A humanidade ainda não está pronta para ser fundida em uma única Igreja com um serviço comum e duvidamos que algum dia estará. É fato e incontestável que a comida que alimenta um ser humano é veneno para outro e o mesmo se aplica à nossa comida espiritual. Cada um é constituído de forma diferente — mental, moral e espiritualmente, bem como fisicamente. Logo, olhamos para as mesmas coisas de diferentes pontos de vista. No campo político, as diferentes facções são chamadas de partidos e cada uma luta pela supremacia, com a firme convicção de que em seu credo particular esteja a salvação nacional: eis a utopia política e industrial. No reino da Religião, os vários grandes sistemas como Cristianismo, Islamismo, Budismo, Judaísmo ou outros têm seitas e cada uma delas luta pela aceitação nacional e internacional, acreditando que seu credo particular seja o único caminho seguro para a bem-aventurança eterna.
No entanto, Deus, a Verdade, ou qualquer outro nome que desejemos dar ao grande Poder abrangente que todos nós sentimos mais intensamente ou menos, pode ser comparado a uma montanha que é abordada de todas as direções por uma multidão de viajantes que estão todos atentos ao escalar. Como vêem de vários ângulos, a montanha (Deus) parece diferente para cada um e o caminho (Religião) que estão trilhando parece o mais reto e melhor. Cada um pensa que sua visão é inigualável e seu caminho, o mais seguro. Mas isso, enquanto estão nas partes baixas da montanha. Ao subir, verá que há muitos caminhos que levam para cima e, quando chegar ao topo, descobrirá que todos os caminhos convergem para uma única realidade, DEUS.
Então, todos também verão que não importa tanto em que acreditamos, mas, sim, o quanto escalamos; então gritarão para os que estão abaixo: “Não se preocupem com os católicos, batistas, metodistas, cientistas, budistas, mormons ou salvacionistas ou, ainda, todos os outros; o caminho deles os traz aqui para cima do mesmo jeito que o seu. Não gaste seu tempo fazendo proselitismo. Eles estão escalando assim como você. Chame todos os seus missionários para casa e cuide de sua escalada. Dedique toda a sua energia para ajudar aqueles que estão em seu próprio caminho e deixe os outros fazerem o mesmo. Assim, todos vocês farão mais progresso e serão melhores amigos. Cuidando da sua vida e respeitando os pontos de vista religiosos dos outros, dando-lhes crédito pela sanidade e sinceridade em que diferem de você e acelerando-os em seu caminho escolhido com sua bênção, você ajudará a si mesmo e a eles a alcançar o Reino de Deus, que é a meta de todos”.
Se a atitude das Igrejas pode, assim, ser transformada de desconfiança mútua em apreciação e ajuda mútuas; se as diferenças podem ser esquecidas e o objetivo comum mantido em vista, em breve veremos um renascimento do sentimento religioso em uma escala tal que ultrapassará até mesmo as esperanças dos mais otimistas, porque não é a visão sectária de Deus que impede o crescimento da alma do ser humano; mas, isto sim, a visão sectária das suas seitas.
(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross de setembro de 1918 e traduzido pelos irmãos e irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil)
Salvando da morte dois missionários de uma tribo árabe
Esta história conta como alguns missionários foram salvos da morte na Arábia.
Aconteceu numa sexta-feira à noite, quando alguns Auxiliares Invisíveis se dirigiram a uma aldeia árabe, num lugar onde haviam dois missionários brancos amarrados a uma parede. Eles pretendiam matar o homem e sua esposa, porque ousaram ir à sua aldeia falando a respeito de sua própria religião, e assim, desestabilizando a religião muçulmana e Alá.
O Auxiliar Invisível perguntou a sua companheira se ela poderia cuidar deles.
“Eu não sei”, respondeu ela.
“Siga-me e não fuja “, disse o Auxiliar Invisível.
Tinha uns cinco ou seis homens, com as mãos cheias de punhais, prontos para atirar no homem e na mulher para matá-los. O primeiro árabe já estava pronto para atirar a sua faca. E assim que apareceu, o Auxiliar Invisível disse: “Pare”.
O homem soltou um grito, e o demais homens rodearam os Auxiliares Invisíveis como um enxame de abelhas.
“Por que matá-los?”, perguntou o Auxiliar Invisível. “Eles não prejudicaram nem feriram ninguém”.
“Alá não quer estrangeiros aqui, e todos os que vierem devem morrer, e você também”, declarou o chefe do grupo, enquanto acenava com a mão. “Mate a todos e me traga os seus anéis”, ele ordenou, mas ninguém se mexeu.
Ele ordenou novamente, mas ninguém se mexeu. O chefe se voltou e chamou o profeta, que prontamente veio com todos os seus trabalhos de mágicas para servi-lo, se dirigiu aos Auxiliares Invisíveis e iniciou seu trabalho.
“Faça essas coisas desaparecerem”, disse o Auxiliar Invisível, e elas desapareceram. O então chamado profeta ficou parado com grande surpresa e desgostoso devido a esse acontecimento incomum.
“Eu não vim ferir ou prejudicar você ou o seu Alá, mas você não fará mal aos filhos de Deus”, disse o Auxiliar Invisível ao povo.
Ele chamou os missionários e disse: “Venha adiante, meus amigos”, e eles foram até os Auxiliares Invisíveis. Então os Auxiliares Invisíveis disseram ao chefe: “Alimente-os, dê-lhes um lugar para descansar e deixe-os continuar seu caminho, caso você não deseje ouvir o que eles têm a dizer”.
“Onde está nosso Alá?”, o chefe perguntou ao profeta.
“Ele não nos deixou antes!”
“Talvez ele tenha expulsado Alá”, disse o profeta. “Ninguém pode se mover. Ele fez os objetos desaparecerem. Eu não faço nada. Agora, Alá não é mais bom. Seu Deus é o melhor. Adote esse Deus. Ele faz grandes coisas”.
“Seu Alá está aqui, mas ele não quer que você mate pessoas” disse o Auxiliar Invisível. “Ele nunca vai deixa-lo”.
“Outros cães vieram aqui e todos morrem; Alá seja louvado”, disse o chefe intrigado.
“Todos os verdadeiros Cristãos são protegidos pelo seu Deus, e os falsos morrem”, disse o Auxiliar Invisível.
“Sim, eles morrem e você morrerá”, declarou o chefe. Mais uma vez ele ordenou que seus seguidores matassem os estranhos, mas ninguém se mexeu.
“Sr. Chefe, você precisa de uma boa lição e eu vou lhe ensinar uma que você e os demais nunca esquecerão”, disse o Auxiliar Invisível.
Ele se aproximou do chefe, pegou sua faca e a quebrou.
Depois pegou sua túnica, retirou sua coroa, a colocou sobre os joelhos e a entortou com suas mãos. “Rasteje até aprender a poupar vidas humanas”, disse ele.
Depois disso, o Auxiliar Invisível olhou para a multidão e encontrou uma garota com um belo Corpo-Alma, e a chamou. “Senhorita, farei de você rainha, e você deve governar justa e gentilmente, e ninguém ou qualquer coisa poderá prejudicá-la”, disse ele. “Você vai fazer isso?”
“Sim, eu vou”, disse a moça.
O Auxiliar Invisível colocou a túnica sobre ela, depois colocou a coroa e disse ao povo: “Salve a rainha”.
Todas as pessoas caíram de joelhos e se deitaram de bruços. A moça caminhou sobre eles, como o ex-chefe fazia.
Esse era o sinal de submissão e obediência daquele povo. Os homens baixaram suas cabeças em direção as suas barbas e as mulheres esconderam seus olhos.
O Auxiliar Invisível disse à rainha para cuidar do homem e da mulher e mandá-los de volta, e ela disse que faria isso. O Auxiliar Invisível perguntou onde estavam seus pais e ela disse: “Alá os levou”, o que significa que eles estavam mortos.
“O ex-chefe não será morto pelas cobras e pelos animais selvagens?”, a Auxiliar Invisível perguntou.
“Nada vai prejudicá-lo, e quando ele decidir parar de matar, ele vai andar novamente”, disse a sua companheira.
Ele se virou e falou com os missionários. “De onde vocês vieram?”, ele perguntou.
“Dos Estados Unidos”, disse um deles.
Ambos os missionários tinham belos Corpos-Alma, mas não tinham visão espiritual. Nem a nova rainha, mas ela estará protegida. Essa tribo de árabes vivi longe no deserto e era feroz e guerreira, mas os Auxiliares Invisíveis acreditavam que a moça iria subjugá-los.
“Vocês são Anjos?”, um dos missionários perguntou aos Auxiliares Invisíveis.
“Não”, ela disse, “somos pessoas dos Estados Unidos e ajudamos a todos aqueles que precisam”.
Enquanto isso acontecia, o ex-chefe estava rastejando, mas ninguém prestou atenção nele. Os Auxiliares Invisíveis se despediram do povo, liberaram suas auras, desaparecendo fisicamente e seguiram seu caminho.
(IH – de Amber M. Tuttle)