Arquivo de categoria Método e Leis cósmicas que regem a evolução

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Magno Mistério da Rosacruz: os ensinamentos são somente “a casca que tem de ser removida, a fim de ser saboreado o fruto”

O Magno Mistério da Rosacruz: os ensinamentos são somente “a casca que tem de ser removida, a fim de ser saboreado o fruto”

Costumamos receber cartas de estudantes, nas quais se queixam de que se encontram desamparados nos estudos que fazem da Filosofia Rosacruz; que suas esposas ou esposos, filhos ou demais parentes não só antipatizam, como são antagônicos aos ensinamentos dessa filosofia, apesar dos esforços que dispendem para interessá-los, e, ao mesmo tempo, para obterem cooperação e liberdade para levarem a cabo as suas inclinações. Esse atrito é causa de certa infelicidade, proporcional aos distintos temperamentos e, por isso, nos rogam que lhes aconselhemos sobre o modo de converter tais pessoas e vencer esse antagonismo.

Por meio de correspondência particular tivemos o prazer de ajudar a mudar as condições de não poucos lares, quando nossas sugestões foram seguidas devidamente. Entretanto, sabemos que aqueles que por esse motivo mais profundamente sofrem, são aqueles que se calam e, portanto, resolvemos dedicar-lhes curto espaço de tempo para discutir o assunto.

Foi dito, em verdade, mas muito verdadeiramente, que “um ligeiro conhecimento é perigoso”, e isso se aplica ao significado dos ensinamentos Rosacruzes; portanto, o principal é sabermos se temos um conhecimento suficiente para sustentarmos uma atitude apropriada e, então, eu vos faço uma pergunta: O que são esses ensinamentos Rosacruzes que com tanto afã procura inculcar-nos outros, e qual o seu objetivo? Será tornar conhecidas as leis gêmeas da Causalidade e do Renascimento? Elas por si só explicam muitos dos problemas da vida e é um grande consolo quando a temível segadora apareça em vossa casa e arrebate a algum ser querido, porém, não esqueça de que existem muitas pessoas que não tem necessidade de nenhuma explicação, pois são de uma constituição tal que não se acham preparadas para receber o que lhes queiramos transmitir. É natural que agimos com maior vantagem quando temos consciência das leis e seus propósitos, mas atentemos ao fato de que essas leis trabalham para o bem geral, embora a humanidade tenha ou não conhecimento disso; portanto, esse conhecimento não é essencial. As pessoas não sofrerão grandes penas por não adotarem a nossa doutrina, e poderão, talvez, escapar da desvantagem de possuírem um “conhecimento muito limitado”.

Na Índia, onde essas verdades são conhecidas e cridas por milhões de pessoas, o povo faz muito pouco esforço para adquirir o progresso material, por saberem que tem tempo ilimitado para obterem o que quiserem e porque sabem que os que não fizerem nesta vida terão que fazer na futura; assim é que muitos ocidentais, ao abraçarem a doutrina do renascimento, caíram na indolência, deixando de ser úteis à comunidade e deturpando, assim, os chamados ensinamentos elevados. Se seus amigos ou parentes não se interessam por esses ensinamentos, deixai-os tranquilos; converter a outrem não é essencial sob o ponto de vista Rosacruz, pois o Guardião do Umbral não leva em consideração o conhecimento de ninguém, admitirá a alguns que desconheçam completamente o assunto e baterá à porta no rosto de outros que passaram suas vidas lendo, estudando e ensinando os ensinamentos das leis.

De maneira que, se as doutrinas da Casualidade e do Renascimento não são essenciais, o que diremos do conhecimento da complexa constituição do ser humano? Seria essencial saber que nós não somos meramente um corpo visível, senão que temos um Corpo Vital que o carrega de energias, um Corpo de Desejos que consome essas energias, uma Mente para guiar os nossos esforços por canais razoáveis e que somos Espíritos Virginais envoltos como Ego em um véu tríplice? Seria também essencial saber que o Corpo Denso é a contraparte material do Espirito Divino; que o Corpo Vital é a contraparte do Espirito de Vida; e que o Corpo de Desejos é a contraparte do Espirito Humano, e que a Mente é o elo entre o Tríplice Espírito e o Tríplice Corpo?

Não, esse conhecimento não é essencial. Tais conhecimentos, quando usados de modo apropriado, são uma vantagem, mas poderão se tornar em desvantagem para aqueles que tenham “um conhecimento muito limitado”.

Muitos vivem meditando sobre as “coisas superiores”, enquanto os “seres inferiores” gemem na miséria diante de suas portas; muitos sonham, dia e noite, na hora em que tenham de sair de seus corpos em voos da alma, como “Auxiliares Invisíveis” para remediarem os sofrimentos, as enfermidades e tristezas alheias, não sendo, porém, capazes de gastar cinco minutos para consolar um pobre abandonado em um hospital ou para levar uma flor, uma palavra de consolo a alguém que dela necessite. Novamente declaro que o Guardião do Umbral admitirá aquele que fez o que pode e não ao que muito sonhou e nada fez para aliviar os sofrimentos de seus semelhantes.

Se conseguir que alguém estude os nossos ensinamentos sobre a morte e a vida que há depois dela, concluirá que também seria muito importante saber algo sobre o Cordão Prateado que permanece sem se partir, aproximadamente durante três dias, e meio depois que o espírito abandona o Corpo Denso, e que o Corpo Denso deve permanecer em ambiente de tranquilidade, enquanto o panorama de sua vida passada está sendo gravado no Corpo de Desejos, a fim de servir de árbitro na sua passagem pelos Mundos Invisíveis; achará, também, razoável que soubessem tudo o que se relaciona com a vida do Espírito no Purgatório e que como os maus atos da vida reagem sobre o ser humano, como dor, a fim de criar consciência e mantê-lo afastado de ditos atos, nas vidas futuras; igualmente, desejará fazê-lo aprender como os bons atos se transmutam em virtudes nas vidas futuras, conforme a nossa filosofia ensina; entretanto, se você se surpreende com a asserção de que o conhecimento das grandes leis gêmeas não é essencial, muito você se escandalizará, porque eu lhe digo que também não é essencial que conheça a constituição do ser humano, tal como a nossa filosofia ensina e muito lhe poderá entristecer ao lhe afirmar que os ensinamentos Rosacruzes, em relação à morte e a passagem do Espírito pelos Mundos Invisíveis não são, também, necessários para o propósito que pretendemos levar avante. Realmente, não importa que seus parentes ou amigos compreendam, creiam ou não em tais coisas; porém, pelo que diz respeito a sua morte, pode escrever aos vossos familiares que deixem o seu Corpo Denso em paz e que não permitam ruídos durante o período apropriado; todos, naturalmente, assim farão, mormente levando em conta certa superstição em respeitar a “última vontade dos moribundos”; e se ocorrer o falecimento de um seu parente ou amigo estará presente, a fim de que com o seu conhecimento possa ajudá-lo, convenientemente. Portanto, não se preocupe por se recusarem a receber os ensinamentos Rosacruzes.

Mas, dirá o estudante: “Se o conhecimento dessas coisas que parecem ter um tão grande valor prático não é necessário, é de se supor que o estudo dos Períodos, Revoluções, Mundos, Globos, etc. se encontram nas mesmas condições, e isso destrói tudo o que foi ensinado no ‘Conceito’, e nada restará daquilo que aprendemos e aceitamos com toda fé! “.

Que nada reste dos ensinamentos? … pois a verdade é que tais ensinamentos são somente a casca que tem de ser removida, a fim de ser saboreado o fruto. Com certeza você leu o Conceito muitas vezes e se sente orgulhoso em conhecer o mistério do mundo, porém leu o mistério que se oculta em cada uma de suas linhas? Esse é o grande e essencial ensinamento, aquele que interessará aos seus amigos e parentes, o qual quando aprendido deverá ser dado a eles. O Conceito predica em cada uma de suas linhas O EVANGELHO DO SERVIÇO!

Por nossa causa a Deidade manifestou o universo; as grandes Hierarquias Criadoras foram – e algumas delas continuam – sendo nossos servidores, os Luminosos Anjos astrais, cujos ígneos corpos vemos girando através do espaço, trabalharam conosco por muito tempo e, por sua vez, Cristo veio trazer-nos os impulsos espirituais de que carecíamos, sendo significativa a parábola: “Muito bem, bom e fiel servo, entra no gozo do teu Senhor; pois tive fome e me alimentaste, tive sede e me deste de beber” (Mt 25; 21). Não há nessa parábola nem uma só palavra sobre o conhecimento. Todo o seu significado gira em torno da fé e do serviço.

Nisso existe uma profunda e oculta razão: o serviço constrói o Corpo-Alma, o glorioso Traje Nupcial, sem o qual nenhum ser humano poderá entrar no Reino dos Céus, designado ocultamente por a “Nova Galileia”. De modo que se levarmos a cabo o nosso trabalho, não importa que saibamos ou não como se processam as coisas, pois o luminoso Corpo-Alma cresce ao redor da pessoa e a sua luz lhe ensinará tudo quanto concerne aos Mistérios sem que seja preciso recorrer a livros – por esse meio, o indivíduo aprende os ensinamentos de Deus de tal maneira que ultrapassa aquilo que os livros lhe poderiam oferecer. No devido tempo a sua visão interna se despertará e lhe mostrará o caminho para o templo.

Se quer ensinar aos seus amigos, por muito céticos que sejam, eles crerão em você se você pregar o “evangelho do serviço”. Mas a sua prédica deve ser prática; deve se converter em um servidor de todos se quiser que creiam em você; se quer que o sigam, deve guiá-los, pois de outro modo, terão o direito de duvidar da sua sinceridade. Lembra-se que “sois uma cidade sobre uma montanha” (Mt 5: 14-15) e que quando declarar qualquer coisa terão o direito de julgá-la pelos seus frutos; portanto, fale pouco e faça muito.
Muitos gostam de discutir tais coisas à mesa, esquecendo que a carne sangrenta que se acha ante seus olhos e o fumo dos charutos ofusca os sentidos; há muitos que fazem do seu estômago um deus e preferem estudar gastronomia, em vez da Bíblia, estando sempre dispostos a discorrer com seus amigos sobre o último prato em moda.

Conheci um indivíduo que dirigia um centro esotérico, cuja esposa tinha aversão pelo estudo do ocultismo e pela dieta vegetariana. Tal indivíduo advertiu sua esposa que se alguma vez cozinhasse carne ou contaminasse as panelas e prato com alimentos carnívoros seria posta na rua com todo o vasilhame, acrescentando que se ela pensava em torná-lo um porco, que fosse tomar as suas refeições em um restaurante. É de se admirar que tal senhora tivesse aversão pela religião de seu marido e nada quisesse saber dela? Desse caso pode se tirar uma boa lição, embora seja um caso extremo.

Muito digno de louvores foi o procedimento de Maomé, pois a sua primeira discípula foi a sua esposa, e muitos volumes se escreveriam sobre a bondade e consideração que o profeta dispensava em seu lar. Tal exemplo faria muito bem em seguir se quisermos adquirir amigos que nos sigam na vida superior, pois embora os sistemas religiosos difiram em sua parte externa o centro deles todos é AMOR.

(Revista Rosacruz – 12/64 – Fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Exatidão Científica da Bíblia

Exatidão Científica da Bíblia

Se há um Deus eterno e onipotente, é razoável esforçar-nos por descobrir se Se tem comunicado com os seres humanos. Certos livros pretendem ser escritos inspirados. Mas entre eles, e ultrapassando a todos na grandeza de sua revelação e na sublime elevação de sua moral, está a Bíblia. Ousadamente dá São Paulo, o grande apóstolo, o testemunho: “Toda a Escritura é divinamente inspirada” (II Tm 3; 16), e a Bíblia deve permanecer ou cair pelos resultados dos testes sobre a genuidade de seus reclamos. A declaração é por demais importante para ser considerada levianamente. Ou este Livro é a Palavra viva de Deus vivo ou é o maior embuste que pode haver. Há muitas maneiras de provar os reclamos da Escritura. Deus mesmo tem em Suas páginas feito muitos desafios diretos aos incrédulos e aos que “voluntariamente ignoram”, mas presentemente só poderemos considerar um deles: A Exatidão Cientifica da Palavra de Deus.

Vivemos na época em que os seres humanos exigem provas objetivas para tudo aquilo que aceitam como verdade. Poderá a Bíblia suportar tais provas? As descobertas da ciência tem mudado tantas das filosofias, por tanto tempo aceitas pela humanidade: sairá a Bíblia incólume?

Notemos, antes de tudo, que a Bíblia não é um compêndio de ciência. Pretende ser uma declaração de Deus a humanidade e uma manifestação de Sua vontade para com as Suas criaturas, e como tal poder-se-ia dizer que qualquer inexatidão científica em nada diminuiria seu real valor.

Entretanto, se é a Palavra eterna de um Deus onipotente, mesmo Suas alusões aos fenômenos naturais devem estar em harmonia com todas as verdades científicas demonstráveis.

Tudo o que reclamamos é o direito de usar este Livro linguagem figurada, como nós o fazemos, em vez de estrita fraseologia dos compêndios de ciência, pois, todos nós sabemos o que se quer dizer ao ser usada a expressão: “O Sol levanta-se no Oriente e põe-se no Ocidente”. Atualmente esta ocorrência poderia ser cientificamente expressa em termos da rotação da Terra. Não há, por certo, discrepância ou contradição alguma em tais expressões.

Um ponto importante e digno de ser salientado é que este velho Livro, que data de três mil e quinhentos anos atrás, excluiu todos os absurdos científicos que se encontram em todos os outros escritos antigos – e em muitos outros escritos, também que não são ainda tão velhos.

Consideremos, primeiramente, alguns fatos a respeito da Terra. Para os antigos, a Terra era o centro do universo (Teoria de Ptolomeu). Supunham-na apoiada sobre uma espécie qualquer de fundamentos fixos. Para muitos deles era plana. Para os entendidos daqueles dias a Bíblia deve ter parecido muito contrária à ciência, pois que figura nos apresenta ela a respeito da Terra? Em primeiro lugar, a Bíblia nos conta, definidamente, que a Terra não é centro do universo. No Evangelho segundo São João, cap. 26; 14, falando dos céus ornados (estrelados), o que inclui a nossa Terra, declara que são apenas as “orlas de Seus caminhos”, ou como um tradutor verteu: Estas são apenas “os limites de Suas obras”.

Quanto à Terra ser suportada por fundamentos fixos, é-nos dito: “O norte estende sobre o vazio; suspende a Terra sobre o nada” – Jo 26; 7. Mais tarde é sobre esta questão feita a seguinte pergunta, em Jo cap. 38; 6: “Sobre que estão fundadas as suas bases, ou quem assentou a sua pedra de esquina?”. A forma da Terra é claramente descrita por Isaias, cap. 4; 22: “Ele é o que está assentado sobre o globo da Terra”. Mais de 2.000 anos antes de Torricelli, o discípulo de Galileu, demonstra que a atmosfera exerce pressão e inventar o barômetro, como já declarado em Jo 28; 24 e 25: “Porque Ele vê as extremidades da Terra… deu peso ao vento”. Sete quilos por polegada quadrada, a pressao atmosférica sobre a Terra é estimada em quinhentos milhões de toneladas.

E a Bíblia já se havia, mais de uma vez, antecipado as descobertas à ciência. O tempo não nos permitiria de maneira alguma tocar nas surpreendentes provas da exatidão histórica da Bíblia encontradas nas descobertas arqueológicas.

Mas as próprias pedras afirmam hoje a historicidade de Belsazar, dos heteus, da queda de Jericó, e de muitas outras histórias tão triunfalmente desdenhadas pelos críticos de poucos anos.

Algumas das declarações feitas pelos chamados seres humanos de ciência não se têm provado dignas de crédito, e permiti-me asseverar, confidencialmente, que ainda não foi provada nenhuma verdade científica que não esteja em harmonia com a verdade bíblica.

Permiti-nos dizer isto em conclusão: Houve tempos, em que divergiam a Bíblia e as teorias da chamada ciência. Mas onde isto se deu, não foi a Bíblia que mudou de posição para produzir a harmonia (Is – 4; 8). A maior dificuldade de hoje é a do ser humano de ciência manter-se em dia. Pessoas que não se especializaram nesta classe de estudos podem-se achar advogando teorias já abandonadas por seus companheiros mais progressistas.

Voltemos ao nosso texto: “A Tua Palavra é a verdade desde o princípio”, e reconheçamos em nossa alma que o honesto indagador da verdade sempre achará perfeita harmonia na Palavra inspirada e na luminosa obra do Grande Criador.

Tenhamos perfeita confiança para aceitar a ambas, como nosso guia e bordão nesta vida e, como nossa certeza, da vida por vir.

(Revista Serviço Rosacruz – 10/65 – Fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Conceito de Liderança na Fraternidade Rosacruz: servo de todos

Conceito de Liderança na Fraternidade Rosacruz: servo de todos

O método Rosacruz de desenvolvimento evidencia-se de todos aqueles propugnados pelas demais Escolas filosóficas, em um aspecto primordial: liberta o estudante de toda influência externa. Embora seus membros constituam uma comunidade trabalhando em conjunto por um ideal comum, reconhecem que não há dois indivíduos iguais, e, por conseguinte, o trabalho evolutivo processa-se individualmente.

A própria Iniciação, tão apregoada por outras Escolas, e o que é pior, erroneamente conceituada por muitos como sendo uma mera cerimônia externa, oficializando a admissão de um novo membro, mediante certo preço, é encarada de um modo diametralmente oposto pelas verdadeiras Irmandades Ocultas. Nestas, o requisito indispensável e essencial à Iniciação é o desenvolvimento interno obtido por meio de esforços persistentes. Cada passo dado pelo estudante, mediante suas próprias forças, representa uma conquista inalienável. Ninguém evolui senão pelo próprio denodo. O crescimento espiritual processa-se de dentro para fora, pela “edificação do Templo sem ruídos de martelo”, e qualquer ensino ministrado fora desses princípios proporcionará um pseudodesenvolvimento.

Sujeitar-se incondicionalmente a alguém visando o crescimento anímico é dar um passo assaz temerário, via de regra findando em desilusão. Isto tem sido comprovado frequentemente, o que fundamenta nossa afirmação no sentido de que cada um deve construir o seu próprio alicerce espiritual.

Como fator que ratifica a emancipação de seus estudantes surge o fato de que na Fraternidade tudo é feito espontaneamente, com isenção absoluta de coação. Roga-se apenas que sejam respeitados os regulamentos. Todos os trabalhos executados bem como os donativos ofertados, o são voluntariamente, sem qualquer ação coercitiva. Certas atividades inclusive são até deficitárias, sendo mantidas com certo sacrifício para que os estudantes encontrem meios que concorram para o seu desenvolvimento. O próprio Max Heindel mantinha-se dentro de um caráter de espontaneidade, sendo contrário a tudo que parecesse padronização rígida, a fim de que tal não viesse limitar as atividades individuais. A consciência de cada um deve determinar como contribuir.

Eis, portanto, porque a Fraternidade Rosacruz não incentiva a formação de líderes em seu próprio meio. A liderança pode anular o caráter de espontaneidade que se evidencia numa Obra. Mas, dos males advindo este seria o menor. O mais grave é a sujeição da maior parte a uma minoria ou a um só indivíduo, no que concerne ao lado puramente espiritual. Isso pode ser constatado em algumas organizações, onde o líder inculca suas ideias em estudantes que a ele se subordinam cegamente, num flagrante desrespeito ao seu livre arbítrio. O líder debilita e restringe a ação e o desenvolvimento dos demais, cujas energias aplicam a seu bel prazer.

Líder no sentido comum da palavra é aquele que mercê de algumas qualidades o destacam na comunidade, coloca-se em posição de abjeta ascendência sobre os demais, agrilhoando-lhes a consciência, não raro chegando mesmo à prepotência.

Líder à luz dos mais elevados ensinamentos espirituais, embora num sentido teórico, é aquele que tendo avançado mais do que os outros, emprega seus talentos única e exclusivamente com o propósito de servi-los, jamais tolhendo-lhes a liberdade, e permanecendo, às vezes, quase que no anonimato. Seu caráter, seu trabalho, seu entusiasmo pelo ideal evidenciam-no como um exemplo a ser seguido.

Então, através desse prisma, o líder é o servo de todos!

(Revista Serviço Rosacruz – 08/67 – Fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Analogias: A Natureza é uma fonte inesgotável de inspiração

Analogias: A Natureza é uma fonte inesgotável de inspiração

Há muito roceiro filósofo. Fomos visitar o sítio de um amigo. Mostrou-me todo ele. Uma beleza! A seu lado éramos como uma criança curiosa e ignorante a perguntar-lhe sobre as coisas que via. Muitas observações colhemos no bornal de nossa alma. Hoje citaremos uma assás interessante, sobre a poda. Perguntei-lhe porque agora, no inverno, ele estava podando. Sua explicação foi uma aula de Astrologia e Filosofia Rosacruz, se bem seu curso tenha sido apenas a Natureza, ou melhor, apenas não, mas a sapientíssima Mestra Natureza, que nos ensina com atos e exemplos.

No inverno a força solar diminui e a seiva deixa de correr. É por isso que, ao fim do outono as folhas vão caindo e os troncos ficam desnudos e aparentemente mortos. Também nas minguantes a seiva deixa de subir. Cortam-se então os galhos e as árvores, porque a madeira não está carregada de seiva e, assim, não apodrece depois.

No inverno e na Lua Nova a atividade é interna, seja nas plantas como nos animais e nos seres humanos. É quando crescem ocultamente as batatas e tubérculos e, semelhantemente, dentro do ser humano, há incentivo para formarmos a “batata” de nossa alma. O verão e a Lua Crescente, ao contrário, predispõem ao crescimento externo das folhas e frutos, porque faz ascender à seiva e a força vital para exterioriza-las em bênçãos do verbo que se faz carne.

Mas, há ciência e medida na poda. Cortar demasiado a planta, dá muitos frutos, mas enfraquece-se e pode até morrer. Se não é podada, ela utiliza a força vital e a seiva no desenvolvimento de seu corpo. A videira, se não é podada, não pode dar uvas de bagos grandes e sumarentos, senão muitos cachinhos de pequenos bagos. Assim, também, nós em relação à força criadora, ou seja, o ser humano em relação ao seu Cristo interno. Está escrito: “Eu sou a videira e vós sois as varas”- Joa 15 ; 5. Isto quer dizer que, seja do ponto de vista físico, seja do espiritual, a regra é sempre a mesma: o ser humano é um mediador, um instrumento consciente do espírito interno e na medida em que aprende a obedecer-lhe, mais legitimamente vai utilizando os talentos de suas forças internas, através de seus pensamentos, emoções e atos. O poder é o fluxo dessas forças íntimas. A condição para que elas fluam através de nós é a identificação com o espírito e desapego das coisas materiais. A poda, no indivíduo, significa o controle exercido sobre si mesmo, de modo a encaminhar suas forças para os frutos do espírito, para os “negócios do Senhor”, pois a força é sempre a mesma e se vai para a satisfação dos impulsos corporais e instintivos, faltará ao outro lado. Uma pessoa glutona especializará maior quantidade de Éter Químico no metabolismo, em detrimento especial do Éter Luminoso, seu correspondente superior, que rege as capacidades sensoriais; outro que abuse do sexo aumentará o Éter de Vida, em prejuízo, do Éter Refletor, sua contraparte superior, que governa a memória e possibilita o pensamento. A ciência já comprovou que o idiota tem pouco fósforo na massa encefálica, enquanto o pensador tem bastante. No entanto, não é a simples ingestão de alimentos ricos em fósforo que torna o individuo mais dotado mentalmente. O que determina a capacidade de assimilarmos o fósforo é a condição anímica, isto é, o indivíduo mais puro e racional emprega a força criadora em atividades mentais construtivas e com isso faz crescer a Alma Intelectual, dando a seu organismo uma maior capacidade de assimilação do elemento fosfórico. Assim em relação aos sentidos, pois o glutão como o erótico, bestializa as funções, exigindo maior convergência dessa energia para seus propósitos egoístas e desse modo perde a acuidade sensorial, o senso de observação, a sensibilidade, tão necessárias ao nosso desenvolvimento espiritual, de vez que o espírito precisa de um veículo dócil e sensitivo ao seu manejo, como um carpinteiro de ferramentas boas e afiadas.

Mas, não vamos aos extremos. A perfeição não é condição deste mundo. A castidade absoluta, por outro lado, não é exigida, senão nas altas Iniciações. Precisamos apenas ser racionais e equilibrados. Comer sim, para viver, e não viver para comer. Não é só. Os alimentos tóxicos (como a carne; o café e o chá mate em excesso), os excitantes (molhos, pimentas, vinagre) não só brutalizam o ser humano e impedem a manifestação maior do espírito, como abrem caminho para os vícios do álcool e do erotismo. O sentido de “Capital” dado pela igreja à gula funda-se nisso, se bem muitos sacerdotes, a julgar por seus excessos nesse campo, não o compreendam ou não levem em conta. No entanto, agindo em detrimento do Éter Luminoso, a gula altera o calor sanguíneo e, como o espírito se manifesta através do sangue, por uma temperatura normal, ou sofrerá pelo excesso de calor, podendo até ser arrojado nas crises de ira, ou ficará limitado pela falta de calor, como no anêmico.

Quanto ao Éter de Vida, que rege a procriação, sabemos bem, por nossa literatura, que ele constitui o “azeite” mencionado na parábola das Virgens prudentes, pois, mediante a castidade racional evitamos que essa força desça para alimentar os hábitos eróticos e, pelo poder ascensional dos pensamentos puros, das preces e sentimentos idealistas, provocamos a elevação dessa força, que flui na medula espinhal (conhecida como o fogo espinhal de Netuno) ao cérebro, o lugar da caveira, o Gólgota onde Cristo – o espírito – morrendo para o mundo livrou o ser humano de sua parte humana, para dispô-lo ao serviço do espírito. Antes de Cristo, no Tabernáculo, o cérebro, com o corpo pituitário e a glândula pineal (os dois Querubins da sala Ocidental), precisava da luz divina que se acende com o “azeite” da força criadora não empregada e elevada pela pureza, pois a simples economia da força não basta, ela necessita ser elevada por nossa aspiração espiritual. O cérebro e laringe foram constituídos por metade da força curadora, quando houve divisão dos sexos. Na Astrologia o sexo é governado por Escorpião e seu oposto, Touro, dirige as atividades da laringe, da palavra. Vejam a relação: o ascendente gás espinhal netuniano ilumina a escura câmara ocidental de nosso Tabernáculo e capacita o ser humano a usar, com sabedoria, as “Tábuas da Lei”, isto é, a viver de acordo com as leis naturais, empregando-as em seu amoroso trabalho em benefício de seus semelhantes, mediante o poder, a “Vara de Aarão”, pois quem agirá dentro dele não será a parte humana, senão a espiritual, o “Maná” caído do céu, a centelha de Deus que lhe constitui o espírito individual, e que o faz à imagem e semelhança de seu Criador. Essa iluminação, no Tabernáculo instituído por Moisés, pressupunha o sacrifício das paixões inferiores (Altar dos Holocaustos), a pureza (Lavabo de Bronze), e serviço desinteressado aos demais (incenso extraído dos Pães da Proposição). Por isso, no Templo de Salomão havia o mesmo Querubim com uma flor nas mãos, símbolo de pureza e geração casta. Esse templo foi construído por Hiram Abiff (que renasceu depois como Lázaro, iniciado por Jesus e, mais tarde, como Christian Rosenkreuz), sem ruídos de martelos, silenciosamente. Todo indivíduo, pois, mediante os passos recomendados pelo “Conceito Rosacruz do Cosmos”, pode percorrer esse glorioso caminho, como jardineiro de si mesmo, podando sabiamente, controlando perfeitamente seus veículos, de modo a, sem alarde, discreta e virtuosamente, chegar a fazer o que fez o Mestre e coisas ainda maiores.

Vejam o que é a analogia. Você leitor, pode acrescentar muitos mais detalhes aprendidos à filosofia Rosacruz. Faça-o. A Natureza é uma fonte inesgotável de inspiração. Não só inspirou o radar pelo voo cego do morcego; como o planador, pelo voo do urubu, e todas as outras questões de ordem material ou metafísica, desde que tenhamos as portas abertas para o espírito e os ouvidos abertos à sua voz.

(Revista Serviço Rosacruz – 07/64 – Fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Humildade e a falsa humildade do “eu nada sei, só sei que nada sei””

Humildade e a falsa humildade do “eu nada sei, só sei que nada sei””

Um colega de serviço vivia repetindo, em voz alta, esta frase: “eu nada sei, só sei que nada sei”. Ouvia-o e cada vez me punha a meditar, ponderando, entre mim, que, sendo ele espiritualista, havia de ter um lado positivo nessa afirmação, uma advertência que o pusesse alerta contra o personalismo pretensioso que enfeia tantas pessoas. Mas um dia, durante o lanche, provoquei uma troca de ideias sobre o assunto. E por muitos dias continuamos, em episódios, o exame da questão, julgando de interesse pô-lo aqui para análise e ampliado, por parte dos leitores. Queremos falar de humildade num ponto de vista mais elevado e não pelo mal-entendido ponto de vista, segundo o qual a humildade é sinônimo de capacho ou de subserviência a poderes sociais ou econômicos.

O ser humano real é complexo. Como espírito, centelha de Deus, que o faz semelhante ao Pai e irmãos de seus semelhantes, traz uma longa jornada de experiências, em que passou por estágios de consciência equivalentes aos minerais, vegetais, animais, em que adquiriu seus Corpos Denso, Vital e de Desejos e correspondentes órgãos de expressão. Atingindo o estado humano, no início da Época Atlante, teve seu Corpo de Desejos dividido em duas partes: sentimentos elevados e sentimentos inferiores. Essa parte inferior do Corpo de Desejos foi juntada à Mente recém-formada, constituindo os dois, uma alma animal, a Personalidade, o outro ser humano, mundano. Nesse tempo sofremos a influência passional dos Anjos decaídos ou Espíritos Lucíferos. Tais espíritos não podiam alcançar a onda de vida dos Anjos, de que se haviam afastado e por isso restava-lhes trabalhar sobre o incipiente cérebro humano, induzindo a paixão (pois o cérebro está ainda ligado ao Corpo de Desejos). Desenvolvemos os primeiros trabalhos da Mente, sob a forma primitiva da astúcia e ao ingressar na presente Época Ária começamos a exercitar a Razão. Ao falar assim, referimo-nos ao povo ocidental, pois ainda há agrupamentos humanos em estágios primitivos de consciência exercitando a astúcia e com um Corpo de Desejos superior muito reduzido e de pouca expressão altruística.

Acresce notar que essa ação dos Espíritos Lucíferos, pelo abuso sexual, egoísmo e outras formas passionais, nos embruteceu a sensibilidade e os corpos, fazendo-nos perder a visão espiritual e acreditar apenas na realidade deste mundo em que, provisoriamente, estamos. Recebemos a primeira ajuda: as Religiões de Raça, jeovísticas. Mas como elas induzem a divisão e egoísmo, embora tenham disciplinado relativamente o Corpo de Desejos do ser humano com a ação restritora das Leis Mosaicas tiveram que ser substituídas por uma religião universal, unitária. Foi a segunda ajuda à religião do Filho, cuja expressão, Cristo, inaugurou uma nova fase evolutiva no mundo. Mas, o total altruísmo cristão não virá senão quando os últimos vestígios de egoísmo tenham desaparecido, com as formas inferiores de expressão.

Esta digressão é necessária para compreendermos que o ser humano atual, quando no corpo, o envoltório de carne que lhe embrutece o espírito, só pode ser o que seus corpos lhe permitirem. O ser humano é o que pensa, o que sente, o que percebe. Está limitado pelo grau de aperfeiçoamento de seus veículos Denso, Vital, de Desejos e Mente. O espírito se manifesta sim, esforça-se para isso através da Mente, o foco entre o espírito e os veículos e por isso simbolizada por Mercúrio, o Mensageiro dos Deuses. Mas está limitado, nessa expressão, pela condição dos veículos que usa. Max Heindel usa, para exprimir essa condição, o exemplo do pianista com as luvas. Ainda que ele saiba tocar, não poderá fazê-lo, como poderia, com as luvas sobrepostas nas mãos.

Disso tudo inferimos que o ser humano sabe algo. Ele tem dentro de si uma bagagem imensa de experiências passadas, que lhe vão formando a Tríplice Alma. Chamamos a essa bagagem, a supraconsciência, a que temos acesso apenas pelo desenvolvimento dos Éteres superiores e contato com o Mundo do Espírito de Vida. Mas essa forma de memória não nos vem pela Mente, senão pelo coração através da intuição. Cristo está trabalhando sobre toda a Terra e afetando os corpos humanos para lograr uma transformação do coração humano, formando estrias para, através dele, afetar todo o nosso corpo e dar mais livre expressão a nosso Espírito Interno, ainda prisioneiro nas grades de nossas limitações. Os Rosacruzes, compreendendo profundamente esse plano Crístico, ensinam seus estudantes a conquistar o equilíbrio entre a Mente e o Coração, condicionando as possibilidades daquele, aos ditames deste. É um plano de libertação que possibilitará ao Aspirante livrar-se da consciência atual de ser humano animal para o de Indivíduo, uno com seu Espírito interno, exprimindo ambos a mesma coisa, como a citada fonte dos evangelhos, de que não fIui ao mesmo tempo água doce e salgada. Os místicos buscam apenas esta fonte da intuição pela pureza. Os ocultistas desenvolvem a Mente. Os Rosacruzes buscam unir as expressões do espírito aos campos de ação dos corpos.

Afinal, sabemos ou não sabemos? Está claro que sim, mas nosso conhecimento ainda é passível de muita cautela, porque sofre interferências várias e deturpa, muitas vezes, os reais propósitos do Espírito, o Pensador. Mas, os Rosacruzes constituem uma linha de ação, compõem os Filhos do Fogo, capazes de fundir tudo em formas superiores e corpos novos. Difere dos Filhos da Água, que aceitam sua insignificância, sua impotência e ficam esperando dos guias, sacerdotes, santos e de Deus, a ajuda, a salvação. Um estudante Rosacruz não diz: “eu nada sei, eu sou um pobre diabo, um imprestável, um ignorante”.

Tampouco diz: “eu tudo sei, eu tudo posso”, como ensinam algumas escolas espiritualistas pregadoras de afirmações e negações. Max Heindel, a respeito, diz: “de que valeria a uma bolota de carvalho, sendo semente, dizer: eu sou um carvalho? Ela será um carvalho, sob condições favoráveis de desenvolvimento, mas por enquanto não é, apesar de todas suas afirmações; assim é o ser humano em relação à perfeição divina”.

A afirmação deve ser feita em silenciosa convicção, na interna vontade, para estendermos aos atos os nossos propósitos, depois de haver afetado o subconsciente. Não de forma negativa, renunciando, de princípio, às possibilidades divinas latentes e poderes adquiridos. Que efeito podemos esperar, desse modo, sobre nossa psique?

Não gostamos de extremos. Tudo é relativo e, conhecendo amplamente os diversos fatores que fazem de cada indivíduo essa realidade atual, buscamos aperfeiçoá-lo, sabendo que não somos nada e nem tudo, mas que caminhamos para a perfeição a que nos destina o Criador, pondo-nos todos os recursos para isso, inclusive ajuda externa.

A verdadeira humildade, pois, está na consciência dessa relatividade evolutiva, que põe o ser humano no devido lugar, no qual não se justificam orgulhos nem personalismos, embora estes nos assaltem nas repetidas tentações, por forças dos vícios de origem, ainda não sublimados.

Forçoso é reconhecer: a verdade tem muitos degraus e o acesso aos superiores pressupõe havermos passado pelos inferiores, as verdades parciais, mas nem por isso desprezíveis, pois são as partes e fundamentos do todo almejado.

Para concluir, não dizemos “eu nada sei, só sei que nada sei”, mas sim: “sou uma semente de Deus e posso converter-me na própria árvore e estatura de Deus. Estou trabalhando para isso, orando e vigiando, pelo discernimento, pela oração, pela retrospecção, que me ensinam, cada vez mais, a conhecer minha própria natureza, a fim de transubstanciá-la na força anímica que me permitirá o retorno consciente a meu próprio espírito e, através deste, a Deus”.

“Quem se humilha será exaltado” (Mt 23; 12), mas quando a humildade é bem compreendida. Reduzir-se, anular-se é negar as possibilidades divinas latentes e descrer do próprio espírito. E sendo nós espíritos, como podemos falar de nós como se fossemos os corpos e suas limitações? Somos isto sim, prisioneiros conscientes, trabalhando pela libertação das invisíveis grades e cadeias que, simbolicamente, prendiam Prometeu ao Cáucaso (N.R.: mitologia grega: foi um defensor da humanidade, conhecido por sua astuta inteligência. Roubou o fogo dos deuses e o deu aos homens. Isto assegurou a superioridade dos homens sobre os outros animais. Todavia o fogo era exclusivo dos deuses. Como castigo a Prometeu, Zeus ordenou a Hefesto que o acorrentasse no cume do monte Cáucaso). Mas seremos também Hércules (N.R.: nome em latim dado pelos antigos romanos ao herói da mitologia grega Héracles, filho de Zeus), o super-homem e nos libertaremos destas condições, mediante o esforço perseverante e racional, pois a natureza não dá saltos.

(Revista Serviço Rosacruz – 06/64 – Fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Paciência nos Estudos: tudo virá no devido tempo e conseguiremos o almejado

A Paciência nos Estudos: tudo virá no devido tempo e conseguiremos o almejado

Um filósofo certa vez afirmou: “a paciência é a maior das virtudes”. A verdade é que tal virtude, sendo bem cultivada, levar-nos-á a alcançar outras qualidades espirituais.

O estudante da Filosofia Rosacruz encontra na paciência uma dura prova, principalmente quando começa a dar os primeiros passos dentro dos sublimes ensinamentos Rosacruzes. Notadamente, os jovens, com a alma ávida de novos conhecimentos e experiências, e, talvez devido a uma má orientação anterior, sentem um desejo ardente de rasgar véus que envolvem mistérios e desenvolver qualidades psíquicas, desconhecendo que o essencial é o crescimento espiritual, pois psiquismo não é espiritualidade.

O passo mais importante a ser dado pelo aspirante é conservar a mente pura, arejada, livres de pré-conceitos que entravam o progresso espiritual; um coração nobre, justo, sensitivo, porém condizente com a situação de quem procura analisar os fatos dentro de um prisma racional e lógico; um corpo sadio, através de um regime alimentar adequado e hábitos salutares, bem como estabelecer, como dínamo a impressioná-lo em suas atividades diárias, o serviço amoroso e desinteressado. O resto virá por acréscimo.

Mesmo no decorrer do estudo da Filosofia Rosacruz, nem tudo nos apresenta claro e compreensível de um dia para outro. Nem todos possuem a mesma capacidade de assimilação de conhecimentos, pois tal capacidade constitui uma bagagem adquirida em existências passadas, conforme o maior ou menor empenho de cada um. Não obstante é necessário perseverar e perseverar sempre. Mesmo que levemos muito tempo para entender algum tópico das lições, e que isto não seja motivo para esmorecimentos e desistência. Cada um deve sobrepor-se as próprias fraquezas e dificuldades, porque é desta conquista da natureza inferior que se removem os obstáculos e as limitações esvaem-se. Estas são criações do próprio ser humano, através de um modo negativo de viver, de pensar e agir.

O estudo constante, a frequência às reuniões sempre que possível, o exercício de retrospecção, o viver leal e sincero de conformidade com os ideais rosacruzes, constituem fatores positivos, que propiciam o vislumbre de horizontes mais amplos.

É evidente que o estudo e demonstração das leis que regem os mundos suprafísicos não implicam em compreensão imediata, pois a natureza não dá saltos e se muitas vezes não entendemos nem aquilo que é perceptível aos nossos sentidos físicos, quanto mais o que é âmbito mais sutil!

Mas, se tivermos paciência, tudo virá no devido tempo e conseguiremos o almejado, pois, o espírito de harmonia e a unidade de propósito, muito nos auxiliarão; assim, constituirão uma força que beneficiará, fortalecerá e sustentará a cada um de nós.

(Revista Serviço Rosacruz – 10/66 – Fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Almas Livres: é chegada a hora de se agir por si mesmo, guiado somente pelo seu Cristo Interno

Almas Livres: é chegada a hora de se agir por si mesmo, guiado somente pelo seu Cristo Interno 

Um indivíduo quando se predispõe a estudar o Espiritualismo, já desenvolveu a sua consciência ao ponto de, pelo livre arbítrio, escolher um rumo para suas ideias, portanto, para o seu modo de pensar e agir.

Nesse ponto de transição, em que a consciência insatisfeita com o que aprendeu até ali, necessita de esclarecimentos mais amplos, ele entra num mar de dúvidas porque aquilo que já aprendeu ficou gravado atrapalhando o novo aprendizado até que, depois, por si mesmo, ele perceba a lógica nas novas lições e acomode nelas a corrente de suas ideias.

Acontece que, desde séculos passados, o ambiente religioso é o mesmo nestes lados ocidentais. Durante anos e anos duas religiões que não se unem, mas graças a Deus não se perseguem mais, vem prevalecendo na Europa e Américas, sujeitando a sociedade e embaraçando a expansão de ideias livres, ideias individuais.

Dessa maneira o indivíduo que chega ao ponto de libertar a sua Mente e conduzi-la pelo seu livre arbítrio, fica receoso como um pássaro que, engaiolado por muito tempo, no momento de sua liberdade, tem medo do espaço infinito. Quando vê aberta a portinha da gaiola, não tem coragem de arriscar um voo.

O hábito é uma segunda natureza e milhares e milhares de indivíduos vêm se habituando, desde criança, no ambiente familiar e ambiente geral de uma só ordem de ideias, até que sua Mente desenvolvida em outros assuntos, por força das necessidades da vida, chega a um ponto de curiosidade e descontentamento e se põe a procurar novas diretrizes, novos horizontes. Chega a hora, então, de procurar outras religiões, outras filosofias, de ler livros, até ali desconhecidos, de procurar lugares de ensinamentos até então ignorados, e considerados absurdos, mudar de pontos de vista, de adquirir novos conhecimentos.

Nessa altura, muitas pessoas temerosas de abandonar tradições, de mudar de corrente, sempre igual de ideias que influiu durante tantos anos na própria vida, compreendendo ao mesmo tempo, que essas ideias já não satisfazem mais, vacila tanto para dar novo rumo a sua mentalidade que acabam estacionando no seu modo de pensar, sem concordar plenamente com a que já aprendeu e sem vontade de aprender novas razões. Quantas pessoas deixam de progredir na vida, moral ou material, pela força do hábito.

Essa preguiça de natureza mental deve ser afastada desde logo, porque geralmente ela dura sempre e muitas vezes, quando chega a passar por efeito de um impulso, provocada pela experiência, pelo sofrimento, já se perdeu muito tempo, ou mesmo o melhor do tempo.

É natural, pois, que quando se encontre num estado de transição de ideias, mormente se tratando de questões do espírito, se esbarre com muita dúvida; porém é necessária afastá-la desde logo e para se conseguir isso é preciso pesquisar, examinar.

No caso do espiritualismo, é preciso verificar se as lições aprendidas, ou melhor, se as lições que se está aprendendo, são enquadradas na realidade da vida de todos os dias, e se podem ser observadas em você mesmo ou nos outros. Para isso é preciso pensar, procurar dentro do próprio pensamento fatos ou coisas que se relacionem com o que se está aprendendo. É preciso usar a memória, recorrer a lembranças e também observar nos fatos presentes, a relação entre a vida real e a espiritualidade.

O espiritualismo não é mais nada que a própria vida do ser humano, portanto, da nossa própria vida estudada na sua essência, nas suas bases fundamentais, na sua evolução e sua finalidade.

Ora, estudando a nossa própria consciência nos seus foros mais íntimos, e estudando, ao mesmo tempo, os acontecimentos da vida exterior, que se relacionam particularmente conosco de modo direto ou indireto, dando-nos pesares ou prazeres, alegrias ou tristezas, verificamos que tudo o que nos aconteceu e nos acontece está em harmonia com a nossa natureza particular, com a nossa capacidade, com a nosso entendimento, com o nosso grau de inteligência; por isso mesmo que se diz que Deus dá o frio conforme a roupa.

Verificaremos também que se os acontecimentos da nossa vida são diferentes dos acontecimentos das vidas dos outros, muito embora as situações sociais, financeiras, condições de saúde, de família, etc., sejam equivalentes, é por que a nossa natureza íntima, também é diferente, porque os nossos mundos internos tem o seu feitio e o seu desenvolvimento particulares, que não encontramos exatamente iguais em mais ninguém. É por isso que muitas pessoas, em ocasiões de raiva, de desespero, mesmo de coragem, de sacrifício, convencida de sua natureza exclama: “eu sou assim”. Está certo! Cada um é assim do seu modo peculiar e não muda, senão por força da evolução espiritual. O mundo exterior repete continuamente a mesma série de cenas, as mesmas histórias, os mesmos fatos. O nosso Espírito é que, conservando o seu feitio fundamental, as suas linhas características, vai modificando a sua expressão por efeito do desenvolvimento que vai realizando. Quando recordamos certas épocas do nosso passado, certos ambientes, lugares e fatos, sentimos saudades de tudo o que se ligava a esses fatos, a paisagem, o céu, a rua, as pessoas – a verdade nos faz saudades, não propriamente essas coisas e sim o nosso estado interno desse tempo. Sentimos saudades de nós mesmos, de nossa alma mais animada, de nossas emoções mais leves, ligeiras, de nossos pensamentos cheios de entusiasmo e esperanças.

O céu não mudou. Por toda a parte há, como antes, paisagens encantadoras, variadas, objetos interessantes, pessoas agradáveis, moda bonita, etc. Nós, por efeito de nossas experiências, mudamos os sentimentos e a mentalidade, e por isso mesmo olhamos as coisas e os fatos por outro prisma. O nosso Espírito arredou alguns dos véus que o encobrem e enxergamos tudo com mais realidade, mais clareza.

Do mesmo modo recordamos com mais realismo as nossas tolices passadas, erros de toda a espécie, disparates e até dureza de coração e ficamos admirados de termos praticado tais atos. Isso vem mostrar que o nosso Espírito vai clareando aos poucos e continuamente, ampliando a nossa mentalidade, apurando os nossos sentimentos e por isso mesmo é que nossa memória traz à tona, muitas vezes, atos que praticamos, bobagens, até sem importância e que por nada neste mundo seríamos capazes de praticar de novo, porque a nossa consciência não mais aceita. Será porque de lá para cá, cultuamos a nossa inteligência, lemos muito, aprendemos mais coisas? Em parte sim.

Digo em parte apenas, porque muitas pessoas há de cultura intelectual comprovada, capaz de resolver grandes e graves problemas financeiros e políticos, questões internacionais importantíssimas, técnicos aperfeiçoados, magistrados, etc., que sabendo tanta coisa são fechados no orgulho, no egoísmo, na vaidade, que vivem para si somente, ignorando o resto da coletividade formada, entretanto, por seus semelhantes. Torno a dizer que o espiritualismo, é o estudo da nossa própria vida através do desenvolvimento dos nossos mundos internos. Por meio desse desenvolvimento percebemos que temos aprendido já muita coisa; que já conseguimos abrandar um pouco o coração; que ganhamos caminho, e que fomos muito mais atrasados. Já cometemos uma infinidade de erros mais graves dos que cometemos hoje e devemos seguir adiante, quer queiramos ou não.

Devemos desenvolver infinitamente o nosso aprendizado, visto que se estamos adiantados, à vista do estado espiritual em que já estivemos, estamos atrasados, à vista do grau de adiantamento a que temos de chegar.
O nosso aprendizado não é fácil, no ponto de desenvolvimento em que estamos, porque ele depende em boa parte do domínio das nossas emoções, o que quer dizer do cultivo dos nossos sentimentos, o que depende de muita força de vontade. A nossa luta de todos os dias está empenhada com uma coletividade dos mais variados graus de adiantamento espiritual, portanto, estamos, a cada instante, em choque com forças exteriores.

Essas forças exteriores estão, por sua vez, em harmonia com as Leis de Causa e Efeito e de Consequência, portanto, é dentro dela mesmo que temos de agir, para vencer. Para agir com pessoas de todos os graus de adiantamento, evitando o mais possível os choques, é preciso que se tenha seriedade de espírito e isso só se consegue com conhecimento e amor aos semelhantes, sejam eles de qualquer estágio de aprendizado.

Quando se chega a compreender que, cada um só pode dar aquilo que tem, e quanto menos tem para dar mais infeliz ele é, mais caminho tem de andar, de modo que, meus amigos, as ideias de vingança, o desejo de desforra são provas de falta de conhecimento, de pouco ou nenhum raciocínio. Somos auxiliares mútuos no cumprimento da Lei da Causa e Efeito e de Consequência e conforme as nossas qualidades, somos portadores de alegrias ou de tristezas aos nossos semelhantes.

Essas questões e todas as outras que se relacionam diretamente com o cultivo dos sentimentos, com o desenvolvimento da consciência, com o aperfeiçoamento do caráter fazem parte integrante do aprendizado espiritual e o melhor exercício que se pode fazer é a prática das boas ações.

O domínio próprio exercitado diretamente, só pelo esforço da vontade naturalmente tem os melhores resultados, porém, não está ao alcance de todos, porque é muito difícil conter-se o Corpo de Desejos. Há outro exercício mais brando, por isso mesmo mais demorado que chega também a um resultado satisfatório. É o trabalho de se procurar, conscientemente, em todos os fatos, coisas ou pessoas que nos desagradam, o seu lado bom, apreciável, a virtude que existe sempre e que muitas vezes, se oculta atrás de uma aparência má ou feia.

Sempre que fazendo isso conseguimos vencer uma aversão, estamos educando as nossas emoções.
Sempre que, ao julgarmos, dermo-nos ao trabalho de procurarmos a causa que o motivou, estaremos exercitando o raciocínio, portanto o abrandamento das emoções. Esses trabalhos repetidos apresentam geralmente resultados positivos. Há estudantes que, com o desejo de adiantar depressa se propõem a exercitar a domínio próprio, por meios extremados, geralmente acima de suas forças, fora de suas capacidades, chegando a pouco ou nenhum resultado, porque ou se cansam e abandonam o exercício na metade, ou se aniquilam prejudicando a saúde. O domínio próprio tem de ser praticado dentro do princípio da Relatividade, exercitar gradativamente e no seu meio termo. Devagar é que se chega ao longe.

Quando se está subindo uma escada para se chegar ao cimo, seguramente, tem-se de prestar atenção em cada degrau que se está pisando, para nele não falsear o passo, nem pisar muito firme, com risco de torcer o pé.

Não adianta a preocupação antecipada com o que está lá em cima, no patamar, porque só chegando lá é que se pode compreender, e nem adianta também saltar degrau, porque, então, não se fica conhecendo bem a escada, e nela pode haver coisas de utilidade que venham a fazer falta mais tarde. O trabalho de examinar o que se está fazendo é de grande proveito e utilidade no presente e para o futuro; isso em qualquer exercício. Nos estudos espiritualistas, esse cuidado é indispensável por se tratar de questões de ordem superior, que determinam o nosso progresso em linhas mais retas ou explicando melhor, de modo mais direto.

Uma vez que se queira dar às ideias um rumo seguro, que se deseje dar à Mente mais largueza e mais claridade é justo que se empregue atenção em tudo o que diz respeito às lições que se vai aprendendo, que se examinem com a própria consciência os trabalhos indicados.

Os ensinos Rosacruzes têm, como uma das finalidades mais em vista, levar o estudante a libertar as suas ideias a ponto de resolver por si só, com o auxilio único de sua própria consciência, todos os problemas de sua vida. Ideias livres não quer dizer anarquismo, quando são orientadas no espiritualismo.

Todo o estudante esotérico sabe que a verdadeira liberdade é a obediência às Leis e o exato cumprimento de todos os deveres. Que a nossa consciência só pode se desenvolver pelo conhecimento dessas coisas e que entre todos os nossos deveres o mais elevado é a estima, o respeito espontâneo, solícito aos direitos dos nossos semelhantes. É o reconhecimento da semelhança estabelecida no fundo de nossa natureza, pelo princípio que é o mesmo para todos.

O medo de pensar e agir livremente pode desaparecer, uma vez que o indivíduo conheça o verdadeiro conceito da liberdade, que compreenda que o direito é um resultado do dever cumprido, portanto, quem cumpre, voluntariamente, seus deveres morais, materiais e espirituais está agindo com liberdade e segurança e está se aproximando da Espiritualidade, e só consegue se espiritualizar em verdade, quem compreender este axioma de Elifas Levy: “Há apenas um único poder na terra como no Céu e este poder é o do Bem”.

Ora se a verdadeira espiritualidade é a que se apoia inteiramente no Bem, por que duvidar e vacilar, quando a consciência inquieta, insatisfeita reclama diretrizes mais claras, mais lógicas, na corrente das ideias? Quando imperiosa pede Razão? Por que se demorar na decisão? Sujeição do ambiente ou da força do hábito? A nossa consciência é a iluminadora de nossas ações e quando ela chega a encaminhar o indivíduo para os estudos espiritualistas, é porque é chegado o momento dele entrar para o caminho mais curto de sua evolução. É chegada a hora dele agir por si mesmo, guiado somente pelo seu Cristo Interno.

(Revista Serviço Rosacruz – 12/64 – Fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pelos Caminhos do Ocidente e por que não do Oriente

Pelos Caminhos do Ocidente e por que não do Oriente

O continente americano sofre, nos dias atuais, uma verdadeira invasão de algumas religiões tipicamente orientais. Quer nos parecer que entre os jovens registra-se a maior influência dessas crenças e, consequentemente, maior número de adesões. Muitos, inclusive, manifestam a pretensão de abandonar tudo: emprego, estudo, família para aprender meditação na Índia, ou, então, recolher-se ao isolamento das montanhas bolivianas, por exemplo.

Nos Estados Unidos da América do Norte, os “gurus” estão despontando em escala crescente. Mas nem todos se revestem do manto da espiritualidade, haja vista algumas concentrações realizadas no Madison Square Garden, onde, ao som de músicas estridentes e ante espiritualistas, muitas pessoas “curtem” tóxicos, segundo noticiaram os jornais.

Tudo isso tem provocado um sem número de queixas, mormente dos pais, inconformados com a decisão de seus jovens filhos, de quem esperavam brilhantes carreiras profissionais, ou pelo menos uma vida enquadrada nos padrões da sociedade ocidental. Irritados, e em alguns casos até chocados com o exotismo das seitas que habilmente atraem moços e moças, não vacilaram, alguns, em exigir providências das autoridades.

A questão é complexa, não lhe cabendo, portanto, uma análise simplista. É necessário encontrar as razões pelas quais algumas pessoas se desencantam com o Cristianismo, partindo em busca de sistemas religiosos estranhos à nossa formação ocidental e estágio evolutivo.

Um exame mais profundo e abrangente desse problema, não poderá fugir de uma base eminentemente esotérica. A Filosofia Rosacruz, esotérica por excelência, propicia-nos fundamentos essencialmente lógicos para assegurar-nos conclusões satisfatórias. À sua Iuz, portanto, examinemos tão controvertido tema.
Tal como o Sol aparentemente desloca-se de leste para oeste, a Iuz da espiritualidade obedeceu à mesma trajetória ao longo da evolução humana.

Confúcio na China; Buda na Índia; Pitágoras na Grécia constituíram marcos progressivos do caminho esplendoroso do Sol da espiritualidade, empurrando o sentimento religioso – expresso na forma mais adequada a cada povo – cada vez mais para Oeste.

Mais tarde manifestou-se o Cristo, cuja influência faz-se sentir, predominantemente, em terras ocidentais. E continuará assim, até os egos, habitantes de outras regiões do Planeta, se universalizarem, libertando-se dos laços restritivos da raça e das tradições. Quando tal ocorrer, o Cristianismo se consagrará, de fato, como uma religião de âmbito mundial.

A Lei do Renascimento auxilia-nos a penetrar na complexidade do assunto, elucidando os mistérios que envolvem as diferenças filosófico-religiosas patentes entre ocidentais e orientais.

No Ocidente se encontra os seres mais evoluídos da Terra, em sentido geral. Em existências passadas viveram no Oriente. Renascem, agora, nesta parte do globo, para dedicarem-se a um aprendizado condizente com seu atual estado evolutivo.

Aos menos avisados, parece ser o Oriente mais avançado espiritualmente. Puro equívoco. Não é nada disso. E, vale a pena ressaltar: essa ideia errônea foi espalhada por aí através das obras orientais postas a venda nas bancas e livrarias. Realmente, a produção de fenômenos suprafísicos e a manifestação de faculdades paranormais, impressionam. Causam certo impacto em quem não conhece devidamente o assunto. Muitos ficam deslumbrados a simples narrativa das façanhas de faquires e iogues. Ficam por aí lamentando as “deploráveis condições de materialismo” em que vivem os ocidentais, entronizando o Oriente como única fonte de espiritualidade.

Ora, devagar com o andor! Psiquismo não é espiritualismo! Muitas vezes andam até bem divorciados. Ocorre que certos exercícios preconizados pelas Escolas Orientais têm o condão de despertar certos atributos psíquicos. São, realmente, indicados para os aspirantes daquela parte do globo. Mas quando praticados por ocidentais, tendem a conduzir a um despertamento prematuro e artificial, consequentemente perigoso. Isto é válido, principalmente em se tratando de exercícios respiratórios. São práticas inadequadas e desaconselháveis ao ser humano do Ocidente. Várias enfermidades podem ser contraídas como resultado desses exercitamento. Muitas pessoas boas andam por aí, internada em sanatórios.

Max Heindel não se cansa de advertir-nos a respeito. Em face de sua responsabilidade como mensageiro dos Irmãos Maiores na divulgação dos arcanos rosacruzes, define com exatidão e clareza as linhas constitutivas dos Métodos de Desenvolvimento Ocidental e Oriental. Vejamos o que ele afirma sobre o assunto: “Na Índia empregam-se diversos métodos, sob diferentes sistemas de Ioga. Ioga significa União, e, como no Ocidente, o objetivo do aspirante é a união com o Eu Superior. Porém, para serem eficazes os métodos de alcançar essa união, devem ser diferentes para um hindu e para um caucásico, tendo em vista que os veículos de um hindu estão diferentemente constituídos dos de um caucásico” (Livro Conceito Rosacruz do Cosmos). Isto é verdade, considerando-se que seus veículos estão diferentemente constituídos.

Os indianos “durante milhares de anos viveram em ambiente e clima totalmente distintos dos nossos e seguiram outras linhas de pensamento. Sua civilização, embora de ordem muito elevada, produz efeitos diferentes. Seria inútil, portanto, adotarmos seus métodos, aliás, produto dos mais elevados ensinamentos ocultos. São convenientes para eles, mas sob todos os aspectos tão inadaptáveis aos ocidentais como um prato de aveia para um leão”.

“Por exemplo, em alguns sistemas pede-se ao iogue para sentar-se em determinadas posições a fim de certas correntes cósmicas poderem fluir de certo modo através do seu corpo, o que produzirá definidos resultados. Eis uma instrução completamente inútil para um caucásico, cuja maneira de viver torna-o inteiramente insensível a essas correntes. Para obter algum resultado prático deve trabalhar em harmonia com a constituição dos próprios veículos”.

Em uma de suas cartas aos estudantes, Heindel aponta outras diferenças: “Além da Escola Oriental de Ocultismo lastrear seus ensinamentos no Hinduísmo, enquanto a Escola da Sabedoria Ocidental defende o Cristianismo, há uma grande, fundamental e inconciliável discrepância entre as duas correntes. Segundo a versão do ocultismo, relativa ao Corpo Vital – que denomina de “linga sharira” – este carece de grande importância, pois é incapaz de desenvolvimento como veículo de consciência. Serve unicamente, dizem, de canal para a força solar – “prana” – e como elo entre os Corpos Denso e de Desejos, este denominado “Kama Rupa” e também “corpo astral”. A Escola do Ocidente nos ensina, como sua máxima fundamental, que todo desenvolvimento oculto principia pelo Corpo Vital. E, o que escreve, como seu representante junto ao público, empenha-se constantemente, desde os primórdios do nosso movimento, no decidido propósito de reunir e disseminar os conhecimentos referentes aos quatro Éteres e ao Corpo Vital”.

Há ainda outro fator positivo respaldando o Método Ocidental de desenvolvimento: é o seu caráter libertário, emancipando o aspirante de toda influência externa, tornando-o confiante em si mesmo no mais alto grau. Já no Oriente tal não ocorre: o Chela deve submeter-se ao Guru, a quem deve estrita obediência. Ao discípulo não se concede liberdade de escolha, mas também não assume responsabilidade. Entre as almas mais “velhas” do Ocidente, aspirante ao crescimento espiritual, não pode haver submissão a mestres e guias. Cada um deve aprender a conduzir-se por si só, mesmo que lhe custe algumas quedas e sofrimentos.

Os ocidentais são mais ativos, mais empreendedores e dinâmicos, tendo, com essa gama notável de qualidades, conquistado, o mundo material. De pujante intelecto, desenvolveram-se cientificamente, criando uma vasta e sofisticada tecnologia. Souberam aproveitar todas as oportunidades e recursos oferecidos pelo Mundo Físico. É verdade que isso lhes trouxe também inúmeros problemas, não pela matéria em si, mas pelo uso distorcido que dela fizeram: inverteram a ordem das coisas. Trocaram os fins pelos meios.

Converteram em objetivos os recursos que, naturalmente, são meios para se lograr um progresso transcendental à materialidade. Mas essa condição, a despeito de ser perigosa, é passageira.

Os orientais até bem pouco tempo consideravam a vida material como sendo um pesado fardo. Pouco se interessavam por ela, preferindo uma existência mais contemplativa, onde pudessem gozar as delícias do “nirvana”. Aferrados a tradições milenares, relutavam em aceitar as vantagens oferecidas pela existência concreta. Mantinham-se alheios as novas descobertas e as transformações que, de tempos em tempos, imprimem novos contornos e colorido às civilizações.

Porém, como não existe inércia na natureza, as Grandes Hierarquias responsáveis pela nossa caminhada evolutiva valeram-se de alguns meios para promover uma descristalização: catástrofes, conflitos bélicos, etc. Hoje já se nota um processo de ocidentalização em várias nações orientais, desenvolvendo-se, em algumas delas, modernas sociedades de consumo. As coisas já começam a mudar.

Não é difícil, portanto, admitir a existência de acentuadas diferenças entre orientais e ocidentais. Aqueles egos encontram-se na curva descendente da evolução, prestes a atingir o nadir da materialidade, pelo qual nós já passamos a milhares de anos. Em futuro próximo, deverão enfrentar os mesmos problemas agora afligindo os ocidentais, para adquirirem a experiência da vida material. Afastam-se, pouco a pouco, das vivências predominantemente subjetivas, para dedicar-se à conquista do plano material, requisito indispensável à evolução.

Os ocidentais, por sua vez, ascendendo o arco evolutivo, estão alcançando condições de maior espiritualidade. Constroem corpos físicos mais sutis e Mentes mais dinâmicas. Tudo isso lhes é passível graças ao método de realização onde seu desenvolvimento depende exclusivamente de iniciativa, esforço e perseverança. São qualidades capazes de manter sempre dinamicamente atualizadas as sociedades e instituições do Ocidente.

Ora, se os ocidentais são vanguardeiros da evolução humana e suas Escolas de Mistérios são respaldadas pelo Cristianismo, tais premissas induzem, infalivelmente, a uma conclusão: o sistema filosófico religioso cristão é o mais avançado que se conhece. Daí ser um contrassenso alguém, principalmente natural do continente americano, abraçar uma religião ou Escola de Ministérios do Oriente.

Mas, por que alguns jovens aderem aos cultos orientais? A resposta em parte, podemos encontrá-la dentro dos próprios movimentos cristãos populares. O Cristianismo popular esotérico, ainda escravizado à letra que mata e não ao espírito que vivifica, vai perdendo, gradativamente, consistência ante os avanços que ocorrem em todos os campos do conhecimento humano. As igrejas cristãs populares sustem-se pelos dogmas. E o dogma, para manter-se, exige uma fé cega, o que já se tornou inconcebível em nossos dias.

A Mente acadêmica procura uma explicação lógica, racional, para todos os fenômenos, empenhando-se em conceituar e definir as coisas. Daí concluirmos que, somente uma religião assentada em bases racionais pode satisfazer ao ser humano moderno, atendendo, principalmente, aos anseios das novas gerações. E esse sistema, religioso, é a Cristianismo Esotérico, tal como é divulgado pela Fraternidade Rosacruz.

Contudo, a despeito da profundidade dos ensinamentos rosacruzes, a número de estudantes filiados a este movimento não é muito grande. Nem todos aceitam a disciplina inerente a uma Escola Filosófica séria. Essa disciplina, fique bem claro, não é imposta. O próprio estudante, livre, espontânea e conscienciosamente se impõe uma norma de conduta lastreada nas Leis Divinas. Ele alimenta propósitos edificantes, cioso de que o caminho não é nada fácil. Mas, corajosamente assume a responsabilidade, por sua conta e riscos. E a ninguém ou à organização alguma procura debitar seus fracassos e as frustrações decorrentes. As pessoas, em sua maioria, sempre esbarram nessa responsabilidade. É mais cômodo transferi-la a outrem.

A tibieza, o fanatismo e o mau exemplo expresso em incoerência de atitudes por parte de alguns chefes religiosos e de pessoas bem posicionadas dentro de comunidade, também constituem fatores suscetíveis de levar os jovens a desiludirem-se com o Cristianismo popular. “Errare humanum est”, pode contestar alguém.

Não é justo confundir uma crença com a atitude dos crentes. Todos os seres humanos estão sujeitos a momentos de fraqueza. Mas também é certo que a “quem muito é dado muito será exigido”. Quem ocupa uma posição de destaque no seio de uma comunidade, principalmente religiosa, deve estar consciente de sua responsabilidade, empenhando-se em manter intacta sua integridade moral. O Cristo exortou-nos a orar e vigiar.

Vivemos hoje numa sociedade extremamente imediatista e utilitarista, pragmática e competitiva. As pessoas, carentes de sólidas defesas morais, sentem-se massacradas intimamente.

Essa é a gênese das neuroses, suicídios e outros males modernos. A troca dos meios pelos fins desaguou nisso aí. Mas quem arranjou essa encrenca foi a próprio ser humano. Cabe-lhe, portanto, sair dela, pela colocação das coisas em seus devidos lugares, atribuindo-lhes os seus valores reais.

Essa tarefa fundamental compete principalmente aos pais, professores e chefes religiosos. Lamentavelmente, nem todos se encontram preparados para tal. Eis porque muitos jovens sentem-se desorientados, desiludidos, carentes de respostas, oprimidos por um vazio interior. No exotismo de religiões orientais ou no silêncio quase sepulcral de mosteiros e montanhas, procuram algo capaz de preencher suas íntimas necessidades.

A intenção é boa e pura. Mas, de certo modo, configura fuga ou escapismo. Andam em busca de paz. Mas um dia serão obrigados a retornar ao mundo, porque a paz só se obtém aqui, em meio às lutas, pela transformação das consciências; pela reforma do íntimo, pela coragem em encarar e enfrentar os obstáculos. A paz é fruto do trabalho.

(Revista Serviço Rosacruz – 07/80 – Fraternidade Rosacruz-SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Louvor e Condenação: Todos os dias as oportunidades estão batendo as nossas portas

Louvor e Condenação: Todos os dias as oportunidades estão batendo as nossas portas

A “Fraternidade Rosacruz” considera com grande importância o serviço atual que prestamos aos nossos semelhantes, e muitas vezes surge esta pergunta: – Como posso servir aos meus semelhantes? Não vejo nenhuma oportunidade para isso.

Portanto, seria bom assinalar que por “serviço” não queremos significar uma grande ação espetacular, tal como saltar à frente de um carro em disparada e salvar uma criança de atropelamento ou, então, penetrar num edifício em chamas e salvar da morte os que estão em perigo de queimar-se.

Naturalmente, tais oportunidades não aparecem para todos, nem tão pouco são coisas de todo o dia; porém, todos, sem nenhuma exceção, têm oportunidade de servir realmente, sem importar o meio ambiente em que vivem. A linha de serviço que indicaremos neste artigo é ainda de maior valor do que qualquer simples ato de salvar alguém da morte, que cedo ou tarde virá fatalmente para todos, pois, seguramente e de muito maior valor, ajudar as pessoas a viver bem do que ajudá-las meramente a escapar, uma vez apenas, da morte.
É um fato deplorável que sejamos, na grande maioria, egoístas a um grau extremo. Buscamos o melhor que há na vida sem nos ocupar em nada com nossos semelhantes. Estamos demasiados propensos a comparar nossas posses, nossas faculdades com os outros, e quando percebemos que eles têm mais do que nós ou que fizeram algo com mais perfeição, etc, deixamo-nos tomar por um sentimento de ciúme e inveja que nos impele a falar deles com desprezo, ou de alguma maneira diminuir seu êxito ou realização, na ilusão de que assim fazendo nos elevamos ao seu nível ou o superamos.

Se por outro lado percebemos que eles não têm tanto como nós, ou sua condição social parece ser mais baixa que a nossa, então é fácil estabelecer sua inferioridade, e, portanto, adotamos logo uma atitude arrogante e falamos de uma maneira “condescendente”, pensando que por tais comparações nos elevamos muito acima das nossas condições atuais.

Se ouvirmos alguém falar mal de outrem, estamos, geralmente, prontos e dispostos a acreditar no pior, porque então, por comparação, parecemos ser muitos melhores, mais santos e, portanto, nos julgamos muito altos sobre o réu. E onde o mérito esteja tão manifesto que não se possa evitar o elogio, geralmente o fazemos de má vontade, pois nos sentimos como se, ao louvar a outrem, nos tirassem algo de nós mesmos ou talvez a outro fique muito exaltado e nos “faça sombra…”.

Essa é a atitude geral do mundo. Por mais deplorável e lamentável que seja, isto é um fato, e entre a grande maioria da humanidade, os seres humanos parecem estar, unicamente, interessados em que todos os demais fiquem para trás deles. Esta é uma das maiores manifestações de desumanidade do indivíduo com o indivíduo, o que faz com que uma grande parte tenha que lamentar-se, enquanto que a outra grande parte também se lamente por sua vez.

Que maior serviço pode alguém prestar aos outros do que adotar uma atitude sistematicamente de ESTÍMULO e de LOUVOR? Não há nada mais verídico do que o sentimento expresso nos versos do poeta: “Sempre há algo bom no pior dos seres humanos, e sempre há algo mal no melhor dos seres humanos”.
No lar, no trabalho e em toda parte encontramos, diariamente, pessoas que sentem necessidade de estímulo, como qualquer pessoa no mundo. Se alguém fez algo de bom e dizemos algumas palavras de apreço, essa palavra o ajudará a fazer ainda melhor na próxima vez. Se alguém fez algo mau ou fracassou, uma palavra de simpatia e confiança lhe dará novas energias que o estimularão a experimentar, mais uma vez, e alcançar o triunfo, exatamente com a mesma segurança que uma atitude de desalento pode arruiná-lo na vida, ao passo que uma palavra alegre poderia tê-lo salvo.

Quando alguém se aproxima de nós com histórias, falando mal de alguém, sejamos vagarosos em crer e mais vagarosos ainda para contar a outrem o que acabamos de ouvir. Esforcemo-nos, por todos os meios possíveis, por evitar que as pessoas que nos vem contar alguma coisa má continue repetindo a mesma história aos outros. Nada de bom pode resultar para nós ou para qualquer outro ouvir e crer em semelhantes histórias.

Esta linha de serviço pode parecer muito fácil à primeira vista, porém, convém considerar que, muitas vezes, será preciso uma grande dose de abnegação própria para agir assim, porque estamos todos tão imbuídos com o egoísmo que é quase impossível para a maioria de nós colocarmo-nos de lado totalmente, pondo-nos na posição de outros, dando-lhes o estímulo e louvor que tão ardentemente desejamos para nós mesmos.
Porém, se persistimos nessa atitude, e a realizarmos consistentemente com todos, em nosso meio ambiente, sempre fazendo o possível para dizer uma palavra de estímulo onde quer que encontremos a oportunidade, veremos que os outros virão a nós não somente com as suas penas, mas também com as suas alegrias; assim alcançaremos também alguma recompensa. Sentir-nos-emos, então, seu sucesso, e em todos esses êxitos de outras pessoas haverá uma alegria e um sucesso que legitimamente nos pertence, um êxito que ninguém poderá tirar de nós, algo que irá conosco para além do túmulo, como um tesouro espiritual.

Não devemos nos esquecer de que cada ato, por simples que seja, está gravado no Átomo-semente em nossos corações, e o sentimento e emoção que acompanham esse ato.

Reagirão sobre nós na existência pós-morte, e toda essa alegria, todo o prazer, todo o amor que tenhamos vertido, por outras pessoas reagirão sobre nós no “Primeiro Céu” e nos proporcionarão uma experiência sublime. Isto desenvolverá em nós uma faculdade maravilhosa de dar mais alegria aos outros, de poder servir mais e melhor. E recordemos que esta é a única grandeza verdadeira, a única grandeza que é digna de nosso esforço, a grandeza de alma que nos permite ser serviçais, servidores do mundo.

Acima de tudo, além de infundir ânimo e valor no trabalho dos outros, recordemos a parte de serviço que se relaciona com o evitar que os mal-entendidos e separações se propaguem. Quando alguém se aproxima com uma história dessas, falando mal de alguém, sem tomar em conta o que possamos pensar disso ou sem considerar qualquer justificação, tenhamos em vista que a repetição dessa história causará realmente um dano. Assim como uma bola de neve que roda de uma montanha abaixo vai acumulando mais e mais neve, crescendo e tornando-se cada vez maior, assim também a história que vai de boca em boca se exagera e acaba por causar uma tristeza e sofrimento. Assim, pois, um dos maiores serviços que podemos oferecer à comunidade é fazer todo o possível para que essas histórias, essas conversas malévolas, não continuem a circular; procuremos corrigir aqueles que por ignorância dos malefícios que produzem, vivem a forjar “histórias” e a falar mal dos outros.

Muitos lares se têm destruído, comunidades têm sido desbaratadas, muitas pessoas têm abandonado suas oportunidades, suas obrigações e aspirações e ainda coisas piores têm acontecido devido a essas histórias que têm sido levadas de boca em boca. Portanto, podemos fazer um grande serviço RECUSANDO ouvir o falar mal dos outros, RECUSANDO ouvir “histórias” e murmurações, dando ÂNIMO àqueles que fracassaram em suas ambições e ELOGIANDO, sinceramente, àqueles que tiveram êxito.

Todos os dias as oportunidades estão batendo as nossas portas, em qualquer lugar que estejamos, seja qual for à condição de vida que tenhamos.

(Revista Serviço Rosacruz – 01/65 – Fraternidade Rosacruz –SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Procedimentos, Cuidados e o que é importante fazer quando da morte de uma pessoa ou a sua própria

Procedimentos, Cuidados e o que é importante fazer quando da morte de uma pessoa ou a sua própria

 

Conteúdo:
Parte I – O momento da Morte e os cuidados que devemos ter com o recém-falecido
Parte II – A importância da transmissão de tudo que fizemos do Átomo-semente do Corpo Denso para o Átomo-semente do Corpo de Desejos, até 3 dias e meio após a morte
Parte III – Declaração do que as pessoas devem fazer quando ocorrer a sua morte
Parte IV – Ritual do Serviço de Funeral – Fraternidade Rosacruz

 

Parte I – O momento da Morte e os cuidados que devemos ter com o recém-falecido

Na vida só uma coisa é certa: a morte! Quando passarmos para o além e enfrentarmos novas condições, o conhecimento que possuirmos delas ser-nos-á sem dúvida de grande auxílio.

A forma esquelética da morte projeta sua horrenda sombra em todos os umbrais. Velhos ou jovens, sãos ou enfermos, ricos ou pobres, todos, todos nós devemos passar através dessa sombra, do modo que em todas as idades tem-se escutado o clamor de angústia pela solução do enigma da vida – do enigma da morte.
O ser humano constrói e semeia até que chegue a morte. Então o tempo da sementeira e os períodos de crescimento e amadurecimento ficaram para trás. É chegado o tempo da colheita, quando o esquelético espectro da morte surge com sua foice e sua ampulheta. Este é um bom símbolo. O esqueleto simboliza a parte do corpo de relativa permanência; a foice representa o fato de que essa parte permanente a qual está prestes a ser colhida pelo espírito, é o fruto da vida que vai terminar; a ampulheta indica que a hora soará somente depois que todo o tempo da vida tenha decorrido, em harmonia com leis imutáveis. Quando chega esse momento os veículos se separam. Como a vida no Mundo Físico terminou o ser humano não necessita mais do seu Corpo Denso. O Corpo Vital que, conforme já explicado, também pertence ao Mundo Físico, retira-se pela cabeça, deixando o Corpo Denso inanimado.

Os veículos superiores – Corpo Vital, Corpo de Desejos e Mente – podem ser vistos abandonando o Corpo Denso com um movimento em espiral, levando consigo a alma de um átomo denso. Não o átomo em si, mas as forças que através dele atuavam. O resultado das experiências vividas no Corpo Denso durante a existência que acaba de terminar ficou impresso nesse átomo particular. Enquanto todos os demais átomos do Corpo Denso se renovam periodicamente, esse átomo continua subsistindo. E permanece estável não somente através de uma vida, mas das de todos os Corpos Densos já usados por qualquer Ego em particular. Esse átomo é retirado após a morte e despertará somente na aurora de uma próxima vida física para servir novamente como núcleo de mais um Corpo Denso, a ser usado pelo mesmo Ego, por isso é chamado “Átomo-semente”. Durante a vida o Átomo-semente localiza-se no ventrículo esquerdo do coração, próximo do ápice. Ao ocorrer a morte sobe ao cérebro pelo nervo pneumogástrico, abandonando o Corpo Denso juntamente com os veículos superiores por entre as comissuras dos ossos parietal e occipital.

Quando os veículos superiores abandonam o Corpo Denso, permanecem ainda ligados a ele por meio de um cordão delgado, brilhante, prateado, muito semelhante à figura de dois seis invertidos, um na vertical e outro na horizontal, ambos ligados pelas extremidades do gancho.

Um extremo desse Cordão prende-se ao coração por meio do Átomo-semente. É a ruptura do Átomo-semente que produz a paralisação do coração. O Cordão só se rompe depois que todo o panorama da vida passada, contido no Corpo Vital, foi contemplado.

Todavia, deve-se ter muito cuidado em não cremar ou embalsamar o corpo antes de decorridos, no mínimo, três dias e meio após a morte, porque enquanto o Corpo Vital e os corpos superiores permanecerem unidos ao corpo por meio do Cordão Prateado, o ser humano, em certa medida, sentirá qualquer exame pós-morte ou ferimento no Corpo Denso. A cremação deveria ser evitada nos três primeiros dias e meio depois da morte porque tende a desintegrar o Corpo Vital, que deve permanecer intacto até que se tenha imprimido, no Corpo de Desejos, o panorama da vida que passou.

O Cordão Prateado rompe-se no ponto de união dos dois seis, metade permanecendo com o Corpo Denso e a outra metade com os veículos superiores. A partir do momento que o Cordão se rompe o Corpo Denso fica completamente morto.

Ou seja: Depois da morte, o colapso do Corpo Vital encerra o panorama e força o ser humano a entrar no Mundo do Desejo. O Cordão Prateado rompe-se então no ponto onde se unem os “dois seis” efetuando-se a mesma divisão como durante o sono, porém com esta diferença importante: ainda que o Corpo Vital volte para o Corpo Denso, não mais o interpenetra. Simplesmente fica flutuando sobre a sepultura e desagregando-se sincronicamente com o veículo denso. Por isso o cemitério é um espetáculo repugnante para o clarividente desenvolvido. Bastaria que algumas pessoas a mais pudessem vê-lo, e não seria preciso maior argumentação para convencer a trocar o mau e anti-higiênico método de enterrar os mortos pelo método mais racional da cremação, que restitui os elementos à sua condição primordial sem que o cadáver alcance os desagradáveis aspectos inerentes ao processo da decomposição lenta.

(veja mais no livro: Conceito Rosacruz do Cosmos – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)

 

Parte II – A importância da transmissão de tudo que fizemos do Átomo-semente do Corpo Denso para o Átomo-semente do Corpo de Desejos, até 3 dias e meio após a morte

Compreenda a importância do panorama da vida passada durante a existência purgatorial onde o mesmo se traduz em sentimentos definidos. Se ao morrer deixarem a pessoa tranquila, sem perturbação, a completa, profunda e clara impressão do panorama gravado como resultado no Corpo de Desejos fará que a vida no Mundo do Desejo seja muito mais vivida e consciente, e que a purificação seja mais perfeita. A expressão de desespero e as lamentações doe que rodeiam o leito de morte, dentro do período de três dias e meio mencionado, só podem resultar em que o ser humano obtenha uma impressão vaga da vida passada. O espírito que tenha estampado uma gravação clara e profunda no seu Corpo de Desejos compreenderá os erros da vida passada muito mais clara e definidamente do que se as imagens gravadas resultarem indistintas, pelo fato de sua atenção ter sido desviada por lamentos e sofrimentos daqueles que o rodeavam.

Os sentimentos relativos às coisas que causam sofrimento no Mundo do Desejo serão muito mais definidos se forem extraídos de uma impressão panorâmica bem distinta do que se a duração do processo fosse insuficiente.

Esse agudo e preciso sentimento será de valor imenso nas vidas futuras. Ele estampa no Átomo-semente do Corpo de Desejos uma impressão indelével de si mesmo. As experiências serão esquecidas nas vidas futuras, mas o Sentimento subsistirá, de modo que quando novas oportunidades para repetir os erros das vidas passadas se apresentarem, este Sentimento falará com toda a clareza e de maneira inequívoca. Essa é “a pequenina voz silenciosa” que nos adverte, ainda que não saibamos por que, mas quanto mais claro e definido tenha sido o panorama das vidas passadas tanto mais amiúde, forte e claramente, ouviremos essa voz. Vemos assim quão importante é proporcionarmos ao espírito em transição um ambiente de absoluta quietude. Assim fazendo, ajudamo-lo a colher o máximo benefício da vida que terminou e a evitar a repetição dos mesmos erros em vidas futuras. Lamentações histéricas e egoístas podem privá-lo de grande parte do valor da vida que passou.

(veja mais no livro: Conceito Rosacruz do Cosmos – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)

Parte III – Declaração do que as pessoas devem fazer quando ocorrer a sua morte

Por isso, é importante deixar uma Declaração – veja o exemplo abaixo – preenchida, reconhecida firma e assinada:

 

D E C L A R A Ç Ã O

Eu, ……………………………………………………………., estudante Rosacruz, portador (a) do RG nº……………………………….., CPF/MF …………………………….., em plena capacidade física e mental, declaro que em caso de óbito, por mal súbito ou persistente, acidente ou qualquer que seja a presumível “causa mortis”, não autorizo a retirada de órgãos e tampouco autópsia. Prevalece esta disposição contra qualquer outra, seja por membro da família, profissionais, ou autoridades, estando assentada no artigo 5º, VI da Constituição Federal, contra a qual não prevalece nenhum poder. Declaro que de acordo com o permissivo constitucional, que garante o direito individual invocado, o meu corpo deverá ser cremado três dias e meio após o óbito, sendo que, em caso de dúvida quanto ao horário, este tempo poderá ser ampliado e nunca reduzido.

A prevalecer o item 8, 3º do pgrp.nsf/0/872, consubstanciada na mesma fundamentação constitucional, o corpo deverá ser mantido íntegro, sem qualquer procedimento dilacerante, pelo mesmo período de três dias e meio.

Como membro Probacionista, a Fraternidade Rosacruz “Max Heindel” sediada à Rua Asdrúbal do Nascimento, 196, São Paulo – SP, telefone: 011 3107-4740, deverá ser cientificada para a realização do ritual e acompanhamento destas disposições incontestáveis de vontade.

Para que surta os fins e efeitos legais, este documento é por mim assinado em 3 (três) vias juntamente com três testemunhas documentalmente qualificadas.

 

 

_______________________
(cidade e data)

 

_____________________________
(nome e assinatura)

 

 

Testemunhas:________________________________________________(1)

Nome:

RG nº:

 

Testemunhas:_________________________________________________(2)

Nome:

RG nº:

 

Testemunhas:_________________________________________________(3)

Nome:

RG nº:

 

Igualmente, é prudente carregar consigo, de preferência na sua carteira, um pequeno lembrete, preenchido com os seus dados, como o do exemplo abaixo:

 

 

Parte IV – Ritual do Serviço de Funeral – Fraternidade Rosacruz

(Importante fazer para todas as pessoas que, por ventura, você participar da cremação ou do enterro)

 

 

FRATERNIDADE ROSACRUZ

Serviço de Funeral

 

1. Preparar o ambiente com músicas superiores

2. Um membro, de preferência de sexo oposto ao do orador, convida os presentes a cantarem, de pé, a terceira estrofe “Mais perto, meu Deus, de Ti”:

“Deixa-me ver o caminho
Que ao céu me conduz;
Tudo o que Tu me dás
São dádivas de consolo.
Os anjos chamam-me;
Mais perto quero estar,
Mais perto quero estar,
Meu Deus, de Ti! “

3. O Leitor descobre o Símbolo Rosacruz

4. Em seguida dirige aos presentes a saudação Rosacruz:

 

Queridas irmãs e irmãos: (Fixa o Símbolo)

 

“QUE AS ROSAS FLORESÇAM EM VOSSA CRUZ”
(Todos respondem: E na vossa também)

 

(Todos sentam, menos o oficiante)

 

Dediquemos um momento à meditação silenciosa sobre o Amor, a Paz e a tranqüilidade.

Terminado um minuto o Oficiante faz a seguinte alocução:

“Não quero, porém, Irmãos, que sejais ignorantes acerca dos que já dormem, para que não vos entristeçais, como os demais, que não tem esperança”.

“Porque, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também aos que em Jesus dormem, Deus os tornará a trazer com Ele” (I Tessalonicenses Capítulo 4, Versículos de 13 a 14).

“Mas alguém dirá: como ressuscitarão os mortos? E com que corpos virão? “

“Insensato! O que tu semeias não é vivificado, se primeiro não morrer! “

 

“E quando semeias, não semeias o corpo que há de nascer, mas simples grãos, como de trigo, ou outra semente qualquer”.

“Mas Deus dá-lhe o corpo como quer, e a cada semente (ser humano) o seu próprio corpo”.

“Nem toda a carne é uma mesma carne, mas uma é a carne dos seres humanos, e outra é a carne dos animais, e outra a dos peixes, e outra é a das aves”.

“E há corpos celestes e corpos terrestres, mas uma é a glória dos celestes e outra dos terrestres”.

“Uma é a glória do Sol, e outra a glória da Lua, e outra a glória das estrelas; porque uma estrela difere em glória de outra estrela”.

“Assim, também, a ressurreição dos mortos. Semeia-se o corpo em corrupção: ressuscitará em incorrupção”.

“Semeia-se desprezível, ressuscitará em glória. Semeia-se em fraqueza, ressuscitará com vigor”.

“Semeia-se corpo animal, ressuscitará corpo espiritual. Se há corpo animal, há também corpo espiritual”. (Primeira Epístola de São Paulo aos Coríntios, Capítulo 15, Versículos de 35 a 44).

Uma das provas do valor da religião é o conforto que nos dá quando a dor e a tristeza põem à prova nossos corações. Para cumprir sua missão a religião dever trazer-nos conforto, particularmente por ocasião da separação final de nossos entes queridos. Quando a morte nos aflige, quando Deus quer terminar a vida terrena atual dos nossos parentes e amigos, quando nossos recursos humanos tenham sido esgotados, então procuramos na religião a coragem e a fortaleza que nos permita suportar a carga da nossa grande perda e da nossa tristeza.

Como preenchem esses requisitos os ensinamentos rosacruzes? Em primeiro lugar, eles nos dizem que a morte não é o fim; e também como, sob a Lei de Consequência, o fruto de nossas ações nesta vida, sejam boas ou más, deve ser colhido em algum tempo futuro, pois a Bíblia nos diz: “Aquilo que o homem semear, isso mesmo colherá”.

Sabemos ser impossível cancelar nossos atos bons ou maus pelo simples fato de morrer, como também o é compensar nossos credores mudando-nos para outra cidade. A dívida continua existindo e, algum dia, e em algum lugar, deve ser liquidada.

Regozijamo-nos quando nasce uma alma, isto é, quando é encerrada em vestimento de barro; mas nos lamentamos quando ela abandona esta forma por ocasião a morte, porque não podemos perceber que essa conduta é exatamente o contrário do que deveria ser. O espírito é aprisionado nesta camada de barro quando nasce neste Mundo Físico, para, durante muitos anos, sujeitar-se às dores, sofrimentos e enfermidades que são a herança da carne. Porém a vida física é necessária para que a alma possa aprender as lições na escola da vida.

Se devêssemos entregar-nos à tristeza, isto deveria ser quando o espírito nasce neste Mundo, mas deveríamos regozijar-nos quando a morte chega para liberta-lo do sofrimento e dos incômodos da existência física. Se pudéssemos ver e sentir o alívio que sentem nossos entes queridos quando se libertam de um corpo doente, em verdade ficaríamos felizes e não mais nos lamentaríamos. Imaginem uma pobre alma que esteja prisioneira num leito, doente, quando desperta no mundo invisível onde pode mover-se à vontade, livre da dor.

Não desejaríamos boa viagem a esta alma, em vez de nos lamentarmos?

Deus chamou nosso Amigo (a) (dizer o nome dele (a)) para cumprir maior tarefa, em campo maior, em outro mundo onde ele (a) não necessita de Corpo Físico e, por isso, ele (a) abandonou o que possuía.

(Faça um pequeno resumo das qualidades e atividades passadas do Amigo (a))
Assim como uma criança comparece à escola dia após dia, para adquirir conhecimentos, tendo noites de descanso entre os dias de escola, enquanto desenvolve o seu corpo da infância até a estatura do adulto, assim também o espírito freqüenta a escola da vida durante uma sucessão de vidas habitando uma série de corpos terrestres de qualidade sempre melhorada, com os quais ganha experiência. É como disse Oliver Wendell Holmes:

“Constrói mansões mais duradouras, minha alma,

À medida que passam as velozes estações!

Abandona tua cripta anterior!

Que cada novo templo, melhor que o anterior,

Te separes do céu com cúpula maior,

Até que afinal te libertes,

Trocando tua concha por um oceano irrequieto de vida!”

 

Sabemos que nosso (a) Amigo (a) voltará algum dia, em algum lugar, com um corpo melhor e mais aperfeiçoado do que o corpo que agora abandonou. Sabemos que por ação da imutável Lei de Consequência, ele (a) deve voltar para que, por meio de vidas repetidas e de reiteradas amizades, seu natural amor possa aumentar e submergir num oceano de Amor.

A morte perdeu seu aguilhão no que diz respeito a nós, não porque tenhamos ficado endurecidos ou que amemos menos nossos parentes e amigos, mas porque estamos convencidos que temos provas absolutas de que a morte não existe. Não temos motivos para afligir-nos porque o cordão prateado partiu-se e o corpo esteja para retornar ao pó de onde veio, pois sabemos que o espírito de nosso (a) Amigo (a) está mais vivo que nunca, e que está presente entre nós, embora invisível para muitos.

Entregamos à terra (ou fogo se for cremado) as vestimentas que este espírito habitou, para que seus elementos possam ser transferidos a outras formas pela alquimia da natureza.

Como disse o poeta Arnold:

“O espírito jamais nasceu!

O espírito nunca deixará de ser!

Nunca houve tempo em que ele existisse;

O fim e o princípio são sonhos,

O espírito permanece para sempre independente dos nascimentos e das mortes;

A morte não tem nenhuma influência sobre ele,

Embora pareça morta sua habitação “

“Assim como tiramos uma roupa usada

E apanhamos outra, dizemos:

‘Hoje usarei esta! ‘

Assim também o espírito abandona sua veste de carne

E parte para voltar a ocupar

Nova habitação, recém-construída”.

 

Elevemos uma prece pedindo ajuda de Deus para que nosso (a) Irmão (ã) que partiu possa logo receber seu novo serviço no outro lado

 

5. Terminar cantando a última estrofe do Hino de Encerramento:

Deus te guarde até retornar
Faze a vida virtuosa
No ideal da Cruz de Rosas
Até quando a voltes a saudar.

6. Segue o Serviço no Crematório ou no Cemitério

 

Serviço no Crematório ou no Cemitério

Agora, entregamos esta roupagem de carne já usada que se tornou muito pequena para o espírito que conhecemos pelo nome de (dizer o nome do Amigo (a)) aos elementos dos quais veio. Nosso Amigo (a) não foi para longe; ele (a) está entre nós embora invisível para aqueles a quem amou. Ele (a) está livre e revestido (a) do corpo apropriado para a vida superior a qual partiu; assim desejamos-lhe sucesso em seu novo ambiente.

 

A morte não existe

A morte não existe. Os astros escondem-se
para elevarem-se sobre novas terras.

E sempre brilhando no diadema celeste
espalham seu fulgor incessantemente.

A morte não existe. As folhas do bosque
converte em vida o ar invisível;
as rochas quebram-se para alimentar
o musgo faminto que nelas nascem.

A morte não existe. O chão que pisamos
converter-se-á, pelas chuvas do verão,
em grãos dourados ou doces frutos,
ou em flores com as cores do arco-íris.

A morte não existe. As folhas caem,
as flores murcham e secam;
esperam apenas, durante as horas do inverno,
pelo hálito morno e suave da primavera.

A morte não existe; embora lamentamos
quando as lindas formas familiares,
que aprendemos a amar, sejam afastadas
dos nossos braços

Embora com o coração partido,
vestido de luto e com passos silenciosos,
levemos seus restos a repousar na terra,
e digamos que eles morreram.

Eles não morreram. Apenas partiram
para além da névoa que nos cega aqui,
para nova e maior vida
dessa esfera mais serena.

Apenas despiram suas vestes de barro,
para revestirem-se com traje mais brilhante;
não foram para longe,
não foram “perdidos”, nem partiram.
Embora invisível aos nossos olhos mortais,
continuam aqui e nos amando;
nunca se esquecem
dos seres amados que deixaram.

Por vezes sentimos sobre nossa fronte febril
sua carícia, um hálito balsâmico.

Nosso espírito os vê, e nossos corações
sentem conforto e calma.

Sim, sempre junto a nós, embora invisíveis
continuam nossos queridos espíritos imortais
pois todo o universo infinito de Deus
É VIDA. – A MORTE NÃO EXISTE!

(John McCheery)

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