Arquivo de categoria Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: O que Simboliza o Ovo de Páscoa?

O que simboliza o ovo de páscoa

 

Pergunta: O que simboliza o ovo de páscoa?

Resposta: Entre os símbolos cósmicos que nos foram transmitidos desde os mais remotos tempos, nenhum há, mais corrente, que o símbolo do ovo. Encontramo-Io em todas as partes do mundo. Achamo-Io nas antigas idades dos escandinavos, que falam do ovo do mundo esfriado pelo sopro gelado do Niebelheim e depois esquentado pela respiração ígnea do Muspelheim, até que, devidamente chocado, deu origem aos distintos mundos e a humanidade. Também nos Vedas da Índia existe a mesma lenda do Kalahansa, o Cisne em tempo e espaço, que pôs o ovo que mais tarde se transformou no mundo. Entre as tradições egípcias achamos o globo alado e a serpente ovípara, o globo alado é a terra que voa pelo espaço: a serpente é a sabedoria e, assim, mostra a sabedoria manifestada na criação. Os gregos tomaram depois este símbolo e o veneraram em seus Mistérios. Também foi ele conservado pelos Druidas. Conheciam-no os construtores do grande baluarte da serpente, em Ohio. Este símbolo conservou seu posto na simbologia sagrada até hoje, embora a maior parte da humanidade não perceba o misterium magnum que o ovo oculta, qual seja, o mistério da vida.

Quando abrimos a casca de um ovo achamos dentro vários líquidos viscosos de diferentes cores e consistências, Mas, sob a influência de uma temperatura adequada efetuam-se logo mudanças gradativas até que, ao cabo de pouco tempo um ser vivente, um pintinho, rompe a casca e dele sai, preparado para ocupar um lugar entre os de sua espécie. Os sábios químicos podem reproduzir exatamente as substâncias contidas no ovo; podem encerrá-las numa casca e fazer, assim, uma perfeita réplica do ovo natural. Mas, num ponto difere do ovo natural, isto é, nenhum ser vivente pode sair daí. Por esta razão é evidente que algo intangível há de estar presente em um e ausente no outro.

Esse mistério é o que chamamos de vida. Vendo que não e possível descobri-la entre os elementos do ovo, mesmo com auxílio dos mais poderosos microscópios (embora, forçosamente, a vida ali esteja, para operar as transformações notadas), não há de negar que esse algo deve poder existir independentemente da matéria. Assim, o sagrado símbolo do ovo nos ensina que, embora a vida seja capaz de amoldar a matéria, é, por outro lado, independente desta, para sua existência. Portanto, tem existência própria e sem princípio nem fim porque, nascimento e morte se relacionam com a matéria, de que a vida independe.

A ideia infinita expressa pelo ovo, da vida que não tem princípio nem fim, está simbolizada em sua forma ovoide.

Daí a força da tradição do ovo nas festas pascoais. O início da vida nova para a humanidade, depois da ajuda que lhe deu o Cristo. O Filho de Deus foi crucificado e subiu aos céus, deixando o ovo na Terra, purificada esta por seu sangue salvador.

Seja o ovo natural, cozido, com diversas ervas que o tinge; seja o ovo pintado com motivos alusivos a Páscoa; seja o de chocolate, o de amêndoa recoberto de açúcar, todos eles deleitam as crianças e exortam os adultos a reverem os atos do passado ano solar, e tomar novas deliberações para o futuro, de modo a serem dignos cristãos.

(P&R da Revista Serviço Rosacruz – fev/85 – Fraternidade Rosacruz SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Qual a relação entre a Força Criadora e o Envelhecimento?

Pergunta: Qual a relação entre a Força Criadora e o Envelhecimento?

Resposta: (A seguinte é uma entrevista ao rádio com uma Probacionista idosa, 97 anos e meio, em Michigan. A data da gravação foi 9 de setembro de 87 e foi ao ar em 13 do mesmo mês. A entrevista foi com a própria filha).

Bette (nome da filha entrevistadora): Estou orgulhosa e feliz em apresentar nossa convidada especial, escritora, poeta, e vovó que pratica jardinagem e toca piano, diariamente. Ainda cozinha pratos deliciosos. Ela, Marika Kusserelis, gostaria de compartilhar um pouco de sua sabedoria dirigida a uma vida criativa e ativa após os noventa. Ela nos contará sobre a força criadora e o envelhecimento baseado no conhecimento por ela adquirido durante anos de estudo, observações, e experiência por uma longa vida. Mãe, diga-nos onde encontra tanta energia e inspiração?

Marika: Por falar em força criadora, gostaria de recitar a primeira parte de uma de minhas orações favoritas: “Não te pedimos mais luz, Senhor, mas olhos para ver a luz que já existe; não canções mais doces, senão ouvidos para ouvir as presentes melodias; não mais força, senão o modo de usar o poder que já possuímos; não mais amor, senão habilidade para transformar a cólera em ternura; não mais alegria, senão como sentir mais próxima essa inefável presença para dar, aos outros, tudo o que já temos de entusiasmo e coragem. Não te pedimos mais dons, amado Deus, mas apenas senso para perceber e melhor utilizar os dons preciosos que recebemos de Ti. Faze que dominemos todos os temores; que conheçamos todas as santas alegrias. Para que sejamos os Amigos que desejamos ser; para transmitir a verdade que conhecemos; para que amemos a pureza; para que busquemos o bem. E, com todo o nosso poder, possamos elevar todas as Almas, a fim de que vivam em Harmonia e na Luz de uma Perfeita Liberdade! Nesta oração entendemos que estamos todos dotados de vontade divina em canais criativos e positivos, de conformidade com nossos talentos interiores. Deus deu-nos uma Mente na qual pode refletir sua Mente Divina e dirigir-nos para a Dele. É uma questão de auto entendimento. Um dos mais famosos antigos filósofos gregos, Sócrates, costumava ensinar repetindo: “Homem, conheças a Ti Mesmo.” É entendido que através do conhecimento próprio, a verdadeira natureza de nosso ser, alcançamos a chave que leva à força que existe em nós.

Estudando-nos, observando nosso pensar, nossas tendências emocionais, espirituais e físicas, e tentando melhorá-las, gradativamente obtemos conhecimento próprio, a “verdadeira natureza” de nosso ser. Isto confere razão a nossa fé, a chave que leva a força existente, aquela força criadora interna.

Bette: Diga-nos sobre a força criadora conforme a experimentou.

Marika: Tenho aprendido que toda natureza está pulsando na força criadora de Deus. O ser humano com todo seu provado intelecto pode ajudar-se a si mesmo e a dirigir energias para canais criativos positivos. Isto é muito importante para todos nós – descobrir o gene divino em nós e cooperar com as leis perfeitas de Deus. Eu pessoalmente amo a natureza: vejo natureza na vontade de Deus. A natureza é só criadora e sua criatividade é verdadeiramente científica, artística e bela. Tomemos como exemplo uma humilde flor silvestre – uma margarida do campo. Veremos como ela é feita com perfeição dentro de sua espécie. A ciência material não pode reproduzir sua vida, sua perfeição. A tecnologia ocupa seu lugar e desenvolveu-se muito para o nosso conforto e prazer, mas a vida é a verdadeira fonte da ciência: nossos cientistas devem ficar espiritualizados para descobrirem que eles próprios podem tornar-se criadores de vida como alguns mencionados na Bíblia. Mas hoje os cientistas não podem produzir vida como faz a natureza.

Bette: O gene da natureza é verdadeiramente inspirador já que mencionou isto. Assim sendo, quanto mais tornamo-nos espiritualizados tanto mais poderemos tornar-nos criativos?

Marika: Sim.

Bette: O que dizer sobre o envelhecer e a criatividade? Envelhecendo podemos nos tornar mais criativos?

Marika: O que observei experimentando o envelhecimento, tem sido um período valioso de criatividade, uma chance de empregar o conhecimento colhido da experiência de vida, oferecendo voluntariamente ajuda ao próximo. Tais ações ajudaram-me a conseguir mais e mais conhecimento sobre as lições da vida – o significado de amor e fraternidade. Anos atrás, quando voluntária numa escola, fui solicitada a escrever sobre minhas ideias relativas a aposentadoria. Escrevi um curto ensaio que tenho aqui. Foi publicado num jornal escolar; poderia lê-lo para mim, Bette?

Bette: “Gerontologia”, por Marika K. 77. Aposentadoria é um período de maturidade quando nos livra de deveres impelentes. É um período de criatividade de acordo com nosso nível mental e experiências adquiridas. Nesta fase de repouso podemos, se o quisermos, redescobrir nossos talentos que poderiam ter ficado sepultados pela vida toda ativa de deveres.

O aposentar-se, creio, pode ser um muito saudável período sem drogas nem estimulantes se aplicarmos força de vontade sobre nossa floresta de hábitos físicos e mentais. Pelo pensamento positivo, concentração e meditação sobre qualquer assunto viável, podemos adquirir inspiração dirigida através de vontade forte inteligente. Podemos manter-nos a nós e nossas casas em ordem, criando uma atmosfera de carinho.

Creio na ideia segundo a qual o ser humano seja parte de Deus, um criador de per si. O ser humano tem poderes divinos potenciais internos latentes, dentro de si para serem desenvolvidos, talentos para serem despertados. Preservando nossas energias e as dirigindo para o alto em direção a sua meta divina, o ser humano pode criar uma vida extremamente útil em sua velhice. O tempo da aposentadoria é um tempo de oportunidades para uma vida útil de serviço voluntário para o bem comum. E como Max Heindel, um vidente e autor de livros sobre filosofia e cura, disse: “Serviço amoroso e desinteressado ao próximo é o caminho para Deus mais curto, mais seguro e mais alegre”.

Marika: As ideias expressas em meu artigo que escrevi em 77 com 81 anos são as mesmas de hoje com 91. Há tanto a se dizer sobre envelhecer e nosso bem estar. Entre outras coisas, a ciência da nutrição é, creio um fator vital para todos nós de idade, bem como para qualquer idade. Conhecimento do significado da boa nutrição deveria ser um assunto obrigatório em nossas escolas tanto quanto o são leitura, escrita e fazer contas. Há tantos fatos necessários e práticos para a boa saúde individual – principalmente em dependência de sábia nutrição não tenho tempo para entrar em pormenores, mas noutra ocasião terei prazer em falar-lhe da ciência da boa nutrição. Posso compartilhar a experiência pessoal de mais de 91 anos com resultados bons e óbvios. Agradeço pelo convite a este programa.

Bette: Nós agradecemos, mãe, em compartilhar sua sabedoria conosco. Possa você e toda nossa audiência ter uma longa e saudável vida criativa.

(P&R da Revista Serviço Rosacruz nov_dez/88 – Fraternidade Rosacruz SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Quais são os Pioneiros e os Atrasados da Sexta Época?

Pergunta: Agradeceria sua opinião sobre eu estar certo ou errado no seguinte: De acordo com os ensinamentos da Fraternidade Rosacruz a terra toda será etérica na Sexta Época, a Nova Galileia, incluindo humanos, animais, plantas e minerais. De fato, o processo de “eterificação” já está em andamento, tendo nós passado o nadir da materialidade “alguns milhões de anos atrás”. Isto significa que mesmo os atrasados humanos, que não tiverem desenvolvido o Corpo Alma a altura da segunda chegada, também serão etéricos, possuindo apenas os dois éteres inferiores. Assim não sendo, a terra não seria toda etérica. Os pioneiros, pelo contrário, só terão os éteres superiores compondo seu Corpo Alma, e habitarão a atmosfera da terra do futuro podendo assim “Encontrar o Senhor no Ar”.

Resposta: Não cremos que os humanos que não tenham desenvolvido um Corpo Alma lhes seja permitido permanecer na terra chegando a Sexta Época. Parece-nos ter sido deixado bastante claro nos Ensinamentos da Fraternidade Rosacruz que o Corpo Alma, o Traje Dourado de Bodas, será essencial para os humanos poderem viver na Nova Galileia. Extraímos de “Coletâneas de um Místico” uma informação bem pertinente sobre o assunto.

“Têm sido ensinado em nossa literatura que quatro grandes Épocas de desenvolvimento precederam à ordem atual das coisas; que a densidade das condições atmosféricas da terra e as leis naturais prevalecentes numa Época eram tão diferentes das de outras Épocas quanto à constituição fisiológica correspondente da humanidade de uma Época o era da de outras”.

“… carne e sangue teriam torrado no terrível calor de então (Época Lemúrica), e embora adequadas as presentes condições, diz-nos Paulo que não poderão herdar o Reino de Deus. É, então, manifesto que antes que possa ser inaugurada uma nova ordem de coisas, a constituição da humanidade deve ser radicalmente alterada, sem se falar da atitude espiritual. Eons serão necessários para regenerar a inteira raça humana e adequá-la a vida em corpos etéricos”.

“Por outro lado, nem um novo ambiente vem à existência num momento, mas terra e povo envolvem-se juntos desde os menores e mais primitivos primórdios. Quando as névoas da Atlântida começaram a dissipar-se, alguns de nossos antepassados tinham desenvolvido pulmões embrionários e foram forçados para as terras altas muito antes de seus companheiros. Vagaram ‘Na Vastidão Deserta’, enquanto ‘A Terra Prometida’ estava emergindo das brumas mais leves, e ao mesmo tempo seu pulmão em desenvolvimento propiciavam-lhes a viver sob as atuais condições atmosféricas”.

“Mais duas raças nasceram nas bacias da terra antes que uma sucessão de inundações os dirigisse para as terras altas; a última deu-se quando o Sol (por precessão) entrou no áqueo Câncer, cerca de há dez mil anos, conforme relataram os sacerdotes egípcios a Platão. Vemos assim não haver mudança improvisa em constituição ou ambiente para a inteira raça humana ao alvorecer de uma nova Época, mas um sobrepor-se de condições que torna possível para a maioria por ajuste paulatino ingressar nas novas condições embora a mudança possa parecer repentina ao indivíduo quando a alteração preparatória tiver sido realizada inconscientemente”.

Na interpretação mística do Natal diz Max Heindel: “Assim como os Atlantes cujos pulmões estavam subdesenvolvidos pereceram no dilúvio, também a nova idade encontrará alguém sem ‘Traje de Bodas’, portanto despreparado para entrar, até qualificar-se em ocasião posterior”.

(P&R da Revista Serviço Rosacruz nov_dez/88 – Fraternidade Rosacruz SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Podemos Cancelar Certas Circunstâncias que temos como Compromisso com o Nosso Destino?

Pergunta: Na primeira lição enviada pelo sr. Heindel ele diz algo a respeito de podermos cancelar em determinadas circunstâncias, os compromissos que temos com nosso destino. Gostaria de saber o seguinte: Quais são essas determinadas circunstâncias? Suponho que posso, atualmente, construir para o futuro, e que posso controlar as coisas que tem lugar em minha consciência de acordo com a quantidade de vontade que eu tenha em fazer o que é correto, e o desejo que empregue em apoio dessa vontade. Mas, que dizer das más influências? Que dizer de alguém que leva a vida de uma pessoa comum e se extravia nos maus caminhos? Não estará ela se enredando em algo de onde não poderá escapar? Ou poderá, por meio de um esforço para superar sua natureza inferior construindo um caráter melhor, livrar-se das consequências de suas más ações? Esta é uma questão sobre a qual tenho discutido muito com uma amiga minha. Ela sustenta a ideia de que se nós sabemos que nos está destinado um acidente ou um contratempo de qualquer espécie, nós podemos evita-los simplesmente nos afastando dos locais onde poderiam ocorrer, mas eu não creio que assim possamos evitar o passado. Se pudéssemos não construiríamos nosso caráter fugindo de todas as coisas. É verdade ser este um ponto de vista mais ou menos fatalista do assunto, mas eu creio que devo receber minha purgação como um ser humano. Tenho lutado em vão contra isso, e sinto-me às vezes desgostoso por ser tão fraco.

Resposta: Há um ponto importantíssimo a respeito do assunto e que parece não ter sido levado em conta na pergunta acima, embora tenha sido clara e enfaticamente explicado em nossa literatura. “Todas as leis da natureza, incluindo a lei da consequência em suas aplicações na vida humana, estão sob a administração de Seres excelsos, de sublime espiritualidade e superlativa sabedoria”. Essa lei não age cegamente seguindo o princípio de “olho por olho e dente por dente”. Esses grandes Seres e seus agentes administram todas as coisas com uma sabedoria que foge da compreensão de nossas Mentes limitadas. Verificou-se, contudo, que, sempre que há um desejo, uma tendência ou uma possibilidade de evitar uma colheita de amargura decorrente de certo Destino Maduro, tais planos são sempre limitados por uma mudança correspondente feita pelos administradores invisíveis da lei.

O consulente encontrará no Conceito Rosacruz do Cosmos o exemplo de um conferencista que foi avisado pelo Sr. Heindel de que sofreria um acidente ferindo-se em certas partes do corpo, caso saísse de casa em determinado dia, e de como ele se esqueceu; pensou que o dia 28 fosse 29, viajou a outra cidade para pronunciar uma conferência e feriu-se num acidente ferroviário, tal como fora predito. Esse homem havia sido prevenido, acreditou no aviso e pretendia evitar o acidente, mas indubitavelmente o sofrimento decorrente daquele acidente lhe era necessário como uma expiação de certas más ações. Por isso os agentes da lei de causas e efeitos fizeram com que ele se esquecesse do dia do mês.

Este princípio também opera de outro modo. O consulente parece pensar que não há meios de evitar a colheita do passado, mas há. Já frisamos repetidas vezes o fato de que Deus, a natureza ou os agentes dessa grande lei, não desejam “massacrar-nos”. Estamos aqui, nesta grande escola da vida, salvaguardados por essas leis da natureza. Elas são feitas para nosso benefício e não para nosso prejuízo, embora de certo modo elas nos limitem, como limitamos as liberdades de nossos filhos com o fito de resguardá-los dos perigos da indiscrição. Quando, por nossas ações passadas, acumulamos certa quota que deve ser saldada em algum tempo futuro, e então percebemos nosso erro, viramos uma nova página e passamos a viver em harmonia com a lei anteriormente violada, e com esse ato limpamos a lousa dos nossos pecadilhos passados. Os agentes da grande lei, ao verem que cessamos de proceder mal neste caso particular não nos infligiriam sadicamente o sofrimento. Devemos ter sempre em mente o seguinte: todas as leis da natureza estão sob uma administração semelhante, divina e inteligente, pois neste ponto é que reside a diferença entre os pontos de vista fatalista e espiritual. A mão de Deus, através de Seus agentes, está em toda parte, desde as maiores coisas, como o percurso de um planeta em sua órbita, até aos pormenores mais triviais como a queda de um pardal. É um fato real que em Deus vivemos, nos movemos e temos o nosso ser. Estamos, em tudo, sob sua proteção amorosa e, portanto nada nos pode acontecer que não esteja em harmonia com Seu grande plano divino. E esse plano, certamente, não pode ser fatalista!

(P&R da Revista Serviço Rosacruz agosto/1966 – Fraternidade Rosacruz SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: O Livro Conceito Rosacruz do Cosmos – o “Conceito” – está desatualizado?

Pergunta: O Livro Conceito Rosacruz do Cosmos – o “Conceito” – está desatualizado?

Resposta: Desde que foi publicado, em 1909, o “Conceito Rosacruz do Cosmos” exerceu reconhecida influência no espiritualismo em geral, suscitando a criação de entidades rosacruzes independentes, algumas delas dedicadas a inteira divulgação das obras de Max Heindel. Tudo isto é auspicioso, para que se cumpra a missão prevista pelo Irmão Maior.

Todavia, o que destoa e enfeia é que, no esforço de autoafirmação, alguns “amigos”, em vez de juntar-se conosco, buscam subestimar a Max Heindel, pretendendo haver-lhe enxertado revelações mais altas e atualizadas.

Uma pessoa pequena (por dentro), no esforço de subir, pisa nos outros. Eis uma constatação: se alguém está seguro de si, não precisa se esforçar para SER. Ele JÁ É! Mas aquele que está inseguro procura diminuir os outros, pensando, com isso, ficar mais alto que eles.

É compreensível que isto suceda nos meios sociais comuns porque ali, como se costuma dizer, é “cada um por si e Deus por todos”: uma competição não fraterna.

Mas, que dizer quando isto parte de alguém que pratica a espiritualidade há muito tempo? Alguém que ocupa a direção de movimentos espiritualistas?

Tempos atrás uma estudante veio me dizer que não queria continuar o curso preliminar de Filosofia Rosacruz. Respondi-lhe: “Não há problema. Nem precisa comunicar a Sede Central. Respeitamos o livre arbítrio. Cada um é livre para entrar e sair, sem qualquer compromisso conosco”. “Aí ela acrescentou: o ‘Conceito’ já está ultrapassado…”. Perguntei-lhe: “As Senhora já o estudou bem?”. Ela disse, sem jeito: “Não… nem o li inteiro. Estou na 4ª lição. Mas, uma pessoa muito entendida me disse isso”. Calei-me.

Tenho pensado nisso, não por mágoa, mas para meditar sobre o assunto. Lembrei-me da parte introdutória de “O Conceito Rosacruz do Cosmos”, sobre aqueles que não aproveitam uma contribuição ou porque não ouviram falar sobre o tema ou porque não concordam com suas opiniões. Recordei, principalmente, aquela frase no Conceito: “A única opinião digna de ser levada em conta é a que tem, com base, o conhecimento”.

Há um vestibular para ingressar-se numa faculdade. O vestibular é importante para avaliar os que estão em nível de frequentá-la e aproveitá-la. Há, também, uma “advertência” na “introdução” do “Conceito Rosacruz do Cosmos”, para que a pessoa se dispa das pretensões e se torne “como uma criança”, para, com a mente aberta, sem preconceitos, possa aproveitar o conteúdo. Só nesse estado de receptividade (não de inocência) a intuição pode falar; só desse modo a sabedoria interna nos permite sentir o “sabor” da verdade. Só uma Mente aberta descobre a coerência lógica.

Max Heindel é muito modesto. Cônscio de sua responsabilidade, como mensageiro da Ordem Rosacruz, ao fundar a Fraternidade Rosacruz, que é o aspecto humano, preparatório – o cursinho para a Faculdade – sinceramente diz: “Esta obra não é infalível porque não há, sobre este complicado assunto, qualquer revelação que abranja tudo”. O autor não é onisciente, nem os outros são. O Conceito Rosacruz do Cosmos está longe de ser a última palavra sobre este assunto. “À medida que avançamos, apresentam-se aos nossos olhos novos aspectos e esclarecem-se muitas coisas que antes, só víamos como através de um cristal embaçado” (Conceito).

Prossegue Max Heindel: “Está obra encerra apenas a compreensão do autor sobre os ensinamentos Rosacruzes acerca do mistério do mundo, revigorados, ainda, por suas investigações pessoais nos mundos invisíveis”. “Tendo se esforçado o máximo para apresentar ideias verdadeiras, considera-se, também na obrigação de deter-se da possibilidade de a obra vir a ser considerada como ensinamento dogmático dos ensinamentos Rosacruzes. Sem está recomendação talvez esta obra tivesse mais valor para alguns estudantes, mas isto seria inconveniente para a Fraternidade e para o estudante, porque se manifestaria a tendência de atribuir a Fraternidade a responsabilidade dos erros que, neste trabalho, como em toda a obra humana, podem ter escapado. Eis a razão desta advertência”. (Conceito)

Por outro lado, diz ele: “Durante quatro anos o autor continuou as suas investigações dos mundos invisíveis e experimentou a expansão de consciência relativa a esses reinos da Natureza (…). Pelo que pode investigar por si próprio, que os ensinamentos deste livro, que são da Fraternidade, estão de acordo com os fatos, tais como ele os conhece diretamente. A Fraternidade Rosacruz tem a concepção mais lógica e ampla sobre o mistério do mundo. O autor crê firmemente que, por lhe parecerem absolutamente certas as linhas mestras desta filosofia, todas as filosofias do futuro as seguirão”. (Conceito).

Vamos, agora, a meditação do assunto “ultrapassado” e “desatualizado” como também já ouvi de outra escola com o nome de “rosacruz”.

Em primeiro lugar, para avaliar uma obra é preciso estudá-la com a Mente aberta. Depois que se a estuda, a apreciação que dela fazemos é de ordem pessoal: seguindo nosso ponto de vista, porque ninguém pode ver ou perceber além de seu nível interno. É, pois, uma opinião pessoal.

Em segundo lugar, para que nossa apreciação de uma obra seja realmente válida para todos, é indispensável que estejamos acima do nível do autor. Só quem está em nível superior pode apreciar o que está abaixo dele. Pergunto: a pessoa que diz: “O ‘Conceito’ está ultrapassado”, encontra-se acima do nível de Max Heindel? Sabemos que ele alcançou a quarta Iniciação menor (região arquetípica do Mundo do Pensamento, onde constatou muitas realidades) e, além disso, teve a assistência de um Iniciado Maior em virtude de sua missão, como fundador da Fraternidade Rosacruz. Alguma dessas pessoas tem mais evolução do que ele? Se não tem, estarão incorrendo naquela falha apontada por um passo evangélico: “A sabedoria se torna estultícia para quem não a percebe”. Um sábio é, muitas vezes, tido por louco, pela maioria ignorante que não o compreende.

Em terceiro lugar: o que é estar ultrapassado? Ou desatualizado? Porque a edição do “Conceito” foi em 1909 e estamos numa época de velocidade? Já ouvi também esse argumento. Fiquei com pena dos Vedas que vem de 8.000 anos antes de Cristo; fiquei com pena dos ensinamentos de Zoroastro, de Buda, de Pitágoras etc.. E a Bíblia? Por que a estudam ainda? Não serão, também, velharias? Verdades anacrônicas?

Dirá alguém, em defesa: Mas a Bíblia é diferente. Lá está escrito: “Tudo passará, mas minhas palavras não passarão”.

Por quê? Porque são verdades eternas? E as de Buda? E as de Zoroastro? E as de Pitágoras?

Em verdade, as realidades constatadas dos mundos invisíveis não são passageiras. São verdades permanentes. Apenas a sua transmissão aos seres humanos comuns é que merece um modo adequado. Segundo o nível de evolução, os costumes, as tendências etc., os Iniciados transmissores dessas verdades apresentam-nas de modo acessível, em vários graus, atendendo a todos. É como apresentar a mesma pessoa em roupagens diferentes. Assim, a novidade não está na verdade, mas na sua forma de apresentação. Podemos gostar mais de um vestido do que outro, considerando-o mais moderno e atraente: a questão de preconceito, de moda. Já no campo espiritual, a coisa é mais séria, pois o método ou o modo de apresentação de uma filosofia pressupõe razões mais profundas. Por exemplo, a Filosofia Rosacruz tem a finalidade de atender a razão lógica da mentalidade ocidental, a fim de que possamos compreender e aceitar as verdades espirituais e comecemos a falar uma fé racional. Seu campo há de estender-se por muitos séculos, conforme diz Max Heindel: “As linhas mestras desta Filosofia orientarão as filosofias do futuro”. Em questão espiritual, o fator tempo entra numa dimensão muito mais ampla. De fato, embora os evangelhos tenham transmitido os ensinamentos orais do Cristo há 2.000 anos atrás, quem pode dizer de sã consciência, que os segue cabalmente? Quem pode dizer-se cristão no profundo sentido de quem vive os ensinamentos do Mestre?

Daqui depreendemos o sentido de atual ou presente; de desatual ou passado. Enquanto não atingimos a vivência de algo, estamos aquém dele. Nesse caso, tal ensinamento está no futuro em relação a nosso nível de ser. Quando o atingimos, o conhecimento se torna presente. E só quando o ultrapassamos é que ele se torna passado. Pergunto: Quem ultrapassou o “Conceito”? Quem realizou o que ali se ensina? Respondam as pessoas que procuram justificar suas escolas como superiores. Não são as palavras que dão gabarito, mas o nível de ser.

Em ciência, quando uma mentalidade avançada (muitas vezes inspirada pelos Irmãos Maiores, que são os guardiões dos poderes) descobre novos princípios, anulando erros anteriores, dizemos que houve evolução: ultrapassamos conceitos tidos por certo, mas que se revelaram parcial ou totalmente falsos. No campo espiritual, mais elevado, as probabilidades de engano se tornam menores, ainda mais que lá tomamos contato com a realidade mesma e não com sua enganosa aparência física. Daí que as obras sérias atravessem séculos e milênios, atendendo a evolução de certo período. Quando mudam é mais na forma de apresentação, como dissemos.

Enfim, nenhuma realidade deixa de sê-lo, pelo simples fato de que a neguem alguns. Os seres humanos estão limitados a seu nível e muitas vezes cometem imprudência de atacar o que não alcançam, pela pretensão de justificar sua verdade relativa como padrão universal.

Isso nos honra. Como disse alguém: “Por que fulano me critica? Nunca lhe fiz nenhum bem!”.

(P&R da Revista Serviço Rosacruz jul/76 – Fraternidade Rosacruz SP) 

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Há alguma maneira de nos proteger das forças negativas?

Pergunta: Sinto temor quando falam ou leio a respeito das forças negativas, evidentemente andando soltas no mundo e que podem prejudicar a uma pessoa. Há alguma maneira de nos protegermos dessas influências?

Resposta: Sim, há. “Quando vivemos vidas puras, quando os nossos dias são repletos de ações que agradam a Deus e aos nossos semelhantes, quando os nossos pensamentos e ações atingem altos níveis de nobreza, então tecemos para nós o Dourado Manto Nupcial, que é uma proteção etérica, uma radiante força do bem. Qualquer manifestação maligna não consegue penetrar essa armadura, porque o mal age, então, como um “bumerangue”, arma australiana que sempre volta para seu dono, trazendo para o mesmo o mal que ele nos desejou”.

Essa é, essencialmente, a base de todas as proteções que poderemos necessitar, tanto na Região Química, como na sua Região Etérica, ambas pertencentes ao Mundo Físico. Se nossas vidas, nossos pensamentos e nossas ações são de natureza comprovadamente dignas e não imaginariamente elevadas, puras e dirigidas para o serviço e progresso espiritual, atraímos, automaticamente, as forças da Luz. E, ao mesmo tempo, construímos nosso invólucro etérico protetor – a Luz que procede do nosso interior e nos dá perfeita proteção.

As Inteligências Superiores estão sempre à mão para dar encaminhamento e coragem ao sincero aspirante em seu Caminho. Orando por orientação e ajuda em nosso caminho, ser-nos-á reservada essa proteção segura. A admoestação primeira feita ao aspirante pelos Ensinamentos da Sabedoria Ocidental é de dedicar a sua vida tão somente ao serviço a todos os seres humanos. Se tentar, honestamente, não agir por interesse próprio e sim por interesse de seus semelhantes, com amor em seu coração, “todas as outras coisas lhe serão acrescentadas”.

(P&R da Revista Serviço Rosacruz fev/72 – Fraternidade Rosacruz SP) 

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Qual é a diferença entre a Ordem Rosacruz e a Fraternidade Rosacruz? Usam o mesmo Templo?

Pergunta: Qual é a diferença entre a Ordem Rosacruz e a Fraternidade Rosacruz? Usam o mesmo Templo?

Resposta: A Fraternidade Rosacruz prepara os interessados para o ingresso na Ordem Rosacruz. Por meio da Fraternidade Rosacruz é focalizada a atividade dos Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz no mundo visível ou físico. A Ordem Rosacruz e formada por elevados Seres, membros da onda de vida humana, que já completaram as Iniciações Menores e Maiores, e desejaram permanecer com os seus irmãos mais jovens, por assim dizer, para assisti-los em sua evolução.

Há treze desses Irmãos, incluindo Christian Rosenkreuz, que é o “Líder” da Ordem Rosacruz. A Fraternidade Rosacruz é a representante autorizada pela Ordem a funcionar no mundo, no presente período, e é a sua mais recente manifestação física.

A Fraternidade Rosacruz possui um Templo de Cura, porém esse não é o Templo da Ordem Rosacruz, cuja localização se acha na Europa. A estrutura do Templo da Ordem Rosacruz é etérica.

(P&R da Revista Serviço Rosacruz fev/76 – Fraternidade Rosacruz SP) 

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Qual era o trabalho executado realmente pelos alquimistas?

Pergunta: Qual era o trabalho executado realmente pelos alquimistas?

Resposta: Sabiam os alquimistas que a natureza física e moral do ser humano haviam embrutecido, por causa das paixões infundidas pelos espíritos lucíferos e que, em consequência, era necessário um processo de purificação, de refinamento, para eliminar tais características elevando-o as sublimes alturas, onde nunca se eclipsa o fulgor do espírito. Consideravam o corpo como um laboratório e falavam do processo espiritual em termos químicos. Eles observavam que esse processo espiritual começa e tem seu peculiar campo de atividade na espinha dorsal, o elo entre dois órgãos criadores: o cérebro, ou campo de operação dos inteligentes mercurianos, e os genitais, onde têm sua mais vantajosa posição os passionais e luxuriosos espíritos de Lúcifer. A energia criadora, empregada por Deus, para a manifestação de um sistema solar e a energia empregada pelas divinas Hierarquias para construir os veículos físicos dos reinos inferiores, que dirigem como Espíritos Grupo, manifestam-se em forma dual de vontade e imaginação. É a mesma força que, agindo no macho e na fêmea os une para gerar um corpo humano.

Em épocas remotas o ser humano era bissexual. Cada indivíduo podia propagar a espécie, sem a cooperação do outro. Porém, a metade da forca criadora do indivíduo bissexual consumiu-se na construção de um cérebro e de uma laringe, para que fosse capaz de criar mentalmente, de formar pensamentos e de enunciar a palavra de poder, que transformará seus pensamentos em realidade material. Nesta operação, tomaram parte três grandes Hierarquias Criadoras: os Anjos Lunares, os Senhores de Mercúrio e os Espíritos Lucíferos de Marte.

Os alquimistas relacionaram os Anjos Lunares, que governam as marés, com o elemento sal; os Lucíferos Espíritos de Marte com o elemento enxofre e os Senhores de Mercúrio com o metal mercúrio.

Valeram-se desta simbólica representação, porque a intolerância religiosa não permitia outros ensinamentos, além dos sancionados pela igreja daquela época e, também, porque a humanidade não estava apta para compreender as verdades contidas na sua filosofia.

A tripartite coluna vertebral era, para os alquimistas, o crisol da consciência. Sabiam que os Anjos Lunares eram especialmente ativos na secção simpática da espinha dorsal, que rege as funções relacionadas com a conservação e bem-estar do corpo. Designavam a dita secção pelo elemento sal.

Viam, claramente, que os Lucíferos Espíritos marcianos governavam a secção relacionada com os nervos motores, que difundem a energia dinâmica, armazenada no corpo pelos alimentos. Simbolizavam esta secção pelo enxofre.

A terceira secção, que assinala e registra as sensações, transmitidas pelos nervos, recebeu o nome de mercúrio. Diziam estar regida pelos seres espirituais de Mercúrio.

Contrariamente ao que afirmam os anatomistas, o canal formado pelas vértebras não contém, além da medula, um líquido, mas um gás, semelhante ao vapor d’agua, que se condensa, quando exposto à ação atmosférica. Pode ser super aquecido pela atividade vibratória do espírito, até se converter no brilhante e luminoso fogo de regeneração.

Os alquimistas falavam, também, de um quarto elemento, Azoth – nome em que entram a primeira e a última letra do alfabeto, como se quisessem significar a mesma ideia que “alfa e ômega”, ou seja, o que tudo encerra e inclui. Dito elemento referia-se ao que, agora, conhecemos como o raio espiritual de Netuno, a oitava de Mercúrio, a sublimada essência do poder espiritual. Este é o campo onde atuam as grandes Hierarquias Espirituais de Netuno, e é designado Azoth pelos alquimistas. Este fogo espiritual não é o mesmo, nem brilha igualmente, em todos os seres humanos: sua intensidade depende do grau de evolução espiritual do indivíduo.

(P&R da Revista Serviço Rosacruz fev/76 – Fraternidade Rosacruz SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Encontramo-nos com os amigos e entes queridos após a morte, mesmo que suas crenças sejam diferentes?

Pergunta: Encontramo-nos com os amigos e entes queridos após a morte, mesmo que suas crenças hajam sido diferentes da nossa, ou ainda que não passassem de ateus?

Resposta: Sim, nós os encontramos e os reconhecemos, porque a morte não encerra poder transformador algum. O ser humano surge ali na mesma forma que o conhecemos aqui, porquanto ele se crê ainda possuidor dessa forma. Mas, o lugar em que poderemos encontrá-los depende de vários fatores.

Em primeiro lugar, se vivemos uma vida devota e pura, não necessitaremos de existência purgatorial, sendo insignificante nossa passagem pelo Primeiro Céu. Se nosso ente querido, pelo contrário, expressará rasgos de natureza inferior, tendo de permanecer largo tempo no Mundo do Desejo só nos encontrará no Segundo Céu. Se desencarnarmos logo após nosso amigo, o encontro talvez não tivesse lugar antes de decorridos, pelo menos, uns vinte anos. Isso, porém, é de menos importância, porque nas referidas regiões há completa inconsciência do tempo.

O amigo materialista se viveu uma existência moralmente sã, como pode acontecer, permaneceria na quarta região do Mundo do Desejo durante certo número de anos, de acordo com o tempo vivido no plano físico. Posteriormente passaria ao Segundo Céu, apesar de não manter ali, uma consciência tão ampla e clara como a pessoa devotada às realidades do espírito.

Nós o veremos, reconhecendo-o e associando-nos a ele durante séculos inteiros, na obra de engendrar o futuro ambiente, pois então já não será absolutamente materialista, porque ao atingir essa elevada região, o espírito não se encontra dominado pelas ilusões que muitas vezes o envolveram no mundo material.

Todos e cada um se reconhecem como seres espirituais, lembrando-se desta vida terrestre da forma como recordamos algum pesadelo. O espírito, ao penetrar nesse elevado plano, sente a sua verdadeira natureza.

(P&R da Revista Serviço Rosacruz abr/75 – Fraternidade Rosacruz SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Há sensibilidade na matéria?

Pergunta: Há sensibilidade na matéria?

Resposta: O que determina a conformação da substância química do Mundo Físico na múltipla variedade de formas observadas ao nosso redor é o Espirilo Universal manifestando-se no mundo visível como quatro grandes correntes de vida, em diferentes estágios evolutivos.

Este quádruplo impulso espiritual molda a matéria química da terra nas variadas formas dos quatro reinos: mineral, vegetal, animal e humano.

Quando uma forma serviu de veículo de expressão a alguma corrente de vida, as forças químicas desintegram-na, devolvendo-a ao seu estado primitivo, tornando-a aproveitável na construção de novas formas.

O Espírito ou vida que molda a forma como uma expressão de si mesmo, é um estranho para a matéria, assim como pedreiro constitui algo à parte, independente, da casa que constrói.

Como todas as formas do mineral, do vegetal, animal e homem são químicas, elas devem, logicamente, estar como mortas e isentas de sensibilidade ou sentimento (como matéria química neste estado primitivo). Alguns cientistas sustentam haver sensibilidade em todo o tecido vivo ou morto, seja qualquer reino a que pertença. Incluem igualmente as substâncias ordinariamente classificadas como minerais nesta afirmação. Nem todos os cientistas afirmam isso. Outra classe de cientistas afirma não haver sensibilidade no Corpo humano, exceto no cérebro. Sustentam que é o cérebro e não o dedo que sente a dor quando o último sofre uma lesão. Cada um é parcialmente correto. Depende do que entendemos por sensibilidade. Se a configuramos como uma simples resposta a um impacto, semelhantemente ao pique de uma bola de borracha atirada ao chão, certamente é admissível atribuir sensibilidade ao mineral, vegetal e ao tecido animal. Seria absurdo, porém, atribuir sentimentos tais como prazer e sofrimento, amor e ódio, alegria e tristeza, às formas inferiores de vida.

(P&R da Revista Serviço Rosacruz set/72 – Fraternidade Rosacruz SP)

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