Arquivo de categoria Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Por que os ocultistas nos falam de Mestres e de Iniciações, quando outras escolas — místicas — parecem ensinar que o ser humano pode aprender sozinho e alcançar Deus sem a necessidade de Iniciação e de Mestres?

Resposta: Se todos nascessem com o mesmo temperamento, haveria necessidade de um único caminho para eles. Todos precisariam das mesmas experiências a fim de elevar a sua consciência até a união com Deus. No entanto, como cada um é fundamentalmente diferente de todos os outros, as experiências necessariamente diferem, e certas linhas gerais de orientação revelam-se necessárias a fim de obter os resultados desejados para todos. Por conseguinte, restritamente falando, há tantos caminhos que levam a Deus quanto há espíritos separados em evolução.

De forma geral, podemos dizer que há dois caminhos. Um que leva à união pela fé, e outro que é o caminho da salvação pelo trabalho. Em um certo ponto, esses dois caminhos convergem, e aquele que foi crescendo exclusivamente pela fé, descobre a necessidade de elevar-se também pelo trabalho, enquanto que a pessoa que foi evoluindo pelas obras, independentemente da crença, vê-se compelida pela experiência, pela qual ela está passando, a também ter fé. Uma pessoa pode aprender a falar uma língua estrangeira por meio da gramática e outros recursos similares, embora nunca tenha visitado o país onde essa língua é falada, mas é provável que sua pronúncia torne o que diz ininteligível para um nativo. No entanto, com o auxílio de alguém que já tenha visitado o país, ela poderá aprender de forma muito mais eficiente e em muito menos tempo.

De forma semelhante, isso acontece na vida mística. Alguns progrediram mais que outros, já visitaram a terra da alma e alcançaram a união mística com Deus, e o seu auxílio é de valor inestimável para aqueles que estão se esforçando por trilhar o caminho. Tendo chegado antes, são capazes de dirigir de forma inteligente aqueles que buscam elevar-se, embora esses, naturalmente, devam percorrer cada passo do caminho. Os degraus a serem galgados durante o caminho representam o que chamamos de Iniciação. Uma ilustração ajudará a esclarecer o assunto. Suponhamos que Deus se encontre no cume de uma montanha muito elevada, e que a humanidade esteja espalhada pela planície embaixo. Caminhos espiralados circundam a montanha desde o sopé até a meta almejada no cume. Esse é o caminho da evolução seguido pela maioria da humanidade que gradualmente galga as encostas íngremes em direção ao cume sem esforço perceptível. Contudo, há também uma escada que conduz diretamente da base até o topo. Esse é o caminho da Iniciação que é escalado somente através de um grande esforço consciente.

O caminho em espiral da evolução passa em pontos diferentes pela escada da Iniciação. Desse modo, alguns que ainda estão avançando pelo caminho da evolução, os pioneiros, por exemplo, podem estar mais à frente em direção à verdade do que aqueles que seguem ao longo do caminho da Iniciação a partir de uma espiral inferior. Mas os últimos, naturalmente, logo alcançarão um ponto mais elevado se perseverarem. As raças mais atrasadas do Oriente iniciaram seu caminho evolutivo num ponto inferior àquele já alcançado, através da evolução, pelos pioneiros do Ocidente. Sendo mais jovens, portanto, mais fracos, é realmente necessário que tenham um Mestre para ajudá-los na primeira parte da estrada acidentada, o que não é necessário àqueles que atingiram o estágio comum evolutivo dentre os povos Ocidentais. Além disso, quanto mais alto subirmos, seja por evolução ou Iniciação, tanto mais claramente veremos a luz que brilha no topo, que é Deus, e sentir-nos-emos mais fortalecidos e aptos para enfrentar e galgar sozinhos o caminho.

Em consequência disso, após um certo tempo, torna-se desnecessário ter Mestres para ajudar-nos, que serão substituídos pelos Irmãos Maiores conhecidos no Ocidente como amigos e conselheiros. O Mestre do Oriente incita seu discípulo, elogia-o quando age certo, e castiga-o quando é negligente. No Ocidente, os Irmãos Maiores nunca incitam, nunca elogiam e nunca censuram. O impulso vem de dentro do próprio discípulo que é ensinado a avaliar-se. Em certos estágios do caminho, eles pedem-lhe que escreva opiniões imparciais sobre a própria conduta, para que perceba até que ponto aprendeu a julgar-se corretamente. Assim, em todos os aspectos, eles instruem o discípulo a caminhar sozinho, sem apoiar-se neles ou depender de alguém. Quanto mais alto atingirmos, piores serão as consequências de uma queda, e somente quando cultivarmos o equilíbrio e a autoconfiança, juntamente com o fervor da devoção, é que estaremos realmente aptos para prosseguir.

Com relação a essas iniciações: não há qualquer tipo de cerimônia relacionada à verdadeira Iniciação. O cerimonial complexo das ordens pseudo-ocultas, de ordens fraternais ou de igrejas, como as que são vistas hoje no mundo visível, não se assemelham em nada à verdadeira Iniciação. Essa não ocorre nunca no reino físico, e não há nenhuma cerimônia vinculada a ela.

Tampouco consiste em um ritual lido por alguém, em palestras, pregações ou algo semelhante. Nenhuma palavra é proferida durante o processo. Sei que isso é verdade nos graus inferiores por ter eu mesmo passado por ele, e não seria lógico supor que tais cerimônias fossem realizadas nos graus superiores. Além disso, tendo conversado com Irmãos Leigos que alcançaram graus mais elevados, a verdade dessa suposição é corroborada por eles.

Em decorrência, podemos entender a razão pela qual os segredos da verdadeira Iniciação não podem ser revelados. Não é uma cerimônia externa, mas uma experiência interna. O Iniciador, tendo evoluído à consciência pictórica externa do Período de Júpiter, fixa a sua atenção em certos fatos cósmicos, e o candidato, que se tornou apto para a Iniciação por ter desenvolvido certos poderes internos em si (os quais, contudo, estão ainda latentes), assemelha-se a um diapasão soando em consonância com a vibração das ideias emitidas pelo Iniciador através de imagens. Portanto, ele não somente é capaz de ver as imagens — qualquer um poderia vê-las — mas é capaz de responder à vibração. Ao vibrar em resposta ao ideal apresentado pelo Iniciador, seu poder interno latente converte-se em energia dinâmica, e a sua consciência é, então, elevada ao grau seguinte da escada da Iniciação.

Isso pode parecer confuso à primeira vista, mas se lerem e relerem o que acima foi exposto, absorverão a ideia e entenderão melhor o que seja uma Iniciação na descrição mais acessível que pudemos fazer para quem ainda não a tenha experimentado. Não existe nada de secreto que não possa ser revelado, mas é secreto justamente porque não há palavras físicas inventadas até hoje que possam descrever adequadamente uma experiência espiritual em linguagem concreta. É verdade que a Iniciação ocorre num templo particularmente apropriado às necessidades de um determinado grupo de indivíduos que vibrem numa determinada oitava, e lá também há outros presentes. Contudo, reitero que não é o que essas pessoas possam dizer ou fazer que constitui a Iniciação, que é uma experiência interna por meio da qual os poderes latentes que amadureceram internamente são transmutados em energia dinâmica.

Vejamos, agora, a diferença entre a Iniciação que obedece à linha ocultista e a Iniciação mística. Percebemos logo, mediante tudo que foi exposto desde o começo, que elas são, e devem ser, exatamente opostas.

O ocultista, que experimenta a Iniciação sob o aspecto intelectual, vê a conexão das causas espirituais com fatos materiais, enquanto a consciência do místico, que recebeu os fatos espirituais, tem seu conhecimento dirigido para a conexão desses fatos com os efeitos do plano material. Tudo isso com o intuito de fundir ambos os aspectos e permitir que o ser humano se desenvolva normalmente. As iniciações Rosacruzes, tendo sido destinadas aos atuais pioneiros da humanidade, esforçam-se por fundir o místico com o oculto. Contudo, visto que o mundo Ocidental desenvolveu mais o intelecto em detrimento dos sentimentos, um pouco mais de ênfase é colocada talvez no aspecto místico. Aqui, os Irmãos Maiores orientam sempre os seus discípulos a olhar para Cristo. Embora os autênticos Mestres Orientais sejam também muito devotados ao serviço da humanidade, não podem orientar seus discípulos da mesma forma, pois, do ponto de vista do aspirante Oriental, a Luz de Cristo está ainda invisível. Por isso, são forçados a ensinar os seus tutelados a fazer exatamente o que disserem e, com o decorrer do tempo, quando atingirem nosso nível, Cristo também aparecerá a eles.

(Pergunta nº 70 do Livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas, Vol. II)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Como um Iniciado pode criar um novo Corpo adulto, pronto para ser usado, antes de abandonar o antigo?

Pergunta: Como um Iniciado pode criar um novo Corpo adulto, pronto para ser usado, antes de abandonar o antigo?

Resposta: O consulente compreenderá que não é pelo fato de alguém ter-se tornado ciente dos Mundos invisíveis e talvez ter aprendido a atuar no Corpo-Alma, que isso o torne capaz de realizar esse feito. Isso requer um desenvolvimento espiritual vastíssimo, e somente aqueles que estão muito evoluídos atualmente conseguem realizar essa proeza. No entanto, diz-se que o método é o seguinte:

Quando o alimento é ingerido por uma pessoa, seja ele Adepto ou ignorante, a lei de assimilação o levará primeiro a absorver cada partícula e integrá-la ao seu próprio ser. Deve subjugar e conquistar a vida celular individual antes que ela se torne parte do seu Corpo.

Quando isso é feito, a célula permanece com ele por um tempo mais longo ou mais curto, de acordo com a constituição e o lugar na evolução da vida que habita nele. A célula composta de tecido e que foi antes incorporada num Corpo animal, além de ter sido interpenetrada por um Corpo de Desejos, tem a vida mais evoluída. Em consequência, ela reafirma-se rapidamente, e abandona o Corpo que a tinha assimilado.

Disso resulta que uma pessoa que segue uma alimentação carnívora precisa reabastecer-se com alimentos mais frequentemente. Tal matéria não seria adequada ao propósito de construir um Corpo que terá de esperar um certo tempo antes que o Adepto o ocupe. Uma alimentação constituída de legumes, frutas e nozes, principalmente quando estão maduras e frescas, é interpenetrada por uma grande quantidade do Éter que compõe o Corpo Vital da planta. São muito mais fáceis de ser absorvidas e incorporadas à constituição do Corpo. Além disso, permanecem aí muito mais tempo antes que a vida celular individual se autoafirme. Por conseguinte, o Adepto que desejar construir um Corpo pronto para ser usado antes de deixar o antigo, naturalmente o formará por meio de vegetais frescos, frutas e nozes que serão ingeridas pelo Corpo que usa diariamente e onde ficarão sujeitas à sua vontade — uma parte de seu ser.

O Corpo-Alma de tal homem ou mulher é naturalmente muito volumoso e muito poderoso. Ele retira uma parte dele, e faz um molde ou matriz no qual acrescenta diariamente partículas supérfluas para a nutrição do Corpo que está usando. Assim, aos poucos, tendo assimilado um considerável excedente de material novo, ele também pode retirar material do veículo que está usando e incorporá-lo ao novo Corpo. Gradualmente, com o passar do tempo, ele transmuta um Corpo em outro. Ao chegar ao ponto em que o velho Corpo está tão debilitado que é notado pelo Mundo externo, causando comentários, ele já deverá ter equilibrado a matéria de tal forma que o novo Corpo esteja pronto para ser usado. Ele pode sair do antigo e entrar no novo. Mas, ele não faz isso simplesmente com o propósito de continuar a viver na mesma comunidade. É-lhe possível, em razão do seu grande conhecimento, usar o mesmo Corpo durante muitos anos de maneira que continuaria a parecer jovem, pois esse Corpo não está sujeito ao desgaste causado por nós, simples mortais, pelas paixões, emoções e desejos.

Contudo, quando cria um novo Corpo, segundo consta ao autor, é sempre com o propósito de abandonar o meio em que vive e empreender o seu trabalho num novo ambiente.

Eis a razão pela qual ouvimos falar sobre homens como Cagliostro, St. Germain e outros, que apareciam um dia num determinado lugar, executavam uma missão importante e desapareciam. Ninguém sabia de onde vinham ou para onde iam, mas todos os que os conheceram prontificaram-se a testemunhar sobre suas notáveis qualidades, seja com o propósito de difamá-los ou louvá-los.

Os Irmãos Maiores ensinam que Christian Rosenkreuz tem um Corpo físico, ou talvez uma série de Corpos que usou continuamente desde que a Ordem foi fundada no século XIV. Mas, embora o autor tenha falado com vários Irmãos Leigos de alto grau, nenhum deles jamais admitiu ter visto Christian Rosenkreuz. Todos nós sabemos que ele é o décimo terceiro membro da Ordem e é sentido nas reuniões do Templo como uma presença, mas não é visto nem ouvido, segundo testemunho de todos que o autor teve a ousadia de questionar.

A maneira pela qual os Irmãos Maiores se referem ao seu chefe ilustre foi sempre reticente, e pareceria ser uma curiosidade excessiva perguntar qualquer coisa além daquilo que estão dispostos a responder. Sabemos, contudo, que o seu trabalho está relacionado com o governo do mundo. Embora não sejamos capazes de apontar qualquer personagem no atual palco mundial como sendo este grande Espírito, temos certeza que ele está aqui, executando a sua tarefa. Conta-se que ele usou a vestimenta de uma dama da Corte Francesa anterior à revolução e trabalhou árdua e honestamente para impedir aquela catástrofe iminente, ainda que sem sucesso.

Embora acreditemos na verdade desse fato, é apenas um indício. Se tivéssemos que indicar esse grande líder atualmente, iríamos encontrá-lo exercendo mais o poder atrás do trono em algum lugar, do que como titular de um dos cetros do poder no mundo de hoje.

(Perg. 69 do Livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. II – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Os Arcanjos trabalham com a humanidade? Se isso é verdade, como e com o que se parecem?

Pergunta: Os Arcanjos trabalham com a humanidade? Se isso é verdade, como e com o que se parecem?

Resposta: Sim, os Arcanjos trabalham com a humanidade. Aparecem a todos aqueles que os podem ver como seres poderosos de dimensões variadas, irradiando grandes correntes de força colorida. Em algumas ocasiões aparecem dentro de uma formação nebulosa.

Cada nação (com raras exceções) possui um Espírito de Raça, um Arcanjo, que à vista espiritual aparece como uma nuvem envolvendo e permeando a atmosfera do país habitado pelo povo que se encontra sob o seu domínio. Observa-se tal domínio quando o Espírito de Raça exerce um controle sobre a laringe e os pulmões de cada ser pertencente àquela comunidade particular. As cordas vocais vibram dentro da sua nota peculiar, o que faz com que o idioma de uma nação difira do de outra.

É em resposta à vibração dos Espíritos de Raça que os laços de nacionalidade unem os povos de uma nação num propósito comum, não somente entre si, como também em relação à terra que habitam. Esse laço é conhecido como patriotismo. Esses Espíritos Arcangélicos são os árbitros do destino de seus povos, tanto sob o aspecto espiritual como político e industrial.

Os Arcanjos operam na reflexão do impulso espiritual vindo do Sol sobre a humanidade, sob a forma de Religião de Raça e por isso são aptos no manejo dessas forças solares, agindo diretamente sobre o Corpo de Desejos no sentido de restringir suas tendências malévolas.

Esses excelsos seres dirigem correntes de força espiritual de tal forma que limitam a ação individual por intermédio do medo ou impelem atos de coragem. Entretanto, seu trabalho sobre a humanidade tem uma finalidade benéfica.

A liberdade individual é exígua nos países onde se observa um acentuado poder do Espírito de Raça. Por outro lado, quanto mais avançada é uma nação, tanto maior é a prerrogativa de livre-arbítrio de seus concidadãos.

Os Arcanjos são os auxiliares de Jeová (o Espírito Santo), hábeis manipuladores das forças espirituais solares. Seu veículo de expressão inferior é o Corpo de Desejos. Eis porque preparam a humanidade para receber diretamente essas forças sem a intervenção lunar. Essa tarefa cabe ao Cristo, como o mais alto Iniciado do Período Solar.

(da Revista Rays from the Rose Cross – Publicado na Revista Serviço Rosacruz – setembro-1970)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Se a mulher, que possui o Corpo Vital positivo, atingir um ponto evolutivo que lhe permita escolher um corpo, e ela escolher um Corpo Denso positivo, onde será contrabalançada a parte negativa?

Pergunta: Se a mulher, que possui o Corpo Vital positivo, atingir um ponto evolutivo que lhe permita escolher um corpo, e ela escolher um Corpo Denso positivo, onde será contrabalançada a parte negativa?

Resposta: Para esclarecer melhor, precisamos compreender primeiramente que homem e mulher são designações que se aplicam apenas ao Corpo Denso, pois o sexo não se expressa da mesma maneira nos veículos superiores. Fixem firmemente a ideia que o Espírito que se manifesta nos corpos de ambos os sexos, que chamamos masculino e feminino, é assexual. No entanto, duas características do Espírito são particularmente postas em evidência quando ele cria seus veículos: vontade e imaginação, positivo e negativo, e eles manifestam-se, respectivamente, como masculino e feminino quando o Espírito alcança o Mundo Físico e constrói o corpo no qual atuará sob a orientação divina das Hierarquias Criadoras. O Espírito expressa alternadamente vontade e imaginação, para que se desenvolvam igualmente ao manifestarem-se em corpos masculinos e femininos. O equilíbrio, sendo imperfeito, é restabelecido ao receber um Corpo Denso positivo juntamente com um Corpo Vital negativo, e vice-versa.

Finalmente, quando chega o momento em que o Espírito — após ter passado pela escola da vida aprendendo suas lições — atinge um grau de evolução tão elevado que consegue um perfeito autocontrole ou harmonia, torna-se desnecessário garantir o pleno equilíbrio através das polaridades opostas no corpo. Então, o Espírito pode e toma para si um Corpo Vital positivo e um Corpo Denso positivo. Isso acontece com a maioria dos Iniciados, exceto quando, por razões especiais, eles acham vantajoso usar um Corpo Denso negativo. No entanto, em todo Iniciado o Corpo Vital é sempre positivamente polarizado, pois isso o torna um instrumento melhor e mais receptivo às vibrações oriundas do Espírito de Vida, do qual o Corpo Vital é uma contraparte.

 (Perg. 71 do Livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. II – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: É possível ser Iniciado em outro plano sem passar antes por uma Iniciação correspondente no plano físico? Nesse caso, a lembrança da Iniciação, no primeiro despertar, seria uma indicação que esta se realizou, ou isso não passaria de um sonho?

Pergunta: É possível ser Iniciado em outro plano sem passar antes por uma Iniciação correspondente no plano físico? Nesse caso, a lembrança da Iniciação, no primeiro despertar, seria uma indicação que esta se realizou, ou isso não passaria de um sonho?

Resposta: A humanidade, como um todo, está progredindo através de um processo que chamamos de evolução da impotência para a onipotência. Durante essa peregrinação, nós, que fomos outrora totalmente espirituais, cristalizamo-nos gradualmente nos vários veículos que possuímos hoje. Naqueles dias do passado éramos inteiramente conscientes no plano espiritual, e embora no tempo devido nos tenhamos envolvido num corpo físico, não o sabíamos. No entanto, gradualmente, alguns tornaram-se conscientes do corpo físico. Como diz a Bíblia: “Eles olharam-se, seus olhos foram abertos e viram que estavam nus”. Esses pioneiros, que haviam sido assim Iniciados no mistério do corpo físico, começaram a dizer aos outros: “Nós temos um corpo”. No início, é natural que muito poucos acreditassem neles, mas, gradualmente, um maior número se tornou Iniciado no mistério do corpo. Eles receberam sua visão física, e viram algo que não era tão patente aos seus irmãos. Finalmente, toda a humanidade desenvolveu os sentidos físicos e tornou-se capaz de perceber o mundo material no qual vivemos hoje.

Atualmente acontece o contrário. A humanidade tornou-se tão apegada ao mundo material, que a grande maioria não se conscientiza da existência de seus veículos superiores e do fato de existir um mundo espiritual, que pode ser percebido através de um sexto sentido que já foi desenvolvido por poucos, mas que está latente na maioria das pessoas. Estes pioneiros que, por meio do desenvolvimento de um sexto sentido, se tornaram Iniciados no mistério da alma, estão agora ocupados em difundir para os outros as boas notícias, isto é, que temos uma alma e um sentido latente para percebê-la.

Esta explicação deveria tornar claro que a Iniciação consiste, até certo ponto, em ajudar alguém que não tenha sido previamente capaz de perceber o mundo espiritual, a mudar a sua consciência a fim de poder focalizá-la à vontade na parte invisível do ser humano que denominamos alma, e manter perfeita consciência de tudo que vê.

Isso é verdade, pelo menos no que diz respeito ao processo espiritual de Iniciação. Naquela longínqua Época Lemúrica, quando os primeiros pioneiros descobriram que tinham um corpo, não podiam ajudar ninguém que não estivesse preparado a participar de uma cerimônia por mais elaborada que ela fosse; a elevação a ser obtida pela Iniciação consistia na abertura dos olhos e na percepção do corpo físico no mundo físico. Da mesma forma, não adiantará passar por cerimônias desde manhã até à noite, ou estudar o livro deste ou o método daquele homem. O objetivo é desenvolver o sexto sentido, por meio do qual o mundo invisível e os veículos invisíveis do homem possam ser percebidos. Este é um lento processo de crescimento, e exige que a pessoa se transforme em algo que não é no momento.

O melhor método de despertar este sentido latente, apropriado para o Mundo Ocidental, está indicado no “Conceito Rosacruz do Cosmos” sob o título: Método para Adquirir o Conhecimento Direto, como também no artigo intitulado Visão e Percepção Espiritual, Seu Cultivo, Controle e Uso Correto. Quando a vida física de uma pessoa a tornou apta para a Iniciação, o Mestre sempre aparece no seu caminho enquanto ela está completamente desperta e em plena consciência física. O candidato é informado que desenvolveu um veículo necessário para atuar no mundo invisível, é-lhe oferecida ajuda para efetuar a primeira ou transição “inicial” com segurança.

Esta é uma oferta que poderá ser recusada se o candidato assim o desejar, e nenhum dos Irmãos Brancos o pressionaria contra a sua vontade, se ele não quiser ir. Certos preparativos físicos são necessários e, durante todo o processo, desde o momento em que abandona o corpo até o retorno, o candidato permanece plenamente consciente e tem uma lembrança ininterrupta de tudo o que ocorre. Portanto, é impossível a alguém que tenha realmente passado por um processo da Iniciação, duvidar dele ou pensar que tenha sido um sonho.

 (Perg. 67 do Livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. II – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Como os registros na Memória da Natureza aparecem à visão espiritual? Como os atos da vida anterior de uma pessoa são representados?

Pergunta: Como os registros na Memória da Natureza aparecem à visão espiritual? Como os atos da vida anterior de uma pessoa são representados?

Resposta: Isso depende de onde se leia na Memória da Natureza. No Éter Refletor existem imagens de tudo que aconteceu no mundo, num período de, pelo menos, várias centenas de anos atrás, talvez muito mais em certos casos. Aparecem semelhantes a imagens projetadas numa tela, com a diferença que as cenas se desenrolam em sentido contrário. Portanto, se desejarmos estudar a vida de Lutero ou de Calvino na Memória da Natureza, podemos, por meio da concentração, evocar quaisquer pontos de suas vidas e daí começar mantendo a cena com a qual iniciamos a observação ou outra cena qualquer, pelo tempo que desejarmos pela simples vontade de a contemplar. No entanto, descobriremos que a película se desenrola para trás, assim, se começarmos com a cena em que Lutero, segundo consta, lançou o tinteiro contra a parede a fim de expulsar sua Majestade Satânica, e se quisermos saber o que aconteceu depois disso, nada conseguiremos. Passarão diante de nós todas as cenas ocorridas anteriormente e, para conseguir a informação desejada, deveremos começar a partir de um ponto posterior ao tempo daquele acontecimento. Então as cenas desenrolar-se-ão de frente para trás, numa sequência ordenada, até que cheguemos ao episódio do tinteiro e, em consequência, poderemos mais tarde reconstituir a cena completa da forma progressiva que se obtém diária e habitualmente na vida física.

Contudo, se lermos na Memória da Natureza no reino superior seguinte, onde o registro é guardado, ou seja, na subdivisão mais elevada da Região do Pensamento Concreto, obteremos uma visão consideravelmente diferente. Ao concentrarmos o pensamento em Lutero, evocaremos em nossa Mente, de uma só vez como num lampejo, o registro completo de sua vida. Não haverá começo nem fim, mas experimentaremos imediatamente o aroma ou a essência de toda a sua existência. Esse filme — ou pensamento ou conhecimento — não estará localizado fora de nós como se fôssemos simples espectadores assistindo a vida de Lutero. Na verdade, ele estará dentro de nós, e nós nos sentiremos como se fôssemos realmente Lutero. Esse filme falará à nossa consciência interna e dar-nos-á um entendimento completo da vida e dos objetivos dele, o que não poderia ser adquirido através de uma simples visão externa. Saberemos o que ele sabia durante algum tempo. Sentiremos o que ele sentiu e, embora não haja emissão sonora, obteremos um profundo conhecimento desse homem desde o berço até o túmulo.

Cada pensamento e ato, por mais íntimos e ocultos que tenham sido, chegarão ao nosso conhecimento com todos os seus motivos e tudo que os ocasionou. Isso nos levará a uma compreensão mais ampla da sua vida, um entendimento tão íntimo que, provavelmente, nem ele próprio, durante a sua vida, imaginou a extensão do conhecimento que teríamos dele.

Podemos pensar que, tendo adquirido um conhecimento tão profundo e completo sobre Lutero, Calvino, Napoleão ou qualquer outro ser humano, acontecimento histórico ou até pré-histórico antes da história ser escrita, seríamos capazes de escrever livros que explicariam todas essas coisas de maneira maravilhosa. Os que tentarem ler a Memória da Natureza, conforme ela se apresenta nessa Região elevada, confirmarão a declaração do autor, que foi exatamente isso que sentiram quando deixaram a pesquisa e voltaram para a sua consciência cerebral comum. No entanto, o pensamento deve se manifestar através do cérebro e, para se tornar inteligível para os outros, deve ser traduzido em frases que contenham e desenvolvam consecutivamente as ideias a serem expostas, e ninguém que ainda não tenha sentido esta limitação ao voltar do Mundo Celestial com informações tão valiosas, pode avaliar o desapontamento e o desespero que a pessoa sente ao fazer esse esforço. Nessa subdivisão elevada da Região do Pensamento Concreto, todas as coisas estão incluídas num eterno aqui e agora. Não há tempo nem espaço, começo nem fim, e é quase impossível ajustar ordenadamente as ideias sobre o que lá foi visto, ouvido e sentido. Parece simplesmente que o cérebro se recusa a deixar filtrar essas ideias. Nós, que temos visto e ouvido, sabemos o que vimos e ouvimos, mas somos incapazes de expressá-lo. Não há idioma ou língua humana que possa traduzir essas coisas de maneira adequada e só podemos transmitir aos outros uma fraca impressão, uma sombra atenuada da gloriosa realidade.

Há ainda outro registro da Memória da Natureza no Mundo do Espírito de Vida que, segundo os Irmãos Maiores da Rosacruz, abrange os eventos que remontam aos primórdios da nossa atual manifestação. São tão sublimes, tão maravilhosos que não encontramos palavras que possam descrevê-los. Há muitos mistificadores que se enganam a si mesmos e aos outros, julgando que são capazes de ler esse registro, mas, segundo os Irmãos Maiores, somente eles próprios e outros Hierarcas de outra Escola de Mistérios, juntamente com os Adeptos que se graduaram nessas instituições, são capazes de ler esse registro.

 (Perg. 66 do Livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. II – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Qual é o processo que leva à consciência da quarta dimensão e tem a ver com os três canais semicirculares no ouvido?

Pergunta: No Conceito Rosacruz do Cosmos, Capítulo III — subtítulo O Segundo Céu -, consta que a faculdade de percepção do espaço está ligada ao delicado ajustamento dos três canais semicirculares no ouvido, apontando nas três dimensões do espaço. O pensamento lógico e a capacidade matemática estão em proporção da precisão do seu ajustamento.

Parece que a percepção da quarta dimensão foi alcançada por matemáticos de nível muito superior. Poderiam dizer-me se há alguma mudança na disposição desses canais semicirculares, ou qual é o processo que leva à consciência da quarta dimensão?

Parece também que os espíritos da natureza e os elementais possuem esta consciência da quarta dimensão, o que representa um grau de consciência mais elevado daquele que temos agora, e isso se aplica possivelmente à abelha ou aos cavalos Elberfeld[1]. Poderiam indicar o elo perdido? O que torna o ser humano ou a humanidade superior a esses seres, e qual é a disposição desses canais semicirculares no caso das abelhas e desses cavalos talentosos?

Resposta: Para a maioria da humanidade, os algarismos são excessivamente tediosos, pois estamos acostumados a viver uma vida externa entre outras pessoas e amigos, com os quais expressamos os nossos desejos, sensações e emoções. Quanto mais esses sentimentos são intensos, mais interessantes achamos a vida. Por outro lado, coisas que não causam qualquer emoção são tidas como monótonas e desinteressantes. Por essa razão, a maioria não é atraída pela matemática ou por qualquer outra coisa que aguce a Mente sem que, ao mesmo tempo, desperte a natureza emocional.

Sabemos que Deus geometriza, que todos os processos da natureza estão estruturados sobre cálculos sistemáticos que provam a existência de uma Inteligência Superior. Quando Deus, o grande Arquiteto do Universo, construiu o mundo todo sobre linhas matemáticas, podemos concluir que, consciente ou inconscientemente, o matemático está alcançando uma direção em que finalmente ver-se-á face a face com Deus, e isso, por si mesmo, mostra uma expansão de consciência. Se considerarmos que cada um dos canais semicirculares é realmente um nível supersensível do espírito — ajustado de maneira a indicar à nossa consciência o movimento do nosso corpo através do comprimento, largura ou profundidade do espaço — podemos facilmente entender que o seu presente ajuste é necessário para a percepção do espaço. Se esses canais são bem ajustados, a percepção da pessoa é perfeita e, se ela empreender o estudo da matemática, as suas teorias estarão em concordância com o que ela vê no mundo como fatos reais. Em algumas Mentes elevadas, isso gera um verdadeiro amor pelos algarismos, o que se torna um fator de descanso para essas pessoas, ao invés de serem uma fonte de cansaço como o são para a maioria. O amor pelos algarismos pode despertar nelas as faculdades espirituais latentes, mas não através de qualquer mudança nos canais semicirculares. Esses são estruturas ósseas e não mudam facilmente durante o período de nossa vida. No entanto, não há dúvida que aquele que possuir gosto pela música ou pela matemática irá construir esses canais mais acuradamente no Segundo Céu, no período compreendido entre a morte e um novo nascimento.

Quanto à consciência dos elementais ou dos espíritos da natureza, realmente eles possuem o que pode ser chamado consciência da quarta dimensão. Além da altura, largura e comprimento, que são as dimensões do espaço no mundo físico, há o que denominamos “interpenetração” nos Éteres. Com a visão etérica podemos ver dentro de uma montanha e, se tivermos um Corpo Vital como possuem os espíritos da natureza, podemos atravessar a mais dura rocha de granito. Esse não oferecerá qualquer obstáculo, da mesma forma que o ar não impede a nossa marcha aqui, embora, muitas vezes, sejamos perturbados pelos ventos. Contudo, mesmo entre os espíritos da natureza há diferentes entidades e uma correspondente variação de consciência.

Os corpos dos Gnomos são feitos principalmente do Éter Químico, portanto, são do solo da terra. Ninguém os vê voando como voam as Sílfides. Eles podem ser queimados no fogo e envelhecem de maneira não muito diferente da dos seres humanos.

As Ondinas que vivem na água e as Sílfides no ar são também mortais, mas sendo os seus corpos compostos, respectivamente, dos Éteres de Vida e Luminoso, têm uma longevidade maior. Acredita-se que os Gnomos não vivam mais do que algumas centenas de anos, as Ondinas e as Sílfides milhares de anos, e as salamandras, cujos corpos são feitos principalmente do quarto Éter, viveriam muitos milhares de anos. Contudo, a consciência que constrói e anima esses corpos pertence a várias Hierarquias Divinas que, dessa maneira, adquirem experiência adicional, e as formas, que foram construídas de matéria e depois animadas, atingiram um grau de autoconsciência durante essas longas existências. Eles percebem sua própria existência transitória, e é devido à sua rebeldia contra esse estado de coisas, que a guerra dos elementos, principalmente as do fogo, do ar e da água é travada. Julgando que são mantidos em cativeiro, procuram libertar-se das amarras pela força, mas, não possuindo nenhum estilo de direção, investem furiosamente de uma maneira destrutiva que resulta muitas vezes em grandes catástrofes.

A consciência dos Gnomos é vagarosa demais para tomarem a iniciativa, mas eles tornam-se frequentemente cúmplices dos outros espíritos da natureza ao abrir passagens que favorecem explosões na rocha. No entanto, isso não tem nenhuma ligação com os cavalos Elberfeld ou com outros animais prodígios. Esses são os pupilos dos seus respectivos Espíritos-Grupo, e é provável que seja a última vez que renasçam numa forma animal.

Quando isso acontece, tais Espíritos são relegados ao Caos, onde devem esperar durante a Noite Cósmica por seus irmãos menos dotados até a época em que lhes será possível iniciar a sua evolução humana no Período de Júpiter.

(Perg. 65 do Livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. II – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz SP)

[1] N.R.: Os célebres cavalos Muhamed e Zarif deixaram a sociedade parisiense atônita no início do século XX, quando através de um alfabeto convencional conversavam com o seu dono, rico comerciante de Elberfeld, distrito de Wuppertal, na Alemanha; além de executarem difíceis cálculos matemáticos, inclusive raízes quadradas e cúbicas.

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Poderiam esclarecer o problema da percepção? Como o vidente sabe a respeito dos planos superiores?

Pergunta: Poderiam esclarecer o problema da percepção? Como o vidente sabe a respeito dos planos superiores? Isto é, (a) como ele distingue entre um pensamento-forma emanado da sua própria Mente, (b) o pensamento-forma emanado de alguma outra pessoa quer esteja encarnada ou não, (c) de entidades espirituais reais?

Resposta: Contrariamente à opinião das pessoas que nada sabem a esse respeito, isto é puramente uma questão de treinamento. É absolutamente errado supor que, pelo fato de uma pessoa ter desenvolvido a visão espiritual, tornando-se capaz de ver coisas nos Mundos geralmente invisíveis à visão humana comum no presente estágio de evolução, essa faculdade a leve também a saber tudo. Na realidade, ela nada sabe até ter adquirido o conhecimento através da investigação. A Lei de Analogia, que é a chave-mestra para todos os mistérios, deverá tornar isto claro. “Assim como é em cima, assim é embaixo”. Vemos o aparelho de telefone, sabemos como fazê-lo funcionar tirando o receptor, colocando-o no nosso ouvido e falando através do transmissor. Sabemos até, de forma vaga, que ele opera por meio da eletricidade, mas o mecanismo permanece um mistério para a grande maioria.

Similarmente, podemos voltear um interruptor elétrico, as luzes cintilarem, e os motores começarem a funcionar. Vemos o fenômeno, mas não conhecemos as forças subjacentes até que tenhamos investigado e adquirido o posterior conhecimento. As mesmíssimas condições prevalecem e num grau muito maior no Mundo do Desejo, devido à plasticidade superlativa da matéria de desejo e à facilidade com que ela se modifica assumindo as mais diferentes formas segundo a vontade do Espírito que a anima, seja ele super-humano ou elemental. Por essa razão, mesmo a pessoa que tem controle voluntário da sua visão espiritual requer um treinamento completo e deve desenvolver a faculdade de ver além da forma, a vida que a anima. É somente após ter desenvolvido essa faculdade que ela estará livre de engano e capaz de distinguir a verdadeira natureza e estado de todas as coisas e seres que vê no mundo invisível. Para tornar isto o mais eficiente possível e ter e certeza de não haver ilusões, é necessário cultivar o grau de visão espiritual que pertence à região concreta do Mundo do Pensamento, onde os arquétipos podem ser vistos.

Para tornar isto claro, podemos recordar que a visão física varia, de forma que há certos seres que veem perfeitamente em condições que para nós pareceriam obscuras. Por exemplo, as corujas e morcegos. Os olhos dos peixes são estruturados de maneira a poderem ver debaixo da água. Os órgãos da visão espiritual são também capazes de sintonizar diversas vibrações. Cada frequência de vibração produz um grau diferente de visão e revela ao pesquisador um determinado reino da natureza. Por uma extensão ligeiramente maior da visão física, os Éteres e os seres tornam-se ali plenamente visíveis. Esse grau da visão pode ser comparado ao raio-X, pois os objetos que aparecem sólidos à visão física são facilmente penetrados pela visão etérica.

Quando alguém olha para uma casa com a visão etérica, vê diretamente através da parede. Se quiser saber o que está ocorrendo num aposento no lado mais distante da casa em relação ao ponto em que se encontra, os raios etéricos dos seus olhos atravessarão as paredes e os objetos que se encontrarem no caminho, e ele passa a vê-los tão claramente como se a casa fosse de vidro. Esse grau de visão pode ser aplicado ao corpo humano, e é possível, com essa faculdade, ver através de toda a estrutura orgânica e observar as suas funções em plena atividade. O autor também achava, até recentemente, que o estratagema comum de se ler uma carta encerrada num envelope selado, talvez no bolso de outra pessoa, realizava-se da mesma maneira. No entanto, estimulado pelos artigos sobre psicometria da nossa revista, pegou uma carta endereçada a ele mesmo e tentou a experiência, no que teve sucesso total, pois foi-lhe mostrada, sentada em seu quarto, tanto a pessoa que tinha escrito a carta como todo o seu conteúdo. Logo depois, ele tentou a visão etérica com outra carta para averiguar como diferir o resultado, e teve grande dificuldade em decifrar o que estava escrito porque a carta havia sido dobrada. Parecia haver uma massa conglomerada de riscos de tinta, e foi necessário o uso do grau mais elevado de visão que penetra o Mundo do Desejo antes da carta poder ser lida.

Quando alguém olha para um objeto com a visão necessária para ver o Mundo do Desejo, mesmo os objetos mais sólidos podem ser vistos por e através de todos os lados, com a diferença de que quem os vê, é como se estivessem vindo de todas as direções. Pensamentos-forma, tais como os que foram mencionados pelo consulente, provavelmente são revestidos deste material, porque nenhum pensamento-forma pode compelir à ação a não ser por intermédio desta força — a substância que chamamos matéria de desejo — e ninguém, a não ser quem tenha estudado a questão, pode imaginar quantas pessoas são movidas por pensamentos-forma que acreditam ser seus, mas que, na realidade, se originaram no cérebro de outrem. É dessa forma que a opinião pública é formada. Grandes pensadores, que possuem ideias definidas a respeito de algo particular, irradiam aqueles pensamentos-forma. Outros pensadores, menos positivos e não contrários à opinião expressa nesses pensamentos-forma errantes, conseguem captá-los pensando que se originaram dentro de si. Assim, gradualmente, o sentimento cresce e o que começou na Mente de um único homem, passa a ser aceito por grande parte de uma comunidade.

Para conhecer positivamente a origem de tais pensamentos-forma errantes, seria necessário um estudo por meio do grau de visão apropriada para atuar na Região do Pensamento Concreto, onde a ideia original tomou forma. Ali, todos os objetos sólidos aparecem como cavidades vazias de onde uma nota-chave básica é continuamente tocada, assim, quem os vê, também ouve deles a história completa da sua existência. Pensamentos-forma que não se cristalizaram ainda em ação concreta ou ser físico, não se apresentam ao observador como uma cavidade, mas ali, os pensamentos não são silenciosos. Eles falam uma linguagem inconfundível e transmitem, de uma forma muito mais precisa do que as palavras, a sua intenção, até que a energia despendida pelo seu criador se esgote. Como vibram no tom peculiar à pessoa que lhes deu origem, é comparativamente fácil para o ocultista treinado investigar sua fonte.

Quanto ao parágrafo “c” da sua pergunta, não ficou muito claro o que questionou. Se deseja saber como distinguir os pensamentos das verdadeiras entidades espirituais dos nossos próprios pensamentos, o método anterior pode ser aplicado a todos os seres sem qualquer distinção. Mas, se quer saber como podemos distinguir as entidades espirituais reais dos pensamentos-forma, a resposta é que os pensamentos-forma são destituídos de espontaneidade. Eles são mais ou menos parecidos a autômatos. Eles movimentam-se e agem em uma única direção, de acordo com a vontade do pensador que é a força motivadora que os impulsiona. As ações objetivas das entidades espirituais são espontâneas e mutáveis, da mesma forma que o são as nossas ações ou táticas sempre que o desejarmos ou quando nos pareça desejável mudá-las.

 (Perg. 64 do Livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. II – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: O que causa a paralisia e como isso se configura no horóscopo?

Pergunta: O que causa a paralisia e como isso se configura no horóscopo?

Resposta: Do ponto de vista físico, a paralisia é causada pelo fato de o Corpo Vital debilitar-se de modo a obstar o fluxo da força vital dos nervos para os músculos do Corpo Denso. Sabemos, todavia, que as condições físicas resultam de causas espirituais.

A causa de muitas enfermidades é determinada pela natureza da própria enfermidade. A paralisia incapacita uma pessoa a movimentar partes de seu Corpo, parcial ou inteiramente. Geralmente nós padecemos daquilo que fizemos, previamente, os outros sofrerem. Portanto, no caso de alguém ser paralítico, podemos presumir que, no passado, contribuiu, de alguma forma, para a paralisia de outros. Em outras palavras: ele ou ela, de alguma maneira impediu a que outros fizessem uso de suas faculdades naturais.

Quando tudo nos corre bem, estamos propensos a ficar satisfeitos com a vida e pouco inclinados a pensar nas necessidades alheias. Por outro lado, quando nos deparamos padecendo de algum mal físico, provavelmente começaremos a manifestar sentimento de amor e solidariedade em relação ao próximo. Limitados ou incapacitados, sofrendo dores, principiamos a dar-nos conta das atrocidades outrora cometidas, pelas quais infligimos sofrimentos a outrem.

Assim, as aflições nos ensinam preciosas lições espirituais. Se as aceitamos, esforçando-nos em aprendê-las, ascenderemos a um mais elevado estado de consciência cuja característica básica traduz-se em amor e compaixão a todos as criaturas.

Astrologicamente, a paralisia é determinada principalmente por Aspectos adversos de Urano e Netuno em Leão e Aquário. Outras indicações incluem: Sol ou Mercúrio com Aspectos adversos, em Sagitário; Saturno com Aspectos adversos em Áries; Saturno com Aspectos adversos com o Sol ou a Lua; Saturno com Aspectos adversos no Ascendente ou na  6ª Casa.

(Publicada na Revista Serviço Rosacruz – 02/1978)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: É correto afirmar-se que a Epigênese, neste caso, ocorre no Segundo Céu, e que o trabalho feito pelo Ego, no útero, não passa, na verdade, apenas de uma repetição?

Pergunta: No Conceito Rosacruz do Cosmos nós lemos que a Epigênese acrescenta alguma coisa nova ao Corpo, tornando a criança diferente de seus pais. No óvulo humano não há o menor traço do organismo em perspectiva. Um Ego, presumivelmente, acrescenta inovações ao seu arquétipo antes mesmo de renascer. É correto afirmar-se que a Epigênese, neste caso, ocorre no Segundo Céu, e que o trabalho feito pelo Ego, no útero, não passa, na verdade, apenas de uma repetição?

Resposta: De certo modo é correto afirmar que o Ego principia a fazer uso da sua faculdade epigenética já no Segundo Céu, quando da formação do arquétipo. O trabalho executado no útero, entretanto, não é meramente uma “repetição”. O esquema das inovações introduzidas já existe no arquétipo, elaborado de “matéria mental”, no Mundo do Pensamento Concreto.

Posteriormente, começa a receber material para a formação de seu corpo. O Ego sabe como manipular matéria química e etérica para dar expressão concreta, no Mundo Físico, às inovações arquetípicas. A Epigênese compreende justamente essa habilidade de trabalhar com a matéria, criando alguma coisa nova com as substâncias química e etérica e promovendo sua expressão física, em harmonia com o esquema adrede elaborado.

(Publicada na Revista Serviço Rosacruz – 02/1978)

Idiomas