Uma das forças vivas que é usada na fisioterapia é a luz solar. Todos já vimos um gato ferido ou cachorro buscar algum recanto ensolarado e deitar-se aí, talvez lambendo cuidadosamente o ferimento. O calor do Sol, a massagem suave com a língua e as propriedades curativas dos raios solares contribuem com o processo de cura.
O que o gato e o cão conhecem por instinto, nós, os seres humanos, ignoramos ou, com frequência, negligenciamos. Talvez o leitor desfrute de um período de férias em região ensolarada e, com a ajuda de cremes ou loções, bronzeie intensamente a pele a ponto de causar inveja aos amigos que não puderam aproveitar suas férias. Não obstante, talvez não compreenda por que se sente melhor.
Tão importante é a luz do Sol para a Humanidade como para as plantas. Sem ela, tanto a planta quanto o ser humano teriam aspecto pálido e enfermiço.
Por outro lado, demasiada luz queimaria tanto a planta quanto a pessoa. Nesta era científica e espacial, seria interessante uma apresentação extensa sobre as ondas longas e as unidades Angstrom de medição da luz; assim, aumentaria nosso conhecimento científico sobre isso.
Saber, porém, como fazer atuarem os raios solares para aumentar a vitalidade e a saúde poderá ser mais interessante ainda. Pode o leitor utilizar unicamente as ferramentas de que dispõe; isto é, pode beneficiar-se da luz do Sol, se a tem, ou obtê-la.
Os vidros das janelas impedem que nos atinjam os benéficos raios solares, de modo que, se pretendemos aproveitar as propriedades curativas do Sol, não nos devemos colocar atrás das vidraças; em outras palavras, devemos ir para o pátio ou abrir a janela.
A fumaça, a neblina e as nuvens impedem que os raios solares nos atinjam com toda a sua pujança. No entanto, é inteiramente factível queimar-se severamente nos dias nublados.
A roupa também impede que a luz solar seja absorvida pela pele. Algumas instituições sanitárias têm solários ou pátios para banhos de sol, onde esses podem ser tomados sem roupa, sob prescrição médica.
Nem todos podem ter esse privilégio, mas não devemos desistir facilmente. Observemos ao nosso redor e vejamos o que podemos fazer com aquilo que temos. Talvez achemos um recanto resguardado no jardim ou outro local. É possível que tenhamos a sorte de morar próximo de uma praia. Isso, no entanto, acarreta perigo, porque o reflexo dos raios solares na areia e na água aumenta sua intensidade e maior terá que ser, aí, o cuidado para evitar queimaduras e a excessiva exposição, do que em outro ambiente.
Um dos fatores mais importantes a serem considerados é o da exposição ao Sol. A exposição exagerada acarreta queimaduras e uma queimadura grave possivelmente desanimará a pessoa mais decidida. A luz solar é um medicamento poderoso e deve ser aplicado em doses pequenas e graduadas, mesmo por pessoas fortes e de boa saúde.
Se for possível ter todo o corpo exposto ao Sol, a exposição inicial de uns sete minutos para a face anterior do corpo e outros sete para a posterior será prudente. Deve-se proteger a cabeça com chapéu de palha ou outra coisa que também cubra a nuca. Óculos escuros de boa qualidade protegerão os olhos.
Para a pessoa enfraquecida pela enfermidade, as exposições iniciais devem ser muito mais breves. É costume começarmos com dois ou três minutos para um lado do corpo e outros dois ou três para o outro. Essa exposição pode aumentar um minuto por dia, para cada lado, à medida que o paciente se fortaleça.
A pessoa sadia pode aumentar sua exposição dois e meio minutos para cada lado, por dia, até chegar a tomar uma hora de Sol diariamente. (Muito bem faria aos que pudessem encontrar uma hora por dia para estar ao Sol!).
Lembremos que um pouco de Sol surte grande efeito. Algumas pessoas não toleram muito bem o Sol. Sinais perigosos de exposição exagerada são a dor de cabeça, aumento da temperatura do corpo e do ritmo da pulsação, nervosismo ou irritabilidade e insônia. Qualquer desses sintomas exige menor tempo de exposição por vez ou possivelmente a suspensão dos banhos de Sol.
Têm algum valor as loções ou cremes bronzeadores? Se alguém é fanático pelos banhos de Sol, simplesmente pelo escurecimento da pele, a resposta é sim. Esses preparados contêm substâncias que escurecem a pele ou ajudam a bronzeá-la. No entanto, se buscamos a luz do Sol como remédio, lembremos que os raios solares não podem penetrar uma camada de azeite ou creme, porque são absorvidos por essas substâncias e, assim, o corpo não é beneficiado.
Quais são alguns dos efeitos do Sol no organismo? Além do bronzeamento, sabem os médicos há muitos anos que a combinação do ar e da luz solar melhora a qualidade da hemoglobina. Há aumento de energia e a pessoa sente-se melhor. Devido aos vasos sanguíneos da pele serem estimulados e dilatados, ocorre a diminuição da pressão sanguínea. O Sol tem também efeito destruidor de germes, tem sido utilizado depois de enfermidades infecciosas como agente esterilizador da roupa de cama e dos móveis que não podem ser esterilizados de outra maneira.
Um dos efeitos mais benéficos da luz solar são os que chamaríamos de morais. O Criador compreende as necessidades da Humanidade. Daí que, inicialmente, pôs o ser humano em um jardim. A luz solar e as belezas da Natureza restauram a esperança, promovem a alegria e robustecem o valor do indivíduo. Se o espírito está abatido devido às dificuldades e problemas da vida, um período de tempo exposto ao Sol o reaviva. A depressão desaparece e a vida ganha novo ânimo e significado.
Faça o Sol atuar a seu favor e você se verá amplamente recompensado!
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de abril/1964-Fraternidade Rosacruz-SP)
Já sabemos que as emoções, por estimularem as ações, são importantes e necessárias para a nossa evolução. A questão que precisamos responder é: Com quais emoções queremos trabalhar e como queremos trabalhar com elas?
O poder das emoções é tão forte que, quando não transmutadas e não expressadas, podem causar importantes danos físicos e mentais.
Do ponto de vista espiritual, tão prejudicial como expressar o ódio, é guardá-lo dentro de si. Se não conseguirmos de imediato sentir amor quando tentados a odiar, devemos fazer um esforço intelectual para expressar preocupação, gentileza, entendimento ou pelo menos tolerância. Se nos esforçarmos sinceramente para isso com o tempo o amor florescerá.
A moderação constitui um fato importante na expressão da emoção. A forma de emoção que mais prejudica o ser humano é representada pelas tensões. Essas, quando intensas e prolongadas, resultam em dores de cabeça, perda do apetite, insônia, tonturas, úlceras etc.
Mas, afinal, o que é tensão e qual a causa?
Tensão é energia não liberada. Energia reprimida que pode surgir de hábitos físicos defeituosos, tais como excesso de trabalho, ou por desajustamentos profissionais, como resultado de excessos de responsabilidade e outros fatores.
Às vezes, a verdadeira causa das tensões surge porque nos envolvemos, simultaneamente, em vários projetos e responsabilidades; isso nos impede a concentração e, na maioria das vezes, não realizamos bem algumas das coisas a que nos propomos. É preciso aprender a executar uma coisa de cada vez para não gerar ansiedade, pois essa leva à desarmonia, à insatisfação, à tensão, comprometendo a certeza de capacidade.
Para sabermos como combater a tensão precisamos em primeiro lugar saber se ela é de origem física, mental ou emocional. A tensão física é indicada pela impossibilidade de relaxamento de alguns grupos musculares, geralmente por não ter alongado, tal como a postura defeituosa. A tensão mental pode surgir de um excesso de trabalho mental ou do trabalho sob pressão. Algumas pessoas sofrem de tensão mental por falta de interesse pela vida. Essas pessoas sentem-se aborrecidas e com exaustão mental, não por excesso de atividade da mente, mas porque sua insatisfação não permite a liberação apropriada de suas energias.
Tão logo descubram algo que lhes interesse ocupar-se, uma atividade para a expressão, e elas se tornam mais felizes e vivazes, ocorrendo então a liberação apropriada da tensão.
Outro tipo de tensão é a emocional causada por conflitos internos, tais como os decorrentes da repressão dos sentimentos naturais. Essas tensões podem resultar de uma combinação de causas. As tensões musculares frequentemente são parte de um padrão de comportamento, da pessoa não praticar exercícios de relaxamento e de alongamento habituais, e persistir mesmo quando a dor é ocasional, mas não cessa. Um sistema nervoso muito solicitado é similar a circuitos telefônicos sobrecarregados. As funções operacionais se congestionam, os sinais se misturam e podem ocorrer curtos-circuitos.
O relaxamento é o oposto da tensão. Devemos tentar superar e esquecer nossas dificuldades emocionais. Para algumas pessoas muito tensas e nervosas isso nem sempre é fácil. É preciso aprender a relaxar. Para superar a tensão emocional a pessoa necessita estudar a si própria bem como seus problemas de forma bastante objetiva. Em seguida, determinar um procedimento para corrigir o problema. Nem sempre é tão difícil, mas é necessário muito esforço para consegui-lo. Caso não consiga resolver sozinho o problema, deve discuti-lo com a família, com o médico, com um irmão da Fraternidade ou qualquer outro conselheiro de sua confiança. Com essa meia batalha ganha deve-se adotar um plano de ação e segui-lo. Continuar com os problemas, preocupações e indecisões resulta em tensões cada vez mais acentuadas.
Se a tensão é mental, com sintomas tais como dor de cabeça, perda da concentração etc., é devida à sobrecarga mental, e é recomendado repouso mental. Algumas pessoas obtêm alívio após exercícios físicos ou após deitar-se por um breve período. Outros se beneficiam por mudança temporária de afastamento das atividades e convivência com outras pessoas.
A tensão física é aliviada pelo repouso, banhos quentes, massagem e exercícios. Algumas sugestões para auxiliar o relaxamento nessas circunstâncias são deitar-se em uma superfície firme, porém confortável, com as pernas um pouco afastadas, braços ao longo do corpo, cabeça sobre um travesseiro baixo e macio. Agora vamos lá! Relaxe cada músculo de seu corpo e deixe cada um, de sentir-se pesado. Relaxe a mente, calmamente concentre-se em um pensamento inspirado tal como Deus é amor, e repita várias vezes. Relaxe a fronte mantendo os olhos fechados e localize os olhos em um ponto entre as sobrancelhas. Esse exercício abranda a tensão dos olhos e será útil para prevenir dores da cabeça. Em seguida relaxe a mandíbula e os músculos ao redor da boca. Respire profundamente. Deixe o ar entrar até a base dos pulmões de forma natural, permaneça quieto e durma se for possível, pois o sono é a maneira de relaxar concedida pela natureza, fortificando corpo e alma.
A música é outro auxiliar para o relaxamento. Podemos ser auxiliados ouvindo boa e calma música ou encontrando uma avenida de expressão, tocando algum instrumento. O poder da vibração rítmica é muito bem conhecido, tem sido usado em locais de adoração há milhares de anos. Um passatempo agradável constitui uma boa saída para as energias acumuladas. É uma oportunidade para forçar as atividades mental e física em canais diferentes. Importante também é a manutenção do senso de humor. A capacidade para rir e a abstenção de levar a sério a si próprio com excessivo rigor, contribui imensamente para a tranquilidade interna, para uma atitude otimista e relaxamento geral.
Enfim, para relaxar é preciso harmonia no trabalho, na diversão, no amor e na educação. Vemos então que a demonstração de nossos sentimentos é parte do nosso curso na escola da Terra. Atualmente, a maioria de nós ainda apresenta emoções puramente pessoais. Naturalmente, quanto maior é o envolvimento de cada pessoa com um ideal, ou seja, quanto mais consistentemente seus pensamentos se voltarem aos outros, com compaixão, suas emoções pessoais se tornarão menos importantes.
Finalmente, após um longo período de desenvolvimento espiritual, as emoções pessoais serão substituídas pelas universais, tais como as sentidas por Cristo Jesus. Após isso, em termos terrenos, o desenvolvimento emocional do Aspirante à vida superior será completo e sua expressão emocional será a mais perfeita que a humanidade atual é capaz de alcançar.
(Por H. Petito e Publicado no Ecos da Fraternidade Rosacruz em São Paulo – SP – julho-agosto/1995)