Arquivo de categoria Esquema, Caminho e Obra da Evolução

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Por que sofremos? A dor é o estímulo para a perfeição?

Por que sofremos? A dor é o estímulo para a perfeição?

“Por toda parte em que arrastei meu manto, deixei um traço fundo de agonia” – Fagundes Varela.

“Meus Deus, Senhor meu Deus, o que há no mundo que não seja sofrer? O homem cresce e vive um instante, mas sofre até morrer” – Gonçalves Dias.

Nunca o mundo padeceu tanto sofrimento como agora. Seja dor física ou moral, coração algum jamais deixou de, pelo menos uma vez, sentir sua opressão. A humanidade compõe-se de legiões de angustiados, desesperados, desiludidos.

Qual a razão de tanta desdita? O que causa a humana dor?

Consultemos o livro do Gênesis, no Antigo Testamento. Verificaremos no Capítulo 1, versículo 3, que “Viu Deus tudo quanto fizera e eis que era muito bom”.

Portanto, Deus infundiu em tudo quanto criou Sua Divina Perfeição. A palavra perfeição nesse caso pode ser substituída por harmonia. Logo, a obra da criação, regida por leis sábias, caracterizava-se, no início, pela harmonia existente entre todos seus componentes. Na quebra dessa harmonia encontramos a origem do sofrimento. Esse rompimento é uma transgressão às leis naturais. Quer se manifeste como pobreza, enfermidade ou outra infelicidade qualquer, a gênese do padecimento é sempre um desvio.

Porém, que é realmente a dor, a não ser o impacto causado pela retomada do caminho da harmonia? É um brado de alerta sobre a existência de alguma coisa errada. Se a queimadura não produzisse um incomodo físico, por exemplo, nossas mãos poderiam ser consumidas pelas chamas de um fogão. Uma cólica hepática indica, via de regra, uma alimentação inadequada.

A miséria em que vivem milhões de pessoas, denota negligência em relação as oportunidades ou, então, criminosa ganância em vidas passadas. Hoje, tudo se lhes falta como meio de aprenderem a lei do equilíbrio: não devem descurar suas necessidades materiais, porém, que o sentimento de posse não os induza a oprimir ou lesar o semelhante.

O sofrimento, dessa maneira, representa a lição a ser aprendida. Não deve ser encarado como passivo e letárgico conformismo, nem com desesperada revolta. Não interpretemos a dor como sendo uma derrota. Vislumbremo-la como a elevação a um bem que está em nós mesmos, um remédio oportuno, adequado à cura das doenças da alma.

A mensagem Rosacruz é um manancial de esperança. Através do conhecimento dos mistérios da natureza revela-nos o imenso potencial de que fomos dotados. Revelamos, também, nossa origem divina, dando-nos conta das promessas das quais somos herdeiros.

Falta-nos apenas entrar em sintonia com a grande realidade divina. Nada há de real fora dela. A ignorância dessa verdade conduz o ser humano aos tortuosos caminhos do sofrimento.

A dor é o estímulo para a perfeição. Ela faz brotar a bondade e a ventura. A bondade é uma flor que se alimenta dos resíduos deixados pela dor em nossos corações.

Pelo sofrimento podemos avaliar e compreender o padecimento alheio. É uma forma de despertamento da solidariedade no íntimo de cada um. O coração humano é como a terra árida: necessita de ser revolvido e adubado para dar bons frutos.

O espírito é essencialmente divino, mas não pode expressar essa divindade se não compreender o mundo que o cerca e os instrumentos que usa para sua manifestação. A divindade em cada ser humano revela-se na medida em que o caráter é lapidado. Somos a pedra bruta ocultando um diamante de raro brilho. Muitas vezes somente a força do esmeril pode desbastar a pedra. É quando o indivíduo sofre.

Consola-nos, porém, saber que tudo caminha para um bem final, porque “em Deus vivemos, nos movemos e temos o nosso ser”.

(Revista ‘Serviço Rosacruz’ – 05/79 – Fraternidade Rosacruz)

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Porque o Método Rosacruz de Desenvolvimento é Ocidental

Porque o Método Rosacruz de Desenvolvimento é Ocidental

Dizer que a Fraternidade Rosacruz é uma escola preparatória aos mistérios do ocidente não contradiz o sentido de universalização para que tende o Cristianismo Esotérico. Tal como o Sol vem de leste para oeste, a luz da espiritualidade seguiu a mesma direção ao longo da evolução humana.

Confúcio na China; Buda na Índia, Pitágoras na Grécia, foram progressivos marcos da trajetória brilhante do Sol da espiritualidade, dirigindo a evolução religiosa cada vez mais para o oeste. Depois surgiu Cristo. Sua influência predomina, por enquanto, no ocidente até que por todo o mundo os demais Egos se universalizem e se libertem dos laços restritivos da raça e da tradição. No ocidente estão os seres mais evoluídos da Terra, em sentido geral, seres que em outras vidas já tiveram encarnações no oriente.

Agora renascem nessa parte do globo para receberem ensinamentos equivalentes ao seu estado evolutivo. Pode parecer, ao menos avisado, que o oriente, em questão espiritual esteja na vanguarda. Engano. Aqueles Egos se encontram na curva descendente da evolução, prestes a atingir o nadir da materialidade, pelo qual já passaram os ocidentais. Em futuro não muito distante viverão os mesmos problemas que nós, para adquirirem a experiência da vida material. Já se afastam, pouco a pouco, das vivências predominantemente subjetivas para mergulharem na conquista do mundo material, requisito indispensável à evolução, no presente estágio de desenvolvimento da humanidade. Entretanto, os ocidentais, subindo o arco ascendente da escala evolutiva, estão alcançando condições cada vez mais espiritualizadas, Corpos físicos mais refinados e Mentes mais dinâmicas.

Os métodos de realização oriental e ocidental são bem distintos, conquanto tenham em comum alguns princípios doutrinários como a Lei do Renascimento, a Lei de Causa e Efeito, etc. No método oriental, o neófito se subordina ao guru (Mestre) e condiciona seu desenvolvimento à completa aceitação do que lhe é ensinado. No método ocidental, fundamentalmente individualista, se busca, desde o princípio, libertar o neófito de todas as influências externas que lhe dificultam a livre manifestação do Ser.

O método ocidental respeita em cada aspirante o acervo individual de experiências passadas que lhe formaram a natureza, a índole, o temperamento, o caráter, enfim, sua particular e total estrutura Egóica, diferente da de qualquer orientador externo. O método ocidental lhe dá, ao mesmo tempo, meios de realização e deixa o desenvolvimento na dependência exclusiva de sua iniciativa, esforço e perseverança.

A questão Iniciática não é simples, como podem fazer crer os ignorantes e os charlatães. A Escola Rosacruz exorta seus membros a não pensar em voos de alma e a se dedicar de todo coração e vontade ao aprimoramento do caráter, mediante o serviço amoroso e altruísta aos demais, pelos meios de iluminação que põe dadivosamente à disposição de todos. Isso concorda com os Evangelhos: “procure primeiramente o Reino dos Céus e Sua justiça e o demais virá por acréscimo”.

É importante que saibamos distinguir, para nossa orientação e dos demais, o método ocidental de desenvolvimento. 

Como diz Max Heindel: “Buda pode ter sido a luz da Ásia, mas Cristo é a luz do mundo”. Assim como a luz do Sol

ofusca o brilho das mais radiantes estrelas, tempo chegará em que o verdadeiro cristianismo ofuscará todos os demais sistemas doutrinários para inteiro benefício da própria humanidade

(Revista ‘Serviço Rosacruz’ – 12/73 – fraternidade Rosacruz – SP)

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Os Mundos Visível e Invisíveis

Os Mundos Visível e Invisíveis

O universo é a grande escola de treinamento de Deus. Como parte particular desta vasta escola, estamos agora presenciando acontecimentos e mudanças de vulto que provocam uma crescente necessidade de obtermos melhor conhecimento da razão de ser da existência. “Que significa tudo isso?”, perguntamos, e “Que significa isso para mim?”.

A chave do progresso pode ser resumida no aforismo antigo: “Homem, conhece-te a ti mesmo”. O primeiro passo no conhecimento de nós mesmos e das nossas relações com as forças cósmicas é compreender alguma coisa dos mundos em que vivemos, desde que as leis que agem no Cosmos inevitavelmente afetam nossa vida pessoal, individual.

Para a maioria das pessoas existe apenas um Mundo: o globo físico, denso, em que vivemos. Os Mundos suprafísicos não são visíveis para o indivíduo comum, porque este ainda não desenvolveu os sentidos mais elevados e sutis, necessários para entrar em contato com aqueles. Estes Mundos superiores são os mundos da causa, e o estudo das lições da Fraternidade Rosacruz habilitarão o estudante a avaliar satisfatoriamente as manifestações visíveis no Mundo Físico, bem como a regular sua vida de tal modo que passará a exprimir mais harmonia e mais plenitude em todos os planos.

(Revista ‘Serviço Rosacruz’ – 11/73 – fraternidade Rosacruz – SP)

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Os Pergaminhos do Mar Morto

Os Pergaminhos do Mar Morto

O Cristianismo, tal qual todas as religiões, tem dupla natureza interna, oculta, esotérica, verdadeiro repositório de ensinamentos profundos, e uma exterior, exotérica, superficial, formal, contendo princípios cuja finalidade é manter a união do agrupamento e coibir, as mais das vezes, coercitivamente, os arroubos da natureza inferior.

Ao arcabouço esotérico de uma religião só tem acesso seus membros mais avançados, aqueles já iluminados pela pureza e desinteresse. Os menos evoluídos se satisfazem em gravitar em torno de cerimoniais – que raramente entendem – e aspectos exteriores de culto. Assim, permanecem atados a letra que mata e não ao espírito que vivifica, até capacitarem-se a dar um passo maior. São Paulo, Apóstolo, dava “leite as criancinhas” e “alimento sólido” aos fortes na fé.

Cristo se dirigiu as multidões por meio de parábolas, mas aos Discípulos revelava o conteúdo transcendental de Sua Doutrina.

Por suposto, o Cristianismo Esotérico contém a essência dos ensinamentos do Mestre, princípios esses encontráveis nas entrelinhas dos Evangelhos, por quem possui a “chave” para tal.

Tanto as traduções do Antigo como do Novo Testamento, sofreram interpolações e modificações, involuntária ou propositadamente, por parte de copistas e tradutores. Encontramos referências a isso no Conceito Rosacruz do Cosmos, de Max Heindel, e na Patrologia Grega, de Orígenes . Não é difícil imaginar como houve confusões e distorções.

Os Rosacruzes, porém, mercê de suas investigações na Memória da Natureza, oferecem o sentido real dos ensinamentos bíblicos.

Em 1947, ocorreu um fato muito auspicioso: foram descobertos oito rolos de pergaminhos numa gruta localizada nas proximidades do mosteiro de Qunram, as margens do Mar Morto. Sete desses documentos foram decifrados e estudados, revelando importantes informes a respeito do Cristianismo, confirmando muita coisa ensinada pela Fraternidade Rosacruz.

Sabe-se que foram elaborados pelos Essênios. Estes, constituíam uma terceira seita entre os judeus. As outras duas eram os saduceus e os fariseus.

A comunidade essênia, todavia, era bem diferente. Formada de pessoas mais devotas e espiritualizadas, vivia uma vida de pureza e serviço, em contraste com as outras. Sabe-se, também, que vários apóstolos e alguns personagens destacados dos Evangelhos, pertenceram a essa seita.

Agora, outra informação: o oitavo e último rolo de pergaminho foi, finalmente, decifrado e estudado, conforme notícia abaixo transcrita, publicada no jornal Folha de São Paulo, edição de 25 de fevereiro de 1979.

“BERKELEY, CALIFORNIA, (UPI)”
– Os últimos e mais completos pergaminhos do Mar Morto foram finalmente publicados e fizeram revelações novas e importantes a respeito da origem da doutrina cristã sobre o sexo, o casamento e o divórcio, disse o professor Jacob Milgrom, da Universidade da Califórnia.

Denominado “Pergaminho do Templo” por se referir em grande parte à reconstrução do templo de Jerusalém, o documento recentemente publicado, contém um código de comportamento ético que proíbe o divórcio e a poligamia. É também a favor do celibato, pais proíbe o uso do sexo dentro dos muros de Jerusalém.

O novo rolo de pergaminhos e o último dos oito documentos muito bem preservados encontrados por um jovem beduíno em uma caverna perto do Mar Morto, em 1947. Sete outros rolos de pergaminhos já foram decifrados e estudados durante a década de 50, mas o “Pergaminho do Templo” só foi descoberto quando Israel ocupou os territórios árabes, na guerra dos seis dias, em 1967.

O pergaminho foi encontrado em uma caixa de sapato escondida debaixo do assoalho de uma loja árabe, cujo proprietário tinha sido envolvido na compra de documentos antigos.

Nos últimos dez anos o pergaminho foi cuidadosamente desenrolado e decifrado por Yigael Yadin, professor universitário e atualmente vice primeiro ministro de Israel.

Trata-se do mais longo rolo de pergaminho até hoje encontrado, com 19 páginas e 8,53 metros de extensão. O professor Milgrom foi o assistente de Yadin na obra de restauração do documento.

“Em minha opinião, este é provavelmente o pergaminho mais importante”, disse Milgrom numa entrevista. “Antes de mais nada, neste pergaminho Deus fala na primeira pessoa. Isso quer dizer que se trata de revelação. É sua palavra autorizada”.

Milgrom disse que o “Pergaminho do Templo” “vem lançar nova luz sobre as origens de muitas doutrinas cristãs”.
O documento diz, por exemplo, que todos os que “aspirarem viver à sombra do templo, em permanente estado de santidade, devem viver uma vida de solteiro”. Proíbe também a prática de relações sexuais em qualquer parte dentro da cidade de Jerusalém.

Os rigorosos mandamentos de pureza em torno do templo e dos sacrifícios excluem a satisfação de necessidades higiênicas dentro de Jerusalém e até mesmo a defecação em qualquer lugar durante sábado judaico. Proíbe, também “ao rei mais de uma mulher e diz que ele não se deve casar novamente, enquanto sua mulher estiver viva”, disse Milgrom. “As implicações são evidentes. O divórcio é proibido”.

Pela primeira vez, vemos que as opiniões sobre o matrimônio e o divórcio expressas dentro de certas tendências nos Evangelhos do Novo Testamento, podem traçar sua origem nos ensinamentos desta seita, anterior a época de Jesus Cristo pelo menos um século e meio”. Milgrom observou que o divórcio e poligamia não eram proibidos no Antigo Testamento.

Os pergaminhos foram encontrados perto da comunidade de Qunram, que floresceu desde mais ou menos a metade do século segundo antes de Cristo até, a época da Invasão Romana, no ano 67 de nossa era. Essa comunidade era formada “por uma seita marginal dentro do judaísmo”.

Os dissidentes da seita se refugiaram nas cavernas do Mar Morto para escapar a “poluição” que afetava Jerusalém por causa dos líderes fariseus, disse Milgrom.

O pergaminho do templo não apenas traça os planos para a reconstrução do templo de Jerusalém, quando a seita voltasse ao poder, após uma guerra catastrófica, mas “prescreve leis totalmente novas e dá interpretações também novas sobre as leis antigas”.

(Revista ‘Serviço Rosacruz’ – 04/79 – fraternidade Rosacruz – SP)

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O Ciclo: o fim não existe, somente um contínuo eterno, uma existência eterna

O Ciclo: o fim não existe, somente um contínuo eterno, uma existência eterna

Deus emite o Som! Harmonia total que atrai do absoluto todos os componentes pertencentes a Ele. Os diferentes sons agrupam-se em formas diferentes. Não existe matéria morta, todos são carregados com a vida do Absoluto.
O Som mantém sua vibração ritmada e sua duração é o tempo da vida do Universo.

O Som potente desperta a vida no ser inconsciente. Responde, mas a sua consciência não é plena, sua resposta não é o som absoluto. Desafina. Assim a vibração muda e diferencia. As formas já não são perfeitas, a dissonância cria defeitos e na luz absoluta aparecem as sombras. Criam oposições. Positivo-negativo, luz e sombras, bem e o mal, harmonia-dissonância. A luta começa. Respira-expira, recolhe o erro e devolve restaurado.

A harmonia ressoa e a criação com mais consciência tenta vibrar em uníssono, mas seu tom é lento e pesado. Submerge pelo peso e cria novas camadas na sua involução. Cria dor e sofrimento, erros, doenças que aguilhoam para despertar e descobrir sua origem divina.

Uns aumentam sua vibração atinando o som. A luz deles aumenta. Não está tudo feito nem aprendido, mas o ciclo termina. O som extingue, o arquétipo tem seu colapso. O Absoluto absorve o bem, o mal, as lutas, os fracassos e os êxitos. Para preparar o próximo dia da criação, uma nova luta, uma nova oportunidade.

O fim não existe, somente um contínuo eterno, uma existência eterna. A consciência humana não atinge a razão da criação. Ainda não. Agora somente podem existir confiança e fé na Vida Eterna, onde nós vivemos, movemos e temos o nosso ser.

(Revista ‘Serviço Rosacruz’ – 11/84 – Fraternidade Rosacruz – SP)

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Extensão de Consciência

Extensão de Consciência

No capítulo do Conceito Rosacruz do Cosmos, que trata do Esquema da Evolução lemos: “Os três e meio Períodos que faltam serão dedicados ao aperfeiçoamento destes veículos, e a expansão de nossa consciência em algo semelhante à onisciência”. Esta lição trata desta importante fase da evolução. Já caminhamos um grande percurso desde a consciência do sono profundo, do Período de Saturno ao estado de consciência de vigília atual, e estamos nos preparando para a elevada consciência espiritual que obteremos no Período de Vulcano. Este é o grande plano que nosso Criador traçou para nós, os Espíritos Virginais.

Através das diferentes fases da Involução fomos guiados por Seres Elevados, de variados graus de poder, porém, hoje, no tempo atual, nos encontramos no caminho evolutivo de desenvolvimento, e ampliando a Consciência de Vigília, cujo desenvolvimento está em nossas próprias mãos, dependendo de nossa iniciativa e diligência, a fim de que cresça ou permaneça estacionado.

Como Estudantes, sinceros e humildes, temos plena consciência de nossos muitos defeitos. Como crescer em graça e alcançar o crescimento anímico é o objetivo de nossos esforços diários, porque o crescimento anímico aumentará a nossa consciência. Frequentemente sentimos que não podemos nos concentrar e meditar à vontade, ou tão profundamente como desejaríamos, porque influências externas nos perturbam e, com facilidade, nos dizemos a nós mesmos: “O mundo é demasiado para nós”. É, então, que somos tentados a excluir-nos, e permitir-nos o desejo de fugir para a nossa individual torre de marfim; sabemos que, sem importar quão sedutor possa nos parecer este projeto, não é o caminho certo para nós. Experiências anteriores nos têm demonstrado que o crescimento anímico não se acumula fugindo da vida e das nossas obrigações para com a sociedade no mundo. A consciência se produz pela guerra entre o Corpo de Desejos, que destrói, e o Corpo Vital, que constrói. O Espírito renasce para obter experiências, e esta só se pode alcançar pelo contato com nossos semelhantes, no Mundo Físico de ação e reação.

A razão para a edificação de nosso intrincado sistema de veículos eficientes, durante a involução, foi para obter consciência própria. Pelo uso destes, conscientemente, durante nossa jornada evolucionária, conseguimos poder anímico que é o alimento que o Espírito requer. Desde o mero princípio, este nosso espírito foi uma parte de Deus, e agora, como sempre, “vivemos, nos movemos e temos o nosso ser” em Deus, porém, tem que se converter em um espírito humano individualizado, consciente. Como tal, no devido tempo, deve dar-se conta de sua própria história passada, suas possibilidades atuais, e suas futuras potencialidades.

Cristo advertiu a Seus ouvintes: “Sê tu, portanto, perfeito como teu Pai é perfeito nos Céus”. EIe compreendia que nenhum de Seus ouvintes possuía a perfeição de Deus no tempo em que Ele lhes falou, porém, sabia o que é possível ao ser humano conseguir. Por Suas palavras desejava impressionar e recordar a humanidade que, pelo esforço constante e exercício incansável da vontade, o ser humano poderá, ao final, alcançar a perfeição. Ele quis elevar os não sensitivos, porque Ele sabia que nosso adormecido Espírito tem que ser despertado, frequentemente por dolorosas experiências.

Reunimos material para o crescimento de nossa alma por meio de nossas experiências diárias; como tratamos estes acontecimentos que enfrentamos em nossa existência diária, será nossa contribuição individual para com a vida. Cada um de nós experimentou um meio ambiente distinto e se equipou com um Átomo-semente mais ou menos poderoso no começo da vida, e, por conseguinte, a reação de cada um é diferente, individualizada, e assim enriquecerá a obra da vida. Carecemos de poder suficiente apreciável sobre os sucessos com que temos de nos defrontar em nossa jornada desde o berço até o túmulo, porém, podemos determinar COMO reacionar ante eles. Temos liberdade em demonstrar, face aos problemas da vida, debilidade ou valor ao enfrentá-los. Nesta luta divina, a alma é enriquecida, e a quinta essência deste crescimento anímico é extraído vida após vida, armazenando-se como poder vibratório. Este poder reunido pelo Espírito durante muitas vidas, é o que sentimos quando nos colocamos em contato com nossos semelhantes, é o poder vibratório que com frequência cria imediatos gostos e aversões. O poder anímico obtido se imprime em nossa própria alma e sentimos o seu efeito. Ricardo Wagner, em sua Ópera Parsifal, teve um esplêndido êxito ao dar-nos um quadro novo, revitalizado da velha lenda que fala da jornada do ser humano através da vida, conforme enfrenta os perigos e domina as tentações. Finalmente, chega à conclusão de sua pesquisa com a alma enriquecida e a consciência expandida. Quando, pela primeira vez, Parsifal aparece em cena, é puro e sem malícia, e surpreendentemente inocente. Deseja ser de alguma utilidade no Castelo de Graal, porém, antes de fazer isto, tem que enfrentar as realidades da vida e do mundo com seus perigos, porque tem que aprender a discernir. Este é o único meio de demonstrar-nos onde somos débeis. Parsifal, em sua inocência, passa através de seus encontros com as donzelas astutas e a tentadora Kundry sem prejudicar-se. Em seu doloroso encontro com ela, obtém novo conhecimento que resulta em uma maior consciência. Ele viaja através de todo o mundo, encontra sofrimentos e fadigas e, agora, quando chega de novo ao Castelo do Graal, está em condições de ajudar e seus esforços são aceitos prazerosamente, porque conseguiu dominar-se. Ele diz a seus amigos: “Vim através do erro e do sofrimento, através de muitos fracassos e incontáveis angústias”. Isto deveria dar a todos aqueles que procuram conseguir fazer o trabalho do mundo, e a todos aqueles desejosos de aprender, novo alento e a segurança de que nada se perde, e se ganha com o esforço sincero.

A essência de nossas experiências, vida após vida, se acumula e não se perde. O amor e o entendimento adquiridos farão nossa jornada, para o alto, mais feliz e mais proveitosa a todo aquele que tentar.

(Mensagem de Mount Ecclesia – publicada na Revista ‘Serviço Rosacruz’ – 08/82 – Fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Eu sou o Caminho

Eu sou o Caminho

Antes que o Cristo tenha se manifestado em Corpo Físico em nosso Planeta no corpo de Jesus de Nazaré, as grandes religiões como o Hinduísmo, Budismo, os cultos de mistérios Egípcios e Gregos já indicavam uma crescente influência e revelação ao mundo do Logos solar. O Velho Testamento também é profético do advento do Filho de Deus em forma humana. A última revelação divina para o ser humano está contida nos Evangelhos, contando o cumprimento de todas essas profecias.

Assim sendo, o aspirante moderno não precisa defender hoje essa ou aquela religião oriental pré-cristã. Ao máximo, pode tomar conhecimento, de forma comparada, a todo esse cabedal de sabedoria, em forma de uma recapitulação da sua própria herança espiritual. Pode então, avaliar melhor a sua situação evolutiva presente, e Max Heindel são dois expoentes dessa curta recapitulação.

Até certo ponto, na época pós-Atlante podia se dar, espiritualmente falando, um passo evolutivo para trás num esforço de restaurar uma condição prévia, em que a alma humana podia entrar de maneira negativa em contato com seres espirituais. Geofisicamente, podia orientar-se para o Oriente. Dirigia os seus “orisons” ou orações matutinas ao horizonte oriental, em que a Iuz aparecia primeiramente. O gesto era simbólico e literal. O gesto literal era baseado numa ilusão referente à revolução da Terra no seu próprio eixo, que dava e dá a impressão de que a fonte de luz (Espírito) vem do Oriente.

O aspirante nos dias de hoje, imita o movimento cósmico do Sol que também é ilusório em sua aparência de viajar do Leste para o Oeste, se tratando novamente da rotação axial da Terra. Porém, a identificação do aspirante com o movimento solar já significa progresso.

O Ser solar, Cristo, se encarnou no Planeta Terra em Nazaré, no corpo de Jesus e subsequentemente, no próprio corpo do Planeta Terra por meio do sangue precioso de Jesus. Iluminado pelo seu Cristo interno, o aspirante pode vislumbrar hoje o que ele será amanhã, enquanto que o ser humano pré-cristão fitava nostalgicamente uma condição que ele tinha, em sua infância evolutiva. O ser humano contemporâneo engatinha para o autodomínio e, gradualmente assume a sua real dimensão, saindo das alvoradas de sua inocência infantil. Ele enfrenta em plena consciência, as experiências do mundo material, na clareza ofuscante da luz do meio-dia, e procede para o Oeste acompanhando o pôr do Sol. O acompanha para a sua segunda morada; vida após a morte. As alvoradas da infância humana, o meio-dia de luz ofuscante de luta consciente, com a experiência material e o pôr do Sol, vida após a morte, eis as etapas da caminhada humana.

O peregrino, depois do Gólgota, aprecia o supremo valor da existência encarnada, que Cristo-Jesus glorificou abrindo Caminho. Houve um ponto na história da evolução humana, quando ficou proibido ao ser humano negar a existência de seu Corpo Físico, procurando se refugiar nos Mundos espirituais, para fugir da cruel luta da experiência material. Esse ponto foi atingido no Gólgota. Com a exceção de videntes involuntários anacrônicos, a atenção do ser humano devia se voltar para a caminhada na matéria. As Iniciações pré-cristã e os rituais de mistérios se tornaram obsoletos. Antes, quando esse sistema era usado normalmente, o Corpo Físico se tornava como morto, já que o invólucro etérico e os Corpos mais sutis acompanhavam o Ego, se separando do veículo físico, completamente.

Na nova Iniciação, o Corpo fica vivo, vital. A consciência pode ao mesmo tempo penetrar nos reinos mais elevados, e não perder o contato com a sua parte mineral, já que a forma e a função vital foram revitalizadas por Cristo enquanto andou na Terra como homem, Jesus.

A descida do Cristo solar se processou pelo mesmo modo do Ego encarnante, que desce pelos Mundos do Pensamento e de Desejos. Gravitou para o Mundo do Desejo e foi identificado como “Senhor da Luz” pelos sacerdotes de Zoroastro, os chamados Reis Magos, ao qual o Cristo era conhecido como Ahura Mazdao. Em sua descida para a Terra, Cristo foi percebido pelos Egípcios e nomeado Osíris. Quando entrou na Região Etérica Lunar, a cultura Hebraica percebeu o Cristo como a deidade lunar Jeová (que significa eu era, sou e serei), e que se apresentou à Moisés como EU SOU. Quando Cristo quase alcançou o Mundo Físico, os Gregos e os Hebreus tiveram a premonição do nascimento de um ser especial – Deus no homem. Finalmente, Cristo se encarnou em Jesus. O EU SOU de Abrão, se revestiu de carne. Com a Ressurreição, a humanidade recebeu um novo ímpeto evolutivo, não podendo voltar a uma condição de feliz inocência e negar o Mundo Físico em que ela deve ser ativa, nos moldes evolutivos a ela ensinados pelo Mestre. Não nega o mundo. O abraça. Progride na espiral evolutiva e cresce.

As religiões pré-cristãs ainda indicam que na liberação da roda da vida, o ser humano volta à mesma felicidade Edênica. Sai do Nirvana e volta para o Nirvana. Vidas e vidas de ilusão. Ironicamente, muitas igrejas convencionais Cristãs têm os seus altares voltados para o Leste. Porém, na realidade, o Tabernáculo do Deserto (descrito em grande detalhe no Velho Testamento) era profeticamente alinhado a um eixo cuja entrada era a Leste, e seu santuário mais recôndito era à OESTE. A ênfase direcional mostra a espiritualização e despojamento do ser humano pela encarnação, pelo trabalho e pelo serviço no Mundo material. E, dessa forma, o Filho oferecerá ao Pai, na sua volta aos reinos celestiais, o ouro espiritual do sofrimento, transmutado, às raras essências de suas experiências, e as pedras preciosas de suas lágrimas. Esse será o seu presente ao Pai: o seu próprio ser.

(Revista ‘Serviço Rosacruz – 07/82 – Fraternidade Rosacruz – SP)

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Não Violência: a Única Saída

Não Violência: a Única Saída

A atual onda de violência e terrorismo que vem se propagando através do globo em proporções crescentes deve constituir tema de meditação para todas as pessoas de boa vontade. A paz tem sido uma aspiração maior entre os seres humanos. Foram criados instituições e mecanismos para preservá-la ou fazê-la reinar onde o conflito só espalhou miséria e desolação. Entretanto, as guerras entre classes ou grupos étnicos se sucedem a intervalos cada  vez menores.

Necessária se torna a união de todos para fazer frente a essa avalanche de violência. Que fiquem de lado todas as diferenças e os ideais de paz se sobreponham a quaisquer outros interesses. A questão a considerar é, pois: Como conter a violência sem lançar mão da violência? Certamente uma atitude passiva diante da crise atual só contribuirá para agravamento da situação. As filosofias espiritualistas respondem a esta pergunta afirmando que a violência externa é um reflexo do estado de conflito interno em que vive a maioria das pessoas. E vai além; para contê-la faz-se necessária uma transformação interior no ser humano, uma nova atitude de respeito e amor para com todos as seres vivos.

O único antídoto para a violência é a não violência. Somente a ação altruísta e desinteressada, ação fruto do amor por todos os seres será capaz de promover uma transformação para melhor. A vida de Gandhi foi um exemplo de como é possível lutar por seus ideais sem precisar lançar mão da violência. Seu amor por todos os seres era tão intenso, que ao ser friamente assassinado ainda se dirigiu ao seu agressor perguntado: Meu filho, por que fizeste isso? Ele pregava a não violência, não como uma condição física, mas, uma atitude mental de amor, a ausência total de pensamentos desarmoniosos. A não violência, em sua forma ativa, é a boa vontade para com tudo que vive: é perfeito amor.

É muito cômodo criticar o terrorismo e a violência. Contudo, se ficamos apenas nessa atitude, pouco ou nada realizaremos em prol da paz. Cabe a cada um questionar-se para saber até que ponto não é, também, responsável pelo atual estado de violência. De nada adianta nos declararmos pacifistas e continuarmos a educar nossos filhos dentro de um espírito competitivo, inculcando-lhes toda sorte de preconceitos ideológicos e religiosos. As nossas crianças têm sido educadas para vencer na vida a qualquer preço, sem considerar os direitos e as necessidades dos demais. Nossa civilização ocidental, dita cristã, tem sido um exemplo deplorável de conflitos, contrastando com os ensinamentos do meigo nazareno.

É lamentável serem investidos muitos milhões em trabalhos missionários visando a cristianizar os chamados povos pagãos, quando entre nós medra o anticristo nas mais variadas formas de sectarismo.

Se quisermos paz devemos rever nossas atitudes na vida cotidiana, buscando introduzir mais amor, tolerância e compreensão no nosso relacionamento, adotando a postura da não violência. Pode não parecer tarefa fácil, mas conforme dizia Gandhi: “O mundo de amanhã deve ser uma sociedade baseada na não violência”. Tal mundo pode parecer distante, uma impraticável utopia, mas não é inviável, desde que comecemos a agir, aqui e agora.

(Revista ‘Serviço Rosacruz’ – 10/81 – Fraternidade Rosacruz – SP)

 

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Houve um Tempo para lançar luz sobre a mal-entendida Religião Cristã

Houve um Tempo para lançar luz sobre a mal-entendida Religião Cristã

Na antiga Grécia, a Religião, a Arte e a Ciência eram ensinadas conjuntamente. Todavia, tornou-se necessário, para melhor desenvolvimento de cada uma delas, que fossem separadas durante algum tempo.

A Religião reinou suprema na chamada “idade negra” – a Idade Média. Durante esse tempo a Religião escravizou a Arte e a Ciência, atando-as de pés e mãos. Mas depois, veio o período do Renascimento, e a Arte logo se prostituiu a serviço da Religião. Finalmente veio a Ciência moderna e com mão de ferro subjugou a Religião.

Foi em detrimento do mundo que a Ciência ficou, na Idade Média, escravizada pela Religião. Nesse período, a ignorância e a superstição causaram males sem contas; apesar disso, o ser humano abrigava doces ideais espirituais, e tinha esperança numa vida melhor e mais elevada. Porém, comparativamente, é muito mais desastroso que a Ciência esteja matando a Religião, porque até a esperança, o único dom que os deuses deixaram na caixa de Pandora, corre o risco de evaporar-se, diante do Materialismo e o Agnosticismo.

Tal estado de coisas não pode continuar. É inevitável a reação, pois do contrário a desordem dominaria no Cosmos. Para evitar essa calamidade, é indispensável que sejam novamente unidas a Religião, a Ciência e a Arte, em uma expressão mais elevada do Bom, do Verdadeiro e do Belo, do que anteriormente tinham.

Os acontecimentos futuros projetam sua sombra para diante, mostrando as consequências. Assim, quando os Grandes Guias da Humanidade perceberam certa tendência para o ultra materialismo que surgiria no Mundo Ocidental, tomaram certas medidas para neutralizar e transmutá-lo ao devido tempo. Tais Guias não procuram, como pode fazer supor, matar a ciência que ora floresce, do modo como esta procurou matar a Religião. Eles sabem que o Bem resultará no fim de tudo isso, quando então uma Ciência avançada se haja convertido de novo em harmoniosa colaboradora da Religião.

Uma Religião espiritual não pode, indubitavelmente, colaborar com uma Ciência materialista, do mesmo modo como a água não se mistura com azeite. Assim, oportunas medidas são tomadas para se espiritualizar a Ciência e tornar científica a Religião.

No século XIII, um Instrutor Espiritual muito elevado, que tem por nome simbólico: CHRISTIAN ROSENKREUZ (Cristão Rosacruz), apareceu na Europa e inicou sua obra, fundando a misteriosa Ordem dos Rosacruzes, a fim de lançar luz sobre a mal-entendida Religião Cristã, e para explicar o mistério da vida e do Ser, sob um ponto de vista científico, em harmonia com a Religião.

Nas passadas centúrias, os Rosacruzes vinham trabalhando secretamente, mas, ao princípio do século XX, chegou finalmente a hora de levar a público um ensinamento definido, lógico e consequente, a respeito da origem, evolução e desenvolvimento futuro do ser humano e do mundo, conciliando os aspectos científico e espiritual. Tudo o que ensinam está estribado na razão e na lógica. Tal é o ensinamento promulgado pela Fraternidade Rosacruz. Satisfaz a Mente, dando-lhe claras explicações e não evita perguntas. Expõe uma solução razoável para todos os mistérios, mas, e este é um MAS muito importante: o Cristianismo Rosacruz não considera a compreensão intelectual de Deus como um fim em si mesmo. Longe disto; quanto maior o intelecto, tanto maior existe o perigo de que fracasse. Em consequência, nossos ensinamentos são dados, de modo científico, unicamente para que o ser humano possa crer e comece a viver uma vida religiosa, em seu sentido lato (re-ligare, isto é, ligar de novo o ser humano à sua essência espiritual eterna). Só assim, identificados por esse elo comum, poderemos formar a futura e verdadeira Fraternidade.

(Revista Serviço Rosacruz – 10/80 – Fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Preparando-se para a Era de Aquário: como está a sua preparação?

Preparando-se para a Era de Aquário: como está a sua preparação?

Nós, Estudantes Rosacruzes, a despeito dos quadros não muito animadores que o mundo nos oferece, mantemos inabalável a fé no futuro da humanidade.

Quando instituições, dogmas e estruturas das mais diversas parecem encontrar-se a beira de um colapso, prestes a fundirem-se num caos total, nossa maneira de encarar as coisas, por mais paradoxal que possa parecer, é otimista.

Nossa visão dos fatos não é apocalíptica no sentido exotérico do termo. Cremos estar próximos ao fim, não do mundo, mas de uma Era, de um estado de coisas.

Toda essa confusão prenuncia o desabamento de estruturas obsoletas, de sectarismos, de preconceitos. Esse sofrimento vivido na época atual compelirá o ser humano a desapegar-se, de uma vez por todas, de um estilo de vida já inadequado as suas necessidades evolutivas.

“Eis que as coisas se farão novas”. Você percebeu que nos encontramos em fase de transição? Você está consciente do significado dessas transformações?

Em 1918 Max Heindel escreveu: “O trabalho de preparação para a Era de Aquário já se iniciou. Como se trata de um Signo de Ar, científico, intelectual, depreende-se que a nova Religião deverá alicerçar-se em bases racionais, sendo capaz de resolver o enigma da vida e da morte de tal forma a satisfazer tanto a Mente como o Coração”.

Abriu-se, então, o caminho para o alvorecer da Era de Aquário. Sobre os escombros da Era atual florescerão um ideário mais avançado, estruturas mais dinâmicas, e, consequentemente, uma nova humanidade.

Lembramos, também, que dia a dia surgem condições favoráveis ao desenvolvimento das faculdades latentes do espírito. O gradativo crescimento de quantidade de Éter no Planeta está afetando as pessoas mais sensíveis. Não constitui exagero afirmar que a própria ciência já se encontra no umbral da Região Etérica.

Desde longínquas eras viemos desenvolvendo os cinco sentidos, através dos quais nos foi possível contatar e conhecer a Região Química do Mundo Físico. Da mesma forma, futuramente, a humanidade desenvolverá outro sentido, que deverá capacitá-la a perceber a Região Etérica, seus habitantes, inclusive aqueles entes queridos já desencarnados e que permanecem no Éter e no Mundo do Desejo, durante os estágios iniciais nos planos internos. As pessoas mais evoluídas já estão, mesmo que tênue e esporadicamente, ensinando seus primeiros passos no Éter.

O dilúvio, responsável pela submersão da Atlântida, tornou mais seca a atmosfera, fazendo baixar sua umidade para o mar. Quando o Sol, por Precessão dos Equinócios, entrar em Aquário, a eliminação da umidade será bem maior. As vibrações mais facilmente transmissíveis através do Éter serão mais intensas, gerando condições para a sensibilização do nervo ótico, requisito necessário para a abertura de nossa visão à Região Etérica.
Mesmo não tendo concluído suas pesquisas sobre os Éteres, Max Heindel legou-nos conhecimentos notáveis a respeito desse elemento. Em verdade, estamos próximos a grandes transformações, principalmente no campo das ideias. Cabe-nos, portanto, mantermo-nos atentos às mudanças que se operarão, preparando-nos para interpretá-las e, posteriormente a elas, nos integrarmos.

Os Irmãos Maiores da Rosacruz não limitam suas atividades aos Estudantes e Probacionistas, nem a nenhum outro grupo específico. Trabalham também através dos cientistas, embora estes nem sempre estejam conscientes disso. Seu propósito é estabelecer a Fraternidade Universal. Sendo assim, seu campo de ação é de uma amplitude inimaginável.

Max Heindel afirmou certa vez, num círculo mais íntimo, que na aurora da Era de Aquário – dentro de uns seiscentos anos, ou talvez até antes – aparecerá um novo instrutor. Será o reaparecimento do grande Ego outrora conhecido na Europa como Christian Rosenkreuz e como Conde Saint Germain.

Além desse grande instrutor será enviado um mensageiro, como ocorre a cada cem anos, pelo ”Governo Invisível do Mundo”, conhecido no ocultismo como “A Grande Loja Branca”.

Segundo Augusta Foss Heindel, “a nova Era mostrará a verdade indiscutível do espaço interestelar, novas aventuras cósmicas para o Espírito Humano e uma Filosofia Cósmica mais perfeita”.

Você está cultivando uma sincera e verdadeira afinidade com o ideal aquariano?

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – fevereiro/1980 – Fraternidade Rosacruz – SP)

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