Como o pensamento ao final de cada ciclo se volta naturalmente ao passado, é oportuno considerar com que velocidade o tempo ocorre e quão ilusória e evanescente é a vida no mundo dos fenômenos, aqui.
Isso nos faz lembrar, também, como é precioso nosso tempo e a responsabilidade enorme que temos no justo emprego que dele fazemos.
Em verdade, o tempo deveria ser utilizado, quanto mais possível, de modo edificante para que resultasse em maior crescimento da nossa alma. Caso contrário, que aproveitaria o indivíduo “ganhar o mundo inteiro se viesse a perder a sua alma?” (Mc 8:36).
Esta é uma época de sementeira e segundo nos foi ensinado: “aquele a quem muito é dado, muito também lhe será exigido.” (Lc 12:48), incumbe-nos tomar senso de responsabilidade de nossos atos. Respondemos não só pelo que fizemos, como igualmente, pelo que deixamos de fazer. E consoante a gradação de consciência, nós, Estudantes Rosacruzes, que possuímos íntimo conhecimento dos propósitos de Deus e de todas as oportunidades que nos oferece, por mediação amorosa dos Irmãos Maiores, haveremos de responder em maior extensão da responsabilidade, pelo uso que fazemos do tempo.
Do exposto podemos compreender que todos os nossos atos produzem um efeito direto nos Arquétipos dos nossos veículos, influindo na Lei da Vida e da Evolução, de modo a fortalecer o Arquétipo (ocasionando um prolongamento da vida para lograr o máximo de experiência e desenvolvimento anímico, na proporção da capacidade de adaptação e de aprendizado) ou enfraquecendo-os por transgressões à Lei e desarmonia arquetípica, perdendo oportunidade de evoluir pela antecipação da morte.
Aquele que sabe aproveitar suas oportunidades e bem utilizar seu tempo poderá, em poucos renascimentos, conseguir um grande avanço espiritual e aproximar-se da perfeição. Contrariamente, o que malgasta a corrente vital e conscientemente busca fugir a seus deveres de consciência ou aplica suas energias de modo destrutivo, se distanciará da meta, atraindo as mais dolorosas experiências – único meio de recuperação das almas teimosas.
Todos os atos contrários à Lei encurtam a vida, aumentando o número de renascimentos e protelando o “Dia da Libertação”.
A Bíblia, exata e verídica como é, exorta-nos a fazer o bem para que se prolongue nossa vida sobre a Terra. Essa lei abarca todos os seres vivos sem exceção, mas tem maior significação nas vidas daqueles que já estão conscientemente laborando na “Vinha do Senhor”, do que nas dos que desconhecem as Leis. O conhecimento destas verdades deve aumentar uns dez ou até um cento de vezes nosso zelo e interesse em fazer o bem. E mesmo que hajamos começado tarde – como dizem alguns amigos ou algumas amigas – poderemos facilmente acumular um tesouro enorme nestes últimos anos bem aproveitados de nossa existência em fazer o bem, maior até do que em grandes períodos de vidas anteriores, de semi-inconsciência. Sobretudo, estamos nos colocando em linha para iniciar em esferas mais elevadas nossas futuras existências aqui na Terra.
Assim, pois, alimentamos o mais firme propósito de utilizar, do melhor modo possível, nosso tempo e nossas oportunidades na firme esperança de que os frutos colhidos no ano que passou servirão de semente para aumentar nossos esforços no ano entrante.
É o que desejamos a todos expressando melhor augusto de que o Ano Novo seja pleno de realizações espirituais.
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – novembro/1967 – Fraternidade Rosacruz – SP)
Sobre o autor