PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Podemos Cancelar Certas Circunstâncias que temos como Compromisso com o Nosso Destino?

Pergunta: Na primeira lição enviada pelo sr. Heindel ele diz algo a respeito de podermos cancelar em determinadas circunstâncias, os compromissos que temos com nosso destino. Gostaria de saber o seguinte: Quais são essas determinadas circunstâncias? Suponho que posso, atualmente, construir para o futuro, e que posso controlar as coisas que tem lugar em minha consciência de acordo com a quantidade de vontade que eu tenha em fazer o que é correto, e o desejo que empregue em apoio dessa vontade. Mas, que dizer das más influências? Que dizer de alguém que leva a vida de uma pessoa comum e se extravia nos maus caminhos? Não estará ela se enredando em algo de onde não poderá escapar? Ou poderá, por meio de um esforço para superar sua natureza inferior construindo um caráter melhor, livrar-se das consequências de suas más ações? Esta é uma questão sobre a qual tenho discutido muito com uma amiga minha. Ela sustenta a ideia de que se nós sabemos que nos está destinado um acidente ou um contratempo de qualquer espécie, nós podemos evita-los simplesmente nos afastando dos locais onde poderiam ocorrer, mas eu não creio que assim possamos evitar o passado. Se pudéssemos não construiríamos nosso caráter fugindo de todas as coisas. É verdade ser este um ponto de vista mais ou menos fatalista do assunto, mas eu creio que devo receber minha purgação como um ser humano. Tenho lutado em vão contra isso, e sinto-me às vezes desgostoso por ser tão fraco.

Resposta: Há um ponto importantíssimo a respeito do assunto e que parece não ter sido levado em conta na pergunta acima, embora tenha sido clara e enfaticamente explicado em nossa literatura. “Todas as leis da natureza, incluindo a lei da consequência em suas aplicações na vida humana, estão sob a administração de Seres excelsos, de sublime espiritualidade e superlativa sabedoria”. Essa lei não age cegamente seguindo o princípio de “olho por olho e dente por dente”. Esses grandes Seres e seus agentes administram todas as coisas com uma sabedoria que foge da compreensão de nossas Mentes limitadas. Verificou-se, contudo, que, sempre que há um desejo, uma tendência ou uma possibilidade de evitar uma colheita de amargura decorrente de certo Destino Maduro, tais planos são sempre limitados por uma mudança correspondente feita pelos administradores invisíveis da lei.

O consulente encontrará no Conceito Rosacruz do Cosmos o exemplo de um conferencista que foi avisado pelo Sr. Heindel de que sofreria um acidente ferindo-se em certas partes do corpo, caso saísse de casa em determinado dia, e de como ele se esqueceu; pensou que o dia 28 fosse 29, viajou a outra cidade para pronunciar uma conferência e feriu-se num acidente ferroviário, tal como fora predito. Esse homem havia sido prevenido, acreditou no aviso e pretendia evitar o acidente, mas indubitavelmente o sofrimento decorrente daquele acidente lhe era necessário como uma expiação de certas más ações. Por isso os agentes da lei de causas e efeitos fizeram com que ele se esquecesse do dia do mês.

Este princípio também opera de outro modo. O consulente parece pensar que não há meios de evitar a colheita do passado, mas há. Já frisamos repetidas vezes o fato de que Deus, a natureza ou os agentes dessa grande lei, não desejam “massacrar-nos”. Estamos aqui, nesta grande escola da vida, salvaguardados por essas leis da natureza. Elas são feitas para nosso benefício e não para nosso prejuízo, embora de certo modo elas nos limitem, como limitamos as liberdades de nossos filhos com o fito de resguardá-los dos perigos da indiscrição. Quando, por nossas ações passadas, acumulamos certa quota que deve ser saldada em algum tempo futuro, e então percebemos nosso erro, viramos uma nova página e passamos a viver em harmonia com a lei anteriormente violada, e com esse ato limpamos a lousa dos nossos pecadilhos passados. Os agentes da grande lei, ao verem que cessamos de proceder mal neste caso particular não nos infligiriam sadicamente o sofrimento. Devemos ter sempre em mente o seguinte: todas as leis da natureza estão sob uma administração semelhante, divina e inteligente, pois neste ponto é que reside a diferença entre os pontos de vista fatalista e espiritual. A mão de Deus, através de Seus agentes, está em toda parte, desde as maiores coisas, como o percurso de um planeta em sua órbita, até aos pormenores mais triviais como a queda de um pardal. É um fato real que em Deus vivemos, nos movemos e temos o nosso ser. Estamos, em tudo, sob sua proteção amorosa e, portanto nada nos pode acontecer que não esteja em harmonia com Seu grande plano divino. E esse plano, certamente, não pode ser fatalista!

(P&R da Revista Serviço Rosacruz agosto/1966 – Fraternidade Rosacruz SP)

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Pergunta: O Livro Conceito Rosacruz do Cosmos – o “Conceito” – está desatualizado?

Pergunta: O Livro Conceito Rosacruz do Cosmos – o “Conceito” – está desatualizado?

Resposta: Desde que foi publicado, em 1909, o “Conceito Rosacruz do Cosmos” exerceu reconhecida influência no espiritualismo em geral, suscitando a criação de entidades rosacruzes independentes, algumas delas dedicadas a inteira divulgação das obras de Max Heindel. Tudo isto é auspicioso, para que se cumpra a missão prevista pelo Irmão Maior.

Todavia, o que destoa e enfeia é que, no esforço de autoafirmação, alguns “amigos”, em vez de juntar-se conosco, buscam subestimar a Max Heindel, pretendendo haver-lhe enxertado revelações mais altas e atualizadas.

Uma pessoa pequena (por dentro), no esforço de subir, pisa nos outros. Eis uma constatação: se alguém está seguro de si, não precisa se esforçar para SER. Ele JÁ É! Mas aquele que está inseguro procura diminuir os outros, pensando, com isso, ficar mais alto que eles.

É compreensível que isto suceda nos meios sociais comuns porque ali, como se costuma dizer, é “cada um por si e Deus por todos”: uma competição não fraterna.

Mas, que dizer quando isto parte de alguém que pratica a espiritualidade há muito tempo? Alguém que ocupa a direção de movimentos espiritualistas?

Tempos atrás uma estudante veio me dizer que não queria continuar o curso preliminar de Filosofia Rosacruz. Respondi-lhe: “Não há problema. Nem precisa comunicar a Sede Central. Respeitamos o livre arbítrio. Cada um é livre para entrar e sair, sem qualquer compromisso conosco”. “Aí ela acrescentou: o ‘Conceito’ já está ultrapassado…”. Perguntei-lhe: “As Senhora já o estudou bem?”. Ela disse, sem jeito: “Não… nem o li inteiro. Estou na 4ª lição. Mas, uma pessoa muito entendida me disse isso”. Calei-me.

Tenho pensado nisso, não por mágoa, mas para meditar sobre o assunto. Lembrei-me da parte introdutória de “O Conceito Rosacruz do Cosmos”, sobre aqueles que não aproveitam uma contribuição ou porque não ouviram falar sobre o tema ou porque não concordam com suas opiniões. Recordei, principalmente, aquela frase no Conceito: “A única opinião digna de ser levada em conta é a que tem, com base, o conhecimento”.

Há um vestibular para ingressar-se numa faculdade. O vestibular é importante para avaliar os que estão em nível de frequentá-la e aproveitá-la. Há, também, uma “advertência” na “introdução” do “Conceito Rosacruz do Cosmos”, para que a pessoa se dispa das pretensões e se torne “como uma criança”, para, com a mente aberta, sem preconceitos, possa aproveitar o conteúdo. Só nesse estado de receptividade (não de inocência) a intuição pode falar; só desse modo a sabedoria interna nos permite sentir o “sabor” da verdade. Só uma Mente aberta descobre a coerência lógica.

Max Heindel é muito modesto. Cônscio de sua responsabilidade, como mensageiro da Ordem Rosacruz, ao fundar a Fraternidade Rosacruz, que é o aspecto humano, preparatório – o cursinho para a Faculdade – sinceramente diz: “Esta obra não é infalível porque não há, sobre este complicado assunto, qualquer revelação que abranja tudo”. O autor não é onisciente, nem os outros são. O Conceito Rosacruz do Cosmos está longe de ser a última palavra sobre este assunto. “À medida que avançamos, apresentam-se aos nossos olhos novos aspectos e esclarecem-se muitas coisas que antes, só víamos como através de um cristal embaçado” (Conceito).

Prossegue Max Heindel: “Está obra encerra apenas a compreensão do autor sobre os ensinamentos Rosacruzes acerca do mistério do mundo, revigorados, ainda, por suas investigações pessoais nos mundos invisíveis”. “Tendo se esforçado o máximo para apresentar ideias verdadeiras, considera-se, também na obrigação de deter-se da possibilidade de a obra vir a ser considerada como ensinamento dogmático dos ensinamentos Rosacruzes. Sem está recomendação talvez esta obra tivesse mais valor para alguns estudantes, mas isto seria inconveniente para a Fraternidade e para o estudante, porque se manifestaria a tendência de atribuir a Fraternidade a responsabilidade dos erros que, neste trabalho, como em toda a obra humana, podem ter escapado. Eis a razão desta advertência”. (Conceito)

Por outro lado, diz ele: “Durante quatro anos o autor continuou as suas investigações dos mundos invisíveis e experimentou a expansão de consciência relativa a esses reinos da Natureza (…). Pelo que pode investigar por si próprio, que os ensinamentos deste livro, que são da Fraternidade, estão de acordo com os fatos, tais como ele os conhece diretamente. A Fraternidade Rosacruz tem a concepção mais lógica e ampla sobre o mistério do mundo. O autor crê firmemente que, por lhe parecerem absolutamente certas as linhas mestras desta filosofia, todas as filosofias do futuro as seguirão”. (Conceito).

Vamos, agora, a meditação do assunto “ultrapassado” e “desatualizado” como também já ouvi de outra escola com o nome de “rosacruz”.

Em primeiro lugar, para avaliar uma obra é preciso estudá-la com a Mente aberta. Depois que se a estuda, a apreciação que dela fazemos é de ordem pessoal: seguindo nosso ponto de vista, porque ninguém pode ver ou perceber além de seu nível interno. É, pois, uma opinião pessoal.

Em segundo lugar, para que nossa apreciação de uma obra seja realmente válida para todos, é indispensável que estejamos acima do nível do autor. Só quem está em nível superior pode apreciar o que está abaixo dele. Pergunto: a pessoa que diz: “O ‘Conceito’ está ultrapassado”, encontra-se acima do nível de Max Heindel? Sabemos que ele alcançou a quarta Iniciação menor (região arquetípica do Mundo do Pensamento, onde constatou muitas realidades) e, além disso, teve a assistência de um Iniciado Maior em virtude de sua missão, como fundador da Fraternidade Rosacruz. Alguma dessas pessoas tem mais evolução do que ele? Se não tem, estarão incorrendo naquela falha apontada por um passo evangélico: “A sabedoria se torna estultícia para quem não a percebe”. Um sábio é, muitas vezes, tido por louco, pela maioria ignorante que não o compreende.

Em terceiro lugar: o que é estar ultrapassado? Ou desatualizado? Porque a edição do “Conceito” foi em 1909 e estamos numa época de velocidade? Já ouvi também esse argumento. Fiquei com pena dos Vedas que vem de 8.000 anos antes de Cristo; fiquei com pena dos ensinamentos de Zoroastro, de Buda, de Pitágoras etc.. E a Bíblia? Por que a estudam ainda? Não serão, também, velharias? Verdades anacrônicas?

Dirá alguém, em defesa: Mas a Bíblia é diferente. Lá está escrito: “Tudo passará, mas minhas palavras não passarão”.

Por quê? Porque são verdades eternas? E as de Buda? E as de Zoroastro? E as de Pitágoras?

Em verdade, as realidades constatadas dos mundos invisíveis não são passageiras. São verdades permanentes. Apenas a sua transmissão aos seres humanos comuns é que merece um modo adequado. Segundo o nível de evolução, os costumes, as tendências etc., os Iniciados transmissores dessas verdades apresentam-nas de modo acessível, em vários graus, atendendo a todos. É como apresentar a mesma pessoa em roupagens diferentes. Assim, a novidade não está na verdade, mas na sua forma de apresentação. Podemos gostar mais de um vestido do que outro, considerando-o mais moderno e atraente: a questão de preconceito, de moda. Já no campo espiritual, a coisa é mais séria, pois o método ou o modo de apresentação de uma filosofia pressupõe razões mais profundas. Por exemplo, a Filosofia Rosacruz tem a finalidade de atender a razão lógica da mentalidade ocidental, a fim de que possamos compreender e aceitar as verdades espirituais e comecemos a falar uma fé racional. Seu campo há de estender-se por muitos séculos, conforme diz Max Heindel: “As linhas mestras desta Filosofia orientarão as filosofias do futuro”. Em questão espiritual, o fator tempo entra numa dimensão muito mais ampla. De fato, embora os evangelhos tenham transmitido os ensinamentos orais do Cristo há 2.000 anos atrás, quem pode dizer de sã consciência, que os segue cabalmente? Quem pode dizer-se cristão no profundo sentido de quem vive os ensinamentos do Mestre?

Daqui depreendemos o sentido de atual ou presente; de desatual ou passado. Enquanto não atingimos a vivência de algo, estamos aquém dele. Nesse caso, tal ensinamento está no futuro em relação a nosso nível de ser. Quando o atingimos, o conhecimento se torna presente. E só quando o ultrapassamos é que ele se torna passado. Pergunto: Quem ultrapassou o “Conceito”? Quem realizou o que ali se ensina? Respondam as pessoas que procuram justificar suas escolas como superiores. Não são as palavras que dão gabarito, mas o nível de ser.

Em ciência, quando uma mentalidade avançada (muitas vezes inspirada pelos Irmãos Maiores, que são os guardiões dos poderes) descobre novos princípios, anulando erros anteriores, dizemos que houve evolução: ultrapassamos conceitos tidos por certo, mas que se revelaram parcial ou totalmente falsos. No campo espiritual, mais elevado, as probabilidades de engano se tornam menores, ainda mais que lá tomamos contato com a realidade mesma e não com sua enganosa aparência física. Daí que as obras sérias atravessem séculos e milênios, atendendo a evolução de certo período. Quando mudam é mais na forma de apresentação, como dissemos.

Enfim, nenhuma realidade deixa de sê-lo, pelo simples fato de que a neguem alguns. Os seres humanos estão limitados a seu nível e muitas vezes cometem imprudência de atacar o que não alcançam, pela pretensão de justificar sua verdade relativa como padrão universal.

Isso nos honra. Como disse alguém: “Por que fulano me critica? Nunca lhe fiz nenhum bem!”.

(P&R da Revista Serviço Rosacruz jul/76 – Fraternidade Rosacruz SP) 

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A Princesinha Aleijada

A Princesinha Aleijada

Era uma vez, não há muito tempo atrás, um lugar onde habitava uma menininha cujo nome era Emaline. Seus amigos e as crianças da vizinhança a chamavam de Princesinha Aleijada.

A casa pequenina em que ela morava era cercada de um gramado verde e lindas flores guarneciam o caminho no tempo de verão. Num canto do quintal erguia-se um grande olmo.

Cada dia, Emaline sentava-se ao lado de uma ampla janela de onde ela podia ver as flores no quintal, pessoas passando na rua e observar os pássaros construindo seus ninhos no grande olmo.

Embora essa menininha não pudesse andar, eram muitas as alegrias de que ela desfrutava ao observar as crianças brincarem, ou quando passavam em seu caminho para a escola. Todos a conheciam e a amavam e nunca deixavam de acenar-lhe quando passavam por ela, ou de parar quando tinham tempo para conversar uns minutinhos e dividir com ela suas flores, doces, ou o que tivessem.

Assim, Emaline era muito feliz e grande era sua satisfação quando os pássaros vinham colher as migalhas que ela jogava para eles, no peitoril da janela.

Do lado de fora de sua janela havia uma caixa onde ela plantou pequenas sementes que sua mãe lhe tinha dado e, pelo cuidado amoroso que ela lhes dedicou, eram, agora, uma mistura de lindas cores. Sua fragrância era fonte de contínuo prazer para Emaline. Como ela amava esses amigos amorosos que inclinavam suas cabeças na brisa e pareciam estar sempre sorrindo para ela!

Sobre uma pequena mesa bem a sua mão, encontravam-se livros de contos de fadas e de aventuras. Eram muitas as horas agradáveis que a Princesinha Aleijada passava na Terra das Fadas onde tudo era radiante e adorável.

Ao seu lado, numa cadeira, podia-se quase sempre encontrar um enorme gato amarelo, todo enrolado, dormindo. Ele adorava que Emaline alisasse seu pelo e mostrava sua satisfação ronronando sonoramente, esticando suas garras, empurrando primeiro uma pata, depois a outra, na almofada em que ficava deitado. Emaline explicava que ele estava tocando órgão para ela.

Mas, a despeito de todas essas coisas que tornavam a sua vida feliz, Emaline crescia sem poder mover-se e ansiava intensamente por andar, correr e pular, como via as demais crianças fazerem diariamente. Então, ela ficava triste e perguntava a sua mãe:

– Por que sou assim, Mamãe? Por que Deus me castiga assim?

– Minha querida, você não deve pensar que Deus castiga você, sua mãe respondia, aproximando-se e ajoelhando-se ao seu lado, colocando gentilmente seus braços fortes em torno de seu corpo frágil, para confortá-la. Eu não sei porque você é assim, mas Deus e bom demais para punir e, em Sua grande sabedoria, sabe o que é melhor para nós.

Diante disso a menininha suspirava, desejando ter a fé de sua mãe e que Deus lhe mostrasse o motivo de sua deficiência.

Era um belo dia de junho e Emaline desejou, durante todo o dia, poder andar na grama úmida e verde, poder subir no olmo para ver os passarinhos que sabia estarem lá. Quando a Sol se pôs por detrás das montanhas distantes e as sombras começaram a surgir, ela sentia-se muito agitada e desalentada porque lhe era negado o grande privilégio de poder andar.

Depois que sua mãe a colocou na cama, entre os frescos lençóis, ela permaneceu pensando por um longo tempo. Finalmente, ela rezou pondo toda sua alma na prece, pedindo para ser capaz de andar algum dia. Se pelo menos Deus mostrasse porque era inválida, talvez fosse mais feliz, pensou ela.

Emaline não sabia há quanta tempo estava dormindo quando ouviu uma voz dizer-lhe:

– Vem comigo e eu te mostrarei.

Ela não ficou surpresa quando uma figura vestida de branco a tomou pela mão e flutuaram suavemente sobre os vales e montanhas como se estivessem voando, até que chegaram a um lindo palácio branco, circundado por altos muros de pedras.

– Este é o lugar onde você morou um dia, disse a companheira de Emaline.

– Ela deve saber, pensou Emaline e não disse nada, mas apreciou com admiração o cenário ao seu redor.

Urna garotinha estava brincando nas escadas de mármore que levavam ao palácio e, enquanto elas a observavam e aproximou-se uma empregada que levou a criança para dentro do palácio.

Elas seguiram as duas e parecia estranho a Emaline que ninguém notasse a presença delas. Lá dentro estavam damas e cavalheiros muito distintos e uma tal grandeza no mobiliário como a Princesinha Aleijada nunca vira antes.

Na ocasião, a garotinha estava vestida para sair e, junto com a empregada, dirigiu-se e entrou em uma carruagem que saiu em direção ao portão. O condutor estalou seu chicote e elas foram embora.

– Assim, a garota cresceu e tornou-se uma mulher mimada, caprichosa, explicou a guia de Emaline. Observe-a como mulher!

Ela virou-se e viu uma linda mulher que vinha pelo grande portão desse mesmo palácio, andando altivamente em direção à carruagem que a aguardava, entrou nela e foi embora, exatamente com o fez quando menina.

– Vamos segui-la, murmurou a guia.

Elas observaram a carruagem passando rapidamente pelas ruas, todas as pessoas paravam, contemplando-a num silêncio de temor enquanto ela passava. Na face de alguns Emaline viu o desprezo e estremeceu.

– E assim ela segue na vida, negligenciando os membros que Deus lhe deu para andar. Ela não tem a menor simpatia pelos que trabalham pelo seu pão diário. Isto é muito triste; agora vamos voltar para casa, disse a companheira de Emaline.

Na manhã seguinte, a Princesinha Aleijada surpreendeu sua mãe com esta pergunta:

– Mamãe, a senhora acha que já moramos aqui na Terra, antes?

– Oh, sim, querida. Creio que sim, mas por que você pergunta?

– Um dos mensageiros de Deus mostrou-me na noite passada onde eu morava e porque sou inválida, e tudo e por minha única culpa. Oh, mamãe! Vou ser muito boa de agora em diante, Emaline exclamou.

– Que estranho, pensou sua mãe, mas somente abraçou-a e disse:

– Você sempre foi boa, querida, pois ela estava acostumada as singularidades de sua pequena filha.

Assim, enquanto os dias de verão iam passando, a pequena Emaline sentava-se a sua janela e cantava alegremente, olhando as crianças, os pássaros e as flores.

Ela lia historias para as crianças, enxugava suas lágrimas, e elas encontravam auxilio e simpatia nas mãos da Princesinha Aleijada.

Lágrimas de simpatia rolaram de seus olhos quando um dia, sentada perto da janela, viu um passarinho com uma asa quebrada cair bem abaixo de sua janela. Sua mãe o salvou e juntas ataram a asa quebrada e cuidaram do passarinho até que ele ficou novamente bom.

Um dia, um médico famoso veio à cidade onde Emaline morava e sabendo da existência da Princesinha Aleijada que possuía um coração terno, veio vê-la. Quando estava sentado numa grande cadeira, de frente para Emaline, perguntou a ela, numa voz cheia de amor e compreensão, o que significaria para ela ser capaz de andar.

– Oh, senhor, ela murmurou, estou muito feliz como sou, mas seria maravilhoso poder andar. Aí eu poderia ir a todos os lugares, ajudando as crianças que necessitassem de ajuda. Há muitas assim, o senhor sabe.

Os olhos do médico estavam muito ternos enquanto olhava para a menininha e ele lhe disse que voltaria pela manhã.

Durante a noite, Emaline abriu seus olhos em admiração para a figura toda de branco que estava ao lado de sua cama.

– Não tenha medo, ele disse, eu sou o médico e vim na qualidade de Auxiliar Invisível, em meu corpo espiritual, para curá-la. Eu posso deixar a meu corpo físico, como você vê, mas devo retornar a ele pela manhã.

Ela adormeceu imediatamente e só acordou na manhã seguinte. Lembrou-se, então, do que vira a noite e, descobrindo-se, colocou suavemente o seu pé no chão e ficou parada alguns minutos, com medo de se mover.

– Eu posse andar! Ela disse.

Parecia haver agulhas e alfinetes picando o seu pé, mas ela prosseguiu valentemente e colocou sua mão nas costas de uma cadeira, para apoiar-se. Deu primeiro um passo, parou, deu outro passe ate chegar a sua cadeira que estava perto da janela onde se sentou, tremendo de excitação, e foi lá que sua mãe a encontrou. Admiração, , Alegria estampavam-se no rosto de sua mãe, quando a viu sentada em sua cadeira. Emaline logo a convenceu que podia andar e com a ajuda de sua mãe praticou alguns passos, indo da cama para a cadeira, ate que ficou exausta e sua mãe aconselhou-a a descansar até que o médico chegasse.

Foi com um rosto brilhando de amor e gratidão que ela relatou ao médico tudo o que ocorrera desde que ele partira no dia anterior e como ele veio a ela durante a noite.

Grande foi a alegria quando se espalhou a notícia de que a Princesinha Aleijada podia andar.

(do Livro Histórias da Era Aquariana para as Crianças – Vol. I – Matilda Fancher – Fraternidade Rosacruz)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Há alguma maneira de nos proteger das forças negativas?

Pergunta: Sinto temor quando falam ou leio a respeito das forças negativas, evidentemente andando soltas no mundo e que podem prejudicar a uma pessoa. Há alguma maneira de nos protegermos dessas influências?

Resposta: Sim, há. “Quando vivemos vidas puras, quando os nossos dias são repletos de ações que agradam a Deus e aos nossos semelhantes, quando os nossos pensamentos e ações atingem altos níveis de nobreza, então tecemos para nós o Dourado Manto Nupcial, que é uma proteção etérica, uma radiante força do bem. Qualquer manifestação maligna não consegue penetrar essa armadura, porque o mal age, então, como um “bumerangue”, arma australiana que sempre volta para seu dono, trazendo para o mesmo o mal que ele nos desejou”.

Essa é, essencialmente, a base de todas as proteções que poderemos necessitar, tanto na Região Química, como na sua Região Etérica, ambas pertencentes ao Mundo Físico. Se nossas vidas, nossos pensamentos e nossas ações são de natureza comprovadamente dignas e não imaginariamente elevadas, puras e dirigidas para o serviço e progresso espiritual, atraímos, automaticamente, as forças da Luz. E, ao mesmo tempo, construímos nosso invólucro etérico protetor – a Luz que procede do nosso interior e nos dá perfeita proteção.

As Inteligências Superiores estão sempre à mão para dar encaminhamento e coragem ao sincero aspirante em seu Caminho. Orando por orientação e ajuda em nosso caminho, ser-nos-á reservada essa proteção segura. A admoestação primeira feita ao aspirante pelos Ensinamentos da Sabedoria Ocidental é de dedicar a sua vida tão somente ao serviço a todos os seres humanos. Se tentar, honestamente, não agir por interesse próprio e sim por interesse de seus semelhantes, com amor em seu coração, “todas as outras coisas lhe serão acrescentadas”.

(P&R da Revista Serviço Rosacruz fev/72 – Fraternidade Rosacruz SP) 

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Esotérico “Branca de Neve e os Sete Anões”

O Esotérico: Branca de Neve e os Sete Anões

O branco é o resumo de todas as cores: símbolo da unidade do espírito. Deus é Luz. Somos feitos a Sua imagem e semelhança e, portanto, somos Luz também. Quando a luz se refrata, em manifestação, se bem conserve sua unidade de origem, aparece como as cores primárias: vermelho (expressão do Espírito Humano), amarelo (expressão do Espírito de Vida) e Azul (expressão do Espírito Divino) a Trindade em Um. Estas cores, entre si combinadas, produzem as secundárias: alaranjado, verde, índigo e violeta; ao todas as sete cores do espectro.

Neve é símbolo de pureza. Branca de Neve, o do Espírito Virginal, puro.

Era filha de um Rei, porque o espírito é parte de Deus, herdeiro dos céus.

Quando o espirito humano chegou a meados da Época Atlante (sétimo dia da criação, em que Deus descansou, deixando ao ser humano, de posse da Mente, o livre arbítrio, para dirigir-se por si só), perdeu seus guardiões angelicais. Ao mesmo tempo, pelo desenvolvimento do egoísmo, da ideia de separatividade, da gradativa materialização, fomos nos ligando ao plano material. Foi quando perdemos nossa “mãe” e ganhamos uma “madrasta” egoísta e má.

O castelo é nosso corpo. Dele saía nossa natureza inferior (a madrasta), por baixo, em suas práticas de magia negra. Não se fala do Pai, não se vê o Pai. Embora Deus nos ame muito e nos assista sempre, é preciso que aprendamos a nos dirigir sozinhos. Além disso, nós é que, com a perda da visão espiritual não o vemos nem sentimos. Essa a razão da omissão.

Quando a natureza espiritual se foi desenvolvendo com as qualidades superiores da alma, e por um penoso esforço (lavar as escadarias do castelo é purificarmo-nos e, gradativamente, subir) sua beleza despertou ciúmes na madrasta rainha. Isto quer dizer que a natureza superior se deve desenvolver no silêncio, sem alarde, para não provocar ciúmes da natureza inferior. Como Herodes mandou matar todas as criancinhas que tivessem até dois anos, para eliminar Jesus, cujo poder temia, assim é a natureza inferior em nosso reino interno. O egoísmo quer reinar supremo.

Todavia, nossa consciência, algo despertada, reconhece a realidade do espírito e intuitivamente (como a mulher de Pôncio Pilatos) teme agir contra Ele. Assim, o caçador poupou-a mandando que ela fugisse. Como José conduzia Maria e o menino Jesus ao Egito (a terra do silêncio para fugir de Herodes), o egoísmo, Branca de Neve conduzida pelos passarinhos (intuição) se refugiou na casa dos sete anões, (símbolo dos sete princípios que agem dentro de nós, propiciando impulsos para evoluirmos). É nosso zodíaco, em cujas casas temos auxiliares. Descansamos em “suas camas”. Os anões caracterizam bem as naturezas planetárias: o Mestre é Saturno; Zangado é Marte; Dengoso é Vênus; Feliz é Júpiter; Atchim é Urano; Soneca é a Terra; e Dunga é Mercúrio. De fato Saturno é o provador das almas. Marte, passional, belicoso e maléfico em sua influência adversa é do contra. Vênus é amoroso e sentimental. Júpiter é benevolente e otimista. Urano é espasmódico. A Terra está mergulhada em “sono”, até que seja despertada. E Mercúrio, até a pouco em noite cósmica, não estava em manifestação (não se exprimia).

Mas a insidiosa influência dos espíritos lucíferos continuava. As religiões de raça nos acentuaram o egoísmo. Quer dizer: a madrasta nos atingiu. Mordemos a maçã “envenenada” (anestesia do erro, pois o salário do pecado é a morte) e mergulhamos no sono da inconsciência material, sendo encerrados num caixão de ouro e cristal no alto da montanha, até que sejamos despertados pelo primeiro beijo de amor. O caixão é nosso Corpo. De ouro porque é expressão do espírito; de cristal, porque cristalizado, densificado pelas transgressões às leis naturais. A montanha é nossa cabeça, onde estão os acentos do espírito do Ego. O príncipe é Cristo, em relação à humanidade, ou o principio crístico, o Cristo Interno em relação a cada um de nós.

Um dia chegará a nossa libertação pessoal, que depende de nosso esforço e ajuda das forças propulsoras de nossa evolução, principalmente de Cristo, nosso Salvador, que um dia já nos visitou no “castelo” e ainda voltará para as núpcias com nossa alma.

Então sairemos do nosso caixão de cristal, ao lado do cavalo branco do discernimento, vislumbrando, contra o horizonte um novo castelo, uma nova era, de amor fraternal entre todos os seres humanos, então reunidos num só rebanho, sob um só pastor.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de set/1966)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Cornélia e as Fadas das Cores

Cornélia e as Fadas das Cores

Num agradável dia de verão, a pequena Cornélia brincava com suas bonecas no seu cantinho predileto, debaixo dos frondosos ramos de uma enorme ameixeira que ficava numa extremidade do longo e ajardinado quintal de sua casa. Muitas e espessas moitas de certa planta de cores bastante variadas, assim como as mais diversas flores, tornavam aquele recanto convidativo, e Cornélia gostava de imaginar que as pétalas daquelas flores eram asas de fadas. E cantarolava alegremente enquanto arranjava suas bonecas em torno do robusto tronco da ameixeira amiga. Alguém, contudo, havia abandonado um espelho ali, sobre a grama. Tomando-o entre os dedos Cornélia notou ao longo de seus convexos ou recurvados bordos algo assim como as cintilações das várias cores de um arco-íris.

“Oh!” – exclamou admirada – “O que aconteceu?”.

Movendo, então, o espelho de um para outro lado, para frente e para trás, descobriu que a luz do Sol é que causava aquele efeito multicolorido em seus bordos. Cornélia sentou-se e pôs-se a examinar o seu achado, atônita ainda pela descoberta do pequenino arco-íris, que aparecia e desaparecia ao menor movimento. Nisto uma risada miúda e cristalina flutuou e escorregou pelo ar, e do meio do riso uma vozinha musical falou:

“Diremos tudo se você aceitar uma brincadeira nossa!”.

Cornélia não coube mais em si de espanto ao ouvir aquela vozinha. Sua boca assemelhava-se a um “O”, e seus olhos castanhos a dois “Os”. E olhava e fitava insistentemente a minúscula figura que se postava frente a ela. Sabia tratar-se de uma criaturinha do mundo das fadas, mas dificilmente podia acreditar naquilo que seus olhos viam. Finalmente decidiu falar:

“Quem e você?”

“Eu” – respondeu o pequeno ser – “sou a Rainha das Fadas das Cores”.

E de fato era, pois uma graciosa e elegante coroa podia ser vista sobre a sua cabecinha, e em uma de suas mãos uma varinha de condão dourada.

“Eu não sabia que existiam Fadas para as cores” – disse a menina, sentindo-se agora mais à vontade.

Ah! “sim?” – sorriu a Rainha das Fadas – “Nós somos em grande número, ainda que as pessoas raramente nos vejam. Mas veem o trabalho que fazemos em toda parte e no mundo inteiro”.

“Que tipo de trabalho?” – indagou Cornélia com ansiedade.

A esta altura um invisível coro de argênteas vozes cantou em resposta:

“Nosso afã é divertido,

nosso afã é divertido,

pois nós fazemos o mundo

mais alegre e colorido!”

“Veja” – explicou a Rainha das Fadas – “nós combinamos e distribuímos as cores que existem nas flores, nos frutos, nas folhas, e em tudo o que existe em volta de você. Vamos a toda parte e estamos sempre pensando na melhor maneira de tornar o mundo o lugar mais belo e colorido em que se possa viver. Gostaria de ver alguma coisa desse trabalho?”.

“Oh! adoraria” – respondeu Cornélia, batendo palmas de alegria.

“Ótimo!” – disse a Rainha das Fadas – “Então vamos começar a brincadeira. Mas deixe-me, primeiro explicar-lhe como se forma um arco-íris: a luz do Sol é branca, ou é o branco mais puro que existe em nosso universo, ainda que na realidade ela apareça aos olhos em sete diferentes cores. Quando a luz branca é dividida, conforme aconteceu no seu espelho ou conforme aconteceu nos céus após uma chuva, então você pode ver cada cor separadamente, formando uma faixa de sete cores. Nós combinamos essas sete cores de maneiras as mais diversas para formar uma grande variedade que você pode ver em volta de si, na Natureza”. Aí, então, a Rainha ergueu a sua varinha e ordenou: “Vermelho e Azul, venham. Vamos começar a brincadeira”.

Imediatamente duas pequeninas fadas – uma toda vestida de azul, a outra toda de vermelho – apareceram, inclinando-se gentil e elegantemente para a Rainha e para Cornélia. Então a Vermelho adiantou-se e se postou em frente à Azul, surgindo da união das duas a cor violeta.

“O que você já viu com essa cor?” – indagou a Rainha dirigindo-se à menina.

“Oh! eu sei: uvas, ameixas, uma flor chamada violeta e algumas outras flores”, respondeu a garota prontamente.

“Certo” – confirmou a Rainha das Cores.

“Agora chamarei o Amarelo. Sr. Amarelo! Sr. Amarelo! Esse é um camarada muito engraçado”.

“Eis-me aqui, aqui estou!” respondeu uma alegre voz, enquanto uma figurazinha toda vestida de amarelo aparecia.

“Oh!” – exclamou Cornélia – “você tem ao mesmo tempo a cor da luz do Sol, dos limões maduros e dos botões-de-ouro!”.

“Que combinação engraçada! Mas você tem razão, senhorita Cornélia. Você tem razão” – concluiu com uma sonora risada.

“Ué! como soube meu nome?” – indagou a menina mostrando surpresa.

“Ah! Nós somos sábias, nós somos sábias, ainda que não sejamos grandes em estatura” – respondeu o Sr. Amarelo, rodopiando velozmente na ponta do dedão do seu pezinho direito.

A seguir o gaiato Espirito da Natureza pôs-se em frente ao Vermelho, e dessa junção surgiu a cor: “Laranja!” – gritou Cornélia.

“Você está, agora, da cor de uma laranja!”.

“A cor das cenouras e das morangas também. Agora vou me colocar em frente ao Azul”.

“Agora você ficou verde como a grama!” – disse a menina.

“E as árvores, e as plantas, e muitas verduras que comem os seres humanos são também verdes, conforme você sabe”, acrescentou a Rainha das Fadas. “Espero que você tenha gostado desta brincadeira e ao mesmo tempo aprendido algo a respeito das cores”.

“Sim, sim, gostei e aprendi. Muito obrigado!” – disse Cornélia.

“Vocês poderiam voltar e ensinar-me mais sobre cores?”.

“Voltamos” – respondeu graciosamente a Rainha das Fadas. “Mas por enquanto precisamos dizer “Adeus”, porque temos muitos lugares a visitar e muita coisa a fazer. Preciso ver se todos os meus auxiliares estão trabalhando de acordo. Assim cumpro minha tarefa, a qual, como você já sabe, é fazer do mundo o mais belo e colorido lugar em que as pessoas possam viver e alegrar-se”.

Cornélia ia começar a falar, mas antes que pudesse dizer alguma coisa já as minúsculas criaturinhas haviam desaparecido.

Teria sido aquilo um sonho? Não. Ela estava convencida de não ter dormido. Além disso a Rainha das Fadas havia prometido voltar para ensinar-lhe mais acerca do maravilhoso mundo das cores.

Cornélia, então, olhou em volta, e viu outra vez o espelhinho. E tomando-o mais uma vez entre as mãos pensou:

“Agora sei de onde vêm essas tão lindas cores!”.

(do Livro Histórias da Era Aquariana para as Crianças – Vol. I – Grace Evelyn Brown – Fraternidade Rosacruz)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Jardim na Primavera

O JARDIM NA PRIMAVERA

O jardim estava agradável, naquela ensolarada manhã de primavera quando Florence, mal terminado o café, correu a ver as sementes que plantava. Precisava saber se tinham brotado durante a noite. As sementes de ervilha que foram plantadas quando a neve ainda cobria o chão, essas já haviam brotado, erguendo já seus ramos a boa altura. Os brotos de amor-perfeito também já deviam estar despontando por esse tempo.

Florence procurou-as com ansiedade. Sim, lá estavam! Cada tenra haste projetava duas pequenas folhas, e algumas apenas se divisavam surgindo à superfície.

Quão maravilhoso era tudo aquilo! Florence dava qualquer coisa para poder ver o que se passava debaixo da terra, pois muitos milagres deviam acontecer ali para que essas sementes se transformassem em trepadeiras, arbustos e flores. Debaixo do solo, continua e silenciosamente, as duras sementes tornavam-se macias e se abriam, permitindo nos pequeninos filamentos vicejantes projetarem-se para a luz.

Tudo no jardim estava repleto de vida, uma formosa vida que se mostrava a si mesma na mais variada vegetação que brotava da terra. A grama era verde-amarelada, e as árvores, arbustos, plantinhas e trepadeiras projetavam milhares de delicados apêndices da mesma cor. Olhando mais próximo, Florence podia ver que tudo estava sendo preparado para o maravilhoso florescer que se aproximava naquela mesma primavera. As cerejeiras carregadas de botões, parte rosa, parte brancos, aguardavam o momento para abrir suas flores e, a seguir, exibir seus frutos. As macieiras também já mostravam seus botões. E os pés de morangos, de groselhas e de framboesas igualmente se preparavam para a bela estação das flores, e para a colheita de frutos que se seguiria.

Diariamente Florence pensava sobre as maravilhas da primavera, e ansiava pelos dias em que esses preparativos da Natureza alcançavam seu ponto culminante. Muitas vezes ela voltava a olhar as plantas, a ver se haviam crescido mais um pouco, e de todas as vezes não conseguia notar grandes mudanças.

“Mesmo assim suponho que elas crescem o tempo todo” disse de si para si – “e até pela noite a dentro. Vê-las-ei novamente amanhã de manhã, e talvez descubra que elas tenham crescido um pouco”.

Florence adormeceu naquela noite com esses pensamentos. Despertou a certa altura vendo claridade da lua infiltrando-se pela janela.

“Está tão claro” – pensou. “Acho que é bom ir até ao jardim ver se já cresceram um pouquinho”. Enfiou-se, pois num roupão de banho e calcou os chinelos de feltro. Nunca antes havia saído ao jardim a estas horas, mas agora, de algum modo, ela se sentia diferente. Sentia-se tão cheia de vida que desejava fazer algo.

O jardim estava lindo, com a Lua ao poente e uma tênue luminosidade ao nascente, sugerindo à Florence que a aurora despontava. Primeiro de tudo ela correu a ver os brotos de amor-perfeito. À luz do luar mal podia distinguir aqueles dos outros que havia examinado na tarde anterior; mas percebeu que haviam crescido um pouquinho durante à noite.

Ao se erguer para regressar, porém, a menina ouviu uma vozinha ao seu lado. Olhou, e então percebeu ali uma estranha criaturinha cor verde-claro, usando um pequenino capuz verde que mais parecia uma pétala sobre os seus olhinhos oblíquos e orelhinhas pontudas. Tinha um narizinho arrebitado, e seus lábios sorriam em afável cumprimento. Seu corpo era pequeno, mas maciço e seus braços e pernas muito miúdos eram cobertos por uma película verde muito colante, que mais parecia pétalas de flores.

“Oh” – exclamou Florence. “Você deve ser um elfo! Sempre quis ver um. Tenho visto desenhos de você e de seus amigos em meus livros”.

“Sim” – gargalhou o elfo. “As pessoas nos desenham e escrevem estórias e versos sobre nós, mas na realidade essas pessoas não acreditam que existamos. Para elas somos apenas fantasias”.

“Eu acredito em você!” – afirmou a menina – “Sempre acreditei em sua existência e sempre esperei vê-lo um dia”.

“Creio no que diz” – respondeu o elfo – “Está é a razão porque me tornei visível a você”.

“Agradeço-lhe por isso”.

“Olhe, as crianças creem em nós, e isso permite que elas nos vejam” – explicou o elfo – “mas não há necessidade de aparecermos aos adultos que não acreditam em nós, porque, assim, ainda que eles nos vissem, simplesmente não acreditariam em seus olhos, e diriam isso as crianças, e ficaríamos assim impedidos de aparecer a essas mesmas crianças, porque elas nos negariam igualmente”.

“Creio, também, em fadas e duendes”. – disse Florence.

“E em gnomos? Já viu algum?”

“Não, nunca” – ela admitiu.

“Gostaria de vê-los?”

“Oh! sim, gostaria imensamente! Por favor, mostre-me ao menos um”.

“Os gnomos vivem debaixo da terra, e lá permanecem a maior parte do tempo. Provavelmente esta é a razão porque você ainda não viu nenhum”.

“Como os mineradores?”

“Exatamente. Na verdade eles são os mineiros do nosso reino”. – esclareceu o elfo. “Eles trabalham com os minerais: o carvão, a terra e as pedras preciosas”.

“Posso levá-la a vê-los, mas primeiro você precisa crer que a terra em que você pisa é, como se fosse, um nevoeiro, ou uma espécie de fumaça transparente. Você está, agora, em seu corpo de sonhos, e pode penetrar na terra tão facilmente como se penetrasse num nevoeiro. Pense apenas que a terra é uma enorme nuvem. Olhe para baixo, além do chão, e aí poderá ver tudo o que está acontecendo. Procure as sementes que você plantou, Onde estão?”

“Aqui!” – gritou Florence entusiasmada, voltando-se para o lado em que uma leira de flores havia sido plantada não fazia muito.

“Olhe bem ali em baixo” disse o eIfo apontando em frente – “e você verá um gnomo ocupado, abrindo sementes para que elas possam brotar, e afofando a terra em volta a fim de que o brotinho espiralado possa sair à superfície. A semente vai desaparecer, mas a plantinha sairá à luz. Tudo isso seria impossível de acontecer sem a colaboração dos gnomos”.

Florence olhava o gnomo atentamente. Ele era, de fato, uma criaturinha extraordinária, mais do que engraçada, parecendo-se com um velhinho de longas barbas brancas. Vestia-se de marrom – marrom cor da terra – e usava um pequeno e pontudo capuz, também marrom. Seus dois olhinhos verdes não paravam em suas órbitas, e seus dedinhos igualmente marrons manuseavam as sementes com grande habilidade, virando-as em diferentes posições.

“Para que isso?” – perguntou Florence.

“A maioria das pessoas não sabe plantar: geralmente se esquece de deixar livre (ou fofa) a terra no lugar onde a plantinha vai brotar” – explicou o elfo. “Os gnomos precisam, então, arrumar as sementes na posição correta, assim como algumas vezes fazemos com os ramos das trepadeiras que tomam a direção errada”.

O gnomo mantinha-se ocupado em seu trabalho. Dentre seus ágeis dedinhos as sementes começavam a se abrir e os brotos a despontar rumo à superfície do solo.

“Olhe aquelas palmas-de-santa-rita” – disse o elfo cruzando o caminho para o outro lado do jardim – “Foram plantadas por você no último outono. Veja-as agora!”

Outros gnomos ocupavam-se naquele lado com outras sementes e plantas, preparando-as para o verão, tratando-lhes os brotos ou lhes desimpedindo a saída.

“As pessoas pensam que fazem tudo quando lançam uma semente ao solo, e que a Mãe Natureza apenas faz “o resto”, que creem ser uma pequena parte. Na verdade é a Natureza que faz quase tudo. E como? Servindo-se de milhões de auxiliares. Olhe só embaixo daquela gleba e veja quantos gnomos são necessários para se fazer um pequeno gramado”.

Florence olhou para baixo e viu muitos gnomos: um exército deles, todos trabalhando com a terra e com as raízes. E trabalhavam todos juntos, no mesmo ritmo, como se fossem um só operário.

“E a isso que chamam equipe, no seu mundo” – observou o elfo.

“É como na escola!” – replicou Florence.

“Sim” – confirmou o elfo. “E tem, também, um professor, um chefe gnomo. Vamos agora naquela árvore ali. Mesmo quando uma árvore está crescida os gnomos precisam trabalhá-la constantemente, esticando suas raízes, ou alongando-as mais dentro da terra, a fim de que sugue dali mais e mais vida”.

Quando haviam alcançado a enorme árvore, nos limites do jardim, Florence olhou para baixo e pode ver suas longas raízes e uma enorme quantidade de homenzinhos marrons, todos ocupados com as raízes e a terra, enquanto próximo a eles, mas na parte superior, uma multidão de elfos fazia a grama crescer.

“Eu nunca soube antes que as coisas foram feitas para crescer. Só sabia que cresciam”. – observou Florence.

“Mas como poderia uma planta crescer – indagou o elfo – se alguém não lhe proporcionasse as condições apropriadas ou não lhe desse o necessário alimento? Os jardineiros não pensam nisso. Daqui a pouco as fadas estarão fazendo seu trabalho nos botões, de modo a desabrocharem dali flores e frutos. Por cores nas flores é um trabalho todo especial, e nesse trabalho as hábeis fadas são ajudadas pelos gnomos, também. Esse trabalho é uma verdadeira obra de arte como, por exemplo, pintar as pétalas dos amores-perfeitos ou das encantadoras linhas das orquídeas”.

“Quão maravilhoso é tudo isso!” – exclamou Florence – “e como eu gostaria de poder ajudá-los!”.

“Você pode ajudá-los” – respondeu o elfo. “Todas as vezes que você irrigar as plantas estará ajudando. Você pode ajudá-los, também, amando-os. Não sabia que o amor faz tudo crescer melhor? Sim, tudo: as plantas, os animais e o ser humano. Mas há ainda outra maneira de você ajudá-los. As chuvas da semana passada levaram de enxurrada bastante terra do jardim. Você pode repor essa terra, pois para os pequeninos gnomos é muito difícil transportar material tão pesado”.

“Será isso a primeira coisa que farei ao amanhecer” – prometeu Florence.

“Você e uma boa menina” – disse o elfo – “Agora desça comigo à lagoa e lhe mostrarei certos bebês d’água”.

Juntos, os dois escorregaram até a lagoa, e ali, ao longo da margem, o elfo mostrou a Florence uma incontável quantidade de pequenos ovos que começavam a se partir. De dentro deles uma multidão de pequeninos seres escuros – que os seres humanos chamam girinos – saía para a luz. Ajudando- os a sair podia se ver algumas criaturinhas muito lindas, cor verde azuladas, que cintilavam na água como peixes, mais parecendo fadas sem asas. Algumas brincavam com as pequenas ondas, enquanto sua roupagem flutuava na corrente. Outros pequenos seres, estes aéreos, sopravam as criaturinhas de cima para baixo, fazendo borrifos e bolhas de ar.

“Que adoráveis!” – exclamou Florence – “Quem são?”

“As que estão na água chamam-se ondinas, e os que estão no ar chamam-se silfos. Estes fazem as brisas que refrescam os dias quentes”.

Naquele momento o sol surgiu no horizonte, lançando luz e calor sobre o jardim e iluminando as árvores, os arbustos, as plantas e as trepadeiras. Tudo parecia tão cheio de vida que Florence não se conteve: “Oh! Nunca pensei antes que tudo isto tinha tanta vida! Exatamente como as pessoas!”.

“De fato, tudo vive” – concordou o elfo – “Agora você precisa ir-se, mas recorde tudo isto quando voltar para o seu mundo”.

“E você me levará outra noite a ver seu mundo outra vez?” – indagou Florence.

“Claro que sim” – respondeu o elfo. “E agora, adeus. Não se esqueça de irrigar o jardim, quando não chover, e de carregar terra para lá depois das enxurradas”.

“Lembrarei isso” – prometeu Florence – “e obrigada por me ter mostrado todas essas coisas maravilhosas”.

Ainda era cedo quando ela acordou. E pensava sobre a maravilhosa aventura quando sua mãe entrou, trazendo três coelhinhos brancos.

“Olhe só para isto, querida” – disse ela. “Chegaram esta noite”.

“Oh! que lindos, mamãe!” exclamou Florence feliz, tomando os coelhinhos um a um e afagando-lhes as orelhas, E, então, revelou:

“Mamãe, um elfozinho levou-me a ver os gnomos, os outros elfos, as ondinas e os silfos todos trabalhando. Mas não me levou a ver uma coelheira. Suponho que ele reservou isso para uma surpresa, para esta surpresa! Que foi uma das melhores deste dia!”.

(do Livro Histórias da Era Aquariana para as Crianças – Vol. I – Grace Evelyn Brown – Fraternidade Rosacruz)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Qual é a diferença entre a Ordem Rosacruz e a Fraternidade Rosacruz? Usam o mesmo Templo?

Pergunta: Qual é a diferença entre a Ordem Rosacruz e a Fraternidade Rosacruz? Usam o mesmo Templo?

Resposta: A Fraternidade Rosacruz prepara os interessados para o ingresso na Ordem Rosacruz. Por meio da Fraternidade Rosacruz é focalizada a atividade dos Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz no mundo visível ou físico. A Ordem Rosacruz e formada por elevados Seres, membros da onda de vida humana, que já completaram as Iniciações Menores e Maiores, e desejaram permanecer com os seus irmãos mais jovens, por assim dizer, para assisti-los em sua evolução.

Há treze desses Irmãos, incluindo Christian Rosenkreuz, que é o “Líder” da Ordem Rosacruz. A Fraternidade Rosacruz é a representante autorizada pela Ordem a funcionar no mundo, no presente período, e é a sua mais recente manifestação física.

A Fraternidade Rosacruz possui um Templo de Cura, porém esse não é o Templo da Ordem Rosacruz, cuja localização se acha na Europa. A estrutura do Templo da Ordem Rosacruz é etérica.

(P&R da Revista Serviço Rosacruz fev/76 – Fraternidade Rosacruz SP) 

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Qual era o trabalho executado realmente pelos alquimistas?

Pergunta: Qual era o trabalho executado realmente pelos alquimistas?

Resposta: Sabiam os alquimistas que a natureza física e moral do ser humano haviam embrutecido, por causa das paixões infundidas pelos espíritos lucíferos e que, em consequência, era necessário um processo de purificação, de refinamento, para eliminar tais características elevando-o as sublimes alturas, onde nunca se eclipsa o fulgor do espírito. Consideravam o corpo como um laboratório e falavam do processo espiritual em termos químicos. Eles observavam que esse processo espiritual começa e tem seu peculiar campo de atividade na espinha dorsal, o elo entre dois órgãos criadores: o cérebro, ou campo de operação dos inteligentes mercurianos, e os genitais, onde têm sua mais vantajosa posição os passionais e luxuriosos espíritos de Lúcifer. A energia criadora, empregada por Deus, para a manifestação de um sistema solar e a energia empregada pelas divinas Hierarquias para construir os veículos físicos dos reinos inferiores, que dirigem como Espíritos Grupo, manifestam-se em forma dual de vontade e imaginação. É a mesma força que, agindo no macho e na fêmea os une para gerar um corpo humano.

Em épocas remotas o ser humano era bissexual. Cada indivíduo podia propagar a espécie, sem a cooperação do outro. Porém, a metade da forca criadora do indivíduo bissexual consumiu-se na construção de um cérebro e de uma laringe, para que fosse capaz de criar mentalmente, de formar pensamentos e de enunciar a palavra de poder, que transformará seus pensamentos em realidade material. Nesta operação, tomaram parte três grandes Hierarquias Criadoras: os Anjos Lunares, os Senhores de Mercúrio e os Espíritos Lucíferos de Marte.

Os alquimistas relacionaram os Anjos Lunares, que governam as marés, com o elemento sal; os Lucíferos Espíritos de Marte com o elemento enxofre e os Senhores de Mercúrio com o metal mercúrio.

Valeram-se desta simbólica representação, porque a intolerância religiosa não permitia outros ensinamentos, além dos sancionados pela igreja daquela época e, também, porque a humanidade não estava apta para compreender as verdades contidas na sua filosofia.

A tripartite coluna vertebral era, para os alquimistas, o crisol da consciência. Sabiam que os Anjos Lunares eram especialmente ativos na secção simpática da espinha dorsal, que rege as funções relacionadas com a conservação e bem-estar do corpo. Designavam a dita secção pelo elemento sal.

Viam, claramente, que os Lucíferos Espíritos marcianos governavam a secção relacionada com os nervos motores, que difundem a energia dinâmica, armazenada no corpo pelos alimentos. Simbolizavam esta secção pelo enxofre.

A terceira secção, que assinala e registra as sensações, transmitidas pelos nervos, recebeu o nome de mercúrio. Diziam estar regida pelos seres espirituais de Mercúrio.

Contrariamente ao que afirmam os anatomistas, o canal formado pelas vértebras não contém, além da medula, um líquido, mas um gás, semelhante ao vapor d’agua, que se condensa, quando exposto à ação atmosférica. Pode ser super aquecido pela atividade vibratória do espírito, até se converter no brilhante e luminoso fogo de regeneração.

Os alquimistas falavam, também, de um quarto elemento, Azoth – nome em que entram a primeira e a última letra do alfabeto, como se quisessem significar a mesma ideia que “alfa e ômega”, ou seja, o que tudo encerra e inclui. Dito elemento referia-se ao que, agora, conhecemos como o raio espiritual de Netuno, a oitava de Mercúrio, a sublimada essência do poder espiritual. Este é o campo onde atuam as grandes Hierarquias Espirituais de Netuno, e é designado Azoth pelos alquimistas. Este fogo espiritual não é o mesmo, nem brilha igualmente, em todos os seres humanos: sua intensidade depende do grau de evolução espiritual do indivíduo.

(P&R da Revista Serviço Rosacruz fev/76 – Fraternidade Rosacruz SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Encontramo-nos com os amigos e entes queridos após a morte, mesmo que suas crenças sejam diferentes?

Pergunta: Encontramo-nos com os amigos e entes queridos após a morte, mesmo que suas crenças hajam sido diferentes da nossa, ou ainda que não passassem de ateus?

Resposta: Sim, nós os encontramos e os reconhecemos, porque a morte não encerra poder transformador algum. O ser humano surge ali na mesma forma que o conhecemos aqui, porquanto ele se crê ainda possuidor dessa forma. Mas, o lugar em que poderemos encontrá-los depende de vários fatores.

Em primeiro lugar, se vivemos uma vida devota e pura, não necessitaremos de existência purgatorial, sendo insignificante nossa passagem pelo Primeiro Céu. Se nosso ente querido, pelo contrário, expressará rasgos de natureza inferior, tendo de permanecer largo tempo no Mundo do Desejo só nos encontrará no Segundo Céu. Se desencarnarmos logo após nosso amigo, o encontro talvez não tivesse lugar antes de decorridos, pelo menos, uns vinte anos. Isso, porém, é de menos importância, porque nas referidas regiões há completa inconsciência do tempo.

O amigo materialista se viveu uma existência moralmente sã, como pode acontecer, permaneceria na quarta região do Mundo do Desejo durante certo número de anos, de acordo com o tempo vivido no plano físico. Posteriormente passaria ao Segundo Céu, apesar de não manter ali, uma consciência tão ampla e clara como a pessoa devotada às realidades do espírito.

Nós o veremos, reconhecendo-o e associando-nos a ele durante séculos inteiros, na obra de engendrar o futuro ambiente, pois então já não será absolutamente materialista, porque ao atingir essa elevada região, o espírito não se encontra dominado pelas ilusões que muitas vezes o envolveram no mundo material.

Todos e cada um se reconhecem como seres espirituais, lembrando-se desta vida terrestre da forma como recordamos algum pesadelo. O espírito, ao penetrar nesse elevado plano, sente a sua verdadeira natureza.

(P&R da Revista Serviço Rosacruz abr/75 – Fraternidade Rosacruz SP)

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