Benjamim
Palavra-chave: Paciência
Benjamin era o mais aventureiro de todos os filhos de Pintadinha. Ele lhe causava realmente muita ansiedade, embora não tivesse essa intenção, naturalmente. Mesmo quando era um pintinho fofo e redondo, já se perdia fora de seu viveiro. Começava com uns gritinhos agudos de “Piu-piu-piu”, que queria dizer:
– Estou perdido, estou perdido.
Como só ia até ao lado de fora do galinheiro, Pintadinha podia ouvir seu chamado e cacarejava:
– Có, có, estou aqui, Benjamin, estou aqui.
Assim, aprendeu a confiar em sua mãe, mas não aprendeu a cuidar de si mesmo.
Perdia-se várias vezes em um dia e, no dia seguinte, a mesma coisa acontecia. Era mesmo bom que Pintadinha tivesse bastante paciência com ele, não era?
Algumas vezes, Benjamin corria para outra galinha pensando que era sua mãe. Porém, logo descobria o engano, ao ganhar uma boa bicada. Essa era a maneira das galinhas puxarem as suas orelhas e o mandarem de volta à mãe.
O quintal em que Benjamin vivia era cercado por uma tela de arame. Em alguns lugares havia buracos na tela, suficientemente grandes para permitir a passagem de um pintinho. Pintadinha avisava os filhos para nunca se aventurarem fora da tela, pois havia muito perigo lá fora. Benjamin não era realmente travesso ou desobediente, mas um dia, quando estava perseguindo um besouro, atravessou um buraco na tela sem mesmo saber o que estava fazendo. Depois, quando percebeu onde estava, olhou ao redor com muita surpresa. Ele achou o lugar muito bonito e, como não visse nada que lhe parecesse perigo, pensou que Pintadinha havia se enganado.
Encontrou uma quantidade tão grande de gafanhotos para perseguir que se divertiu muito, embora fosse difícil apanhá-los. Correu e correu até ficar exausto. Quando estava quase conseguindo um gafanhoto, este voava com um farfalhar de asas e Benjamin tinha que correr atrás de outros.
Finalmente, decidiu voltar para casa e descansar sob as asas de Pintadinha. Mas onde estava sua casa? Onde estava Pintadinha? Alarmado, ele levantou sua cabeça e gritou: “Piu, piu!”. Ficou escutando, mas nem um som ouviu em resposta. Nenhum “Có, có” de boas-vindas da mãe dele. Ficou nas pontas dos pés, esticou seu pescoço e chamou, chamou, chamou até ficar rouco, mas em vão. Começou a correr, a correr em todas as direções. Suas perninhas doíam de tanto correr, mas não conseguiu achar sua casa.
– Oh, se achar o caminho de minha casa, nunca mais serei descuidado, prometeu a si mesmo. Depois piou novamente: Estou perdido. Oh! Mamãe, onde está você?
Nesse instante, Benjamin ouviu um barulhinho no capim e viu uma grande cobra rastejando. Nunca vira uma antes, mas tinha certeza de que não era uma minhoca. Deve ser perigosa, pensou, assim correu o mais rápido possível, soltando gritos de medo. Ficou novamente na ponta dos pés e soltou um grito desesperado de socorro.
A sombra de um gavião voando baixo sobre sua cabeça projetava-se ao longo do gramado. Foi bom para Benjamin que Pintadinha tivesse ensinando muito bem seus filhos a se esconderem de coisas que voavam. Escondeu-se dentro de um arbusto, chorando baixinho e tremendo de medo. Depois de algum tempo, saiu do esconderijo, gritando novamente pela mãe.
O Sol já se punha e logo chegaria a noite. Como poderia ficar ali sozinho, naquele campo enorme? Só de pensar nisso tremia de frio e medo. Caminhou sem rumo, por um longo tempo, tropeçando em galhos e pedras por estar muito cansado e fraco, soltando a cada momento um grito desesperado:
– Mamãe estou perdido, estou perdido. Oh, Mamãe, onde está você?
Já estava para desistir quando pareceu ouvir, à distância, a voz da mãe dele. Ficou à escuta. Sim, tinha certeza. O “Có-có” da mãe era a música mais linda para o ouvido dele. Esqueceu-se o quanto estava cansado e como correu! A cada momento parava e chamava:
– Onde está você?
– Estou aqui, respondeu Pintadinha.
Correu, então, na direção da voz dela. Finalmente, chegou à cerca, mas tão cansado que não conseguiu encontrar o buraco. Pintadinha ficou cacarejando, encorajando-o a não desanimar e finalmente ele encontrou o lugar certo e entrou no quintal. Coitado do pequeno, empoeirado e cansadíssimo Benjamin. Correu para baixo das asas de sua mãe e aninhou-se bem juntinho dos irmãos e irmãs. Que lugar maravilhoso era sua casa! Nunca mais seria descuidado a ponto de perder-se. Nunca se esqueceu da cobra e do grande gavião. Aprendera uma lição que jamais esqueceria.
(Do Livro Histórias da Era Aquariana para Crianças – Vol. V – Compilado por um Estudante – Fraternidade Rosacruz)
PANQUECA RÁPIDA DE AVEIA
INGREDIENTES:
MODO DE PREPARO:
É ótima para o lanche da tarde ou mesmo no café da manhã.
As Aventuras de Rex e Zendah no Zodíaco
A Terra dos Peixes
Antes de baterem na porta dos peixes, ficaram alguns minutos olhando para ela – pois era muito difícil encontrar onde bater. Os lados da porta eram como duas grandes ondas e entre elas apareciam linhas de água em movimento, não parando um momento, e brilhando com todas as cores que se veem numa concha. Girando, no centro do portão, havia dois peixes, um seguindo o outro; um cor de cobre e o outro tinha cor parecida com a do zinco. No meio desse bonito portão havia uma pérola de grande valor, maravilhosa na forma e na cor, que, como um espelho, refletia um rosto que mudava constantemente de feições. Em um momento esse rosto era hediondo e no momento seguinte era belo, tão bonito que dificilmente poderia alguém deixar de gostar dele.
Zendah viu um búzio no chão, junto ao portão.
– “Sopra-o”, disse Rex. “Nos contos de fadas que nós lemos, sempre se toca uma corneta na entrada do castelo do gigante”.
Zendah soprou o búzio. Soou uma nota suave, e todo movimento do portão cessou; os peixes pararam de nadar em roda e colocaram-se um de cada lado da pérola, ficando assim:
– “Quem pede para entrar” gritou uma voz. “Dê a palavra de passe”.
– “Rex e Zendah”, disseram os meninos, “e a palavra é AMOR”.
– “Pela virtude do Amor, entrem, REX e Zendah”, disseram várias vozes, e o portão abriu-se lentamente.
Enquanto o portão se abria, Zendah olhou para Rex com espanto e exclamou:
– “Veja, Rex, veja! É só mar!”
Os meninos estavam parados sobre a macia areia de uma praia, e tanto quanto sua vista abrangia, viam milhas e milhas de ondas agitadas, pontilhadas de pequenas ilhas.
Longe, no mar alto, na maior das ilhas, erguia-se um castelo construído em madrepérola.
Logo apareceu perto deles um lindo bote com duas crianças dentro: um menino com cabelos cor de palha e uma menina, tão loura que seus cabelos brilhavam como prata.
O bote tinha o formato de um peixe voador e podia elevar-se no ar e voar, à vontade de quem o dirigia.
-“Vamos voar” gritou Rex, mal se sentaram no bote. O bote elevou-se no ar levemente, depois mergulhou nas ondas e novamente se elevou, porque parecia não poder subir a grande altura sobre as ondas.
Mostraram aos meninos que o bote era movido por eletricidade. No fundo do bote, exatamente sob o banco onde estava sentada a menina que dirigia o bote, havia placas de cobre. Essa menina calçava sapatos estranhos; o pé esquerdo tinha sola de cobre e o pé direito, sola de zinco; quando queria que o bote navegasse, ela apertava ambos os pés contra as placas de cobre do fundo; quando queria que o bote navegasse nas águas, apertava somente o pé direito; e apertava o pé esquerdo, com sola de cobre, quando queria fazer o bote parar.
Como os meninos ouvissem um cântico curioso enquanto navegavam e não vissem pássaros, perguntaram de onde vinha tal cântico.
-“São os peixes”, disseram seus guias. São domesticados e cantam para nós, já que não temos pássaros na Terra dos Peixes”.
Passaram por inúmeros botes semelhantes ao em que estavam e logo chegaram ao Castelo de Pérola. Depois de desembarcarem em um pequeno cais andaram por caminho coberto por diferentes espécies de conchas, por entre duas fitas de meninas vestidas com túnicas cor de malva pálido. Seus sapatos eram lindos e todas as jóias que usavam estavam nos pés.
Em parte alguma do castelo havia cores brilhantes. As paredes eram cor de marfim; os pilares pareciam feitos de feldspato translúcido que lembravam a névoa que certa vez eles haviam visto de manhã, à beira-mar, quando o Sol brilhava através dela. Todas as paredes e pilares, quando tocados, emitiam um som musical, e todas as pessoas que eles encontravam no caminho levavam um instrumento musical.
Depois de passarem por muitas salas e por escada encaracoladas, pararam afinal na sala do trono e viram o Rei Netuno. Seu trono era feito de conchas marinhas, com estofo de seda violeta. Em sua mão segurava uma vara longa, feita de um metal esbranquiçado e brilhante, em cuja extremidade havia pontas e em cada uma delas, uma pérola.
– “O Tridente de Netuno”, murmuraram um para o outro. Netuno deu-lhes as boas- vindas e virando-se para uma bela senhora que estava a seu lado disse-lhe para mostrar às crianças as maravilhas do país.
– “A Rainha Vênus passa muitas horas nesta terra, ajudando-me”, disse Netuno, “e ela entende de crianças mais do que eu”.
Eles foram conduzidos a todos os quartos do castelo; em um deles, encontraram uma orquestra composta de crianças, cada uma tocando um instrumento diferente; a música que tocavam era a mais bonita que eles jamais ouviram. Uma ou duas delas, sentadas quietinhas num canto, pareciam nada fazer.
– “Por que não estão tocando com os outros? Estão de castigo?” perguntou Rex.
– “Qual nada”, disse Vênus, estão escutando a música dos Anjos e escrevendo-a para que os outros possam tocá-las”.
Em outro aposento encontraram todos atarefados em escrever e toda a vez que uma das crianças parava e parecia estar pensando profundamente, aparecia sobre sua cabeça uma pequena nuvem com centenas de pequenos quadros.
– “Estão escrevendo estórias e poesias”, disse Vênus, respondendo a pergunta mental das crianças”. Todos esses pequenos quadros que vocês veem na nuvem, são as ideias que lhes chegam”.
Deixando esses aposentos e descendo as escadas do castelo, chegaram a um anexo ao castelo onde havia várias espécies de animais, alguns feridos nas orelhas, pássaros com asas ou pernas quebradas, e outros com outras doenças. Crianças de todas as idades tentavam ligar os membros quebrados deles ou curar-lhes as feridas. Rex e Zendah olharam para seu guia com olhares interrogativos.
– “Quando os animais são feridos na terra, vêm para cá para se curarem”, disse Vênus olhando em volta.
“As crianças também deviam vir aqui para aprenderem a ser bondosas e a amar todos os animais, pois aqui temos hospitais onde tanto as pessoas como os animais são curados. Mas antes de vocês partirem, vou mostrar-lhes algo muito precioso”, disse Vênus.
Entrando em outro bote voador semelhante ao primeiro eles foram conduzidos a uma ilha próxima do Castelo de Pérola. Era muito pequena e quase que completamente coberta por um Templo de vidro, circular, guardado por dois cavaleiros cobertos por armaduras brilhantes e com escudos onde se via gravado um emblema de uma Taça Prateada em fundo azul. Os cavaleiros também pediram a palavra de passe e, tendo-a recebido, deixaram as crianças entrar.
Nada havia no interior a não ser um altar num dos cantos e um grande espelho. Sobre o altar brilhava intensa luz como a da Lua cheia; dentro dessa luz puderam ver a taça de cristal que cintilava como diamante, ou melhor, mais parecia o Sol brilhante numa gota de orvalho.
– “Meninos”, disse Vênus “quando o Rei Artur veio viver entre as estrelas, trouxe consigo a Taça Mágica, que tem o poder de dar aquilo que cada um mais precisa. Mas vocês devem estar certos daquilo que desejam. Deve ser algo que vocês possam repartir com aqueles que vocês amam. Essa taça não voltará à terra enquanto os seres humanos brigarem uns com os outros apontando para o espelho. Ela disse: “neste espelho, se seus olhos forem bastante forte, vocês poderão ver tudo o que aconteceu ou o que venha acontecer. Vou dar-lhe um espelhinho mágico semelhante a este, Zendah, e se você usá-lo bem, quando estiver em dificuldades, você saberá exatamente o que fazer.
– “Rex segue esta pérola, e toda a vez que você pegar nela, lembre-se da palavra de passe desta terra e assim fazendo, procure levar de volta à terra, outra vez, o Santo Cálice”, concluiu Vênus.
Muito contritos, nas pontas dos pés, voltaram ao pórtico do Templo, trazendo consigo seus presentes; retomaram o bote voador, deixando a Rainha Vênus, com um sorriso em seus lábios, em pé sobre os degraus da escada.
Voltaram à praia e saíram pelo portão da Terra dos Peixes, e uma vez fora, passaram a procurar pela Terra do Aquário, por vezes conhecido como, “O Homem do Jarro”.
Tudo isso era maravilhoso, mas Urano somente balançou a cabeça quando Rex perguntou como aquilo era feito.
– “Um dia você saberá, meu filho”, disse ele, “se você estudar bastante”. Então, conduzindo-os ao portão de entrada, deu a Rex uma pequena ponte mágica que, segundo disse, o habilitaria a enviar seus pensamentos, como um relâmpago, aonde quisesse, se Rex a segurasse e usasse a palavra de passe. Para Zendah, deu um colar feito de duas serpentes semelhantes às do portão, tendo cada uma safira na boca.
Eles nunca souberam como saíram dessa Terra. Subitamente viram um lampejo, a terra tremeu, e eles estavam defronte do portão seguinte, o do Capricórnio.
(The Adventures of Rex and Zendah In The Zodiac – por Esme Swainson – publicado pela The Rosicrucian Fellowship – publicado na revista Rays from the Rose Cross nos anos 1960-61; As Aventuras de Rex e Zenda no Zodíaco (as Ilustrações são originais da publicação) –Fraternidade Rosacruz – SP – publicado na revista Serviço Rosacruz de 1980-81)
As Aventuras de Rex e Zendah no Zodíaco
A Terra do Carneiro
Porque o calor aumentasse muito, Rex e Zendah perceberam estar próximos do último portão, o do carneiro.
Pela primeira vez em todas as suas aventuras, Rex e Zendah estavam realmente assustados. Por um momento, chegaram a ter medo. Onde esperavam encontrar um portão, havia uma muralha de chamas cintilantes, impetuosas, crepitantes, tão alta que parecia tocar o céu. Pararam para olhar e viram todas as tonalidades do verde, do azul, do vermelho e do lilás, onde, antes viam somente amarelo. Cada cor parecia emitir uma nota musical, sendo agradável vê-las e ouvi-las.
– “O último portão!” disse Rex após alguns minutos. “E parece difícil transpô-lo. Veja, entre as chamas há uma buzina, mas como faremos para atingi-la e fazer soar o alarme?”
– “Bem”, replicou Zendah, “a senha desta terra é CORAGEM. Será melhor vermos se podemos chegar perto dela”.
De mãos dadas, pouco a pouco eles foram se aproximando. Estranho como possa parecer, o calor não aumentava à medida que eles se aproximavam do portão. Afinal chegaram bem perto das chamas. Rex, ousadamente esticou seu braço e verificou que podia pôr a mão na buzina sem se queimar. Tocou-a; houve um outro som sem resposta, do outro lado do portão. As chamas dividiam-se, formando dois pilares recurvados e enrolados na parte superior, como chifres.
Unia-os uma espécie de corrente de fogo vermelho, da qual pendia uma cortina de chamas de cor rosada. Os pilares eram dourados e muito brilhantes. A buzina de dentro tornou a soar, vindo após, a pergunta: – “Quem ousa chegar a este portão?”
Os meninos responderam conforme estava nas instruções:
– “Rex e Zendah, com coragem, ousam penetrar na Terra do Carneiro”.
– “Atravessem o fogo”, mandou a voz. Isso parecia difícil. Os meninos entreolharam-se por um ou dois minutos, mas nenhum deles disse que o outro estava com medo. Aproximaram-se mais do portão e viram que a cortina de chamas abriu-se pelo meio, possibilitando a entrada sem que eles se queimassem, embora as chamas fossem ameaçadoras. Atravessando a cortina de chamas, chegaram a uma terra de sol ardente. Era tão brilhante que eles sentiram vontade de pular e cantar.
Ninguém os esperava como acontecera em outras terras. À sua frente estendia-se grande campo silvestre com florestas enormes, selvagens, mas bonitas. Não se via nenhuma estrada. Perto, encontraram duas machadinhas que, evidentemente, eles deviam apanhar, pois havia um cartaz no qual se lia:
“Usem-me; servirei para desbravar caminhos difíceis”.
– “Não parece haver nenhum caminho”, disse Rex, apanhando as machadinhas e dando uma a Zendah. “Gostaria de saber que direção devemos tomar”.
– “Sigamos o Sol”, propôs Zendah. “Devemos chegar a algum lugar”.
Partiram por aquela terra selvagem, trepando pedras, atravessando bosques onde tiveram de abrir caminho usando as machadinhas. Isso era mais divertido do que enfadonho. Afinal, depois de algum tempo, chegaram a campos cultivados e viram algumas casas. Ao saírem do bosque, depararam com enorme carneiro branco. Dos chifres enfeitados do carneiro pendiam campainhas. Os campos estavam cheios de ovelhas, mas o carneiro, de alguma maneira, fez Rex e Zendah compreenderem que o deviam seguir. Era por certo, um carneiro sábio!
Lá se foram eles atrás do carneiro.
O sol estava muito quente e a brisa era forte, mas eles sentiam-se vigorosos e podiam caminhar sem cansaço.
Afinal chegaram a uma estrada cheia de casas. Da maior delas saía barulho de máquinas e de pancadas de martelo. Pararam para olhar, pois todas as portas e janelas estavam abertas. Dentro, vários homens trabalhavam com ferramentas, máquinas e forjas, alguns malhando o ferro aquecido ao rubro.
– “Que estão fazendo?” perguntaram a um homem que saía da casa.
– “Tudo o que se pode fazer com o ferro”, respondeu o homem. “Todas as ferramentas que se usam no campo para arar e colher, e agora, triste é dizê-lo, fazem também espadas e canhões e todas as coisas que os homens precisam na guerra. Teremos de fazer essas coisas até que os homens acabem de combater. Então, a energia do carneiro será utilizada somente para fazer ferramentas úteis”.
Durante alguns minutos ficaram observando aquela afanosa colmeia humana, vendo as centelhas pular do ferro, de quando em quando. Por fim, recomeçaram a seguir o carneiro. Pela estrada vinha ruidoso grupo de cavaleiros que resplandeciam ao sol. Parando seus cavalos perto dos meninos, estes verificaram que eram cavaleiros vestidos com armadura real. O chefe saudou-os com sua espada.
– “O Rei quer vê-los imediatamente”, disse ele, “e mandou buscá-los. Montem ligeiro e sigam-nos”.
Deram um cavalo a cada um. Os meninos radiantes reconhecendo que aqueles eram os mesmos cavalos que montaram na Terra do Arqueiro. Também já haviam-se encontrado com o chefe dos cavaleiros antes, na Terra do Leão e assim os meninos sentiram-se à vontade.
Rex foi convidado a encabeçar a tropa por ser uma visita especial, já que estava visitando sua própria terra. Cavalgaram depressa. O vento revolvia seus cabelos, tal a velocidade com que iam. Atravessaram clareiras onde havia cabanas; passaram por cidades que pareciam ter sido acabadas de edificar, até que por fim chegaram à Cidade de Marte.
O palácio estava numa elevação. Era todo construído de mármore vermelho polido. Era esplendoroso e brilhava como fogo sob os raios do sol. Os meninos não pararam para observá-los. Subiram logo as escadas que conduziam à entrada do palácio, onde os outros cavaleiros vieram ao seu encontro. Estes últimos traziam túnicas brancas sobre suas armaduras, com o emblema da cruz e do carneiro bordado a ouro vermelho. Alguns deles – não muitos – tinham túnicas vermelhas e cruzes brancas. Cada cavaleiro tinha um pagem, um rapazinho de cabelos ruivos que tinha a frente, carregando a espada e o elmo do cavaleiro, feito também de aço forjado.
Rex e Zendah foram escoltados através das passagens e da longa escadaria de degraus de pedra verde-escuro até em cima, onde encontraram um homem idoso vestindo hábito de monge.
– “Vocês têm algo muito importante a fazer”, disse ele. “Nesta sua visita, que é a última, recebemos ordens de sagrá-los Cavaleiros do Sol, se prestarem juramento. O fogo pelo qual passaram no portão de entrada foi a primeira prova. Vocês prometem, Rex e Zendah, falar sempre a verdade, não terem medo, combater pelos fracos e serem leais ao nosso Rei?”
Os meninos responderam: – “Sim”.
O senhor idoso colocou-lhes então sobre os ombros uma longa capa com uma cruz vermelha na parte posterior e mandou que eles o seguissem até a sala e que não falassem até receber ordem para isso. Era uma sala muito bonita, tão alta que não se via o teto. As paredes eram de cor-de-rosa pálido; os pilares de magnífico vermelho, como uma papoula. Cavaleiros, em suas armaduras brilhantes, permaneciam em “sentido” ao longo das paredes que tinham bandeiras de todos os países espalhadas, algumas novas, outras gastas ou rasgadas. O trono não estava no lugar habitual, mas no centro da sala. Frente a ele, no fundo da sala, havia um altar. A janela por trás do altar tinha a forma curiosa de uma espada, indo do chão ao teto. O punho da espada formava o diâmetro de uma estreita janela circular com doze divisões, cada uma com vidro de cor diferente.
Devagar, os meninos seguiram o senhor idoso até o trono onde estava o Rei Marte sentado, vestido com maravilhosa roupagem vermelha e ouro, tendo à cabeça uma coroa de aço polido. Marte cumprimentou-os e disse-lhes:
– “Fui comissionado por nosso Senhor, o Sol, para sagrá-los seus cavaleiros, esta é grande honra. Vocês prometeram obedecer as leis dos cavaleiros e assim, quando chegar o momento oportuno, vocês me seguirão até as almofadas que estão diante do altar. Vejam que o fogo do altar não está aceso; somente uma vez por ano o sol acende o Fogo Sagrado para mostrar que a Terra despertou para seu trabalho anual com seu auxílio. É nessa ocasião que são admitidos aqueles que se qualificam para serem sagrados Cavaleiros do Sol”.
Defronte do altar, do lado direito, estava em pé um arauto com uma trombeta. De cada lado, sentados, seis tambores. Os tambores rufaram. Marte deixou seu trono e caminhou até defronte do altar. Rex e Zendah seguiram-no e ajoelharam-se nas almofadas. Ouviu-se uma nota clara, tocada na trombeta e nesse momento um grande facho de luz solar brilhou através da janela em forma de espada, atingiu o altar em seu percurso, brilhando sobre Marte e os meninos ajoelhados aos seus pés.
A madeira aromática incendiou-se e nuvens de fumaça ergueram-se no ar. Nas nuvens de fumaça viram o rosto do senhor sol sorrindo para eles, desaparecendo a seguir. Enquanto eles estavam banhados pela luz do sol, Marte retirou sua espada e batendo com ela levemente no ombro de cada um dos meninos, exclamou:
– “Levanta-te, Cavaleiro do Sol, toma tua Espada de Luz semelhante à do Rei Artur e, com coragem e destemor, combate o Dragão do Egoísmo no mundo, sem jamais desesperar, seja qual for a dificuldade da tarefa”.
Os meninos levantaram-se. Os pagens cingiram-nos com cintos vermelhos e entregaram-lhes espadas luzidias em cujas copas seus nomes apareciam feito brilhantes. Todos os cavaleiros que estavam na sala desembainharam as espadas e saudaram-nos. Foi um lindo espetáculo ver tantas espadas brilhando no ar.
Logo depois, os dois tomaram seus lugares, já como cavaleiros, ao lado de Marte e esperaram que estes assinassem os passaportes, para que os cavaleiros pudessem, durante o próximo ano, seguir para terras estrangeiras onde combateriam a favor dos oprimidos.
Marte disse a cada um deles, enquanto apunha seu selo vermelho sobre o passaporte:
– “Segue com coragem, irmão, e vence todas as dificuldades”.
Aos poucos o facho de luz solar foi-se extinguindo. Marte virou para os meninos e disse-lhes que era hora de partirem. Saudando-o com suas espadas novas, os meninos fizeram meia volta e saíram do palácio, tomando de novo seus cavalos que os esperavam na entrada.
Os cavaleiros os seguiram até o portão de entrada e depois de saudá-los com suas espadas, os meninos logo estavam do lado de fora do portão.
– “Nossas aventuras terminaram, Zendah”, suspirou Rex; “agora voltemos para casa”.
– “E vocês verão que isso não é fácil sem mim”, gritou uma voz. Voltando-se os meninos viram Hermes.
– “Bem, vamos rápido. Quando chegarem em casa, ajudarei vocês para se lembrarem de tudo o que viram e ouviram. Estão ansiosos para usar os talismãs? Então, cada mês, pensem na palavra senha corresponde e logo verão que poderão usar o talismã durante todo o mês. O uso que vocês poderão fazer deles, depende da prática.
Vejam: aqui estão as outras chaves para abrir o Livro da Sabedoria; estas chaves vocês poderão usar quando forem mais velhos”.
Hermes segurou os meninos pelas mãos e voou de volta para a terra, tão depressa que não tiveram tempo de contar até dois e já estavam no seu quarto.
– “Agora”, disse Hermes, “saiam bem devagar dos seus trajes estelares para se lembrarem de tudo pela manhã”. Tocou-os com seu báculo e … a primeira coisa que eles lembraram é que estavam sentados na cama, o sol alto, brilhando pela janela e sua mãe dizendo:
– “Vocês demoraram a levantar hoje”.
– “Oh! Mamãe, passamos momentos deliciosos. Estivemos na Terra das Estrelas com Hermes. Você se lembra de nos ter encontrado na Terra do caranguejo?”
Mamãe sorriu – ‘Então vocês também se lembraram? Vocês estão de parabéns, pois não são todas as crianças que Hermes leva às Terras do Zodíaco”.
EPÍLOGO
AS AVENTURAS CHEGARAM AO FIM. Mas vocês poderão encontrar as portas da entrada das Terras do Zodíaco se por elas procurarem. Vocês verão que será mais fácil visitar umas terras do que outras. De certo isso depende de qual fada haja sorrindo sobre o berço de cada um, quando nasceu, dando-lhe o talismã e a senha do seu signo natalício. Se foi o Rei Netuno quem sorriu para você ou se foi a Senhora Lua, você terá para contar, quando acordar, aventura ainda mais excitantes do que as de Rex e Zendah. E então você poderá escrevê-las para outras crianças lerem.
Melhor que tudo, se você conseguir persuadir Hermes, o mensageiro dos Deuses, a tocá-lo com seu báculo mágico e a dar-lhes seus sapatos alados, eles serão seu passaporte para todas as Terras das Estrelas.
(The Adventures of Rex and Zendah In The Zodiac – por Esme Swainson – publicado pela The Rosicrucian Fellowship – publicado na revista Rays from the Rose Cross nos anos 1960-61; As Aventuras de Rex e Zenda no Zodíaco (as Ilustrações são originais da publicação) –Fraternidade Rosacruz – SP – publicado na revista Serviço Rosacruz de 1980-81)
DOCINHO DE AMENDOIM
Ingredientes:
Modo de Preparo:
O Pião Cantante
Palavra-chave: Energia
Era um lindo dia – daqueles em que todos deveriam estar alegres e felizes. Nosso amiguinho Dino tinha começado assim o seu dia, quando uma pequena nuvem apareceu no céu dele. Ele não podia imaginar como aquilo tinha acontecido e estava realmente perplexo. Ele tinha intenção de ajudar Rosália – sim, ele queria realmente ajudá-la – mas, em vez disso, tinha quebrado o pião cantante dela. Isso é, tirou todo som dele, pois dando corda, esticando demais, a mola se rompeu. O pião rodaria, mas nunca mais cantaria.
Claro que Rosália estava muito triste vendo pião cantante dela inutilizado. Nenhum dos dois sabia o que fazer. Então Rosália começou a brincar com suas bonecas e tentou esquecer o pião. Dino andou sem rumo certo e foi para bem longe. Finalmente, cansou e jogou-se no chão sobre a grama verde. Ouviu um zumbido e olhou ao redor para ver de onde vinha. Adivinhem o que ele viu?
Mexendo-se de um lado para outro, lenta e atarefadamente entre os talos da grama, estavam minúsculos e verdes Espíritos da Natureza – as menores criaturas que ele já vira. Estavam muito ocupados, trançando-se de um lado para outro no meio da grama. Eram tão verdes quanto a grama – e minúsculos, do tamanho do polegar dele. Eles tinham pequenas asas, por isso se quisessem podiam voar até o topo da grama mais alta. Ao se movimentarem, tagarelavam alegremente e foi isso que Dino ouviu. Ele estava fascinado e observou aqueles minúsculos duendes verdes por um longo tempo, até que finalmente teve que voltar para casa.
No caminho, em volta dele, os pássaros, as flores, as árvores e toda a Natureza pareciam estar felizes e contentes. Ele sentiu que devia estar alegre também, então começou a assobiar enquanto ia pela estrada. Alguma coisa dentro dele parecia estar empurrando-o, mas não sabia o que era. Em pouco tempo, estava de novo em casa e, então, lembrou-se do pião. O que ele deveria fazer? O que ele poderia fazer? Bem, decidiu perguntar a sua mãe, ela certamente saberia. Procurou-a por toda parte e finalmente encontrou-a no jardim.
Primeiro, contou-lhe sobre os minúsculos duendes, verdes como a grama e muito ocupados. Depois, falou sobre o pião cantante. Sua mãe sorriu e ouviu-o em silêncio. Quando ele terminou, ela disse:
– Dino, qual o seu verdadeiro nome?
Isso realmente surpreendeu Dino. Ele sorriu e respondeu:
– Ricardo, mas todos me chamam de Dino.
Então, sua mãe o surpreendeu novamente ao dizer que Ricardo significava coração rico, um bonito nome, mas muito difícil de estar à altura dele. E ela contou-lhe o que fez seu coração ser rico. Querem que eu conte?
– Bem, disse a mãe de Dino, do Grande Espírito de Vida que vive no Sol emana constantemente uma profunda força que nunca termina e que nos dá vontade de fazer coisas. Foi isso que fez os verdinhos Espíritos da Natureza trabalharem tanto na grama alta e era um pouquinho dessa força vital no seu coração, Dino, que o estava sempre incentivando a fazer as coisas. Essa força vital deu-lhe um coração rico, rico no amor que induz as boas ações. É exatamente como se uma vozinha dissesse: “Faça isso, faça isso!” E essa grande força vital está em todos os lugares – nas pedras, plantas, pássaros, animais, no vento e na eletricidade, em todas as coisas que vivem e se movimentam. Às vezes, continuou sua mãe, estamos tão cheios de energia, que exageramos. Foi o que aconteceu quando você deu corda no pião cantante. Seu coração rico o incentivou a fazer uma boa ação, mas você usou muita energia e seus dedos ficaram tão fortes que você deu muita corda e a delicada mola se quebrou. Quando a vozinha disser: “Faça isso, faça isso!” devemos esperar um pouquinho e provavelmente ouviremos outra voz dizer: “Seja gentil, faça com amor”. Então, seremos sempre cuidadosos para não exagerarmos.
Sua mãe também lhe disse que tinha certeza de que se ele se lembrasse do seu coração rico, seria sempre guiado por esse amor que vem do seu interior.
Bem, vocês sabem, o rico coração de Dino estava cheio de vontade de fazer algo imediatamente e, naquela hora, essa vontade era de comprar um novo pião cantante para Rosália. O amor em seu rico coração sussurrou:
– Deixe Rosália dar corda sozinha. E ele deixou.
Agora, o novo pião canta sem parar. Não foi bonito da parte de Dino?
(do Livro Histórias da Era Aquariana para Crianças – Vol. V – Compilado por um Estudante – Fraternidade Rosacruz)
MANTEIGA DE CASTANHAS
Ingredientes:
Modo de Preparo:
A Linda Deusa
Palavra-chave: Aspiração
Era uma vez, há muitas e muitas centenas de anos, uma linda deusa. Porque ela era tão linda e seu coração tão amoroso, as mais lindas cores flutuavam a seu redor. Era chamada a Deusa da Dança. E vocês sabem que sua risada era tão borbulhante e com tão lindos tons, que realmente parecia música. Não era de admirar que todos amassem esta graciosa e linda deusa.
Uma noite, quando tudo estava em paz e em silêncio, a deusa foi ao jardim e, ao passear entre as flores, um esplendor, uma luz suave, espalhou-se toda ao seu redor. As delicadas cores do arco-íris pareciam flutuar no ar perfumado. A deusa começou a cantar. A melodia era suave e clara e atraía para ela todos os Espíritos da Natureza que moravam no jardim. Logo, as flores estavam se balançando agradavelmente na suave brisa da noite, e elas acenavam com prazer, umas para as outras. Rapidamente, difundiu-se a boa notícia de que haveria dança ao luar. As árvores ajudaram a espalhar a notícia também.
De repente, por entre as árvores, pôde ser vista uma Lua de prata no alto dos céus, emitindo uma suave luz branca.
Nos brilhantes raios lunares flutuavam os pequenos e ágeis espíritos das flores, todos em suas mais belas vestes.
Um encantador espírito da flor saiu de um lírio cantando:
– Eu sou a pureza do coração.
Saiu depois o espírito da margarida, balançando-se graciosamente, de um lado para o outro e cantando:
– Eu sou a inocência.
Lentamente, flutuando pacificamente ao redor do perfume da rosa, outro espírito de flor disse:
– Eu sou o amor, eu sou o amor. O amor é como uma rosa vermelha.
Depois, veio o espírito de uma flor de laranjeira, seguida timidamente pelo modesto espírito da violeta que, inclinando sua linda cabeça ao luar, murmurou:
– Eu sou a lealdade.
Ouviu-se um fraco ruído e todos pararam para ouvir o doce espírito de uma florzinha azul cantando:
– Não te esqueças de mim.
Havia dúzias e dúzias de outros espíritos de flores, todos cantando e dançando graciosamente ao som das melodias das fadas, no jardim encantado. Sinos suaves estavam tocando, chamando todos os Espíritos da Natureza. A música da floresta estava cada vez mais alta e, um a um, os ágeis espíritos começaram a dançar à luz do luar. Ao se moverem suave e delicadamente à luz prateada do luar, eles formavam um lindo quadro. Alguns dos espíritos se movimentavam para cima e para baixo; outros para frente e para trás, e outros iam em direção às árvores. Brilhando, com asas brancas, ao flutuarem no ar, eles pareciam uma névoa descendo para beijar as flores.
A Lua de prata sorria para o alegre grupo e, você sabe, alguns espíritos marotos riam também para ela. Ela gostou e continuou sorrindo. Era como se sua luz fosse ficando cada vez mais brilhante, enquanto os raios lunares se espalhavam cada vez mais pelo jardim.
Os ágeis espíritos das flores cantaram e dançaram, e foram felizes até bem depois da meia noite. Mas, ao final tinham de ir. Um a um, eles flutuavam graciosamente sobre a deusa, dizendo:
– Boa noite, linda deusa. Obrigado pela linda festa. Que seus sonhos sejam doces!
Então, todos entraram nas lindas formas de suas flores, todos ficaram em paz, e o silêncio voltou a reinar no jardim encantado, enquanto a Luz e as estrelas os guardavam, velando por eles.
(do Livro Histórias da Era Aquariana para Crianças – Vol. V – Compilado por um Estudante – Fraternidade Rosacruz)
As Aventuras de Rex e Zendah no Zodíaco
Na Terra do Homem do Jarro
As crianças estavam paradas agora no lado externo do segundo portão. Este era muito diferente do primeiro; parecia feito de nuvens de movimento rápido e acima delas podia-se ver um grande globo verde tendo uma estrela no meio.
Rex encontrou uma vara que parecia ter vida, caída perto do portão. As instruções do rolo diziam que ele devia usá-la para conseguir entrada.
– “Não vejo onde possa bater”, disse ele para Zendah, mas no momento em que levantou a mão com a vara, uma faísca, como um relâmpago, saiu do extremo desta direção ao globo verde em cima do portão. Subitamente as nuvens desapareceram e os meninos viram que o globo descansava sobre uma grossa coluna verde. Atravessadas no meio do portão estavam duas serpentes; uma de prata, por cima, e outro de bronze, por baixo:
Gravado por cima das serpentes aparecia o símbolo de duas mãos dadas:
– “Quem veio chamar o guardião das Grandes Distâncias?”, gritou uma voz.
– “Rex e Zendah, da terra”, responderam eles.
– “Dê o passe”.
– “Fraternidade”, respondeu Rex.
– “Entrem, Rex e Zendah, pelo espírito da Fraternidade, na terra do Aquário”.
Os portões rangeram. Os dois encontraram-se no começo de uma larga estrada que se estreitava quando se olhava para longe, em frente. De cada lado dessa estrada saíam outras cinco, ficando assim o terreno dividido em onze partes, tendo cada uma delas lindas casas.
Logo viram vindo, ao longe, um homem envolto em uma túnica feita de um material que eles nunca viram antes.
Parecia uma malha de proteção e embora não fosse de metal, brilhava qual escamas de uma cobra em furta-cor, ora verde, ora laranja, ora púrpura. Sobre esta malha havia uma vestimenta feita de vários quadrados coloridos. Em torno dos tornozelos tinham aros com joias que brilhavam como a vara do portão. Ele deu as boas-vindas às crianças e convidou-as a verem o Rei.
O homem bateu as mãos por cima da cabeça e imediatamente uma máquina voadora prateada desceu, e eles entraram nela. Voaram alto, por cima da grande escada central e chegaram logo ao castelo, com a velocidade do pensamento. Homens altos, vestidos como seu guia, estavam parados de cada lado ao longo da escada de entrada, e todos eles faziam gestos de saudação quando eles passavam, juntando a mão direita com a esquerda.
O castelo estava cheio de belas estátuas e ornamentos de toda espécie e eram tantos que não foi possível verificar a sua variedade.
– “Rex”, murmurou Zendah, “parece o museu Britânico, só que muito mais bonito”.
Passaram pelo grande hall e por fim chegaram diante do trono, feito de muitos metais diferentes. O tapete o qual estavam o trono e as cortinas que lhe ficaram por trás, eram feitos de quadrados verdes e laranja, alternados.
Um homem idoso, de semblante e longa barba, estava sentado no trono. Vestia túnica verde escuro, em cuja bainha havia muitas crisólitas e ramos de morango cheio de frutos e por baixo tinha uma vestimenta de fino linho branco. Segurava uma ampulheta e a seu lado permanecia um homem escuro com os olhos penetrantes e uma coroa que parecia luzir com brilhantes de fogo. Sua roupa também mudava de cor cada vez que se olhava para ela.
– “Sejam bem-vindos, meus filhos”, disse o velho Rei. “Vocês conhecem o meu nome; sou o pai tempo, por vezes chamado Saturno. Aqui, na terra do Aquário, muito do meu trabalho é feito pelo Rei Urano, que é mais velho do que eu, embora pareça mais jovem. Ele mostrará a vocês as maravilhas desta terra”.
– “Vamos primeiro as minas”, disse Urano, descendo do trono. Deixando o palácio entraram novamente na máquina voadora, e partiram para as montanhas onde chegaram logo.
Urano levou-os ao interior de uma montanha em que havia cavernas profundas nas quais homens trabalharam com máquinas conhecidas.
– “Estas são minas de rádium”, disse Urano. “Vejam!”, e ele apertou um botão de uma máquina que estava próxima das paredes da caverna. Imediatamente uma espécie de espada desceu e praticou uma abertura na rocha. Do corte saiu uma torrente de metal cintilante que brilhava como o Sol. Parecia ter vida e os meninos não puderam olhar para ele além de um instante.
– “Temos desse metal na terra?”, perguntou Rex.
– “Sim, mas pouca quantidade. Quando a Terra era muito jovem, pusemos boa quantidade nela, mas com o tempo, quase toda irradiação voltou para cá, restando somente um metal pesado que vocês chamam chumbo; mas esse metal pertence na realidade, a outra Terra”.
– “Que pena! Gosto mais deste!”, disse Zendah.
– “Algum dia os homens aprenderão a transformar o chumbo novamente em rádium; mas isso não é para já”, disse Urano sorrindo.
Deixando as cavernas eles subiram ao topo da montanha onde havia uma construção com telhado de vidro, cuja porta de entrada era alcançada por meio de centenas de degraus. Aí eles viram todas as variedades de máquinas voadoras sendo construídas.
Em um canto perceberam certo número de pessoas em pé em altos pilares, abrindo os braços, pulando de lá de cima e planando até chegar ao chão como se tivessem asas.
– “Que fazem eles?”, perguntou Zendah.
– “Praticam o voo sem máquinas; todos podem fazer isso se aprenderem a usar seu corpo astral apropriadamente; mas sem ele não é fácil, não”.
Novamente fora, em um lindo vale viram blocos de mármore nos quais homens e mulheres esculpiam estátuas, algumas, apenas começadas e outras terminadas.
Zendah desejava muito poder fazer o mesmo, e Urano deu-lhe uma pequena ferramenta e disse-lhe que quando chegasse em casa experimentasse, mas praticasse primeiro com a massa.
– “Eu preferia poder enviar mensagens pelo ar’, disse Rex.
Urano levou as crianças para outro prédio onde havia inúmeros fios passados de uma parede à outra. Rex viu uma grande placa de ebonite com botões de prata e Urano disse-lhe: pode apertar um dos botões e desejar intensamente.
– “Pense na mensagem que você quer mandar e ela chegará ao seu destino”, disse Urano.
– “Só pensar?”, perguntou Rex. “Basta isso?”
– “Sim, isso chega, mas você deve pensar firme e ao mesmo tempo olhar nesse espelho ao lado”.
Rex pensou em sua mãe e desejou que ela soubesse as maravilhas que eles estavam vendo.
Ele viu sua mãe em casa, sentada perto da lareira, e uma pequena bola luminosa, cheia de quadros das suas aventuras, partiu como um relâmpago até chegar perto dela e então desapareceu.
Ela sorriu e disse para si mesma: “Que lindos sonhos estão tendo as crianças”.
– “Algum dia”, disse Urano, “as pessoas não precisarão mais de fios para mandarem suas mensagens; apenas ficarão sentadas, pensarão firmemente, e as mensagens chegarão ao destino. As crianças poderão fazê-lo mais facilmente do que os adultos”.
– “O povo desta terra faz outras coisas interessantes?”, perguntou Zendah.
– “Sim; aqueles lá estão desenhando lindas catedrais e outros edifícios e aqueles”, apontou para outra parede, “estão aprendendo a armazenar o relâmpago e a utilizá-lo para movimentar máquinas em substituição ao carvão ou à gasolina”.
Enormes chamas passaram de um lugar para o outro, estremecendo por vezes o edifício – era como se fosse um grande incêndio! Eles viram centelhas saírem aos milhares de bolas brilhantes colocadas em lugares afastados.
Essas bolas apresentavam diversas colorações variando de conformidade com a altura de que eram vistas. As mais baixas eram vermelhas e amarelas, mudando para o verde, ao passo que as mais altas eram azul e púrpura. Um homem estava parado em um dos lados da sala e apontava para uma máquina no lado oposto. Quando fazia isso, parecia que jorrava do seu dedo uma torrente de fogo colorido e a máquina punha-se em movimento sem outro auxílio.
Foi muito maravilhoso, mas Urano apenas sacudiu a cabeça quando Rex perguntou como foi feito. “Você vai descobrir algum dia, meu filho”, ele disse, “se você pensar bastante”. Então, levando-os para o portão de entrada, ele deu a Rex uma ponte mágica minúscula que, ele disse, permitiria que ele enviasse seus pensamentos como Relâmpago onde quer que ele desejasse, se ele se segurasse e usasse a senha. Para Zendah, ele deu um pendente feito de duas cobras, como aquelas no portão, cada um segurando uma safira em sua boca. Eles nunca souberam como eles saíram daquela terra. De repente viram um clarão de luz, o chão tremeu, e eles estavam na frente do portão seguinte, o de Capricórnio.
(The Adventures of Rex and Zendah In The Zodiac – por Esme Swainson – publicado pela The Rosicrucian Fellowship – publicado na revista Rays from the Rose Cross nos anos 1960-61; As Aventuras de Rex e Zenda no Zodíaco (as Ilustrações são originais da publicação) –Fraternidade Rosacruz – SP – publicado na revista Serviço Rosacruz de 1980-81)
PUDIM DE TAPIOCA
INGREDIENTES:
MODO DE PREPARO;