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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

PRIMEIRA PARTE – CONSTITUIÇÃO ATUAL DO SER HUMANO E O MÉTODO DO SEU DESENVOLVIMENTO – CAPÍTULO I – OS MUNDOS: VISÍVEL E INVISÍVEIS – O Mundo do Pensamento

O Mundo do Pensamento também se compõe de sete Regiões de diversas qualidades e densidades e, à semelhança do Mundo Físico, o Mundo do Pensamento é dividido em duas principais divisões: a Região do Pensamento Concreto, que compreende as quatro regiões mais densas, e a Região do Pensamento Abstrato, que compreende as três regiões de substâncias mais sutis. O Mundo do Pensamento é o Mundo central dos cinco Mundos onde o ser humano obtém seus veículos. Aqui se unem Espírito e Corpo. Esse Mundo é também o mais elevado dos três onde presentemente tem lugar a evolução humana. Os outros dois Mundos superiores, no que diz respeito ao ser humano em geral, são ainda praticamente uma esperança.

Sabemos que os materiais da Região Química são empregados para construir todas as formas físicas. A estas formas são dadas vida e o poder de movimento pelas forças que atuam na Região Etérica. Algumas dessas formas viventes são impelidas à ação pelos sentimentos gêmeos do Mundo do Desejo. A Região do Pensamento Concreto proporciona a matéria mental em que se envolvem as ideias geradas na Região do Pensamento Abstrato. Manifestando-se como pensamentos-formas, atuam como reguladores e equilibradores dos impulsos originados no Mundo do Desejo pelos impactos recebidos do Mundo dos fenômenos.

Vemos, pois, como os três Mundos em que o ser humano presentemente evolui se completam, formam um todo, o que demonstra a Suprema Sabedoria do Grande Arquiteto do Sistema Solar a que pertencemos e a Quem reverenciamos pelo santo nome de Deus.

Examinando mais minuciosamente as diversas divisões da Região do Pensamento Concreto, constatamos que os arquétipos das formas físicas – não importam a qual Reino elas pertençam – encontram-se na sua subdivisão mais inferior, ou seja, na “Região Continental”. Nessa Região Continental estão também os arquétipos dos continentes e das ilhas do mundo, os quais são moldados de acordo com esses arquétipos. As modificações da crosta terrestre devem produzir-se primeiramente na Região Continental. Enquanto o arquétipo-modelo não for modificado, as Inteligências, que para encobrir a nossa ignorância denominamos “Leis da Natureza”, não podem produzir as condições físicas que alteram a conformação da Terra e que são determinadas pelas Hierarquias que dirigem a evolução. Estas planejam as mudanças como o arquiteto projeta as alterações num edifício, antes que os operários lhe deem expressão concreta. Da mesma forma efetuam-se mudanças na flora e na fauna, devido às metamorfoses dos respectivos arquétipos.

Quando falamos dos arquétipos de todas as diferentes formas do Mundo Físico, não devemos julgar que esses arquétipos sejam simples modelos, no mesmo sentido em que falamos de um objeto feito em miniatura ou feito de outro material diferente do apropriado ao seu uso final. Não são simples semelhanças nem modelos das formas que vemos em torno de nós, mas são arquétipos criadores, isto é, modelam as formas do Mundo Físico à sua própria semelhança ou semelhanças, porque, frequentemente, muitos trabalham em conjunto para produzir uma certa espécie, cada arquétipo dando de si mesmo a parte necessária para a construção da forma requerida.

A segunda subdivisão da Região do Pensamento Concreto denomina-se “Região Oceânica”. Poderia ser mais bem descrita como vitalidade fluente e pulsante. Todas as Forças que atuam pelos quatro Éteres que constituem a Região Etérica são vistas aqui como arquétipos. É uma corrente de vida que flui através de todas as formas, assim como o sangue circula pelo Corpo – a mesma vida em todas as formas. Nessa Região o Clarividente treinado pode comprovar quanto é verdade que “toda vida é una”.

A “Região Aérea” é a terceira divisão da Região do Pensamento Concreto. Aqui encontramos os arquétipos dos desejos, das paixões, dos sentimentos e das emoções, tais como os que experimentamos no Mundo do Desejo. Aqui todas as atividades do Mundo do Desejo parecem condições atmosféricas. Os sentimentos de prazer e de alegria chegam aos sentidos do Clarividente como o beijo das brisas estivais. As aspirações da Alma assemelham-se à canção do vento na ramaria do arvoredo, e as paixões das nações em guerra aos lampejos dos relâmpagos. Nessa atmosfera da Região do Pensamento Concreto encontram-se também as imagens das emoções do ser humano e dos animais.

A “Região das Forças Arquetípicas” é a quarta divisão da Região do Pensamento Concreto. É a Região Central e a mais importante dos cinco Mundos onde se efetua a evolução total do ser humano. De um lado dessa Região estão as três regiões superiores do Mundo do Pensamento, mais o Mundo do Espírito de Vida e o Mundo do Espírito Divino. No lado oposto dessa Região de Forças Arquetípicas estão as três regiões inferiores do Mundo do Pensamento, mais o Mundo do Desejo e o Mundo Físico. Portanto essa região torna-se uma espécie de “cruz”, limitada de um lado pelos Reinos do Espírito e do outro pelos Mundos da Forma. E o ponto focal por onde o Espírito se reflete na matéria.

Como seu nome indica, essa Região é o lar das Forças Arquetípicas que dirigem a atividade dos arquétipos na Região do Pensamento Concreto. Dessa Região é que o espírito trabalha na matéria de maneira formativa. O Diagrama 1 demonstra essa ideia em forma esquemática: as formas, nos Mundos inferiores, sendo reflexos do Espírito nos Mundos superiores. A quinta Região que é a mais próxima do ponto focal pelo lado do Espírito, reflete-se na terceira Região, a mais próxima do ponto focal pelo lado da Forma. A sexta Região reflete-se na segunda, e a sétima na primeira.

Toda a Região do Pensamento Abstrato é refletida no Mundo do Desejo; o Mundo do Espírito de Vida na Região Etérica do Mundo Físico e o Mundo do Espírito Divino na Região Química do Mundo Físico.

O Diagrama 2 dá uma ideia compreensível dos sete Mundos que formam a esfera do nosso desenvolvimento, contudo, devemos fixar cuidadosamente que esses Mundos não estão colocados uns acima dos outros, como o Diagrama sugere, mas se interpenetram. Isto é, relacionando o Mundo Físico ao Mundo do Desejo e comparando o Mundo do Desejo com as linhas de força na água em congelamento e a água em si mesma com o Mundo Físico, podemos, igualmente, imaginar essas linhas de força equivalendo a qualquer um dos sete Mundos e a água, segundo o nosso exemplo, correspondendo ao próximo Mundo mais denso na escala. Talvez outro exemplo torne esse assunto mais claro.

Tomemos uma esponja esférica para representar a Terra densa – a Região Química – e imaginemo-la compenetrada por areia que ultrapasse um pouco toda sua periferia. Essa areia representaria a Região Etérica que, de modo semelhante, compenetrando a Terra densa, estende-se além da atmosfera.

Imaginemos, em seguida, essa esponja com areia dentro de um vaso esférico cheio de água pura, um pouco maior que a esponja com a areia, mas, precisamente, no centro do vaso como a gema está no centro do ovo. Temos, então, um espaço de água limpa entre a areia e o vaso. A água representaria o Mundo do Desejo porque, da mesma forma que ela se insinuaria por entre os grãos de areia através de todos os poros da esponja formando uma camada mais limpa, assim também o Mundo do Desejo compenetra a Terra densa e o Éter e se estende além dessas substâncias.

Sabendo que na água existe ar, se imaginarmos o ar contido na água (do nosso exemplo) como representando o Mundo do Pensamento, podemos obter uma imagem mental mais clara da maneira como o Mundo do Pensamento, mais fino e sutil do que os outros dois, os interpenetra.

Finalmente, imaginando o vaso que contém a esponja, a areia e a água, colocado no centro de outro vaso esférico maior, o ar existente entre ambos os vasos representaria a parte do Mundo do Pensamento que se estende para além do Mundo do Desejo.

Cada um dos Planetas do nosso Sistema Solar tem esses três Mundos que se interpenetram. Se imaginarmos cada um desses Planetas consistindo em três Mundos como sendo esponjas individuais, e o quarto Mundo – o Mundo do Espírito de Vida – como sendo a água contida em um vaso maior, na qual nadem separadas, essas esponjas tríplices, compreenderemos que, assim como a água do recipiente maior enche o espaço compreendido entre as esponjas e as compenetra, assim também o Mundo do Espírito de Vida se difunde pelos espaços interplanetários e interpenetra os Planetas individuais. Esse Mundo estabelece um vínculo comum entre os Planetas e do mesmo modo que para ir-se da América à África é necessário ter-se um barco e poder dirigi-lo, assim também se requer um veículo apropriado ao Mundo do Espírito de Vida, sob controle consciente, para se poder viajar de um a outro Planeta. De maneira semelhante àquela pela qual o Mundo do Espírito de Vida nos põe em relação com os outros Planetas do nosso Sistema Solar, o Mundo do Espírito Divino nos correlaciona com os outros Sistemas Solares. Podemos comparar os Sistemas Solares a esponjas separadas, submersas no Mundo do Espírito Divino. Compreenderemos assim que, para se poder viajar de um Sistema Solar a outro é necessária a capacidade de se atuar, conscientemente, no mais elevado dos veículos do ser humano, o Espírito Divino.

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