmão e irmã, sob quaisquer circunstâncias? Se isto não consta na Bíblia, por que é ensinado por vocês?
Resposta: Os Semitas Originais foram a quinta das raças Atlantes. Surgiram da Atlântida submersa, como foi contado de várias formas nas histórias de Noé e Moisés. Seu destino era uma Terra Prometida, não a pequena e insignificante Palestina, mas a terra como ela é hoje constituída. Era prometida porque estava passando por mudanças que ocorrem quando, uma nova raça está preparada para tomar posse dela. Inundações haviam destruído a civilização Atlante. No deserto de Gobi, na Ásia Central, vagueava o núcleo das presentes raças Arianas.
Na época em que tal núcleo estava para se tornar uma raça que povoaria o mundo, é natural que a procriação de crianças fosse de importância capital. Era considerado como dever de todos gerar um grande número de filhos e ser fecundo. Atualmente, não estamos vivendo naquela época, o mundo está mais povoado, e os Egos reencarnantes estão mais cautelosos, não se empenhando tanto em conceber. Nós nunca apregoamos o celibato geral, nem dissemos que as pessoas devem casar-se e depois viver como irmãos durante todo o tempo, mas ensinamos que as pessoas casadas devem, de acordo com as circunstâncias, ajudar a perpetuar a raça. Quer dizer, se ambos, marido e mulher, estão física, moral e mentalmente em condições, e possuem um lar onde um Ego encarnante possa ter a oportunidade de renascer e adquirir experiência, eles deverão oferecer-se como um sacrifício vivo no altar da humanidade e fornecer a substância de seus corpos para prover um Ego de um veículo, recebendo-o em seu lar como receberiam um convidado querido, gratos por poder fazer por ele o que outros lhes fizeram. Mas, quando o ato de fecundação tiver sido realizado, eles deverão abster-se de outras relações sexuais, até que se sintam novamente preparados para gerar o corpo de outra criança. É esse o ensinamento dos Rosacruzes a respeito da relação ideal entre marido e mulher. Eles sustentam que a função criadora não deveria ser usada com propósitos sensuais, mas para a perpetuação da raça, como foi, naturalmente, designada. Essa é uma situação ideal e pode estar fora de alcance para a maioria das pessoas no presente momento, como o é a prescrição de amar os nossos inimigos. No entanto, se não tivermos ideais elevados, não faremos progresso algum.
(Perg. 21 do Livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. I – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz SP)
Pergunta: Por que as cores do véu do Templo e das vestes sacerdotais eram, como foi mencionado no Êxodo, azul, púrpura e escarlate, em lugar de serem as três cores primárias?
Resposta: O Tabernáculo no Deserto foi a primeira igreja que o ser humano erigiu sobre a Terra. Quando a humanidade saiu das bacias terrestres devido à condensação das águas que antes pendiam como uma densa neblina sobre a terra, a visão espiritual que os havia guiado até ali tornou-se um obstáculo para o seu desenvolvimento físico. Consequentemente, ela foi diminuindo, e os sentidos dos seres humanos passaram a focalizar-se no mundo físico.
Essa mudança acarretou uma separação das Hierarquias Divinas que, até aquele momento, haviam guiado o ser humano no caminho da evolução. Elas tornaram-se invisíveis e o indivíduo sentiu a sua falta. Então, despertou em seu coração um desejo de Deus, que ficou satisfeito ao ser-lhe dado o Tabernáculo no Deserto e ao ser-lhe prescritas certas leis divinas no sentido de orientá-lo. Jeová era o Legislador e o Gênio particular dos Semitas Originais, que foram a raça de origem da futura Época Ária, e, atrás d’Ele permanecia o Altíssimo, o Pai. Isto é confirmado em certas passagens como no Deuteronômio, capítulo 32, versículos 8 e 9, onde é dito que o Altíssimo dividiu o povo em nações, reservando uma certa porção do povo ao Senhor, que o guiou e o levou para fora do Egito (terra onde se venerava o Touro), rumo à Era Ária do Arco-íris. Esta foi inaugurada com o uso do sangue do Cordeiro, Áries, no holocausto (Passover) realizado por Noé e pelas leis dadas através de Moisés, as quais foram simbolicamente mostradas no Tabernáculo no Deserto.
A cor do Altíssimo, o Pai, é um azul espiritual. A cor de Jeová é o vermelho (simbolizando o sacrifício sangrento), e a mistura destas duas cores produz a púrpura. Por essa razão, estas duas cores fizeram-se presentes no véu do Templo, além da cor branca indicando, de forma simbólica, a falta de alguma coisa. Sob o regime de Jeová era necessário aplicar o lema: “olho por olho e dente por dente”. Era uma exigência da lei ditada por Ele e transmitida a Moisés. Essa Lei reinou até Cristo, que nos trouxe, então, a graça e a verdade, rasgando assim, o véu do Templo.
Sob essa lei antiga, os sacrifícios de animais eram obrigatórios, pois a humanidade ainda não aprendera a fazer sacrifícios de si mesma.
Quando Cristo mostrou o caminho da verdade e da vida, oferecendo-Se em sacrifício, o véu do Templo rasgou-se, estava abolido o antigo sistema, e um novo caminho foi aberto para a salvação “de todo aquele que o desejar”.
Na nova dispensação não há véu sobre o qual possa ser colocada a cor do Iniciador. Encontrou-se uma forma melhor de marcar individualmente com Sua cor dourada aqueles que são de Cristo. Na verdade, todos os que seguem o caminho do serviço e do auto sacrifício desenvolvem em sua própria aura a cor dourada de Cristo, a terceira das cores primarias. Essa aura é a veste sacerdotal da nova dispensação, sem a qual ninguém pode penetrar no Reino, e nenhuma veste pode ser conseguida por meio de pseudo-iniciações, não importa qual tenha sido o preço pago.
(Perg. 82 do Livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. II – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz SP)
Pergunta: Por que as cores do véu no Tabernáculo eram púrpura, escarlate e branca? Por que as três cores primárias, azul, vermelho e amarelo não foram representadas?
Resposta: Azul é a cor do Pai que reina continuamente sobre todo o universo, desde o início até o fim da manifestação, onipresente em tudo o que vive, respira e tem existência própria. Vermelho ou escarlate é a cor do Espírito Santo que gera as criaturas vivas. Quando a vida apresenta uma expressão errada, esta se vê restringida por um código de leis, e o Espírito Santo, nesse caso, torna-se Jeová, o Legislador. Amarelo é a cor de Cristo, o Senhor do Amor que, por meio desse Princípio divino, invalida a lei e leva-nos novamente de volta, em contato direto com a harmonia do Pai.
Portanto, podemos ver que, sob o antigo regime, era impossível incluir o amarelo e fazer das três cores primárias o símbolo do Templo, pois, naquela época, o Pai e Jeová reinavam o azul e o escarlate, suas cores, figuravam no Templo, e a púrpura, que é a cor resultante da fusão das duas cores primárias citadas antes, também lá estavam, mostrando não apenas sua existência separada como também a sua unidade. Por último, havia o espaço branco simbolizando fato de que um aspecto permanecia sem se manifestar, e essa era a terceira cor, a amarela.
Desde o tempo de Cristo, a verdadeira Escola de Mistérios Ocidentais, a dos Rosacruzes, teve como seu emblema as Rosas Vermelhas, simbolizando a purificação de natureza de desejos, a estrela dourada, mostrando que Cristo nasceu dentro do discípulo e irradia de suas cinco pontas, que representam a cabeça e os quatro membros. Isto se reflete sobre o fundo azul que simboliza o Pai. Mostra, assim, que a manifestação de Deus, a unidade na trindade, realizou-se.
Muitas vezes pensei que faltava alguma coisa na literatura da Fraternidade Rosacruz, ou seja, um livro de devoção, e acredito que milhares dos nossos estudantes provavelmente sentiram o mesmo. Para suprir esta lacuna, muitos adotaram livros de origem oriental, o que é uma prática desaconselhável. Há muitas vidas atrás quando nós, do Mundo Ocidental, estávamos em corpos orientais numa época em que não havia o Mundo Ocidental tal como é conhecido hoje, essa espécie de coisas se adequavam a nós, mas atualmente já avançamos muito além, e deveríamos considerar a vida de nossos santos cristãos para guiar-nos no Caminho da Devoção. Meu livro de cabeceira tem sido A Imitação de Cristo de Thomas de Kempis1. É realmente um livro maravilhoso. Não há uma só situação na vida que não encontre nele alguma referência adequada, e quanto mais o lemos, mais o admiramos.
Provavelmente os estudantes sabem que os residentes em Mount Ecclesia se revezam, em ordem alfabética, nas leituras durante os ofícios da manhã e da noite. Ao chegar a minha vez, sempre pego o livro de Thomas de Kempis e leio um capítulo, do começo ao fim, repetindo-o algumas vezes. Não há um único trecho cansativo em todo o livro, e será muito proveitoso que os estudantes desejosos de desenvolver este aspecto devoto de sua natureza, adotem este livrinho como literatura diária. Acredito que ele possa ser adquirido na maioria das livrarias do mundo.
(Perg. 81 do Livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. II – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz SP)
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[1] N.R.: Imitação de Cristo – Tomás de Kempis – publicado em português pela Editora Vozes
Pergunta: Se “Deus fez o homem um pouco inferior aos Anjos”, como é possível que ele se torne, no final, superior a eles no Mundo Espiritual?
Resposta: Essa pergunta revela um equívoco. Isso nunca foi declarado nos Ensinamentos Rosacruzes, mas foi dito algo que pode ter gerado uma interpretação errada. A evolução move-se numa espiral e nunca se repete na mesma condição. Os Anjos representam uma corrente evolutiva mais antiga; eram humanos num período anterior da Terra, chamado de Período Lunar entre os Rosacruzes. Os Arcanjos eram a humanidade do Período Solar, e os Senhores da Mente, chamados por Paulo os “Poderes das Trevas”, eram a humanidade do sombrio Período de Saturno. Nós somos a humanidade do quarto período do presente esquema de manifestação, o Período Terrestre. Como todos os seres do universo estão evoluindo, a humanidade dos períodos anteriores também evoluiu, de forma que hoje encontram-se num estágio mais elevado daquele em que estavam quando eram humanos – eles são sobre-humanos. Portanto, é verídico que Deus fez o homem um pouco inferior aos Anjos. Mas, como tudo está num estado de progressão espiralar, também é verdade que a nossa atual humanidade é superior e mais evoluída do que os Anjos o foram; e que os Anjos foram uma categoria mais elevada da humanidade do que os Arcanjos quando eram humanos. Na próxima etapa atingiremos algo semelhante ao atual estágio dos Anjos, mas seremos superiores ao que eles são agora.
(Perg. 2 do Livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. I – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz SP)
Pergunta: O ensinamento do Novo Testamento mostrando o Espírito Santo, o Consolador, tão delicado e misericordioso, torna difícil identificá-Lo com o vingativo Jeová do Antigo Testamento. Como podemos conciliar isso?
Resposta: Era missão de Jeová e dos seus Anjos multiplicar o que existisse sobre a terra. Em outras palavras, Ele era o doador de filhos. Consideremos o anúncio do anjo à Maria: “O Espírito Santo baixará sobre ti e conceberás”.
Temos já aí um elo; mas como há sempre dois aspectos em toda questão, também há dois aspectos no que se refere ao Espírito Santo. Uma fase do Seu trabalho é feita partindo de fora, como um dador de leis, e a lei, quando aplicada de fora, é como um feitor que nos obriga a fazer isto ou aquilo ou nos proíbe de fazer outras coisas. Ela exige olho por olho e dente por dente. Eis aí Jeová, o criador da lei. Mas, quando chega a época em que recebemos a lei dentro de nós não somos mais impelidos por meios externos, o feitor torna-se o Consolador. Todo universo é regido por leis. Tudo no mundo baseia-se na lei, e ela é tanto nossa proteção como nosso feitor.
Pela manhã, deixamos os nossos lares sem nos preocuparmos, confiantes na lei de gravidade que manterá tudo nos seus devidos lugares durante a nossa ausência.
Sabemos que, ao retornar, encontraremos tudo como deixamos, embora o nosso Planeta esteja rodando em sua órbita a uma velocidade em torno de 105 mil quilômetros por hora.
Confiamos na expansão dos gases para obtermos força motriz. De fato, tudo na natureza está baseado em leis, e quer o saibamos ou não, somos sujeitos a elas até que, mediante o conhecimento, aprendamos a usá-las, a cooperar com elas, e fazê-las executar as nossas ordens e poupar-nos trabalho.
O mesmo ocorre com as leis morais dadas por Jeová no Monte Sinai. Elas destinaram-se a conduzir-nos a Cristo, e quando Cristo nasce dentro de nós, a lei do Espírito Santo também penetrará. O ser humano é, então, simbolizado pela arca que ficava no Sanctum Sanctorum e que tinha dentro de si as tábuas da lei. Notamos que o Consolador que veio para os homens de outrora não foi um Consolador externo, mas operava internamente, entrava neles e tornava-se uma parte deles. Quando o Espírito da Lei, o Espírito Santo, entra em nós, Ele é o Consolador, porque passamos a fazer de boa vontade as coisas que são impulsionadas por esse estímulo interno, enquanto que ficávamos ressentidos e relutantes às ordens do feitor externo.
(Perg. 72 do Livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. II – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz SP)
Pergunta: Como podem acreditar na teoria da reencarnação que afirma que voltamos para cá no corpo de um animal? Não é muito mais gratificante acreditar na doutrina Cristã, segundo a qual vamos para o Céu com Deus e os Anjos?
Resposta: O autor nunca advogou as opiniões que lhe são atribuídas pelo estudante que, evidentemente, não estudou a questão. Há uma doutrina entre algumas das tribos mais ignorantes do Oriente que apregoa a teoria da transmigração, segundo a qual o espírito humano pode reencarnar nos corpos de animais. Contudo, isso é bem diferente da doutrina da reencarnação, que sustenta que o ser humano é um ser em evolução, progredindo através da escola da vida por meio de repetidos renascimentos em corpos de textura gradualmente aprimorada. O Cristo disse aos seus Discípulos: “Sede, portanto, perfeitos como o Pai que está no céu é perfeito”. Isso foi uma ordem explícita, e Cristo jamais a teria dado se fosse inatingível. Todos estamos cientes que não podemos alcançar essa meta num curto período de vida. Tendo o tempo necessário e as oportunidades proporcionadas pelos repetidos renascimentos e mudanças do meio-ambiente, conseguiremos realizar, algum dia, o trabalho do nosso próprio aperfeiçoamento.
Não existe qualquer referência nas escrituras sagradas do Oriente sobre a crença da transmigração. O único indício a esse respeito é encontrado no “Kathopanishad”, Capítulo 5, Versículo 9, que diz que algumas almas, de acordo com as suas ações, voltam para o útero para renascer, mas outras entram na imobilidade. O que significa, na opinião de alguns, que podem reencarnar em formas de vida até tão inferiores quanto o reino mineral. A palavra Sânscrita usada para isso é “sthanu”, que também significa um pilar. Lida assim, dá a mesma ideia encontrada numa passagem do Apocalipse: “Ao que vencer, fá-lo-ei um pilar no templo do meu Deus, e dele jamais sairá”. Quando a humanidade alcançar a perfeição, chegará o momento em que não estará mais atada à roda dos nascimentos e mortes, mas permanecerá nos Mundos Invisíveis para trabalhar na elevação espiritual de outros seres. Na realidade, a transmigração é uma impossibilidade na Natureza, pois há em cada corpo humano um espírito interno individual, enquanto cada categoria de animais é regida por um espírito comum, o Espírito-Grupo, do qual todos animais formam uma parte. Nenhum Ego autoconsciente pode entrar num corpo governado por outro. O estudante pergunta se não é muito mais gratificante acreditar num céu habitado por Deus e por Anjos? Pode até ser, mas não estamos preocupados com o que possa agradar à nossa ilusão passageira, mas sim com a procura da Verdade. A doutrina do renascimento é, às vezes, escarnecida pelos eruditos e considerada impossível, ao mesmo tempo que a classificam de doutrina pagã. Na verdade, não é questão para considerá-la pagã ou não. Quando lidamos com um problema matemático, não nos preocupamos em saber quem o resolveu primeiro. Tudo quanto nos interessa é: será que foi adequadamente resolvido? Da mesma maneira com essa doutrina, não importa quem a formulou primeiro, mas é a única que resolverá todos os problemas da vida de uma forma racional. A teoria segundo a qual uma pessoa, que talvez jamais tenha demonstrado interesse pela música e nunca teve noção dos fundamentos da harmonia, desenvolverá imediatamente após a sua morte uma insaciável paixão por essa arte e ficará feliz em tocar uma trombeta ou de dedilhar uma harpa por toda a eternidade, é um tanto ridícula.
(Livro: Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. I – pergunta 72 – Max Heindel)
Pergunta: Como sabem que o Ego permanece consciente após a morte? A esse respeito lemos em Jo 14:12: “Assim o homem, quando dormir, não ressuscitará; até que o céu seja consumido, não despertará, nem se levantará do seu sono”?
Resposta: Quando lemos um livro, não interpretamos tudo literalmente se o seu estilo é poético. Percebemos o absurdo dessa interpretação literal da Bíblia quando deparamos com passagens que dizem que as árvores cantam ou que as colinas dançam, pois todos sabemos que, na verdade, as colinas não dançam nem as árvores cantam ou riem. Captamos o sentimento do poeta e descontamos tais expressões como termos poéticos, que não devem ser interpretados literalmente. O mesmo acontece com outras declarações que são contrárias ao que sabemos ser realmente os fatos. Quando alguém desenvolveu a visão espiritual, torna-se-lhe um fato óbvio que a consciência não começa com o nascimento nem termina com a morte. Na realidade, a consciência lúcida do mundo físico, que consideramos tão elevada e importante durante a vida, é realmente muito limitada quando comparada à consciência espiritual. Somos mais conscientes antes do nascimento e depois da morte, porque estamos mais próximos da Fonte espiritual do nosso ser, no qual está toda a consciência.
Os Espiritualistas e a Sociedade de Pesquisas Psíquicas deram um grande passo no sentido de apresentar ao público uma prova positiva de que há uma continuidade da consciência depois que saímos do corpo. Embora tenham ocorrido muitas fraudes nessas demonstrações, houve também uma grande parte de verdade revelada, sob condições que impossibilitaram qualquer engano ou fraudes. Mensagens foram recebidas de pessoas que deixaram esta vida e mostraram que uma condição como a descrita na passagem de Jó, não é absolutamente verdadeira. Se lerem na nossa literatura: “O Enigma da Vida e da Morte” e “Onde Estão os Mortos?” encontrarão a questão do renascimento explicado de uma forma bem abrangente.
Exemplos bíblicos e históricos, tais como o de Joana d’Arc, a libertadora francesa, que era uma camponesa ignorante, mas que, guiada por vozes Espirituais, expulsou inteligentemente os generais ingleses e trouxe a vitória aos exércitos franceses, provando, com isso, que aqueles que deixam esta vida não estão num estado de inconsciência, nem perdem um grau de sua inteligência.
Além disso, não é necessário confiar nos Espíritos que ultrapassaram o véu da morte para comunicar-nos os fatos sobre a existência no além. Cada um de nós possui dentro de si um sexto sentido latente, o qual, quando desenvolvido, permite-nos penetrar conscientemente nesse campo para ver, saber, e atuar nesse plano de vida e de existência juntamente com aqueles Espíritos que já deixaram a presente vida. Podemos, então, falar, andar com eles e, em todos os aspectos, penetrar em suas vidas, de maneira que ficamos sabendo, sem depender de ninguém, que a consciência que possuímos durante a vida aumenta ao descartarmo-nos deste revestimento mortal.
No entanto, é necessário treinamento e esforço para despertar essa faculdade espiritual, e usar esse sentido da mesma forma que se requer tempo, esforço e aplicação para aprender a arte de tocar piano ou fabricar um relógio. Todos temos a faculdade latente dentro de nós e podemos desenvolvê-la se assim o desejarmos.
No decorrer do tempo, todo ser humano terá essa faculdade em adição aos cinco sentidos atuais. É esse o significado do Livro das Revelações ao dizer que no Novo Céu e na Nova Terra não haverá morte. Jó fala do corpo e dos céus atuais. Esses passarão, mas a Revelação fala a respeito de um Novo Céu e de uma Nova Terra onde habitará a retidão. O último inimigo a ser conquistado será a morte. Quando tivermos desenvolvido essa faculdade espiritual de maneira a ser possível, a qualquer momento, focalizar a nossa visão nesse plano de existência onde aqueles que chamamos “mortos” estão vivendo agora, vê-los-emos com a mesma aparência que tinham antes, e saberemos que, na realidade, a morte não existe. Essa será a melhor prova.
(Do Livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. II – Perg. Nº 103 – Fraternidade Rosacruz – SP)
Pergunta: Para onde foi o homem Jesus depois que o Cristo se apoderou dos seus veículos inferiores? Estaria ele presente, mas inativo, durante todo o ministério de Cristo?
Resposta: Jesus ficou nos Mundos invisíveis, de onde tem trabalhado, desde então, com as igrejas.
(Do Livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. II – Perg. Nº 101 – Fraternidade Rosacruz – SP)
Pergunta: Como se harmonizam os Ensinamentos Rosacruzes com a Bíblia nos seguintes pontos: os Rosacruzes falam de “salvadores” e de Jesus como o Salvador, e O classificam juntamente com Buda e Maomé; a Bíblia diz que “Jesus é o Filho unigênito de Deus” (Jo 3:16); diz também que “debaixo do céu NENHUM OUTRO NOME foi dado aos homens, pelo qual nós devamos ser salvos” (At 4:12); Jesus disse “Ninguém vem ao Pai SENÃO POR MIM” (Jo 14:6)?
Resposta: Se você leu cuidadosamente os Ensinamentos Rosacruzes, verificará que neles se faz uma distinção entre Jesus e Cristo. Jesus era um homem entre os homens. Quando pesquisamos na Memória da Natureza, podemos contemplar suas vidas anteriores da mesma forma que a dos outros seres humanos, embora ele seja, provavelmente, a maior e mais nobre alma que já viveu num corpo humano. Cristo é o mais Elevado iniciado do Período Solar e jamais havia vivido num corpo terreno antes de entrar no corpo de Jesus por ocasião do Batismo, para ensinar diretamente aos seres humanos o caminho do Reino de Deus. Por essa razão, ambos, Jesus e Cristo, estão imensamente acima de grandes e nobres mestres tais como Buda, Maomé, Confúcio e outros.
A pergunta está correta ao declarar que a versão autorizada da Bíblia diz que Cristo é o único Filho de Deus, mas para entender isso, não devemos basear-nos unicamente na tradução inglesa. A frase usada na grega é ton monogene, e pode ser traduzida por “o gerado sozinho”, a mesma monogenia que observamos nas plantas. Isto é, muitas plantas têm flores tanto masculinas como femininas, e são capazes de fecundar a sua própria semente de forma que essas sementes cresçam, tornando-se plantas iguais àquela que as gerou. Sabemos pela Bíblia que o ser humano foi macho-fêmea, um hermafrodita, capaz de procriar um outro ser sem a cooperação alheia, ao contrário do que acontece atualmente devido à divisão dos sexos. Por conseguinte, o que a Bíblia deseja transmitir não é que o Cristo tenha sido o único e exclusivo gerado pelo Pai. Isso pode ser ou não. Não temos conhecimento a respeito do assunto, mas sabemos pela passagem da Bíblia, que o Cristo foi gerado pelo Próprio Pai sem qualquer outro intermediário – por monogenia, o mesmo processo pelo qual uma planta possuindo flores masculinas e femininas, como já foi dito, pode reproduzir a sua espécie. Mas isso não se aplica ao corpo físico, pois o revestimento denso usado por Cristo durante o Seu ministério entre nós foi o corpo de Jesus, nascido da maneira habitual, o qual descende de David, o ancestral da sua raça, segundo os historiadores da genealogia encontrada na Bíblia.
Também é verdade quando a Bíblia diz que “debaixo do céu nenhum outro nome foi dado aos homens, pelo qual nós devamos ser salvos”, e também quando disse: “Ninguém vem ao Pai senão por mim”. Contudo, devemos também lembrar que essas duas declarações dizem respeito ao Espírito de Cristo que animou o corpo de Jesus durante os anos de ministério.
(Do Livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. II – Perg. Nº 102 – Fraternidade Rosacruz – SP)
Pergunta: Qual o significado das palavras de Jesus quando disse à sua mãe Maria: “Mulher, que tenho eu contigo? Ainda não é chegada a minha hora” (Jo 2:4).
Resposta: Este é mais um caso em que os tradutores da Bíblia traduziram incorretamente o texto grego de uma maneira injustificável. A observação foi feita na ocasião das Bodas de Caná, onde Maria, a mãe de Jesus, segundo a Bíblia, veio a ele dizendo que não havia mais vinho. Jesus respondeu-lhe, então, com as seguintes palavras em grego: “Ti emoi kai soi gunai”. Traduzido literalmente, temos: “O que (é isso) para mim e para ti, mulher? Ainda não é chegada a minha hora“. Mesmo se não levarmos em consideração o sentido esotérico dessa observação, isso parece bem mais agradável que a resposta áspera atribuída a Jesus na versão popular da Bíblia do Rei James.
Devemos também lembrar que o Cristo não era o filho de Maria no mesmo sentido em que o era Jesus, pois, embora Ele usasse o corpo de Jesus, Ele não reconhecia qualquer parentesco físico com Maria, portanto, o dirigir-se a ela chamando-a “mulher”, estava perfeitamente justificado.
Contudo, há outro significado mais profundo em todo o relato das bodas de Caná. Ensinou-se na literatura Rosacruz que os Evangelhos não são histórias sobre a vida de um indivíduo chamado Jesus, que foi uma figura única na humanidade. Embora o Jesus dos Evangelhos tenha existido realmente, os Evangelhos em si são histórias ou fórmulas de iniciação, e as bodas de Caná, onde Cristo realizou o Seu primeiro grande milagre, foi algo bem maior do que uma simples cerimônia de casamento entre um homem e uma mulher na vida comum. Foi, na realidade, um casamento místico do “Eu superior” com o “Eu inferior” sob a nova ordem do Serviço do Templo inaugurado, então, por Cristo. Na Época Atlante a água foi usada nos templos, mas na Época Ária o vinho era essencial.
Raças diferentes viveram sobre a Terra em várias Épocas, e elas eram constituídas diferentemente do que nós o somos hoje. A primeira raça humana é simbolizada na Bíblia pelo nome de Adão. Os seres eram da terra, terrenos, isto é, tinham somente um corpo mineral – um Corpo Denso -, pois eram formados dos minerais da Terra. A segunda raça é simbolizada pelo nome de Caim. Eles tinham um Corpo Denso mineral e, também, um Corpo Vital, formado de Éteres. Eram semelhantes às plantas e alimentavam-se de vegetais. Por isso, ouvimos dizer que Caim cultivava o solo e plantava sementes. A terceira raça desenvolveu um Corpo de Desejos e devido a sua natureza emocional e passional os seres humanos tornaram-se semelhantes ao animal. Assim, foi-lhes dado alimento animal ou carne para comer, e lemos na Bíblia que Nimrod foi um poderoso caçador. Por último, a Mente foi-lhes acrescentada formando um elo entre o Tríplice Corpo e o Tríplice Espírito. O Espírito introduziu-se então no corpo, tornando-se um morador, um Ego.
Para que esse Ego pudesse aprender a lição na Terra, ele deveria esquecer, durante algum tempo, sua origem espiritual celeste. Para esse fim, um novo alimento foi-lhe dado, e o vinho, um espírito fermentado fora do corpo, foi usado pela primeira vez por Noé, o Hierarca Atlante, para amortecer o verdadeiro Espírito que habitava o corpo.
Sob a influência intoxicante desse pseudo-espírito, o ser humano esqueceu gradualmente sua origem divina e focalizou toda a sua atenção nas lições que deveriam ser aprendidas neste Mundo. Embora a humanidade se tenha entregado a este novo gênero de nutrição, o vinho, a despeito até das orgias realizadas em cerimônias exotéricas, nos santuários de todas as antigas dispensações só era utilizado água, e os santos e sumos sacerdotes nunca permitiam que o vinho tocasse seus lábios.
Consequentemente, eles não eram líderes cegos conduzindo outros cegos, mas viam claramente os Mundo invisíveis e conheciam o sagrado mistério da vida.
Durante as Épocas primitivas da evolução o ser humano foi guiado por mensageiros visíveis das Hierarquias Divinas que ele reverenciava como Deus, e mesmo depois que eles o deixaram, os profetas e os videntes continuaram a aparecer entre os seres humanos para testemunhar a realidade de Deus e dos Mundos invisíveis. As antigas Religiões ensinaram também a doutrina do Renascimento e, assim, o ser humano soube que progredia por meio da experiência adquirida utilizando uma série de corpos terrenos de textura cada vez mais aprimorada. É por essa razão que muitos hindus, que acreditam no Renascimento, acham que não há necessidade de pressa em termos de evolução. Contudo, para que o ser humano do Mundo ocidental, onde habitam os seres humanos pioneiros, pudesse se aplicar com toda a sua alma e sua Mente no domínio dos segredos da vida terrena, foi determinado privá-lo totalmente desse ensinamento. Os próprios conselheiros espirituais ficaram, por algum tempo, cegos quanto ao conhecimento consciente de Deus e da visão dos Mundos internos, para que dessa forma, toda a humanidade pudesse se tornar autossuficiente durante a Nova Dispensação, se aplicando inteiramente à evolução material que lhe estava reservada. O vinho teve, desde o início, essa contribuição em termos exotéricos, e o seu uso foi sancionado no templo pelo primeiro milagre.
Sob a Antiga Dispensação, somente a água era usada no Serviço do Templo, mas, com o decorrer do tempo, o vinho se tornou um fator na evolução humana. Um deus do vinho, Baco, foi adorado e as orgias desregradas se realizavam a fim de abafar as aspirações do Espírito, para que este pudesse se entregar inteiramente à conquista do Mundo Físico. Sob a Dispensação Mosaica (Antiga Dispensação) os sacerdotes eram estritamente proibidos de usar vinho ao oficiar no templo, mas Cristo, em Sua primeira aparição pública, transformou a água em vinho, aprovando seu uso na ordem das coisas então existentes. Notemos que isto foi efetuado publicamente, e este foi o Seu primeiro ato de ministério público. Contudo, na última sessão esotérica do Cristo com Seus Discípulos, no qual foi celebrada a Nova Aliança, não havia carne de cordeiro (Áries), como exigia a Lei Mosaica. Tampouco havia vinho, mas apenas pão – um produto vegetal – e o cálice do qual falaremos a seguir. Baseados em Suas palavras proferidas naquele momento: “Em verdade vos digo, já não beberei do fruto da videira até aquele dia em que beberei o vinho novo do Reino de Deus”.” (Mc 14:25), o suco recém extraído da uva não contém um espírito proveniente da fermentação e decomposição, mas é um alimento vegetal puro e nutritivo. Assim, os seguidores da doutrina esotérica foram instruídos, por Cristo, a adotarem uma dieta que não incluísse nem a carne animal, nem bebidas alcóolicas.
Supõe-se, geralmente, que o cálice usado por Cristo na Última Ceia continha vinho, no entanto, não há fundamento na Bíblia para essa suposição. Foram dados três relatos sobre a preparação desta Páscoa. Enquanto São Marcos e São Lucas declaram que os mensageiros foram enviados a uma determinada cidade para procurar um homem transportando um cântaro de água, nenhum dos Evangelistas disse que o cálice continha vinho. Além disso, pesquisas na Memória da Natureza mostram que a água era a bebida usada, pois o vinho, sob o ponto de vista esotérico, já tinha cumprido sua função. Com esse ato se iniciou o movimento da temperança, pois essas mudanças cósmicas envolvem uma longa preparação nos mundos internos antes que possam manifestar-se externamente na sociedade. Milhares de anos nada representam em tais processos.
O uso da água na Última Ceia também se harmoniza com os requisitos astrológicos e éticos. O Sol estava deixando Áries, o Signo do Cordeiro, entrando em Peixes, o Signo dos Peixes, um Signo aquático (tudo isso pelo movimento da Precessão dos Equinócios). Uma nova nota de aspiração iria soar, uma nova fase de elevação humana devia ser introduzida durante a Era Pisciana que se aproximava. A autoindulgência iria ser superada pelo espírito da renúncia. O pão, sustento da vida, feito da semente imaculadamente gerada, não alimenta as paixões como a carne; também o nosso sangue, quando diluído na água, não se altera tão bruscamente como quando está saturado de vinho. Portanto, o pão e a água são alimentos adequados e símbolos de ideais durante a Era Peixes-Virgem. Eles representam a pureza, e a Igreja Católica deu aos seus seguidores a água pisciana colocada à porta de seus templos e o pão virginiano no altar, recusando-lhes o cálice de vinho durante o Ofício.
Não obstante, mesmo o que foi exposto acima não nos leva ao cerne do mistério culto no “Cálice da Nova Aliança”. A antiga taça de vinho que nos foi dada quando entramos em na Época Ária, a terra da geração, era portadora de destruição, da morte e do veneno, e a palavra que, então, aprendemos a proferir estava morta e impotente.
A nova taça de vinho mencionada, como a representação do ideal da futura época, a Nova Galileia (que não deve ser confundida com a Era de Aquário), é um órgão etérico formado dentro da cabeça e da garganta pela força sexual não gasta que, à visão espiritual, se assemelha à haste de uma flor, elevando-se da parte inferior do tronco. Este cálice, ou cálice-semente, é realmente um órgão criador, capaz de enunciar a palavra de vida e de poder.
Atualmente, a palavra é articulada por movimentos musculares desajeitados que regulam a laringe, a língua e os lábios para que o ar, proveniente dos pulmões, emita determinados sons, mas o ar é um meio pesado, quando comparado às forças mais sutis da Natureza, como a eletricidade que se move no Éter. Quando este novo órgão tiver evoluído, terá o poder de pronunciar a palavra de vida, de infundir vitalidade em substâncias até hoje inertes. Este órgão está sendo hoje formado por nós, por meio do serviço prestado amorosa e desinteressadamente.
Lembremo-nos que Cristo não deu o cálice à multidão, mas aos Seus Discípulos, que eram os Seus mensageiros e servidores da Cruz. Atualmente, aqueles que bebem da taça do autossacrifício, os que colocam sua força criadora ao serviço amoroso e desinteressado dos outros, estão construindo esse órgão juntamente com o Corpo-Alma, o “Dourado Manto Nupcial”. Eles estão aprendendo a usá-lo, em pequena escala, como Auxiliares Invisíveis, quando deixam seus corpos à noite e é nessas circunstâncias que aprendem a proferir a palavra de poder que remove a doença e cria tecidos sadios.
Quando a Época Atlante se aproximava do fim e a humanidade abandonou seu lar da infância, onde estivera sob a tutela direta dos Mestres divinos, fez-se a Antiga Aliança, e foi-lhes concedido a carne animal e o vinho, sendo que estes elementos, aliados ao uso irrestrito da força sexual, transformaram a Época Ária numa era de morte e destruição. Estamos chegando, agora, ao término dela.
A Era Pisciana, ou o período em que o Sol, pelo movimento de precessão, passa pelo Signo de Peixes, os peixes, está chegando ao fim. Durante esse período, o Signo oposto a Peixes, Virgem, representou o ideal humano. Ela foi venerada por um sacerdócio celibatário que recomendava aos fiéis o uso do “peixe” como alimento em certos dias da semana e do ano. No Zodíaco ilustrado, o Signo de Virgem tem uma espiga de trigo na mão. Tanto a semente como a uva são produtos do reino vegetal, e a Imaculada Virgem Celestial incorporou, portanto, o primeiro princípio da Imaculada Concepção, o sangue (vinho) e o corpo (pão) do Cristo. O clero celibatário, orientando o culto, ressaltou a importância desses elementos durante a Era de Peixes que terminará em breve, portanto, o vinho está sendo rapidamente abolido nos ofícios do templo e entre as massas, e isso está gerando um grau maior de sensibilidade que estamos experimentando hoje. O Espírito Divino, oculto dentro de cada ser humano, está despertando do seu sono tóxico produzido pelo espírito do vinho, e está começando a se recordar de sua origem divina e de sua herança da vida, à qual não tem início nem fim.
Vale a pena notar que, tanto o clero dos diversos países do Velho Mundo quanto os padres católicos das Américas ainda continuam a incluir o vinho e as bebidas alcoólicas diariamente, e é bem significativo que quando o Parlamento da Inglaterra, o Rei e os nobres, que representam o poder político, tentaram aprovar leis que proibissem a venda de bebidas alcoólicas no país, a medida fracassou devido à determinada oposição dos mais altos dignitários da Igreja.
Esta atitude do clero europeu não implica, de modo algum, numa degradação por parte deles, nem que devam ser censurados. A humanidade tem ainda muitas lições para aprender, e estas só podem ser proporcionadas durante a “era do vinho”. Quando cessar a necessidade do espírito falso, este cairá em desuso sem que seja necessário recorrer a medidas legislativas, que geralmente não são eficientes, pois é totalmente impossível legislar a moralidade num povo. Até que uma lei seja aprovada internamente, a pessoa a infringirá para garantir a satisfação de seus desejos, independente de quaisquer medidas restritivas.
(Pergunta nº 90 do Livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. II – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)