Caminho da Iniciação: O Batismo
“Da Galileia foi Jesus ao Jordão ter com João, a fim de ser batizado por ele. João recusava-se: Eu devo ser batizado por ti e tu vens a mim!
Mas Jesus lhe respondeu: Deixa por agora, pois convém cumpramos a justiça completa. Então João cedeu. Depois que Jesus foi batizado, saiu logo da água.
Eis que os céus se abriram e viu descer sobre ele, em forma de pomba, o Espírito de Deus.
E do céu baixou uma voz: Eis meu Filho muito amado, em quem me comprazo”.(Mt 3; 13-17)
Note: João Batista,”entre os nascidos de mulher, não há nenhum maior que João”(Lc 7: 28); ou seja: os sujeitos a roda de nascimentos/mortes; como essênio, praticava o Batismo da Água; é o Arauto da nova era.
Nesse momento, mais uma vez, como na noite santa, os céus estavam cheios com os ecos de hosanas e voz angelical de Deus é ouvida proclamando: “Este é meu filho amado em quem me comprazo.”
Notem a presença marcante da Santíssima Trindade:
Os 3 atributos de Deus presentes: Vontade, Sabedoria e Movimento
No Batismo, atingimos o maior grau de equilíbrio entre:
E quando alcançamos essa fase na nossa evolução:
O coração crê naquilo que o intelecto (o ocultismo) sancionou e o intelecto (o ocultismo) descobre com o coração, o conhecimento aplicado: a sabedoria.
Esse é o único meio que se consegue ter uma vida consagrada inteiramente ao Serviço do Reino de Deus na Terra.
Portanto, no Batismo a força espiritualizada da Mente e o Amor radiante do Coração se junta em uma identificação divina.
O nascimento do Cristo Interno foi completado e o Aspirante é um indivíduo Crístico.
O Batismo anuncia o início de uma nova vida, uma vida em que a personalidade é secundária porque a consciência Crística reina suprema.
A cabeça do agora iluminado se coroa por um halo de luz quando a “pomba branca” do Espírito Santo pousa sobre ele, bendizendo-o, enquanto a voz de Deus Pai declara: “Este é meu Filho muito amado, no qual me comprazo”.
São Paulo, que trilhou esse caminho, disse que: “Deus mitiga o vento para a ovelha tosquiada”. Quem analisa essas etapas, comprovará que isso é correto!
É aqui que Max Heindel sugeria: “mantenham suas cabeças nas estrelas e seus pés no chão”
(veja mais em El Misterio de los Cristos – Cap. XXXVIII; Cap. VII- O Maravilhoso Livro das Eras – Corinne Heline; Treinamento Esotérico – Conceito Rosacruz do Cosmos; Visão e Compreensão Espirituais – Cristianismo Rosacruz – Max Heindel)
O Magno Mistério da Rosacruz: os ensinamentos são somente “a casca que tem de ser removida, a fim de ser saboreado o fruto”
Costumamos receber cartas de estudantes, nas quais se queixam de que se encontram desamparados nos estudos que fazem da Filosofia Rosacruz; que suas esposas ou esposos, filhos ou demais parentes não só antipatizam, como são antagônicos aos ensinamentos dessa filosofia, apesar dos esforços que dispendem para interessá-los, e, ao mesmo tempo, para obterem cooperação e liberdade para levarem a cabo as suas inclinações. Esse atrito é causa de certa infelicidade, proporcional aos distintos temperamentos e, por isso, nos rogam que lhes aconselhemos sobre o modo de converter tais pessoas e vencer esse antagonismo.
Por meio de correspondência particular tivemos o prazer de ajudar a mudar as condições de não poucos lares, quando nossas sugestões foram seguidas devidamente. Entretanto, sabemos que aqueles que por esse motivo mais profundamente sofrem, são aqueles que se calam e, portanto, resolvemos dedicar-lhes curto espaço de tempo para discutir o assunto.
Foi dito, em verdade, mas muito verdadeiramente, que “um ligeiro conhecimento é perigoso”, e isso se aplica ao significado dos ensinamentos Rosacruzes; portanto, o principal é sabermos se temos um conhecimento suficiente para sustentarmos uma atitude apropriada e, então, eu vos faço uma pergunta: O que são esses ensinamentos Rosacruzes que com tanto afã procura inculcar-nos outros, e qual o seu objetivo? Será tornar conhecidas as leis gêmeas da Causalidade e do Renascimento? Elas por si só explicam muitos dos problemas da vida e é um grande consolo quando a temível segadora apareça em vossa casa e arrebate a algum ser querido, porém, não esqueça de que existem muitas pessoas que não tem necessidade de nenhuma explicação, pois são de uma constituição tal que não se acham preparadas para receber o que lhes queiramos transmitir. É natural que agimos com maior vantagem quando temos consciência das leis e seus propósitos, mas atentemos ao fato de que essas leis trabalham para o bem geral, embora a humanidade tenha ou não conhecimento disso; portanto, esse conhecimento não é essencial. As pessoas não sofrerão grandes penas por não adotarem a nossa doutrina, e poderão, talvez, escapar da desvantagem de possuírem um “conhecimento muito limitado”.
Na Índia, onde essas verdades são conhecidas e cridas por milhões de pessoas, o povo faz muito pouco esforço para adquirir o progresso material, por saberem que tem tempo ilimitado para obterem o que quiserem e porque sabem que os que não fizerem nesta vida terão que fazer na futura; assim é que muitos ocidentais, ao abraçarem a doutrina do renascimento, caíram na indolência, deixando de ser úteis à comunidade e deturpando, assim, os chamados ensinamentos elevados. Se seus amigos ou parentes não se interessam por esses ensinamentos, deixai-os tranquilos; converter a outrem não é essencial sob o ponto de vista Rosacruz, pois o Guardião do Umbral não leva em consideração o conhecimento de ninguém, admitirá a alguns que desconheçam completamente o assunto e baterá à porta no rosto de outros que passaram suas vidas lendo, estudando e ensinando os ensinamentos das leis.
De maneira que, se as doutrinas da Casualidade e do Renascimento não são essenciais, o que diremos do conhecimento da complexa constituição do ser humano? Seria essencial saber que nós não somos meramente um corpo visível, senão que temos um Corpo Vital que o carrega de energias, um Corpo de Desejos que consome essas energias, uma Mente para guiar os nossos esforços por canais razoáveis e que somos Espíritos Virginais envoltos como Ego em um véu tríplice? Seria também essencial saber que o Corpo Denso é a contraparte material do Espirito Divino; que o Corpo Vital é a contraparte do Espirito de Vida; e que o Corpo de Desejos é a contraparte do Espirito Humano, e que a Mente é o elo entre o Tríplice Espírito e o Tríplice Corpo?
Não, esse conhecimento não é essencial. Tais conhecimentos, quando usados de modo apropriado, são uma vantagem, mas poderão se tornar em desvantagem para aqueles que tenham “um conhecimento muito limitado”.
Muitos vivem meditando sobre as “coisas superiores”, enquanto os “seres inferiores” gemem na miséria diante de suas portas; muitos sonham, dia e noite, na hora em que tenham de sair de seus corpos em voos da alma, como “Auxiliares Invisíveis” para remediarem os sofrimentos, as enfermidades e tristezas alheias, não sendo, porém, capazes de gastar cinco minutos para consolar um pobre abandonado em um hospital ou para levar uma flor, uma palavra de consolo a alguém que dela necessite. Novamente declaro que o Guardião do Umbral admitirá aquele que fez o que pode e não ao que muito sonhou e nada fez para aliviar os sofrimentos de seus semelhantes.
Se conseguir que alguém estude os nossos ensinamentos sobre a morte e a vida que há depois dela, concluirá que também seria muito importante saber algo sobre o Cordão Prateado que permanece sem se partir, aproximadamente durante três dias, e meio depois que o espírito abandona o Corpo Denso, e que o Corpo Denso deve permanecer em ambiente de tranquilidade, enquanto o panorama de sua vida passada está sendo gravado no Corpo de Desejos, a fim de servir de árbitro na sua passagem pelos Mundos Invisíveis; achará, também, razoável que soubessem tudo o que se relaciona com a vida do Espírito no Purgatório e que como os maus atos da vida reagem sobre o ser humano, como dor, a fim de criar consciência e mantê-lo afastado de ditos atos, nas vidas futuras; igualmente, desejará fazê-lo aprender como os bons atos se transmutam em virtudes nas vidas futuras, conforme a nossa filosofia ensina; entretanto, se você se surpreende com a asserção de que o conhecimento das grandes leis gêmeas não é essencial, muito você se escandalizará, porque eu lhe digo que também não é essencial que conheça a constituição do ser humano, tal como a nossa filosofia ensina e muito lhe poderá entristecer ao lhe afirmar que os ensinamentos Rosacruzes, em relação à morte e a passagem do Espírito pelos Mundos Invisíveis não são, também, necessários para o propósito que pretendemos levar avante. Realmente, não importa que seus parentes ou amigos compreendam, creiam ou não em tais coisas; porém, pelo que diz respeito a sua morte, pode escrever aos vossos familiares que deixem o seu Corpo Denso em paz e que não permitam ruídos durante o período apropriado; todos, naturalmente, assim farão, mormente levando em conta certa superstição em respeitar a “última vontade dos moribundos”; e se ocorrer o falecimento de um seu parente ou amigo estará presente, a fim de que com o seu conhecimento possa ajudá-lo, convenientemente. Portanto, não se preocupe por se recusarem a receber os ensinamentos Rosacruzes.
Mas, dirá o estudante: “Se o conhecimento dessas coisas que parecem ter um tão grande valor prático não é necessário, é de se supor que o estudo dos Períodos, Revoluções, Mundos, Globos, etc. se encontram nas mesmas condições, e isso destrói tudo o que foi ensinado no ‘Conceito’, e nada restará daquilo que aprendemos e aceitamos com toda fé! “.
Que nada reste dos ensinamentos? … pois a verdade é que tais ensinamentos são somente a casca que tem de ser removida, a fim de ser saboreado o fruto. Com certeza você leu o Conceito muitas vezes e se sente orgulhoso em conhecer o mistério do mundo, porém leu o mistério que se oculta em cada uma de suas linhas? Esse é o grande e essencial ensinamento, aquele que interessará aos seus amigos e parentes, o qual quando aprendido deverá ser dado a eles. O Conceito predica em cada uma de suas linhas O EVANGELHO DO SERVIÇO!
Por nossa causa a Deidade manifestou o universo; as grandes Hierarquias Criadoras foram – e algumas delas continuam – sendo nossos servidores, os Luminosos Anjos astrais, cujos ígneos corpos vemos girando através do espaço, trabalharam conosco por muito tempo e, por sua vez, Cristo veio trazer-nos os impulsos espirituais de que carecíamos, sendo significativa a parábola: “Muito bem, bom e fiel servo, entra no gozo do teu Senhor; pois tive fome e me alimentaste, tive sede e me deste de beber” (Mt 25; 21). Não há nessa parábola nem uma só palavra sobre o conhecimento. Todo o seu significado gira em torno da fé e do serviço.
Nisso existe uma profunda e oculta razão: o serviço constrói o Corpo-Alma, o glorioso Traje Nupcial, sem o qual nenhum ser humano poderá entrar no Reino dos Céus, designado ocultamente por a “Nova Galileia”. De modo que se levarmos a cabo o nosso trabalho, não importa que saibamos ou não como se processam as coisas, pois o luminoso Corpo-Alma cresce ao redor da pessoa e a sua luz lhe ensinará tudo quanto concerne aos Mistérios sem que seja preciso recorrer a livros – por esse meio, o indivíduo aprende os ensinamentos de Deus de tal maneira que ultrapassa aquilo que os livros lhe poderiam oferecer. No devido tempo a sua visão interna se despertará e lhe mostrará o caminho para o templo.
Se quer ensinar aos seus amigos, por muito céticos que sejam, eles crerão em você se você pregar o “evangelho do serviço”. Mas a sua prédica deve ser prática; deve se converter em um servidor de todos se quiser que creiam em você; se quer que o sigam, deve guiá-los, pois de outro modo, terão o direito de duvidar da sua sinceridade. Lembra-se que “sois uma cidade sobre uma montanha” (Mt 5: 14-15) e que quando declarar qualquer coisa terão o direito de julgá-la pelos seus frutos; portanto, fale pouco e faça muito.
Muitos gostam de discutir tais coisas à mesa, esquecendo que a carne sangrenta que se acha ante seus olhos e o fumo dos charutos ofusca os sentidos; há muitos que fazem do seu estômago um deus e preferem estudar gastronomia, em vez da Bíblia, estando sempre dispostos a discorrer com seus amigos sobre o último prato em moda.
Conheci um indivíduo que dirigia um centro esotérico, cuja esposa tinha aversão pelo estudo do ocultismo e pela dieta vegetariana. Tal indivíduo advertiu sua esposa que se alguma vez cozinhasse carne ou contaminasse as panelas e prato com alimentos carnívoros seria posta na rua com todo o vasilhame, acrescentando que se ela pensava em torná-lo um porco, que fosse tomar as suas refeições em um restaurante. É de se admirar que tal senhora tivesse aversão pela religião de seu marido e nada quisesse saber dela? Desse caso pode se tirar uma boa lição, embora seja um caso extremo.
Muito digno de louvores foi o procedimento de Maomé, pois a sua primeira discípula foi a sua esposa, e muitos volumes se escreveriam sobre a bondade e consideração que o profeta dispensava em seu lar. Tal exemplo faria muito bem em seguir se quisermos adquirir amigos que nos sigam na vida superior, pois embora os sistemas religiosos difiram em sua parte externa o centro deles todos é AMOR.
(Revista Rosacruz – 12/64 – Fraternidade Rosacruz – SP)
Caminho da Iniciação: O Ensinamento no Templo
“E o menino crescia, tornava-se robusto, enchia-se de sabedoria;
e a graça de Deus estava com ele.
Seus pais iam todos os anos a Jerusalém à festa da Páscoa.
Quando o menino completou doze anos, segundo o costume,
subiram para a festa. Terminado os dias, eles voltaram, mas o
menino Jesus ficou em Jerusalém, sem que seus pais o notassem.
Pensando que estivesse na caravana, andaram o caminho de um dia, e
puseram-se a procura-lo entre parentes e conhecidos.
Três dias depois, eles o encontraram no Templo, sentado em meio aos doutores, ouvindo-os e interrogando-os; e todos os que o ouviam ficavam extasiados com sua inteligência e com suas respostas. Ao vê-lo ficaram surpresos, e sua mãe lhe disse:
‘Meu filho, por que agiste assim conosco? Olha que teu pai e eu, aflitos, te procurávamos’.
Ele respondeu: ‘Por que me procuráveis? Não sabíeis que devo estar na casa de meu Pai?’
Eles porém não compreenderam as palavras que ele dizia. Então desceu com eles e foi para Nazaré e estava-lhes sujeito.
Mas sua mãe guardava todas estas coisas em seu coração.
E Jesus progredia em sabedoria, em maturidade e em benevolência (amor) diante de
Deus e dos homens.” (Lc 2; 40-42 – 46-52)
A passagem da vida de Jesus que melhor nos ensina e que mais nos indica como devemos proceder para alcançar esse equilíbrio (pois nos fornece a dica do que devemos consagrar a nossa vida inteira) é a que descreve o Ensinamento no Templo, quando o menino Jesus aos 12 anos foi reencontrado pela sua mãe e seu pai “sentado em meio aos doutores, ouvindo-os e interrogando-os; e todos os que o ouviam ficavam extasiados com sua inteligência e com suas respostas”.
Nessa passagem, onde contém as primeiras palavras publicadas na Bíblia saídas da boca do menino Jesus, encontramos várias chaves sobre esse assunto.
A atitude do menino Jesus evidencia um ser humano que alcançou o equilíbrio perfeito “cabeça” e “coração”.
Essa faculdade está sob completo domínio da sua vontade. Não é necessário pôr-se em transe, ou fazer algo anormal para elevar sua consciência !
A educação ou exercitamento esotérico abriu a sua visão interna!
Aqui também vemos a atitude de seres humanos que procuram se desenvolver somente pelo lado do intelecto (os ocultistas). Ficam perplexos com a sabedoria do menino Jesus e mais ainda porque ele os fala pelo coração (Jerusalém) e os “doutores” compreendem de um modo muito mais profundo do que estudaram utilizando os meios intelectuais!
Também vemos o exemplo da atitude de um ser humano que procura se desenvolver somente pelo lado místico: “Meu filho, por que agiste assim conosco? Olha que teu pai e eu, aflitos, te procurávamos”. Notem a semelhança com momentos como: “estou proibido de comer qualquer coisa com amido…minha diabete está nas alturas…vou a casa de uma tia que muitos anos não a via…ela faz um bolo especialmente para mim…digo que não posso comer…eis que minha mãe diz: “meu filho, que desfeita…come só um pedacinho que não vai lhe fazer mal”.
E, ainda, o exemplo de como um ser humano com equilíbrio perfeito “cabeça” e “coração” se posiciona: “Por que me procuráveis? Não sabíeis que devo estar na casa de meu Pai?”. E onde estava o menino Jesus quando falou isso? No Templo (“não sabeis que sois o Templo de Deus?”).
Portanto, podemos ver que a passagem “O Ensinamento no Templo” nos ensina a combinar os nossos maravilhosos e um tanto latentes poderes:
Cabeça e Coração
Masculino e Feminino
…no nosso próprio interior.
E quando alcançamos essa fase na nossa evolução:
O coração crê naquilo que o intelecto (o ocultismo) sancionou E
O intelecto (o ocultismo) descobre com o coração, o conhecimento aplicado: a sabedoria
Esse é o único meio que se consegue ter uma vida consagrada inteiramente ao Serviço do Reino de Deus na Terra.
E, a partir daí, qualquer outro interesse que apareça, temporalmente, receberá a mesma resposta que o menino Jesus deu quando seus pais o encontraram no Templo, ensinando aos doutores: “Por que me procuráveis? Não sabíeis que devo estar na casa de meu Pai?”
(veja mais em: Fuga para o Egito – O Maravilhoso Livro das Épocas; El Misterio de los Cristos – Corinne Heline; Treinamento Esotérico – Conceito Rosacruz do Cosmos– Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)
Caminho da Iniciação: A Fuga para o Egito
“Depois de sua partida, um Anjo do Senhor apareceu em sonhos a José e disse: “Levanta-te, toma o menino e sua mãe e foge para o Egito; fica lá até que eu te avise, porque Herodes vai procurar o menino para o matar”. José levantou-se durante a noite, tomou o menino e sua mãe e partiu para o Egito. Ali permaneceu até a morte de Herodes para que se cumprisse o que o Senhor dissera pelo profeta: ‘Eu chamei do Egito meu filho’ (Os 11,1)”. (Mt 2; 13-15)
Esse acontecimento simboliza a ascensão temporária do ser humano sobre a divina natureza.
Esses nossos deslizes está muito bem simbolizados na Fuga para o Egito (Mt 2; 13-15), um evento que simboliza a ascensão temporária do ser humano sobre a natureza divina.
Há dificuldade em se entender essa passagem. Mas se lembrarmos que ainda se trata do ser humano Jesus; que ainda havia necessidade dele experimentar essa subjugação dos sentidos e da escuridão da Mente mortal (simbolizado pelo lugar Egito – não o país atual!), até para mostrar para cada um de nós que, não é porque “caímos” que não podemos retomar de onde paramos, então, o entendimento será mais clarificado.
Veja: a inciativa partiu de José, que simboliza a força masculina, a Vontade, a Razão em se afastar do caminho espiritual (não foi da força feminina, da Imaginação, o Coração).
E veja a simbologia de Herodes como o Mundo material, que encanta, ilude e se justifica por si só!
E é lá no Egito que sentimos: a solidão e o abandono; o obscurecimento da nossa Vida interior e o embaraçamento por viver na ilusão material, que separa, que divide e que engana (sentimos “as coisas que vão montadas e cavalgam sobre nós”). Aqui é difícil sentir que somos escravos de tudo aquilo que, por inconsciente ironia, chamamos de “minhas posses” quando, em realidade, são elas que nos possuem!
Assim, a Fuga para o Egito representa a terra da escuridão e materialismo, reflete na nossa vida a luta, em nossos primeiros passos, no desenvolvimento para a iniciação Cristã.
(veja mais em El Misterio de los Cristos; A Fuga para o Egito – O Maravilhoso Livro das Eras – Corinne Heline; Não a Paz, mas a Espada – Conceito Rosacruz do Cosmos; Sacrifício, um fator de Progresso Espiritual – Carta aos Estudantes – Max Heindel)
Caminho da Iniciação: Apresentação no Templo
“Concluídos os dias da sua purificação segundo a Lei de Moisés, levaram-no ao Templo em Jerusalém para o apresentar ao Senhor, conforme o que está escrito na lei do Senhor: Todo primogênito do sexo masculino será consagrado ao Senhor (Ex 13,2)
No tempo em que Jesus ainda era um menino havia, em Jerusalém, um homem chamado Simeão e uma mulher chamada Ana.
Esse homem, justo e piedoso, esperava a consolação de Israel, e o Espírito Santo estava nele.
Fora-lhe revelado, pelo Espírito Santo, que não morreria sem primeiro ver o Cristo do Senhor. Impelido pelo Espírito Santo, foi ao Templo.
E tendo os pais apresentado o menino Jesus, para cumprirem a respeito dele os preceitos da lei, Simeão tomou-o em seus braços e louvou a Deus nestes termos:
‘Agora, Senhor, deixai o vosso servo ir em paz, segundo a vossa palavra. Porque os meus olhos viram a vossa salvação que preparastes diante de todos os povos, como luz para iluminar as nações, e para a glória de vosso povo de Israel’.
Seu pai e sua mãe estavam admirados das coisas que dele se diziam.
Simeão abençoou-os e disse a Maria, sua mãe:
‘Eis que esse menino está destinado a ser uma causa de queda e de soerguimento para muitos seres humanos em Israel, e a ser um sinal que provocará contradições, a fim de serem revelados os pensamentos de muitos corações. E uma espada transpassará a tua alma’.
Ana era uma profetisa, filha de Fanuel, da tribo de Aser; era de idade avançada. Depois de ter vivido sete anos com seu marido desde a sua virgindade, ficara viúva, e agora com oitenta e quatro anos não se apartava do templo, servindo a Deus noite e dia em jejuns e orações.
Chegando ela à mesma hora, louvava a Deus e falava de Jesus a todos aqueles que em Jerusalém esperavam a libertação (Lc 2; 1-38)
Vamos a interpretação oculta, como nos é fornecido pelos Ensinamentos Rosacruzes:
Templo aqui significa: Lugar de dedicação; lugar onde aquele que quer percorrer o Caminho da Iniciação vai meditar e orar.
Enquanto estamos na “senda da preparação” e não conseguimos “fazer do nosso corpo um Templo total”, frequentemos Templos Solares Cristãso com egrégora estabelecida.
A Benção Sacerdotal Masculina (força masculina) é simbolizada por Simeão.
A Benção Sacerdotal Feminina (força feminina) é simbolizada por Ana.
Essa passagem da vida de Cristo-Jesus (e que todo Aspirante Cristão no Caminho da Iniciação também passará) é a nossa Consagração a uma vida de Servir.
Ou seja: processo de dedicação constante e cotidiana: em sempre servir aos outros, amorosa e desinteressadamente.
Como consequência temos a força do nosso Cristo Interno: vivificada, fortalecida e aumentada.
(Leia mais sobre esse assunto nos livros: Ao longo do Ano com Maria; Capítulo V – A Bíblia: O Maravilhoso Livro das Épocas- Corinne Heline; Ritual do Serviço de Natal; Iniciação Antiga e Moderna – A Anunciação e a Imaculada Concepção – Fraternidade Rosacruz)
Renascimento e Lei de Consequência
Pergunta: Qual o verdadeiro propósito da vida?
Resposta: O verdadeiro propósito da vida não é a felicidade atual, mas a experiência pela qual nos é possível desenvolver os poderes espirituais latentes e transformá-los em faculdades, para servir melhor ao plano divino da evolução. Deus evoluciona por nosso meio. Nós somos células no corpo cósmico de Deus. Estamos cristalizando matéria para Ele, criando um veículo na qual possa funcionar. Somos tão necessários a Deus, como Deus para nós. Devemos, por conseguinte, no máximo grau desenvolver as qualidades espirituais e os talentos latentes para que possamos colaborar neste grande projeto.
Pergunta: Quais são os objetivos da evolução através da matéria?
Resposta: Os três grandes objetivos da evolução, através da matéria, são:
1. 1 A espiritualização do caráter
2. 2 O desenvolvimento da vontade, para dirigir as faculdades obtidas pela experiência
3. O desenvolvimento da Mente criadora, para, em certo dia, podermos criar, direta e conscientemente.
Pergunta: O que é necessário para que estes objetivos sejam colimados?
Resposta: Para obter este desenvolvimento é necessário que o Ego renasça muitas vezes em corpo físico. Quando a experiência de qualquer vida foi total e espiritualmente assimilada, nos mundos superiores, o espírito sente necessidade de obter novas experiências. Este desejo impele, irresistivelmente, ao renascimento. Nosso conhecimento a respeito da reencarnação não fica limitado a especulações. O renascimento é um dos primeiros fatos concretos demonstrados aos alunos da Escola de Mistérios. Ensina-lhes a observar uma criança ao morrer. Depois, a seguir esta criança, através do mundo invisível, dia após dia, até chegar à reencarnação, dentro de poucos anos. Feito isso, o aluno sabe, com certeza absoluta, que o renascimento é um fato e não somente uma teoria metafisica.
Pergunta: Qual é o primeiro passo a ser dado nesse processo?
Resposta: O primeiro passo que o Ego dá no caminho do renascimento é escolher os pais, ou tê-los escolhidos para si. Não é assunto de mera sorte. Geralmente, destinam-nos pais a quem prestamos serviços em vidas anteriores; assim, estão, realmente, obrigados a sermos úteis, também.
Examinando estas ideias, podemos compreender a obrigação de facilitar os meios, sempre que seja possível, para permitir a outros Egos voltar como nossos filhos, a fim de, posteriormente, poderem prestar-nos serviço igual. Quando o Ego conta com certa quantidade de bom destino, permite-se-lhe ver, panoramicamente, diferentes vidas com diferentes pais e deixa-se-lhe a liberdade de escolher. Uma vez feita a eleição e determinadas as linhas gerais da vida, o Ego não pode voltar atrás. Sem dúvida, tem liberdade de ação para os detalhes. Estes podem ser executados num espírito de amor, ajuda e tolerância, ou num espírito de rebelião, odiando o ambiente no qual se acha situado. Assim, pode criar, livremente, um bom, ou um destino adverso, para uma vida futura.
No processo atual do renascimento, os distintos Átomos-sementes atraem para si os materiais para uma nova série de veículos: uma Mente, um Corpo de Desejos, um Corpo Vital e um Corpo Denso. Quando chega a hora, estes materiais se introduzem nos novos veículos e, então, o Ego renasce no Mundo Físico.
Isto ocorre, quando as forças Astrais estão em harmonia com o destino criado pelo Ego, em vidas precedentes. O Ego não pode renascer em nenhum outro momento, porque as forças ocultas em seus Átomos-sementes o impediriam. Depois do nascimento, as forças Planetárias que exercem influência sobre os veículos do Ego impelem, dia a dia, em certas direções, em harmonia com seu destino previamente criado e, assim, convertem-se em executores automáticos daquele destino. Sem dúvida, as forças Astrais nunca obrigam. Quando um ser humano usa sua vontade para trabalhar em harmonia com a evolução, domina as forças Astrais e as dirige.
Pergunta: Como opera a Lei de Consequência?
Resposta: A Lei de Consequência, ou Lei de Causa e Efeito, opera continuamente. Desde o momento do nascimento, as forças postas em ação em vidas precedentes e ainda não esgotadas, começam a produzir efeitos na criança e seus veículos. Todos os antigos amores e ódios sobem à superfície. Aparecem os antigos inimigos, para que o Ego, em contato com eles, possa preparar seu destino e transformá-los em amigos. Amigos anteriores ajudam o Ego, trabalhando com ele, em proveito mútuo. Assim nos aproximamos, lenta, mas irresistivelmente, da época da amizade universal. Pela Lei de Consequência, o ser humano aprende que cada ato acarreta responsabilidade e que cada força que põe em movimento tem seu correspondente efeito. Se, por negligência ou egoísmo, causa sofrimento, ou perdas aos outros, a Lei de Consequência lhe trará, fatalmente, condições semelhantes, em data mais ou menos remota. Assim, compreenderá a injustiça que há no agir desta maneira. Se não faz caso da lição recebida, a natureza lhe proporcionará experiências cada vez mais duras, até que faça o esforço necessário e obtenha poder e domínio sobre si.
Se os atos que praticamos são construtivos, na vida futura nasceremos sob condições que nos trarão êxito e felicidade. Se, ao contrário, cedemos as paixões, sem considerar os demais, ou se permanecemos indolentes e descuidados, renasceremos em condições e entre pessoas que farão nossas vidas fracassarem e nos causarão muitas calamidades.
Pergunta: Há algum outro fator importante em termos de progresso?
Resposta: Durante toda a vida, a qualidade a que os Rosacruzes chamam Epigênese está em atividade.
Esta qualidade é o poder de acionar um número ilimitado de causas novas não determinadas, nem impostas por atos do passado. Se estivéssemos sujeitos totalmente ao passado e incapazes de gerar causas novas, seria impossível desenvolver o poder criador original. Nem haveria livre arbítrio. A faculdade espiritual da Epigênese capacita-nos, se aplicarmos a vontade, abrirmos passagem e atingirmos esferas de maiores poderes e atividades proveitosas.
(Revista: Serviço Rosacruz – 02/73 – Fraternidade Rosacruz – SP)
Caminho da Iniciação: Sagrado Nascimento
E deu à luz seu filho primogênito, e, envolvendo-o em faixas, reclinou-o num presépio; porque não havia lugar para eles na hospedaria.
Havia nos arredores uns pastores, que vigiavam e guardavam seu rebanho nos campos durante as vigílias da noite.
Um anjo do Senhor apareceu-lhes e a glória do Senhor refulgiu ao redor deles, e tiveram grande temor.
O anjo disse-lhes: Não temais, eis que vos anuncio uma boa nova que será alegria para todo o povo:
hoje vos nasceu na Cidade de Davi um Salvador, que é o Cristo Senhor.
Isto vos servirá de sinal: achareis um recém-nascido envolto em faixas e posto numa manjedoura.
E subitamente ao anjo se juntou uma multidão do exército celeste, que louvava a Deus e dizia:
Glória a Deus no mais alto dos céus e paz na terra aos homens que ele ama”. (Lc 2; 7-14)
O Protótipo ideal da Imaculada Concepção é representado no céu:sobre o lugar do Seu nascimento, o zênite, o meio do céu, estava no Signo Câncer.
Nesta Constelação, chamada origem da vida na Terra ou novo nascimento no Mundo Físico, por meio das forças lunares, governadas pelo Espírito Santo, Jeová, temos um cúmulo estelar com o nome de “Praesepiu”, em latim – aportuguesado para “presépio”, que significa:manjedoura, alimento, “Casa de Pão”: Belém – Latitude 32º Norte (São Lucas, cap. II, vers. 7).
Nela se situam as estrelas “Asellus Borealis”, “Gamma Cancri” e “Asellus Australis”, “Delta Cancri”.
A estrela mais brilhante desta constelação é Acubene ou Acubens que designa lugar secreto.
É o mesmo que se dá quando nasce, em nós, o Cristo Interno, pois aqui conseguimos a consciência do acontecer de um novo nascimento:
– Um novo poder emana de nossa a Mente
– Um imenso amor irradia do nosso Coração
(Leia mais sobre esse assunto nos livros: Ao longo do Ano com Maria; Capítulo V – A Bíblia: O Maravilhoso Livro das Épocas- Corinne Heline; Ritual do Serviço de Natal; Iniciação Antiga e Moderna – A Anunciação e a Imaculada Concepção – Fraternidade Rosacruz)
Caminho da Iniciação: Imaculada Concepção
E Maria disse ao Anjo: ‘Como se fará isso, pois, eu não conheço varão?’.
E respondendo o Anjo disse-lhe: ‘O Espírito Santo descerá sobre ti, e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a Sua sombra e por isso mesmo o Santo, que há de nascer de ti, será chamado Filho de Deus.
(…) Para Deus, com efeito, nada é impossível’.
Disse, então, Maria: ‘Eu sou a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra!'” (Lc 1; 34-38)
Maria simboliza a mais elevada pureza humana. Ela é uma alta iniciada: ao longo de várias vidas preparou Seus corpos. Cumpriu sua missão imaculadamente, ou seja: não sujeita à: influência da Lua, nem Anjos Lucíferos, nem de desejos insidiosos.
A virgindade da mãe do Salvador é uma qualidade de alma que permanece sem mácula apesar do ato físico da fecundação.
Toda grande alma que veio ao mundo para viver uma vida de sublime santidade renasceu através de pais de imaculada virgindade, que não estavam dominados pela paixão durante o ato gerador.
Isso é conseguir construir esse Corpo perfeito em cada um dos 3 Mundos. Obtendo,assim, a faculdade de imprimir a visão do corpo perfeito: a vibração de cada átomo que forma o corpo se eleva ao máximo grau de perfeição. Em suma: O corpo inteiro é elevado até uma harmonia completa com o arquétipo.
(Leia mais sobre esse assunto nos livros: Ao longo do Ano com Maria; Capítulo V – A Bíblia: O Maravilhoso Livro das Épocas- Corinne Heline; Ritual do Serviço de Natal; Iniciação Antiga e Moderna – A Anunciação e a Imaculada Concepção – Fraternidade Rosacruz)
Exatidão Científica da Bíblia
Se há um Deus eterno e onipotente, é razoável esforçar-nos por descobrir se Se tem comunicado com os seres humanos. Certos livros pretendem ser escritos inspirados. Mas entre eles, e ultrapassando a todos na grandeza de sua revelação e na sublime elevação de sua moral, está a Bíblia. Ousadamente dá São Paulo, o grande apóstolo, o testemunho: “Toda a Escritura é divinamente inspirada” (II Tm 3; 16), e a Bíblia deve permanecer ou cair pelos resultados dos testes sobre a genuidade de seus reclamos. A declaração é por demais importante para ser considerada levianamente. Ou este Livro é a Palavra viva de Deus vivo ou é o maior embuste que pode haver. Há muitas maneiras de provar os reclamos da Escritura. Deus mesmo tem em Suas páginas feito muitos desafios diretos aos incrédulos e aos que “voluntariamente ignoram”, mas presentemente só poderemos considerar um deles: A Exatidão Cientifica da Palavra de Deus.
Vivemos na época em que os seres humanos exigem provas objetivas para tudo aquilo que aceitam como verdade. Poderá a Bíblia suportar tais provas? As descobertas da ciência tem mudado tantas das filosofias, por tanto tempo aceitas pela humanidade: sairá a Bíblia incólume?
Notemos, antes de tudo, que a Bíblia não é um compêndio de ciência. Pretende ser uma declaração de Deus a humanidade e uma manifestação de Sua vontade para com as Suas criaturas, e como tal poder-se-ia dizer que qualquer inexatidão científica em nada diminuiria seu real valor.
Entretanto, se é a Palavra eterna de um Deus onipotente, mesmo Suas alusões aos fenômenos naturais devem estar em harmonia com todas as verdades científicas demonstráveis.
Tudo o que reclamamos é o direito de usar este Livro linguagem figurada, como nós o fazemos, em vez de estrita fraseologia dos compêndios de ciência, pois, todos nós sabemos o que se quer dizer ao ser usada a expressão: “O Sol levanta-se no Oriente e põe-se no Ocidente”. Atualmente esta ocorrência poderia ser cientificamente expressa em termos da rotação da Terra. Não há, por certo, discrepância ou contradição alguma em tais expressões.
Um ponto importante e digno de ser salientado é que este velho Livro, que data de três mil e quinhentos anos atrás, excluiu todos os absurdos científicos que se encontram em todos os outros escritos antigos – e em muitos outros escritos, também que não são ainda tão velhos.
Consideremos, primeiramente, alguns fatos a respeito da Terra. Para os antigos, a Terra era o centro do universo (Teoria de Ptolomeu). Supunham-na apoiada sobre uma espécie qualquer de fundamentos fixos. Para muitos deles era plana. Para os entendidos daqueles dias a Bíblia deve ter parecido muito contrária à ciência, pois que figura nos apresenta ela a respeito da Terra? Em primeiro lugar, a Bíblia nos conta, definidamente, que a Terra não é centro do universo. No Evangelho segundo São João, cap. 26; 14, falando dos céus ornados (estrelados), o que inclui a nossa Terra, declara que são apenas as “orlas de Seus caminhos”, ou como um tradutor verteu: Estas são apenas “os limites de Suas obras”.
Quanto à Terra ser suportada por fundamentos fixos, é-nos dito: “O norte estende sobre o vazio; suspende a Terra sobre o nada” – Jo 26; 7. Mais tarde é sobre esta questão feita a seguinte pergunta, em Jo cap. 38; 6: “Sobre que estão fundadas as suas bases, ou quem assentou a sua pedra de esquina?”. A forma da Terra é claramente descrita por Isaias, cap. 4; 22: “Ele é o que está assentado sobre o globo da Terra”. Mais de 2.000 anos antes de Torricelli, o discípulo de Galileu, demonstra que a atmosfera exerce pressão e inventar o barômetro, como já declarado em Jo 28; 24 e 25: “Porque Ele vê as extremidades da Terra… deu peso ao vento”. Sete quilos por polegada quadrada, a pressao atmosférica sobre a Terra é estimada em quinhentos milhões de toneladas.
E a Bíblia já se havia, mais de uma vez, antecipado as descobertas à ciência. O tempo não nos permitiria de maneira alguma tocar nas surpreendentes provas da exatidão histórica da Bíblia encontradas nas descobertas arqueológicas.
Mas as próprias pedras afirmam hoje a historicidade de Belsazar, dos heteus, da queda de Jericó, e de muitas outras histórias tão triunfalmente desdenhadas pelos críticos de poucos anos.
Algumas das declarações feitas pelos chamados seres humanos de ciência não se têm provado dignas de crédito, e permiti-me asseverar, confidencialmente, que ainda não foi provada nenhuma verdade científica que não esteja em harmonia com a verdade bíblica.
Permiti-nos dizer isto em conclusão: Houve tempos, em que divergiam a Bíblia e as teorias da chamada ciência. Mas onde isto se deu, não foi a Bíblia que mudou de posição para produzir a harmonia (Is – 4; 8). A maior dificuldade de hoje é a do ser humano de ciência manter-se em dia. Pessoas que não se especializaram nesta classe de estudos podem-se achar advogando teorias já abandonadas por seus companheiros mais progressistas.
Voltemos ao nosso texto: “A Tua Palavra é a verdade desde o princípio”, e reconheçamos em nossa alma que o honesto indagador da verdade sempre achará perfeita harmonia na Palavra inspirada e na luminosa obra do Grande Criador.
Tenhamos perfeita confiança para aceitar a ambas, como nosso guia e bordão nesta vida e, como nossa certeza, da vida por vir.
(Revista Serviço Rosacruz – 10/65 – Fraternidade Rosacruz – SP)
Caminho da Iniciação: Anunciação
“E foi enviado por Deus o Anjo Gabriel a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, a uma virgem desposada com um varão, que se chamava José da casa de Davi, e o nome da virgem era Maria. E, entrando o Anjo onde ela estava, disse-lhe: ‘Deus te salve, cheia de graça, o Senhor é contigo: Bendita és tu entre as mulheres’. Ela , tendo ouvido estas coisas, turbou-se com suas palavras e discorria pensativa que saudação seria esta. E o Anjo disse-lhe: ‘Não temas, Maria, pois achaste graça diante de Deus; eis que conceberás no teu ventre, e darás a luz um filho, e por-lhe-ás o nome de Jesus. E este será grande, e será chamado FILHO DO ALTÍSSIMO, e o Senhor Deus lhe dará o trono de seu Pai Davi, e reinará eternamente na casa de Jacó; e o seu reino não terá fim’”. (Mc 1; 26-33)
Pela primeira vez, Maria compreendeu totalmente seu destino incomparável e de como foi escolhida para dar a luz a esse Ser por meio de quem o Senhor Cristo, o Salvador da humanidade, viria a Terra. O professor e iniciador de Maria foi o belo, gentil e ternamente simpático Gabriel. Gabriel é o “anjo que guarda” e guia o Espírito da Maternidade no mundo inteiro. Ele envia anjos ministros para abençoar toda a mãe em perspectiva. Esses mensageiros angélicos cuidam e dirigem um espírito para a mãe e o lar onde ele vai encontrar corporificação.
As enfermarias para maternidade nos hospitais são frequentemente iluminadas pela luz de faces angélicas e perfumadas pelas preces e bênçãos dos anjos atendentes. Às vezes, essas enfermarias recebem santificação dobrada pela presença do próprio Grande Anjo Gabriel. A particular nota-chave musical em que Gabriel vive e se move e tem sua existência emite uma benção contínua sobre o Espírito da Maternidade. Todas as canções de ninar e de acalanto compostas por inspirados músicos através dos tempos acham-se sintonizadas na nota-chave musical de Gabriel. Desde a sua mais tenra infância, Maria foi cercada por esse amor e cuidado, pois estava destinada a tornar-se o perfeito e exemplar modelo de maternidade para todas as mulheres. Muitas e variadas foram as experiências de alma a ela dadas sob a tutela do Anjo Gabriel. Essas experiências atingiram suprema culminância na onda gloriosa da Anunciação”.
Nesse grau obtemos a faculdade de ver o corpo perfeito resultante do equilíbrio harmonioso entre as forças masculinas e femininas. Até que isso seja alcançado, o ser humano não consegue materializar um corpo ajustado com o arquétipo divino que existe eternamente no céu. É a visão de que o glorioso corpo-templo, construído à imagem e semelhança de Deus, que dá a tônica espírito desta realização: “Faça-se em mim segundo a tua palavra“.
Em sua aplicação universal, a Anunciação deve ser compreendida como o nascimento do Cristo místico no coração do ser humano regenerado. Há nove graus definidos na Iniciação Cristã Mística, começando pelo Batismo, que é introdutório. A Anunciação precede a todos eles.
(Leia mais sobre esse assunto nos livros: Ao longo do Ano com Maria; Capítulo V – A Bíblia: O Maravilhoso Livro das Épocas- Corinne Heline; Ritual do Serviço de Natal; Iniciação Antiga e Moderna – A Anunciação e a Imaculada Concepção – Fraternidade Rosacruz)