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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Origem do Cristianismo Esotérico: Essênios, Iniciações e Christian Rosenkreuz

A Origem do Cristianismo Esotérico: Essênios, Iniciações e Christian Rosenkreuz

Encontramos suas raízes entre a devota ordem dos Essênios, ao tempo de Cristo. Não são mencionados nos Evangelhos porque foram precisamente eles que dirigiram sua redação. Os manuscritos do Mar Morto, descobertos desde 1947, em aparente acaso, às margens do Mar do mesmo nome, nas cercanias do soterrado Mosteiro de Qumran, mostram inequívoca relação daquela Ordem com os Evangelhos, principalmente com o de São João Evangelista e as cartas de São Paulo. Efetivamente, José e Maria, pais de Jesus; Zacharias e Izabel, pais de João Batista; Jesus, João Batista e os seguidores de ambos, todos foram Essênios

Lázaro, Iniciado por Cristo na simbólica passagem de sua ressurreição, renasceu depois como Christian Rosenkreuz, fundador da Ordem Rosacruz. Jesus foi educado pelos Essênios e com eles privou no período omitido pelos Evangelhos, dos onze aos vinte e nove anos, preparando-se em Qumran e posteriormente na Pérsia (onde havia a mais completa biblioteca daqueles tempos), para a missão transcendental de sua União a Cristo, no batismo do Jordão. As passagens principais da vida de Jesus Cristo são “passos” Iniciático do desenvolvimento de cada Aspirante à vida superior. Com esse fim os Evangelhos foram escritos: como fórmulas de Iniciação, sob a singela aparência de narrativa a respeito da vida de Jesus Cristo.

Essas nove Iniciações, pela ordem, são: Batismo, Tentação, Transfiguração, Última Ceia, Lavapés, Getsemani, Estigmatização, Crucificação e Ressurreição.

Assim a Fraternidade Rosacruz visa a uma grandiosa finalidade e encaminha os Aspirantes vencedores a ilimitado desenvolvimento posterior para serviço do mundo. Não constitui uma confissão religiosa, no sentido comum do termo, porque não é dogmática; todavia no mais lato sentido, é uma escola de religiosidade, que oferece os mais eficientes meios de religar o ser humano a Deus, através de Seu Filho, o Verdadeiro Caminho.

(Publicado na Revista ‘Serviço Rosacruz’ – 03/79 – Fraternidade Rosacruz –SP)

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As Faculdades Espirituais e sua Ética

As Faculdades Espirituais e sua Ética

Muitas pessoas não se dão conta de que os homens ou mulheres com os quais nos relacionamos diariamente talvez sejam, alguns, é claro, possuidores de algum grau de Vidência. Há vários estágios de desenvolvimento espiritual dos quais constantemente ouvimos falar.

As exibições dessa faculdade geralmente são feitas por videntes negativos, pouco ou nada conhecedores das forças com as quais se põem em contato. Outras vezes essas demonstrações são realizadas por aqueles que, tendo obtido um insignificante conhecimento das coisas espirituais, “atrevem-se a pisar onde os Anjos temem voar”.

O clarividente positivamente desenvolvido sabe, por experiência, que uma única demonstração não convence ao incrédulo, servindo-lhe apenas para exigir mais uma. Um ser espiritualizado, compreendendo as forças que o cercam, nunca prostituirá seu dom com a finalidade de auferir benefícios materiais.

Jamais o empregará com propósitos banais, sabendo que poderá perdê-lo se o fizer. Nem a salvação e muito menos as evoluções podem ser compradas. Cristo curou e alimentou as multidões, mas não usou Seus poderes para fugir ao Gólgota.

É possível convivermos com um clarividente positivo sem nunca o sabermos. Ele não se identificará como tal.

Durante muitos anos certo homem foi meu sócio em vários negócios. Há pouco tempo, entretanto, é que, em uma palestra casual, descobri tratar-se de um estudante de filosofia oculta. Isto, todavia, não é de se admirar, como parece à primeira vista. Revendo os vários anos de relacionamento com esse esoterista, percebi nunca tê-lo ouvido pronunciar a menor crítica ou ofensa a quem quer que fosse. Em circunstâncias onde o ser humano comum age com intolerância, ele sempre manifestou condescendência. Sempre respeitou todas as religiões e as opiniões alheias, embora tivesse seus pontos de vista. Quando eu desrespeitava as coisas sagradas em sua presença, ele me repreendia sutil e silenciosamente.

Esse homem me intrigava e eu o interrogava o mais que podia. As respostas fluíam com simplicidade e paciência, exceto quando eu me tornava impertinente. Quando, por exemplo, eu lhe perguntava sobre sua condição de grau 33 na Maçonaria, ele imediatamente mudava de assunto. Mais tarde vim a compreender como minha pergunta era indiscreta.

O espírito possui diversos veículos Corpos Denso, Vital, de Desejos e o veículo Mente, os quais usa para adquirir experiência e evoluir. O Corpo Denso é formado de matéria deste mundo em que vivemos e, naturalmente, é visível a quem tenha os órgãos da visão perfeitos. Os outros veículos são formados de substâncias pertinentes às regiões onde têm origem.

Da mesma forma como um indivíduo portador de cegueira não pode perceber o mundo ao seu redor, o ser humano profano não distingue os corpos mais sutis nem os mundos a que se relacionam.

O grande inventor Thomas A. Edison, pouco antes de seu falecimento declarou que a ciência nos últimos cem anos fizera notáveis progressos no campo da física, mas no próximo século o grande campo de investigações seria o da metafísica; sabe-se, através de relatório elaborado pela senhora Edison, que nos últimos anos que precederam a morte de seu esposo, ele esteve ocupado em aperfeiçoar uma máquina que possibilitaria o contato com os planos espirituais. Os cientistas ocultistas afirmam que o único instrumento perfeito para tal função deve ser desenvolvido pelo ser humano e dentro de si mesmo. Edison pode ter-se enganado ao pensar em aperfeiçoar tal instrumento fora de si próprio, mas por outro lado, pode ser que fosse dotado de visão espiritual e pretendesse demonstrar sua existência àqueles que não a possuem.

Encontramos as “chaves” da clarividência positiva no desenvolvimento do corpo pituitário e da glândula pineal. O reto viver, por sua vez, é a chave desse desenvolvimento. Da mesma forma como os vários graus de visão espiritual podem ser desenvolvidos, outras faculdades superiores são suscetíveis de florescimento.

Uma delas é a possibilidade de ingressar nos planos invisíveis da natureza e neles funcionar conscientemente.

Depende da habilidade de cada pessoa, em efetuar a separação dos éteres superiores dos inferiores do Corpo Vital. Isto se torna realidade mediante uma vivência pura e amorosa, mesclada com práticas devocionais e serviço altruísta e desinteressado prestado ao próximo.

Os Éteres de Luz e Refletor formam o chamado “Vestido Dourado de Bodas”, simbolizado pela estrela dourada do Emblema Rosacruz. Constituem, nessa circunstância, um verdadeiro corpo espiritual, através do qual o Ego percorre livremente os mundos internos, enquanto o Corpo Denso jaz repousando. O indivíduo dotado de elevado desenvolvimento anímico, pode, durante o sono, utilizar seus veículos superiores para trabalhar como Auxiliar Invisível, principalmente no labor de curar os enfermos.

Muitas vezes, durante o sono, encontramos amigos ou nos achamos em lugares estranhos. Em várias ocasiões, tais experiências são consideradas como meros sonhos. Às vezes, porém, são experiências reais que muito nos impressionam quando despertos.

No primeiro estágio, o Auxiliar Invisível é inconsciente. Mais tarde, como decorrência normal de seu desenvolvimento, torna consciente. Qual o requisito básico para alguém tornar-se um Auxiliar Invisível? É simples: primeiramente deve converter-se em um Auxiliar Visível, isto é, deve servir da maneira que puder aqui no mundo material. Não há outro caminho.

Hoje em dia, com essa profusão de livros sobre ocultismo e psiquismo à venda nas livrarias, fala-se muito em sexto sentido. Um dos primeiros sinais de desenvolvimento do sexto sentido consiste na receptividade às vibrações dos planos suprafísicos. Nesta classe encontramos a maioria dos estudantes de filosofia oculta. O simples fato de serem estudantes esoteristas e aceitarem a verdade contida nos ensinamentos abraçados, demonstra sua sensibilidade às vibrações suprafísicas. O importante é desenvolverem suas faculdades espirituais sempre no sentido positivo.

(Traduzido de ‘The Rosicrucian Magazine’)
(Revista ‘Serviço Rosacruz’ 04/79 – Fraternidade Rosacruz – SP)

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O Emblema Rosacruz

“Os símbolos Divinos que têm sido dados à humanidade de tempos em tempos falam a esse tribunal da verdade que está em nossos corações e despertam nossa consciência às ideias acima das palavras. Por isso o simbolismo jogou uma parte importante em nossa evolução passada. Todavia, ainda é uma necessidade primordial para nosso crescimento espiritual. Daqui a conveniência de estudá-lo com nossos intelectos e nossos corações” (Max Heindel).

O emblema Rosacruz é um desses simbolismos divinos.

Desde o início, a Escola de Mistérios Ocidental, a dos Rosacruzes, teve como emblema as rosas vermelhas (a purificação da natureza de desejos) sobre a cruz (materialidade), a estrela dourada que nasce dentro do discípulo e irradia cinco pontas (mostrando Cristo desde as cinco pontas que representam o coração e os quatro membros), e o fundo azul (emblemático do Pai), revelando àqueles que podem interpretá-lo, que é a manifestação de Deus, a unidade na trindade foi consumada.

Contemplado em sua plenitude, este maravilhoso símbolo contém a chave da evolução passada do ser humano, sua presente constituição e seu desenvolvimento futuro. Na forma representada com uma única rosa no centro, simboliza o interno Espírito Humano irradiando de si os quatro veículos: Corpo Denso, Corpo Vital, Corpo de Desejos e a Mente.

Mas houve um tempo que não vivíamos nestas condições, uma época na qual o Tríplice Espírito flutuava sobre seus veículos e estava incapacitado de entrar neles. Então a cruz se levantava só, sem uma só rosa, simbolizando a condição que prevalecia no primeiro terço da Época Atlante. Houve ainda um tempo em que faltou o madeiro superior da cruz, e a respectiva constituição do ser humano foi representada pela letra Tau (T). Isto foi na Época Lemúrica quando tínhamos unicamente os Corpos Denso, Vital e de Desejos, menos a Mente. Então a natureza animal era a dominante. O ser humano obedecia aos impulsos do desejo, sem reservas.

Em outra época, mais primitiva, a Hiperbórea, carecia do Corpo de Desejos e só possuía os Corpos Denso e Vital.

O ser humano em formação era como as plantas, casto e sem desejos. Nesse tempo sua constituição não podia ter sido representada por uma cruz. Foi simbolizado por uma vara reta vertical, um pilar.

Contemplando o emblema tal como é atualmente, notamos que o madeiro inferior da cruz (simbolizando a matéria), indica a planta com suas raízes no solo químico mineral.

Os Espíritos-Grupo emanam correntes para a superfície da Terra, influenciando os seres do reino vegetal.

O madeiro superior da cruz representa o ser humano, Ele é uma planta invertida. A planta toma o seu alimento pelas raízes e o ser humano toma pela cabeça. A planta é sustentada pelas correntes espirituais dos Espíritos-Grupo do centro da Terra que penetram nela pelas raízes.

É muito aquilo que temos de aprender e, quanto mais cedo começarmos, mais frutos tiraremos ainda nesta existência.

Guarde dentro do coração que, “o amor de Cristo nos envolve. Cada oração seja repleta de fraternal Amor”, tal como nos fez sentir Max Heindel.

Se queremos o conhecimento, que nos anime um ardente desejo de possuí-lo acompanhado do desejo intenso de ajudar a humanidade.

Assim será melhor, pois, quer nos diremos, quer nos amemos, de qualquer forma somos irmãos em Cristo Jesus.

A mais elevada influência espiritual vem ao ser humano do sol pelos seus raios que o envolvem da cabeça aos pés. 

A planta inala o venenoso dióxido de carbono exalado pelo ser humano e exala o vivificante oxigênio usado por ele.

Com o tempo a maneira passional de geração será de novo exercida por um método puro e mais eficiente que o atual. Isso está simbolizado também, na Rosacruz, em que a rosa está no centro da cruz.

O madeiro inferior, representa o corpo. O horizontal os braços. A parte superior a cabeça. Em lugar da laringe está a rosa branca. As sete rosas que adornam o nosso formoso emblema e as cinco pontas da estrela radiante são o emblemático das doze Hierarquias Criadoras que têm ajudado o Espírito em evolução desde as condições etéricas até o estado atual.

Dessas doze hostes de Grandes Seres, três classes trabalharam sobre e com o ser humano e de seu próprio livre arbítrio e sem nenhuma obrigação. Estas três estão simbolizadas pelas três pontas da estrela que se dirigem para cima. Duas mais, das Grandes Hierarquias, estão a ponto de libertar-se e são representadas pelas duas pontas inferiores irradiando-se do centro para fora. As sete rosas revelam que há, todavia, sete grandes Hierarquias Criadoras ativas no desenvolvimento dos seres que estão em evolução sobre a Terra, e como todas estas, várias classes desde as mais baixas até as mais altas são, no entanto-, partes do Grande Todo que chamamos Deus, a Quem o emblema simboliza.

A cor vermelha das rosas da grinalda representa a vida evolucionante que sobe a grandes alturas e indicam as atividades do Espirito Santo na natureza.

As sete rosas vermelhas podem também, em certo sentido, ser correlacionadas com as glândulas endócrinas e intimamente também com o desenvolvimento oculto da humanidade. Quatro destas estão relacionadas com a personalidade: a timo, regida por Vênus; o baço, regido pelo Sol; e as suprarrenais, regidas por Júpiter. O corpo pituitário, regido por Urano e a Pineal, regida por Netuno, estão correlacionadas com o lado de nossa natureza espiritual. A tireoide, regida por Mercúrio é elo entre as duas, isto é, entre o corpo pituitário- e a glândula pineal.

Como aspirantes à espiritualidade perfeita, nosso emblema inspira-nos o alto ideal de fazer com que as rosas brotem e floresçam sobre a vossa cruz, isto é, desenvolver os poderes latentes do Tríplice Espírito por meio das ativas experiências aqui no Mundo material.

Em nossa luta diária para conformar nossas vidas ao plano Divino, estamos construindo o Corpo celestial luminoso no qual funcionaremos como Auxiliares Invisíveis.

Meditemos amiúde sobre o nosso Emblema, elevando nossa consciência na contemplação dos elevados ideais postos ante nós neste místico símbolo. Então o tribunal da Verdade se estabelecerá dentro de nós e dias mais ou dias menos, desenvolveremos a consciência da grandeza do plano de Deus.

(Revista ‘Serviço Rosacruz’ – 09/72 – Fraternidade Rosacruz – SP)

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O Décimo Terceiro

O Décimo Terceiro

Dentro do meio ocultista muito se fala sobre a Ordem Rosacruz. Muitas vezes as informações ou os comentários sequer se aproximam da realidade. Em última análise, só mesmo os Iniciados nessa máxima Escola é que podem conhecê-la verdadeiramente, informando corretamente a seu respeito. Este é, justamente, o caso de Max Heindel, cuja elevação interna credenciou-o a ser o Mensageiro dessa majestosa Ordem. Assim, em 1.909, coube-lhe o privilégio de tornar público um conjunto de ensinamentos lógicos e racionais, capazes de projetar luz sobre o mistério da vida.

Com a publicação do Conceito Rosacruz do Cosmos, o ser humano, particularmente o ocidental, teve acesso a uma orientação segura e adequada à sua constituição geral (física, mental e espiritual), traduzida nos sagrados arcanos e no Método Rosacruz de Desenvolvimento, neles baseado.

Posteriormente, surgiram outras obras do Sr. Heindel, reforçando e ampliando o que houvera sido divulgado nos estertores da primeira década deste século. São, no dizer do próprio autor, os ensinamentos mais elementares dos Rosacruzes, mas suficientes para assegurar ao Aspirante, “chaves” valiosas para descobrir os mistérios da natureza.

A Fraternidade Rosacruz é a escola preparatória à iniciação na Ordem do mesmo nome. Seus cursos, livros e conferências são franqueados a todas as pessoas sedentas do “pão da vida”.

O caminho iniciático está aberto a qualquer ser humano? Sim, desde que se proponha a atender certos requisitos básicos e indispensáveis a quem deseja transpor o “Portal do Templo”. Logicamente, isso demanda séria e árdua preparação. Muitos talvez nem logrem essa realização na presente existência. Quando, porém, o discípulo estiver preparado, o Mestre aparecerá. Mas, o que é realmente a Ordem Rosacruz? Apenas e simplesmente uma sociedade secreta como julga a maioria?

Não, não é apenas isso. Segundo os ensinamentos de Max Heindel, ela é, antes e acima de tudo, uma das Escolas de Mistérios Menores, dirigida pelos Irmãos Maiores, os Hierofantes desses mistérios.

Seres elevadíssimos comparados com a humanidade comum, os Irmãos da Rosacruz influenciam a vida do Ocidente muito mais poderosamente do que qualquer governo. Entretanto, é importante ressaltar: nunca interferem a ponto de privar a humanidade de seu livre arbítrio. Apenas procuram resguardar as diretrizes de sua evolução.
A Ordem Rosacruz surgiu no século XIII, na Europa, em plena Idade Média, fundada por um grande Instrutor Espiritual, cujo nome simbólico era Christian Rosenkreuz [Cristão Rosacruz). Seu objetivo maior era e é, iluminar o mal-entendido Cristianismo – principalmente naquela época – e lançar as bases de um sistema científico – religioso, capaz de atender às necessidades evolutivas do ser humano. Até então, as pessoas inclinadas à uma vida superior, tendiam, naturalmente, para o caminho místico. Não haviam outras opções.

Em virtude das bases dos ensinamentos rosacruzes serem eminentemente científicas e racionais, os tempos medievais foram pouco propícios à sua divulgação. Não havia liberdade de pensamento religioso, porquanto a igreja predominante na Europa, estendia seu poder a todos os negócios humanos. As artes, a literatura, a filosofia, a quase inexistente ciência, tudo se encontrava à serviço da religião. Até os monarcas se submetiam ao jugo eclesiástico, estando, em quase todas as nações, o Estado vinculado à igreja.

No século XIII, o mundo cristão achava-se mergulhado em profunda crise. As cruzadas, levadas a efeito contra os muçulmanos, não deram os resultados esperados, a não ser algumas vantagens do ponto de vista comercial. Contudo, o contato com os povos do Oriente promoveu importante intercâmbio de ideias e valores.

A comunidade europeia, no entanto, subjugada despótica e dogmaticamente pela religião, mostrava-se impermeável a qualquer nova linha de pensamento. Seria de pronto repelida e considerada abominável heresia qualquer nova ideia, capaz de colidir com os princípios religiosos estabelecidos. Mesmo assim, houve ousadas tentativas.

Iniciaram-se, então, as perseguições. Quem, ostensiva ou discretamente, se encorajasse a externar novos pontos de vista sobre qualquer assunto, correria o risco de ser tachado de herege.

Criou-se a chamada “Santa Inquisição” ou Tribunais do Santo Ofício, cuja ação tenebrosa levou à morte milhares de pessoas. O Papa Inocêncio III empreendeu uma cruzada contra os albigenses, espalhando o terror pelo Sul da França. Nesse derramamento de sangue, incompatível com os princípios cristãos, nem mulheres e crianças foram poupadas. Este foi apenas um exemplo.

Vê-se, pois, como aquela época não ensejava um campo fértil para a divulgação dos ideais rosacruzes. Não obstante tais dificuldades, Christian Rosenkreuz lançou suas sementes, trabalhando com os alquimistas durante séculos inteiros, preparando, assim, terreno para uma empreitada futura.

Durante todo esse tempo, apenas alguns poucos iluminados tiveram acesso aos ensinamentos da Ordem. Notamos alguns fragmentos dessas verdades transcendentais, nas obras de Shakespeare, Comenius, Goethe e outros.
As profundas transformações ocorridas no mundo ocidental, a partir do início do século passado, principalmente no campo das ideias, criaram condições para que fossem revelados publicamente, os ensinamentos mais elementares da Rosacruz. Assim é que no primeiro decênio do presente século, Max Heindel, após ter sido observado e submetido a várias provas, conquistou o inexcedível mérito de ser o Mensageiro dos Irmãos Maiores.

E a Ordem Rosacruz? Como se compõe?

Preciosas informações contidas no Conceito, nos dão conta de que ela é formada segundo linhas cósmicas. O mesmo ocorre com as demais Escolas de Mistérios.

Se juntarmos várias esferas e tentarmos cobrir e ocultar uma delas, veremos que doze são necessárias para tanto.

O átomo está agrupado assim: doze em torno de um. Doze são os signos que formam o zodíaco, doze Apóstolos reuniram-se em torno do Cristo. Em todos os exemplos, sempre notamos doze em torno de um.

Como não poderia ser diferente, doze Irmãos Maiores mais o décimo terceiro, compõem a Ordem Rosacruz.

Desses doze, sete manifestam-se no mundo cada vez que as circunstâncias o exijam, fortalecendo o bem onde o encontrarem. Dependendo da necessidade, surgem como seres humanos entre a humanidade, ou utilizam seus veículos invisíveis. Os cinco restantes nunca deixam o Templo. Agem somente nos planos internos, embora possam manifestar-se em corpos físicos.

O Cabeça da Ordem é Christian Rosenkreuz, o décimo terceiro, oculto do mundo externo pelos doze Irmãos. Nunca é visto pelos outros membros da Ordem, mas sua presença é percebida quando adentra o Templo. É o sinal para o início dos trabalhos.

Esse grande espírito esteve encarnado no tempo de Cristo, quando seu grau de evolução já era muito elevado.

Sabe-se que em uma de suas últimas encarnações, apareceu como Conde de Saint-Germain. Para aqueles, insensíveis às grandes realidades espirituais, sua existência nunca passou de um mito. As almas mais avançadas, porém, sabem que Christian Rosenkreuz inaugurou uma nova época na vida espiritual do Ocidente.

(Revista ‘Serviço Rosacruz’ – 04/79 – Fraternidade Rosacruz – SP)

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Deus e o Ser Humano: em que nível de relação você está?

Deus e o Ser Humano: em que nível de relação você está?

Tudo que o ser humano faz ou pensa associa-se à satisfação de suas necessidades primárias: saciar a fome, abrigar-se, vestir-se, defender-se, constituir família, etc. O sentimento e o desejo são as molas propulsoras de todas essas realizações.

Mas, por óbvio que isso pareça, surge ainda uma questão: quais os sentimentos e necessidades que levaram a humanidade ao pensamento religioso e a fé?

Os Ensinamentos Rosacruzes indicam o temor, o interesse, o amor e o dever como sendo quatro formas básicas de relacionamento do ser humano com Deus. Nos povos primitivos, o fator que desperta ideias religiosas é o medo – medo da fome, de animais bravios, das enfermidades, da morte. Como o nível de consciência desse ser humano primitivo é incipientíssimo, forja um ser que a ele se assemelha, ser mais poderoso, capaz de submetê-lo e destruí-lo.

A segunda etapa desse relacionamento, a do interesse, está muito ligada ao atendimento das necessidades coletivas. É típica dos povos onde se nota certa organização social. O desejo de orientação diante das dificuldades, as satisfações das necessidades do grupo estimulam uma concepção social de Deus. A divindade rege os passos daquele povo em particular, protegendo-o, decidindo seus problemas, recompensando-o ou punindo-o. Para conquistar as boas graças desse deus, oferecem-lhe sacrifícios ou agem conforme os princípios ou tradições da raça. Aspira em troca, ver sua colheita mais abundante, o rebanho mais numeroso, a prole sadia, os inimigos prostrados a seus pés. É uma relação de barganha.

Essa forma de religião consolida-se pelo surgimento de uma casta sacerdotal, mediadora entre o povo e a divindade. Essa casta, obviamente privilegiada, logra uma posição de poder, muitas vezes superior ao poder temporal. Trata-se de uma religião do medo, porém, é possível dialogar com Deus e obter-lhe compensações.
O terceiro passo evidencia-se quando a religião do medo transforma-se na religião moral. A divindade conforta a tristeza, o desejo insatisfeito, protege as almas dos mortos. A moral e o apreço para com o semelhante constituem a tônica desse pensamento religioso. O Cristianismo popular e outros credos são um exemplo típico dessa fase do relacionamento do ser humano com Deus. Não se deve, entretanto, considerar as formas religiosas primitivas como exclusivamente religiões do medo, nem as dos povos civilizados como estritamente morais. Há pontos comuns a ambas, principalmente o caráter antropomórfico da ideia de Deus.

Pouquíssimos indivíduos encontram-se no quarto nível de experiência religiosa. Não é fácil conceituá-lo de uma forma clara, por não estar associado a uma ideia antropomórfica de Deus, nem a um dogma. Daí, o indivíduo experimenta a totalidade da existência como uma unidade, guiado pelo conhecimento esotérico, pela arte, pela ciência e pela intuição. Para ele a religião tem, ao mesmo tempo, um sentido cósmico e interior. O universo é o templo onde se cultua o Ser Absoluto como também o íntimo do ser humano. Esse sentido cósmico da religião é percebido por uns poucos iluminados, cujas vidas servem de estímulo a que outros, por seus próprios meios, busquem a Senda da Luz.

(Revista ‘Serviço Rosacruz’ – 02/85 – Fraternidade Rosacruz – SP)

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A Maledicência: com nossas palavras curamos as feridas ou ferimos

A Maledicência: Com nossas palavras curamos as feridas ou ferimos

“Há algum tempo um homem trabalhador da lavoura, ao tentar remover um enxame de abelhas de um lugar para outro, estas se enfureceram com a interferência em seu trabalho. Picaram o agressor severa e dolorosamente, em uma porção de lugares. A abelha quando pica, perde o seu ferrão e morre”.

Automaticamente mata-se a si mesma, quando fere a outrem. Veja que não é um Deus vingativo. É o retorno do próprio ato praticado.

E nós, se morrêssemos ao ferir alguém com palavras estaríamos ainda com vida? Se alguém soubesse que o mau uso da palavra causaria a morte, será que não refrearia a língua, em benefício próprio e também das pessoas afetadas? Seguramente que sim.

A leitura do 3º capítulo do Salmo de São Tiago, de quando em quando, muito nos ajudará neste sentido. É grandemente proveitosa. É bom ler, reler e meditar.

Vejamos aqui:

“Se alguém não ofende pela palavra, este é um varão perfeito, que também pode com freio governar todo o corpo. Nós colocamos freios na boca dos cavalos para que nos obedeçam e governamos todo o seu corpo. Vejam-se também as naus (um certo tipo de navio, redondo), que embora tão grandes e levadas por impetuosos ventos, são governadas por um pequeno leme para onde quer que queiramos que sejam guiadas. Assim também, a língua é um pequeno membro e se gloria de grandes coisas. Veja-se como um pequeno fogo pode incendiar um grande bosque. E a língua é um fogo, um mundo de maldade. Assim, a língua está colocada entre nossos membros, a qual contamina todo o corpo e incendeia tudo à nossa volta e é a chama do inferno”.

“Porque toda a natureza de animais, aves, serpentes e de seres do mar se amansam e são domadas pela natureza humana; porém, nenhum ser humano pode domar a língua, que é um mal que não pode ser refreado; plena de veneno mortal. Com ela bendizemos a Deus Pai; e com ela bendizemos aos homens, os quais são feitos à semelhança de Deus. Irmãos meus, não convém que estas coisas sejam feitas. Porque onde há invejas e rivalidades, ali há a perturbação e toda a obra perversa. Mas a sabedoria que vem do alto primeiramente é pura, depois pacífica, modesta, benigna, plena de misericórdia e bons frutos. E o fruto da justiça é sementeiro de paz para aqueles que fazem a paz”.

São Tiago nos alerta: semeando a paz, paz colherá; semeando a maledicência, sua consequência colherá. Observemos atentamente o efeito das nossas palavras. Elas nos trarão a colheita de frutos que nos alimentem, ou de espinhos que ferirão nossos pés na caminhada da vida. Com nossas palavras criamos um clima de amor ou de ódio, de alegria ou de dor, de esperança ou de desespero. Com nossas palavras curamos as feridas ou ferimos.

É muito difícil, impossível talvez, dominar a língua. Mas, a tentativa de dominá-la, o desejo sincero de educá-la, já é uma coisa positiva e de enorme proveito,

Vamos tentar! Tentemos com fé e boa vontade, e com perseverança.

(Revista ‘Serviço Rosacruz’ – 07/83 – Fraternidade Rosacruz – SP)

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Ensino do Mestre

Ensino do Mestre

O Mestre, pela boca da solidão, fala muitas vezes à alma cansada da fatuidade do mundo e ansiosa por nova vida. E diz-lhe: “Não escutes as vozes enganosas que vem de fora. Vem para mim no retiro do teu coração e terás o verdadeiro conhecimento. Não penses deste modo: se eu tivesse num ermo, num vale profundo, numa paragem solitária, poderia realmente encontrar-me, poderia conhecer minha verdadeira vocação”.

“Não é preciso que te afaste para me encontrar. Também habito na tua consciência tranquila, na tua mente sossegada, na tua alma desprendida, nos teus sentidos sabiamente dominados. Eu, a perfeita solidão. Se me buscas, podes encontrar-me em tua casa, no teu lugar de trabalho, entre o ruído da cidade, entre a confusão dos indivíduos. E, então, quando recolhida em ti, atingires tua íntima cela ouvirá a Voz Divina. Saberás que teu primeiro dever é transformar-te e esquecer o passado, bom ou mau, deleitoso ou amargurado, seus triunfos e fracassos”.
A alma, ao receber as sugestões destes belos pensamentos, acende-se em entusiasmo. Faz promessas fáceis e precipitadas. A doçura desses momentos já lhe parece o fim do Caminho, quando não é mais que mínima prenda da promessa divina. No seu encanto, clama, suspira, geme e canta. E diz: “Conduze-me, Senhor, por este brilhante caminho de luz. Abre meus olhos para que veja a Tua beleza. Não te ocultes jamais da minha vista. Transforma a minha vida para que me concentre na única vida, a Tua, Senhor. Que se queime este corpo antigo, para vestir um traje de glória. Tenho trocado tantas vezes de bandeira! Quero, agora, esta nova bandeira, a que é feita de castidade, de renúncias e de sacrifícios. Senhor, por Ti desejaria sofrer todas as provas, todas as dores, padecer mil mortes, passar por mil suplícios, conhecer o martírio por que passaram os Teus servidores mais fieis, só para ser digno do Teu amor! Que se acenda já a chama da minha alma e, quando estiver em flama, que abarque todo o meu ser. Senhor não me deixe agora. Não posso estar só e nem a minha vida é vida sem Ti. Não vês, Sumo Bem, que tenho fome e sede de Ti, cada vez mais ardentes? Já comecei a buscar-Te e não posso mais deter-me, como a flecha que foi arremessada. Fala Senhor. Que queres que eu faça? Que queres de mim? Dize-me, para cumprir somente a Tua vontade”.

Pobre alma! Quanto pede e quanto promete! Não sabe como são duros os espinhos e cortantes as pedras que há de encontrar no Caminho! O Divino Mestre, que a observa com suma ternura, cobre os olhos com as santas mãos, compadecidamente, ao ver, no porvir, todas as suas quedas. Quantas vezes terá que levantá-la; quantas vezes terão de curar-lhe as feridas e afastar de sua mente as nuvens de desencanto e do desespero! Então, o Mestre lhe fala: “Não te levantes, ainda, oh alma, em grandes voos. Não prometas maravilhas nem aspires aos altos cumes da santidade. Contenta-te em viver bem o teu dia e em santificar as pequenas obras diárias. Segue-Me com submissão e simplicidade. Modifica a tua vida sem que nada ou ninguém o note e mantém-te exatamente como antes ainda que teu íntimo esteja completamente transformado. Comece a procurar-Me por toda a parte, todo o dia e sempre. Que teus olhos Me vejam no rosto de todos os seres humanos e, como um véu, suspenso ante todas as coisas. Vê-Me no rico e no pobre, na criança e no ancião, no santo e no pecador, na flor e no céu, no dia e na noite, no trabalho que te desgosta e na festa que te alegra. Todas as coisas têm alguma formosura quando são miradas com olhos serenos, desapaixonados, vistas lá do fundo da solidão interior, da secreta morada. Depois, oh alma, quando a compaixão vibrar em ti e te faça doce e mansa, sossegada e discreta, compreensiva e prudente; quando a dor alheia arder em tua própria carne – então, Me verás. Une-te com a dor, une-te ao Amor, une-te ao saber e à ação – e Me encontrarás. Porém, mais uma vez te recomendo: enquanto esperas, simplifica a tua existência, dia a dia, hora a hora; torna-a cada vez mais suave e mais humilde. Nunca digas: ‘dai-me!’. Que a tua palavra de ordem seja sempre: ‘Tome!’. Compreendes meu filho?”.

A alma ficou serena e tranquila. Aos arranques do entusiasmo, sucederam, em seu coração, a serenidade e a paz profunda. Tendo atingido o umbral da solidão e ouvido a voz do Mestre, começa o seu Caminho. Reina o silêncio em volta. Esta é a hora eterna.

(Revista ‘Serviço Rosacruz’ – 08/82 – Fraternidade Rosacruz – SP)

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Em Defesa dos Reinos Inferiores

Em Defesa dos Reinos Inferiores

O dia 21 de Setembro é particularmente dedicado às árvores, formas de expressão no Mundo Físico dos mais adiantados espíritos da onda de vida vegetal, ainda não individualizados, e por esta razão evoluindo sob a custódia de Espíritos-Grupo.

Poetas e prosadores cantam a beleza e exaltam sobremaneira os benefícios que o ser humano aufere a custa das árvores. Constâncio Vigil escreveu: “Cópia do Universo é toda serenidade, beleza e harmonia”. Os ecologistas se destacam, atualmente, como vanguardeiros na luta pela preservação do verde. Não só exaltam a magnitude da proteção ao reino vegetal como propõem as mesmas atenções a todos os reinos da Natureza.

A Fraternidade Rosacruz também se manifesta a respeito em seus profundos ensinamentos, dando um enfoque todo especial ao tema. A vida no Mundo Físico se expressa por meio da forma, sendo mister que esta só aprimore para aquela manifestar-se com mais desenvoltura. Nossa ação é importante no aperfeiçoamento de tudo quanta nasce, cresce e se transforma na face da Terra. Partindo do princípio de que somos representantes de um reino superior ao mineral, vegetal e animal, assumimos a responsabilidade de contribuir para a manifestação da vida através daqueles reinos em ascensão constante.

A diligência e o esmero empregados no trabalho executado com os minerais determinam suas possibilidades de evolução. O reino vegetal, nós o sabemos, é extremamente dadivoso. Contudo, quando se fala em proteção aos reinos inferiores, nossa atenção volta-se para o reino animal, talvez a maior vítima da ignorância humana.

Sob o pretexto de obter alimentos, o ser humano dedica-se a matança dos mais elevados representantes da escala animal. E o faz com isenção plena de compaixão, às vezes com frieza e sadismo deploráveis. Não temos o direito de restringir a vida a seres prestes a individualizar-se. Se necessitarmos de alimentos, os mais adequados a nossa constituição encontram-se no reino vegetal, pródigo em variedade e qualidade. Os Ensinamentos Rosacruzes afirmam: toda partícula alimentar ingerida contém vida. Antes que ela possa ser agregada ao nosso organismo pelo processo da assimilação, é necessário que a dominemos e sujeitemos. Isso trará harmonia ao Corpo. Quanto mais individualizada for à partícula, tanto mais difícil se tornará sua assimilação.

O animal possui Corpo de Desejos. Cada célula componente de seu Corpo possui uma alma individual, compenetrada pelas suas paixões e desejos. Eis porque a carne, como alimento, requer intenso esforço orgânico no processo da assimilação. Inclusive a própria constituição da arcada dentária humana não a recomenda a preparar tal tipo de alimento para ser trabalhado pelo aparelho digestivo. Seremos coerentes com a nossa condição de seres racionais procurando alimentos no reino vegetal. Menos individualizados e amplamente adequados as nossas necessidades, substituem com inúmeras vantagens os elementos oriundos da dieta carnívora, principalmente pela facilidade com que são assimilados.

Analisando os fatos à luz da Ciência Oculta, não nos causa estranheza que inúmeras enfermidades venham afligindo a humanidade. As consequências só podem ser funestas quando os atos humanos colidem com as Leis da Natureza. Estas regem a conservação da vida, da espécie e da saúde. Muitas debilidades orgânicas poderiam ser sanadas pela adoção da dieta vegetariana.

Alguém pode objetar estas considerações afirmando que também truncamos o desenvolvimento de um vegetal tirando-lhe a vida para usá-lo como alimento. Porém, isso pode ser esclarecido. Quando a fruta está madura, realizou o seu propósito de servir como matriz para o amadurecimento da semente. Se não é utilizada como alimento, apodrece e perde-se. Além disso, está destinada a servir de alimento ao animal e ao ser humano, proporcionando-se, assim, a semente, oportunidade de crescimento ao espalhar-se em solo fértil. Deste modo não se arrebata a vida, mas ampliam-se as possibilidades de que ela se manifeste.

Além do que foi elucidado, também há razões de ordem moral. Os Ensinamentos Rosacruzes apelam para a razão e sentimento das pessoas, no sentido de que seja observada a primeira lei da Ciência Oculta: “Não matarás”. Cada um deve compenetrar-se de sua responsabilidade como protetor dos mais fracos, inspirando-se nas belas lições de Max Heindel e nas piedosas palavras de Ella Wheeler Wilcox: “Eu sou o defensor do meu irmão e lutarei a sua luta; falarei a palavra em nome do animal e da ave, até que o mundo saiba o que deve fazer”.

(Revista ‘Serviço Rosacruz’ – 09/82 – Fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Serviço tem sua fonte de Amor, o Amor a Nosso Pai e aos Nossos Irmãos

O Serviço tem sua fonte de Amor, o Amor a Nosso Pai e aos Nossos Irmãos

Não importa quão pequeno ou pouco importante que sejamos, alguém tem necessidade de nossa ajuda. Não importa quão ignorante possamos ser, ou o pouco talento que tenhamos, ali, muito perto de nós, há um serviço que só nós podemos prestar. A cada um de nós foi dado oportunidades para servir; não as percamos por nosso descuido ou indiferença. Não as percamos por esperar grandes oportunidades a realizar. O serviço que achamos pequeno e sem importância, pode produzir o maior bem. Basta um instante para estender a mão que pode ajudar a alguém a encontrar seu caminho ou uma estrela a qual seguir. Uma só palavra de alento ou de compreensão pode levantar a uma alma do mais profundo desespero e ajudá-lo a começar uma vida nova.

Quando se nos dá a oportunidade de servir, não desperdicemos tão preciosa ocasião em perguntarmos: “Me trará alguma benção?”; “que proveito terá nisso?”; “meu prazer antecipado diminuirá seu valor?”; “requererá muito esforço?”; “por que não deixar para que outra pessoa o faça?”; “poderei deixar para amanhã?”, e outras mil e uma escusas. É muito melhor, sem perder tempo, dirigirmos a palavra ou estendermos a mão a quem necessita, com alegria e gratidão pela oportunidade que se nos apresenta de fazer um serviço, e esse é um de nossos privilégios, o de Servir.

“Tudo o que fizerdes em favor do menor de meus irmãos, a Mim o haveis feito”, disse o Mestre Jesus Cristo. Demonstraremos nosso amor por Ele, amando nossos irmãos. Servimo-Lo melhor, servindo nossos irmãos. Adoramo-Lo melhor quando oferecemos em Seu nome, nosso serviço desinteressado.

Foi-nos ensinado que “o serviço amoroso e desinteressado que prestamos aos demais, é o caminho mais curto, mais seguro e o mais agradável que nos conduz a Deus”. Isto se refere ao serviço que não se executa com fim de se obter lucros.

O serviço desinteressado tem sua fonte de Amor, o amor a nosso Pai e aos nossos Irmãos.

O progresso espiritual nos vem pelo serviço, porém este serviço nunca será realizado se ficarmos parados na metade do caminho. Esqueçamos nossas limitações e as nossas faltas.

Há sempre um serviço que podemos fazer melhor do que qualquer outro do mundo. Façamo-lo em nome de Deus.

(Revista Serviço Rosacruz – 05/81 – Fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Quem é Cristo, dentre as Ondas de Vida que conhecemos?

Quem é Cristo, dentre as Ondas de Vida que conhecemos?

A primeira coisa que devemos deixar bem esclarecida é a identidade do Cristo, conforme ensina a Escola de Mistérios Ocidentais. De acordo com o diagrama “Os sete dias da Criação”, do Conceito Rosacruz do Cosmos, o ser humano passou por um intervalo involutivo que abrange os Períodos de Saturno, Solar e Lunar, assim como uma metade do Período Terrestre. Nessa peregrinação pela matéria, o ser humano reuniu os veículos que agora possui.

Durante o Período de Saturno, quando éramos “semelhantes” ao mineral, alguns seres eram humanos como nós o somos atualmente, mas pertenciam a uma Onda de Vida de evolução diferente. Desde então eles têm evoluído para se converterem nos Senhores da Mente. O mais elevado Iniciado daquela evolução – da onda de Vida que então se encontrava no estado humano – é chamado, no Esoterismo, o PAI.

O mais elevado Iniciado do Período Solar, quando, então, eram humanos aqueles seres que agora são os Arcanjos, é chamado o Filho e também o CRISTO.

Os seres que são atualmente os Anjos foram humanos no Período Lunar, e o mais elevado Iniciado a quem chamamos Jeová, é também denominado o ESPÍRITO SANTO.

Temos aqui os estados dos três grandes Seres que, como cabeças da evolução, são os mais ativos. A humanidade no Período Solar não pode descer até a matéria física. Não pode descer aquém do Mundo do Desejo. Portanto, seu veículo inferior é o Corpo de Desejos, e como é uma lei cósmica ser impossível a um ser, criar um veículo que não tenha aprendido a construir durante a sua evolução, seria impossível para o Espírito de Cristo nascer em um Corpo Físico.

Também não podia formar um veículo como o Corpo Vital, constituído de Éter. Não possuía a capacidade para agir nesta última substância, porque nunca a adquiriu em Sua evolução.

Para facilitar os veículos necessários ao Cristo, Jesus, um homem pertencente à nossa evolução, um homem nascido de um pai e de uma mãe, ambos elevados Iniciados, que praticaram a Imaculada Conceição sem paixão, cedeu, no momento do BATISMO, os seus Corpos Vital e Denso ao Espírito Solar, Cristo, que então penetrou no mundo material e se converteu em mediador, possuindo assim todos os veículos necessários para atuar entre Deus e a humanidade. Jesus Cristo é, por conseguinte, absolutamente único, e a Bíblia nos diz que não há outro nome pelo qual possamos salvar-nos, senão pelo nome de Jesus Cristo, sendo este o único Credo Cristão autorizado.

(Revista Serviço Rosacruz – 04/80 – Fraternidade Rosacruz – SP)

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