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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Livro: Uma Interpretação da Revelação de São João

Algumas partes da Bíblia foram escritas simbolicamente porque, na época em que essa obra foi escrita, a humanidade em geral não estava preparada para entender as verdades escondidas nos símbolos. O Apocalipse, também conhecido como o Livro da Revelação ( também chamado de Apocalipse de São João Evangelista) é uma dessas partes.

1. Para fazer download ou imprimir:

Elsa M. Glover – Uma Interpretação da Revelação de São João

2. Para estudar no próprio site:

UMA INTERPRETAÇÃO DA REVELAÇÃO DE SÃO JOÃO

por

Elsa M. Glover

Centro Rosacruz de Campinas – SP – Brasil

Avenida Francisco Glicério, 1326 – conj. 82

Centro – 13012-100 – Campinas – SP – Brasil

Traduzido e Revisado de acordo com:

An Interpretation of the Revelation to John

1ª Edição em Inglês, 1977

Pelos Irmãos e Irmãs da Fraternidade Rosacruz – Centro Rosacruz de Campinas – SP – Brasil

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Uma Interpretação da Revelação de São João

Algumas partes da Bíblia foram escritas simbolicamente porque, na época em que essa obra foi escrita, a humanidade em geral não estava preparada para entender as verdades escondidas nos símbolos. A Revelação é uma dessas partes.

Para aqueles que conseguem ler os símbolos, no entanto, o Apocalipse descreve o caminho da Iniciação e as coisas que o iniciado pode investigar nos mundos superiores, como as Hierarquias Criadoras, o passado, o presente e o futuro da evolução do ser humano e a história da disputa entre Jeová e os Espíritos Lucíferos.

O Capítulo 1 do Apocalipse é de natureza introdutória, expressando as circunstâncias em que São João recebeu a Revelação. Os Capítulos 2 e 3 descrevem o Caminho da Iniciação. As sete igrejas descritas são os sete passos no caminho da Iniciação.

Diferentes pessoas podem desenvolver as qualidades necessárias à Iniciação em ordem diversa e é possível que algumas qualidades necessárias possam ser trabalhadas simultaneamente. Portanto, as sete etapas descritas não correspondem necessariamente à ordem em que devem ser tomadas.

A igreja de Éfeso representa a dedicação da força criadora à espiritualidade e não à paixão. Ao Aspirante (Ap 2:5) é dito para se lembrar que caiu, que se arrepende e que já fez isso anteriormente. Na Época Lemúrica, o ser humano caiu no uso apaixonado de sua força criadora (descrita no Livro do Gênesis, Capítulo 2).

No entanto, aqueles que obtêm sucesso podem comer da Árvore da Vida (Ap 2:7). A Árvore da Vida simboliza a energia que dá a alguém a capacidade de viver na Terra tanto quanto desejar. É a energia cujo poder curativo mantém o Corpo Denso indefinidamente. Assim, quem conseguir usar a força criadora de forma regeneradora ganhará o poder de curar.

A Igreja de Esmirna representa a superação das tentações associadas à riqueza material. Quem tem pobreza material, mas riqueza espiritual, pode ser ridicularizado pelas Mentes mundanas (Ap 2:9). O Aspirante pode ser jogado na prisão pelo demônio para ser testado (Ap 2:10).

Isso significa que o Aspirante pode necessitar viver em condições de restrição material por um tempo para demonstrar que considera algumas coisas mais importantes do que conforto ou prosperidade. Quem vencer essa tentação, não será derrotado pela segunda morte (Ap 2:11). A primeira morte é a elevação da consciência acima do material, de modo que o material não tenha valor intrínseco. A segunda morte é a morte do Corpo Denso. A consciência espiritualizada não se importa com a morte física.

A igreja de Pérgamon representa a condução da força criadora para cima com a intensidade necessária para que as Glândulas Pituitária e Pineal comecem a vibrar resultando em visão espiritual. As correntes da energia criadora residem no trono de Satanás (Ap 2:13). Satanás representa os Espíritos Lucíferos cujo trono é a medula espinhal, onde trabalham para estimular as paixões, o egoísmo e a imoralidade (ou o uso indevido da força criadora).

Aqueles que não se arrependem permanecem em conflito com aquele que tem sua espada na boca (Ap 2:16). A espada simboliza a justiça divina de acordo com a Lei. Portanto, aqueles que falharem diante das tentações dos Espíritos Lucíferos terão sua retribuição segundo a Lei da Causa e do Efeito.

Contudo, os que vencerem as tentações receberão uma pedra branca e um novo nome (Ap 2:17). A pedra branca é o corpo daquele que conseguiu elevar a força criadora (chamada pedra filosofal). Um novo nome representa um novo estado de consciência, ou seja, a percepção dos Mundos superiores.

A igreja em Tiátira representa o controle das emoções e sentimentos. As emoções elevadas se expressam como amor, fé, serviço e paciência em suportar. (Ap 2:19). As emoções básicas podem levar os servidores a praticar a imoralidade e a comer alimentos sacrificados aos ídolos (Ap 2:20). Os servidores são as faculdades que possuem. A comida sacrificada aos ídolos representa o dar e, em seguida, o tomar o que foi dado, ou dar apenas onde se pode obter algo em troca.

Aqueles que não se arrependem podem adoecer e sofrer atribulação, e seus filhos podem inclusive morrer (Ap 2:22-23). Paixões e emoções egoístas causam conflitos, doenças, sofrimento e destruição. As crianças representam pensamentos e desejos produzidos pela natureza apaixonada. Crianças mortas comunicam a necessidade de eliminar os pensamentos e desejos egoístas mais cedo ou mais tarde.

A quem conquista, é dado poder sobre as nações, que irá governar com uma vara de ferro (Ap 2:26-27). As nações são as faculdades do ser humano. Quem controla suas emoções tem o controle de si mesmo. O ferro é o metal regido por Marte, o lar dos Espíritos Lucíferos.  Portanto, governar com uma barra de ferro significa controlar as energias de Marte e a habilidade de suportar as tentações implantadas pelos Espíritos Lucíferos.

A igreja em Sardis representa a construção do Corpo-Alma. Aqueles que nominalmente estão vivos, mas na verdade já estão mortos (Ap 3:1) são aqueles que têm um Corpo Denso com o qual funcionam no Mundo Físico (e, portanto, estão fisicamente vivos), mas que não têm uma alma capaz de funcionar nos Mundos superiores (e, portanto, estão mortos para os Mundos superiores). As obras dos que não possuem Corpo-Alma não foram perfeitas aos olhos de Deus (Ap 3:2). Considere que um bom trabalho (serviço) é necessário para construir o Corpo-Alma.

A segunda vinda de Cristo será em algum momento desconhecido (Ap 3:3), e ele virá nas nuvens (Ap 1:7), ou seja, no Corpo-Alma. Aqueles que não desenvolverem seus Corpos-Alma não poderão segui-lo nesse momento. Aquele que conquista, será coberto por roupas brancas (Ap 3:5). A roupa branca se refere ao Corpo-Alma (às vezes chamada de Vestimenta Dourada das Bodas).

A igreja na Filadélfia representa a separação do Corpo-Alma (que são os dois Éteres superiores do Corpo Vital) e da parte superior do Corpo de Desejos do Corpo Denso, dos dois Éteres inferiores do Corpo Vital e da parte inferior do Corpo de Desejos. Essa separação torna possível os voos anímicos. Cristo colocou diante do Aspirante uma porta aberta, que ninguém pode fechar (Ap 3:8).

Antes da crucificação, apenas alguns escolhidos receberam o treinamento e as condições necessárias para se preparar para os voos anímicos. Na Crucificação, o espírito de Cristo mudou as condições etéricas da Terra de tal maneira que depois disso qualquer um pode se preparar e aprender a alcançar a separação necessária, a fim de poder ser capaz de voos anímicos. Assim, Cristo abriu a porta dos Mundos superiores para todos.

Aqueles que entrarem pela porta aberta nos Mundos mais elevados serão mantidos a partir daquela hora em uma provação, que surge em todo o Mundo (Ap 3:10). Quando alguém entra nos Mundos superiores se encontra com o Guardião do Umbral, que é a soma de todos os seus atos passados não redimidos.

Alguns, então, assumem conscientemente a responsabilidade de pagar suas dívidas para com o mundo e, assim, apagar esses registros. “Quanto ao vencedor, farei dele uma coluna no templo do meu Deus, e daí nunca mais sairá. Escreverei sobre ele o nome do meu Deus e o nome da Cidade do meu Deus — a nova Jerusalém, que desce do céu, de junto do meu Deus — e o meu novo nome.” (Ap 3:12). Tornar-se um pilar no templo de Deus representa o fim da necessidade de renascer na Terra. Com o nome de Deus inscrito em si representa ter alcançado a consciência de Deus. A palavra “Jerusalém” significa “morada da paz”. Ter o nome da nova Jerusalém inscrito em si significa ter alcançado um estado de paz interior.

A igreja de Laodiceia representa o desenvolvimento da vontade necessária para tomar o caminho. Pessoas que não esquentam nem esfriam são jogadas pela boca de Cristo (Ap 3:15-16). Aqueles que não querem ou não fazem nenhum esforço não são conduzidos pelo caminho da Iniciação, mas são autorizados a tomar o caminho mais longo, escolhido pela humanidade em geral. Aqueles que não sentem a necessidade do ouro refinado pelo fogo (o Corpo espiritualizado, a Pedra Filosofal) ou da vestimenta branca (Corpo-Alma) ou do unguento para os olhos (que proporciona a visão espiritual) não trabalharão para eles e nem os alcançarão (Ap 3:17-18). Cristo está chamando à porta (da consciência do ser humano), e se o Aspirante abrir a porta, o Espírito de Cristo entrará nele (Ap 3:20).

Quando o Aspirante chega à Iniciação, obtém a capacidade de ver nos Mundos superiores.

Em primeiro lugar, São João indica os poderes criadores que podem ser contatados nos Mundos superiores (Ap 4). Quem São João viu sentado no trono central representa Deus. Os vinte e quatro anciãos ao seu redor representam os polos positivos e negativos dos doze Signos do Zodíaco.

As sete tochas representam os sete Espíritos Planetários (os Espíritos de Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno e Urano). O mar de vidro representa toda a sabedoria, a Mente Cósmica. Esse é igual ao Mar Fundido por Hiram Abiff na Lenda Maçônica. Os quatro seres vivos, que são as representações simbólicas dos quatro Signos Fixos do Zodíaco, podem ser associados aos quatro elementos, aos quatro estados de matéria ligados a esses elementos e aos seres que trabalham nesses estados de matéria. Assim, o leão (Leão, Fogo, Região Etérica) representa os Anjos; o boi (Touro, Terra, Região Química) representa o ser humano; o homem (Aquário, Ar, Mundo do Pensamento) representa os Senhores da Mente; e a águia (Escorpião, Água, Mundo do Desejo) representa os Arcanjos.

Um nível alternativo de interpretação da visão de São João sobre Hierarquias Criadoras é possível. Para cada poder criador no universo há uma parte desse poder criador dentro do ser humano. Assim, sob a perspectiva do microcosmos, alguém no trono central pode ser interpretado como o Deus interior (Ego); os anciãos e as tochas como as forças zodiacais e planetárias dentro do ser humano; e os quatro seres vivos como os Corpos Denso, Vital, de Desejos e a Mente do ser humano.

Nos Mundos superiores, é possível ver a evolução passada do ser humano, a vida e as atividades cotidianas após a morte e a evolução pretendida do ser humano. São João descreve de forma simbólica isso (Ap 5:11). O Capítulo 5 fala de um pergaminho fechado com sete selos, que apenas um Cordeiro morto é digno de abrir. O Cordeiro representa a Consciência Crística. O pergaminho representa a sabedoria que pode ser alcançada nos Mundos mais elevados. No Capítulo 6, São João diz que viu um cavalo branco com um cavaleiro com um arco, partindo para conquistas, o que representa o ser humano no início de sua evolução. O cavalo branco indica inocência e o arco, as aspirações. Então aparece um cavalo vermelho e um cavaleiro, que leva embora a paz da Terra. Isso representa o ser humano agindo sob paixões egoístas. Em seguida, surge um cavalo preto e um cavaleiro com uma balança de pratos na mão. Essa cena representa o ser humano envolvido na materialidade (obscuridade espiritual). A balança indica que o ser humano nesse estado deve ser regido pelas leis. Acrescenta-se que o azeite e o vinho não devem ser danificados. O azeite é o óleo para a lâmpada da vida, que é a alma. O vinho é a força da vida. As leis devem guiar o ser humano de tal maneira que ele não vai deter o crescimento de sua alma e não usará indevidamente a força da vida.

Por último, um cavalo pálido aparece, cujo cavaleiro é a morte. Finalmente todos os seres humanos morrem fisicamente. Em Apocalipse 6:12-17 é descrito o processo de morrer. A partir de um nível microcósmico da interpretação, o Sol e a Lua representam as forças solares e lunares dentro do corpo, e os reis da Terra representam as forças que governam as diferentes partes do corpo.

As estrelas que despencam do céu para a Terra representam as forças cósmicas que tomam o corpo quando o espírito o abandona. O céu desaparecendo em um redemoinho que o envolve se relaciona com o movimento espiral pelo qual saem os Corpos Vital, de Desejos e a Mente, quando abandonam o Corpo Denso.

A consciência de São João, então, entra no Mundo do Desejo e vê o que acontece com os seres humanos no Purgatório e no Primeiro Céu. Em Apocalipse 8:1-5, São João descreve um Anjo com um incensário e a fumaça que se mistura com as orações dos Santos. Então o Anjo pega o incensário, enche de fogo e o atira sobre a Terra. O incenso retrata os sentimentos feridos de pessoas inocentes. Os incensários cheios de fogo e jogados sobre a Terra indicam que, na mesma medida que uma pessoa faz os outros sofrerem, ela sofrerá o mesmo, e assim a Terra (ou o aspecto inferior de sua natureza) será queimada (ou expurgada). Em Apocalipse 8:6-9, 19 descreve com mais detalhes o processo no Purgatório. Os quatro Anjos mencionados em 9:15 são os quatro Anjos do Destino ou Arquivistas que monitoram o funcionamento da Lei de Causa e Efeito. Em Apocalipse 9:20, ele cita “Os outros homens, que não foram mortos por estes flagelos, não renunciaram sequer às obras de suas mãos”. Essas partes de nossa natureza inferior, que não forem erradicadas na experiência do Purgatório, ainda estarão presentes em nossa natureza em nossa próxima vida. Não é possível aprender todas as lições em uma só existência.

Em Apocalipse 7:1-17, São João descreve as experiências do ser humano no Primeiro Céu. Os quatro Anjos mencionados em 7:1 são novamente os quatro Anjos Arquivistas ou do Destino. Eles alertam para não prejudicar as 144.000 pessoas que foram seladas como servos de Deus. De acordo com os procedimentos da simbologia numérica, 144.000 é igual a (somando os dígitos) 9, que representa o número do ser humano. Isso indica que praticamente todos os seres humanos (depois de passarem pelo Purgatório) alcançam o Primeiro Céu. Essa interpretação é comprovada em 7:9 que descreve que: “uma grande multidão, que ninguém podia contar, de todas as nações, tribos, povos e línguas. Estavam de pé diante do trono e diante do Cordeiro, trajados com vestes brancas”. Em 7:14-17, ele ainda observa que “nunca mais terão fome, nem sede, … e Deus enxugará toda lágrima de seus olhos.”. A grande tribulação (em um nível microcósmico de interpretação) é o Purgatório. As vestes brancas indicam que o sofrimento no Purgatório limpou os Corpos de Desejos. “Eles não terão mais fome e sede” indica que o que eles desejarem na Terra (de natureza edificante) ali será realizado.

Quando o ser humano entra no Segundo Céu, passa algum tempo avaliando e assimilando as experiências de sua vida passada. Isso é descrito no Ap 10:8, 11, 2. São João conta como um Anjo lhe deu um rolo para comer que era doce em sua boca, mas amargo em sua barriga. O pergaminho representa sabedoria. Comer o pergaminho representa trazer sabedoria à consciência. Ser doce na boca representa ver a beleza ou a justiça de alguma parte da sabedoria. Ser amargo em seu ventre indica que quando chega a hora de usar a sabedoria e fazer o que você sabe que é certo (depois de retomar a vida na Terra) nem sempre é fácil ou agradável. A medição do Templo de Deus indica a avaliação das estruturas de seu Corpo Denso, seus hábitos, desejos e pensamentos da vida anterior. A São João foi dito para não medir o quintal. Isso indica que não se deve avaliar seus semelhantes e culpá-los por qualquer uma de suas falhas.

Já Ap 11:4-19 descreve, brevemente, a direção planejada para a evolução do ser humano. As duas oliveiras e os apoios de duas lâmpadas são as fontes de direção divina para o ser humano e as oportunidades para o crescimento da alma que chegam aos seres humanos (lembre-se que o azeite usado nas lâmpadas da vida representa a alma). A besta que se ergue do abismo pode travar uma guerra contra os profetas e matá-los. A besta é a paixão egoísta. A paixão pode tentar o ser humano a não seguir a direção divina e pode alcançar seu objetivo.

Contudo, os profetas voltam à vida. Embora a luz divina possa ser ignorada por um tempo, ela não pode ser extinta e retorna à consciência do ser humano. Finalmente, o Reino do mundo se converte no Reino de Cristo.  Esta seção termina com a Arca da Aliança, vista no céu. A Arca é a representação simbólica do Iniciado (a arca continha as Tábuas da Lei, o Pote Dourado do Maná e a Vara de Aarão, que representam o Iniciado com a lei dentro do seu coração, o Corpo-Alma e os fluxos da força criadora espiritualizados).

Em Ap 12-22 temos a descrição da luta (no processo evolutivo) entre Jeová e os espíritos de Lúcifer. São João descreve ter visto uma mulher vestida com o Sol, com a Lua sob seus pés, que trouxe à luz uma criança. Um dragão que se sentou para devorar a criança, mas a criança foi elevada até Deus e a mulher fugiu para o deserto (Ap 12:1-6). A mulher simboliza as forças da criatividade física dirigidas pelo Deus lunar, Jeová. A criança que nasce é a humanidade. O dragão representa os espíritos de Lúcifer. O dragão, impedido de devorar a criança levada à Deus indica que durante a Involução, quando a consciência do ser humano estava nos Mundos superiores, o ser humano tinha pouca consciência e não podia ser induzido a atos de paixão e egoísmo pelos espíritos de Lúcifer, mas ao invés disso seguia docilmente a Jeová.  O deserto é algo que está longe da ação diária do ser humano. A mulher fugindo para o deserto indica que o ser humano não era geralmente consciente do ato procriador em tal época.

Miguel e seus Anjos lutaram com o dragão e seus Anjos, e o dragão e seus Anjos foram expulsos do céu. Então o dragão foi para a Terra e perseguiu a mulher. A mulher recebeu as duas asas da grande águia para que ela pudesse voar para o deserto, longe do dragão. O dragão derrama água de sua boca atrás da mulher, mas a Terra engole o rio (Ap 12:7-17). O dragão e seus Anjos lançados do céu referem-se ao fato de que os espíritos de Lúcifer estavam ficando para trás na onda de vida angélica e necessitavam para sua evolução de um ambiente mais denso do que o dos Anjos. O dragão perseguindo a mulher na Terra indica que os espíritos lucíferos tentaram fazer com que o ser humano usasse suas forças criadoras para servir seus interesses. Como os espíritos de Lúcifer precisavam de conhecimento físico para sua evolução, os seres humanos tinham que deixar de confiar na sabedoria orientadora de Jeová e agir por iniciativa própria (independentemente das suas ações serem imprudentes). Ao ser humano foram dados dois meios para resistir às insinuações dos espíritos de Lúcifer. Um é representado pelas duas asas da grande águia, que representam as asas da oração, que ajudam o ser humano a colocar sua consciência em contato com o divino. O outro é representado pela Terra engolindo o rio que jorra da boca do dragão da Terra. O rio que jorra da boca do dragão indica os desejos egoístas com os quais os espíritos de Lúcifer tentam o ser humano. A Terra que engoliu esse rio indica que as restrições físicas podem colocar limitações em desejos egoístas (pois o ser humano não tende a parar de querer o que é fisicamente impossível de realizar).

Uma besta saiu do mar. A besta tinha uma ferida mortal, que foi curada. “Os homens adoravam a besta.” (Ap 13:1-10). O mar é a paixão. A besta é a parte inferior da natureza onde se constrói a paixão. A besta se recuperar de uma ferida mortal indica que quando acreditamos que eliminamos alguma falha de nossa personalidade, ela ainda pode surgir novamente.

“Homens adorando a besta” indicam o ser humano que falha na luta contra sua natureza inferior, decide aceitá-la como natural e, portanto, que é bom seguir seus ditames. Uma besta também se levantou da Terra. Ela fez grandes sinais e decepcionou aqueles que habitaram na Terra e deu poder à imagem da besta da água que havia enganado. O número dessa besta era 666 (um número humano) e estava marcado na mão direita ou na testa de todos (Ap 13:11-18). A besta que surgiu da Terra é o materialismo. O materialismo pode fazer maravilhas, como evidenciado pelas conquistas da ciência atual. Contudo, o materialismo também pode enganar aqueles que habitam na Terra. Pode levar as pessoas à crença de que tudo pode ser feito fisicamente e que não há poderes mais além do físico. O materialismo também fortalece a imagem da besta da água. Isso significa que promove o egoísmo e a paixão. Somando os dígitos do número da besta, temos 18 e, portanto, 9, simbolicamente o número do ser humano. Assim, a besta é fabricada pelo ser humano.

Ap 14-18 descreve como aqueles que seguem a besta trazem sofrimento para si mesmos e como a parte maligna de sua natureza é reduzida e eliminada. A Cidade da Babilônia representa a falta de sabedoria e a resultante confusão associada à existência material (a palavra “Babilônia” significa “lugar de confusão”), e ela é vencida. Finalmente, a fumaça da prostituta (da Babilônia) sobe (Ap 19:3), o que significa que a força criadora sobe e supera a paixão egoísta.

Ap 19:6-8 conta como o som do poderoso trovão de muitas vozes foi ouvido quando o casamento do Cordeiro ocorreu. A Noiva tinha preparado para si mesma roupas em linho fino, brilhante e puro, que são as boas ações dos Santos. A Noiva é a humanidade. A roupa de linho fino da noiva é o Corpo-Alma (que é concebido pelo serviço). Os trovões são vibrações atmosféricas que ocorrerão na segunda vinda de Cristo e que libertarão o Corpo-Alma (daqueles que têm um) do Corpo Denso e permitirão que essas pessoas vivam na Região Etérica do Mundo Físico. O casamento do Cordeiro indica a unificação da consciência do ser humano com a consciência de Cristo.

Ap 19:11-16 dá uma descrição simbólica de um Iniciado. Seus olhos como chama indicam que ele tem uma visão interna. Seu manto de sangue indica que o que ele conseguiu foi através do sofrimento. A espada em sua boca com a qual ele governa as nações indica que ele governa suas próprias ações e as mantém alinhadas com a Lei Cósmica. Governar com uma barra de ferro significa que ele tem domínio sobre a paixão.

Em Ap 19:17-18, os pássaros são descritos alimentando-se da carne de reis, capitães, homens e cavalos. Os pássaros simbolizam a alma, e sua alimentação da carne representa que a alma cresce como resultado da experiência física.

Ap 21-22 descreve a próxima Era. Que “a morada de Deus estará com os homens” implica que os seres humanos terão a consciência de Deus. Que não haverá mais dor significa que quando os seres humanos tiverem a consciência de Deus, eles não criarão mais as desarmonias que resultam em dor. Essa sede será saciada pela água da vida, indicando que os seres humanos terão o poder de cura. A Árvore da Vida na Nova Jerusalém também indica a posse do poder criador. A cidade de Jerusalém que vem de Deus aponta que a paz de espírito está associada à consciência de Deus. Que a Nova Jerusalém não terá Templo ou necessidade do Sol ou da Lua representa que o Deus interior (Ego) será capaz de dirigir seus próprios corpos e que um Deus externo não será necessário para a direção. O objetivo de um Livro como o Livro da Revelação, que descreve o caminho evolutivo do ser humano, é inspirar os seres humanos a trabalhar em harmonia com os Seres que guiam sua evolução. Todos nós podemos aprender a perceber que somos pobres, cegos e nus e, então, decidirmos comprar o ouro refinado pelo fogo, o unguento para ungir nossos olhos e as roupas brancas para vestir nossos corpos.

FIM

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