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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Faça-se a Luz: o fogo que está em tudo!

Faça-se a Luz

Da Universidade de Colúmbia nos Estados Unidos, foi divulgada uma notícia que poderá ter, sobre o futuro estado da humanidade, um efeito mais importante do que todas as bombas de hidrogênio.

Quando as primeiras bombas atômicas foram lançadas sobre Hiroshima e Nagasaki, o que pôs fim à segunda Guerra Mundial, todos ficaram espantados e fascinados pelo enorme poder que o ser humano conseguiu pôr sob seu controle. Desde então, os aperfeiçoamentos da bomba (bomba de hidrogênio) libertaram forças que, em comparação fizeram a bomba atômica parecer brinquedo de crianças. Grandes ilhas foram volatilizadas com os átomos de hidrogênio. Quando sua força inerente foi libertada, tais ilhas desapareceram sendo a explosão acompanhada de vastíssima luz. Estando a atenção do ser humano sempre voltada para cada engenho de guerra de maior poder não percebeu a descoberta básica que lhe proporcionaria a utilização dessa força e que lhe mostraria como sair do seu atual dilema.

Como resultado do desenvolvimento da força atômica com a sua recente aplicação, e a consequente corrida pela supremacia, por terra, no mar, no ar e no espaço, por nações de ideologias contrárias, a humanidade está se consumindo de medo, de dúvida e de incerteza quanto ao futuro. O ser humano parece ter perdido sua esperança e perspectivas e ter colocado sua fé nas ações humanas. Por toda a parte há uma necessidade irresistível de re-estimar nosso senso de valores, baseados no novo conceito de matéria, pois a ciência tornou-se mística; na realidade confirmou a religião, e assim, também a religião tem se tornado científica.

Já se sabe que a matéria consiste de átomos, sendo cada um uma exata réplica do sistema solar, com um sol central (próton ou eletricidade positiva) em torno do qual giram os elétrons (eletricidade negativa). Sabe-se que o próton tem temperatura semelhante à da superfície do Sol, 10.000 graus centígrados, estando esta temperatura contida no interior do próprio átomo.

Sabe-se também que os elétrons giram em torno do próton com velocidade superior a 9.977,66 quilômetros por segundo, e que o número de elétrons varia de acordo com o elemento atômico, tendo o átomo de hidrogênio – o mais baixo da escala – dois elétrons.

Os cientistas da Universidade de Colúmbia mediram agora este próton ou núcleo do átomo e verificou-se que tem 500 bilionésimos de uma polegada de espessura (2,54 centímetros divididos por 500.000.000.000 metros, divididos por 500.000.000 centímetros, ou seja, aproximadamente 0,000000000005 centímetros ou seja ainda 0,00005 mícron de espessura). Permanece em pé, girando como um pião a velocidade de milhões de rotações por segundo, e o que é de significância transcendental, é um foco de luz branca! Qualquer átomo de matéria possui este mesmo fogo, branco giratório no seu núcleo. Esses centros atômicos de prótons constituem os 99% de toda à matéria do Universo. Não está sendo provado em cada nova descoberta da ciência que toda criação é nosso próximo, e nosso irmão? Por esta revelação não se tornou espiritualizada a matéria, ou não podemos ver que o bem de um é o bem de todos e que o sofrimento de um é sofrimento de todos. É por isso que é tão importante este novo conceito de matéria. Porque agora, nossa Bíblia pode tornar-se uma realidade viva para todos nós, como o foram as bolas de fogo giratório para Ezequiel e a sarça ardente para Moisés, porque eles penetraram no mistério da matéria e nela viram Deus manifestado, a Substância Única, o fogo giratório branco, a luz sem-calor.

Nós, em nossa cegueira, não vemos que o mundo é um fogo. Que o fogo está na água; que ele queima continuamente nas rochas, nas plantas, no animal e no ser humano. Sim; nada existe no mundo que não seja animado pelo fogo. E a ciência agora confirma esse fato.

A razão pela qual não percebemos essa grande verdade é porque não aprendemos a diferenciar o fogo da chama;-o fogo está para a chama na mesma relação que o espírito para a matéria. O fogo é a força invisível para a visão física.

O fogo “veste-se” da chama somente quando consome matéria física. O fogo surgirá da pedra quando esta for atritada. Um fio conduzindo eletricidade permanecerá frio, mas emitirá chama se forem violadas algumas de suas leis. Assim, para qualquer lado que nos voltemos, encontramos a confirmação das sublimes palavras do Evangelho segundo São João de que “DEUS É LUZ”. Até os mais possantes telescópios modernos fracassaram quando procuraram encontrar os limites da luz, mesmo penetrando no espaço em milhões de anos-luz. A ciência nos diz que temos a manifestação da forma somente porque uma espécie de fogo, uma energia elétrica, mantém os átomos em seus lugares uns em relação com as outros. Sabe-se que luz e vida são termos sinônimos porque, por toda parte encontramos a vida e onde há vida, aí existe luz. Isso é inacreditável para a nossa consciência densa, material, humana, embora tenha sido provado agora ser verdade. Para quem tem olhos de ver, cada manifestação de vida é como facho de esplendor, imortal. Luzes com mil cores de arco-íris, luzes, mil vezes mais variadas do que o nosso espectro solar, com cores não imaginárias. E o próprio ser humano fez música; o nosso espectro solar, sua vibração, produzindo luz e cores de beleza indescritível.

Tudo, em toda parte, está no fogo com Deus. Do Centro do ser humano, do centro da terra, de toda manifestação irradia luz; mesmo o vácuo está cheio de luz, este esplendor vivo, universal, o símbolo vivo de Deus. Não fomos ensinados que “Deus disse; Faça-se a Luz e a Luz foi feita”, a primeira manifestação do Absoluto do Ser Imanifestado? A Terra, literalmente, está cheia de céu. Como disse Pitágoras, “O Corpo de Deus é composto da Substância da Luz”.

Nenhum símbolo se concebeu mais conveniente para o Pai Universal do que essa glória radiante, viva, vibrante, que chamamos fogo. Pouco nos surpreende que os antigos admitissem o fogo ou luz como o mais sagrado dos elementos. Como símbolo supremo da força universal onipotente. O sangue era considerado pelos antigos alquimistas como luz cristalizada, e os magos da Idade Média tinham de controlar qualquer pessoa se possuíssem pequena quantidade do seu sangue.

Se um copo com água for deixado durante a noite num quarto onde durma alguém, pela manhã a água estará impregnada das radiações psíquicas desta pessoa em tal grau que qualquer um que seja apto poderá nela encontrar uma gravação da vida e do caráter da pessoa que ocupou o quarto devido à luz ou fogo onipotente por meio do qual essas gravações são transmitidas e preservadas.

É sabido que os padres nos templos antigos faziam lâmpadas que podiam queimar durante séculos sem precisar ser reabastecidas. Hargrave Jenning escreveu acerca dessas lâmpadas: “Diz-se que os antigos romanos preservavam as luzes nos seus sepulcros muito tempo pelo nível de álcool do ouro (um dos segredos da arte dos Rosacruzes) transformada por métodos herméticos em uma substância líquida; e está escrito: que, por ocasião da dissolução dos mosteiros, no tempo de Henrique VIII, foi encontrada uma lâmpada que vinha queimando num túmulo desde 300 anos antes.”

De acordo com os mistérios, tempo virá, no desenvolvimento espiritual do ser humano, em que o óleo misterioso que sobe lentamente pela espinha vertebral entrará afinal no terceiro ventrículo do cérebro onde se tornará em bela cor dourada e irradiará em todas as direções. Cristo Jesus conhecia este destino final do ser humano, pois dele são estas palavras: “agora não me podeis seguir, mas seguir-me-eis mais tarde”.

E já foi demostrado pelos nossos seres humanos de ciência que força maravilhosa permanece oculta no calor branco deste diminuto átomo de matéria física que nunca um olho humano viu: e o átomo físico possui a menor vibração de tudo que o espírito humano percebe no seu regresso à sua origem.

Não resta dúvida que existem vários graus na nossa manifestação. A substância de cada plano, acima do físico, torna-se muito mais sutil com o consequente aumento de poder. Assim, se a força no interior de um átomo de matéria física está além da compreensão da maioria dos seres humanos, que dizer da força inerente à substância do Mundo do Pensamento, que é o mais elevado dos quatro planos nos quais se processa a nossa evolução? Não nos faz isto hesitar, quando consideremos a absoluta falta de direção na maioria dos nossos pensamentos?

Podemos ver facilmente como a inabilidade de controlar os processos de pensamento resulta em geral atrair para as nossas vidas e nosso ambiente aquelas experiências que em oração pedimos para que não nos atinjam: má saúde, falta de sucesso, amigos desleais, desarmonias.

Não precisamos blasfemar contra um destino cruel; precisamos somente dirigir esta força por canais construtivos para mudarmos nosso destino.

Por analogia, torna-se cada vez mais aparente que o mundo da ciência, nas suas últimas pesquisas sobre a estrutura do átomo, confirma os milagres da Bíblia. Desses mesmos seres humanos de ciência aprendemos não somente que esta partícula infinitesimal de matéria, esta abrasadora de luz e calor, tendo elétrons girando em torno de seu centro com velocidade fantástica, como que as distâncias, neste minúsculo universo, são proporcionais às que se encontram na abóboda estrelada dos céus.

Lembram-se da história bíblica de como foram alimentadas as 5000 pessoas? Não se torna simples e compreensível agora, à luz da nova revelação da natureza de todas as coisas? Cristo Jesus, que sabia que todas as formas procediam da substância Única, que são, portanto, espírito cristalizado dominava todas as coisas de acordo com o santo propósito de Deus.

Agora poderemos compreender melhor porque o rosto de Moisés brilhava quando ele desceu da montanha, de modo que o povo baixava a cabeça de terror diante dele; e também como a face de Jesus tornou-se brilhante; como Elias foi arrebatado em um carro de fogo e trasladado do visível ao invisível por meio deste turbilhão de fogo que nunca destrói e que protegeu os três hebreus na fornalha ardente. Esta é a herança de todos os filhos de Deus que chegam à realização da sua Divindade.

Nossa compreensão da mensagem gloriosa e vital da Santa páscoa aumenta infinitamente quando contemplamos o significado oculto da ressurreição e da ascenção em termos desta energia incrível, inexaurível, incessante, que nós chamamos Luz.

Como é fácil, para um ser da estatura espiritual de Cristo, passar de um corpo de luz para outro na fase seguinte de existência, isto é a ressurreição e, quando as vibrações se tornam mais elevadas, ascende, sobe, desaparece da vista dos seres humanos mortais.

Não é, pois, o Cristo quem mostra o caminho para toda humanidade e não foi dito d’Ele: “Nele estava a Vida e a Vida era a Luz dos homens”?

(Revista ‘Serviço Rosacruz’ – 06/73 – Fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Ser Humano é um Portador de Luz Divina

O Ser Humano é um Portador de Luz Divina

O Oficio Devocional da Fraternidade Rosacruz ressalta em um de seus mais belos parágrafos que “DEUS É LUZ”.

Na impossibilidade de definir o indefinível, João Evangelista procurou dar uma ideia, a mais aproximada possível da natureza da Divindade. O termo “LUZ”, em sua acepção mais elevada, foi usado pelo “Discípulo amado” para corporificar uma imagem de algo transcendente.

Lemos no Antigo Testamento que fomos “criados a imagem e semelhança de Deus”. Isto deixa transparecer, em termos esotéricos, nossa identidade com o Pai Celestial, do qual herdamos um manancial infinito de potencialidades. Por enquanto, são apenas poderes latentes, aguardando as várias etapas da evolução para manifestarem-se em todo seu esplendor.

Para o ser humano comum, tudo isso não passa de fantasia, se loucos devaneios. Ledo engano. A humanidade, em sua maioria, ainda se encontra muito impermeável aos raios da verdade.

Cristo, Espírito incomensuravelmente mais avançado que qualquer ser humano, expressou essa grande possibilidade nestas palavras: “Vós fareis o que eu faço e coisas maiores ainda”.

Em termos potenciais, nossa relação com Deus pode ser entendida mediante a comparação da árvore com a semente. Esta contém todas as possibilidades de desenvolvimento da árvore. Contém, germinalmente, a árvore em si mesma. Porém, ainda não é uma árvore. Para chegar a esse ponto requer certos cuidados e um trabalho especial.

Com o ser humano ocorre algo análogo. Ele é possuidor de todas as faculdades de seu Divino Pai, mas em estado latente. Para chegar à estatura divina, só mediante os cuidados e o trabalho especial promovido pelas Grandes Hierarquias. Um sábio esquema evolutivo fornece todos os meios para que o ser humano desenvolva, com segurança, todos os seus poderes. Pelo menos no que diz respeito ao ser humano, “Involução, Evolução e Epigênese”, constituem a tríade responsável pelo seu progresso.

Vemos, portanto, que se “Deus é Luz”, essa luz brilha também dentro de nós. E se projeta para fora à medida que estamos conscientes de sua presença, agindo e vivendo como seres autenticamente divinos. A paz e pureza irradiadas por um ser humano, seu amor a verdade, seus atos de bondade e compaixão, seus sentimentos de ternura, tudo é manifestação dessa luz divina.

Alguém nos comparou a diamantes brutos, carentes de lapidação para poder brilhar. Quando a crosta opõe resistência a ação de Deus — o Grande Lapidador — necessário se torna o emprego do esmeril. É quando a pedra geme, fazendo desprender a matéria grosseira que a envolvia em trevas. Observamos aí uma alegoria ao sofrimento. O ser humano não deve resistir a luz divina, ansiosa por perpassá-lo, sob pena de transgredir uma lei natural e colher o resultado em forma de dissabores.

Devemos ser como um transparente cristal permitindo à divina luz irradiar seu fulgurante brilho. Para lograrmos ser esse foco luminoso, é indispensável alimentarmos somente pensamentos e sentimentos positivos, traduzindo-os em atos realmente edificantes.

“Pelos seus frutos os conhecereis”. A vida de uma pessoa é o indicador da medida em que a luz divina dela é irradiada. A consciência de nossa identidade com Deus, faz crescer nossa responsabilidade em face aos problemas dos nossos semelhantes e do mundo em que vivemos. Não há como fugir dessa realidade.

Temos uma missão a cumprir, missão essa consubstanciada naquelas expressivas palavras de Cristo: “Vós sois o sal da terra e a luz do mundo”.

Irradiemos, portanto, essa luz superior.

(Revista ‘Serviço Rosacruz’ – 07/79 – Fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Os mais Profundos Objetivos do Movimento Rosacruz

Os mais Profundos Objetivos do Movimento Rosacruz

O que é a Filosofia Rosacruz? Essa é uma das perguntas que mais frequentemente se faz aos alunos desta alta Ciência. Aquele que estudou por longos anos a dita Filosofia, tendo, por conseguinte, absorvido muitos conhecimentos responderá da seguinte forma: Os Ensinamentos dos Rosacruzes são uma síntese de Religião, Ciência e Filosofia, estreitamente ligados entre si desde tempos imemoriais, até o presente.

Esses estudos são indicados para aqueles que pensam por si mesmos, e que, verdadeiramente, desejam conhecer mais de perto as Artes Ocultas. Os Irmãos Rosacruzes Conservam em Seu poder os conhecimentos secretos dessas Artes, que vêm de um passado remotíssimo. E esses mesmos conhecimentos, ainda hoje, nos são oferecidos, da mesma forma como o foram há 3.000 anos nas Escolas de Mistérios. Às Religiões do Oriente e seus mistérios, pertenceram os mais proeminentes pensadores, entre 200 A.C. até 100 D.C., e seus pensamentos encontram-se expostos nos ensinamentos secretos, na longa história da Igreja Gnóstica e do pensamento filosófico do Neoplatonismo.

Pelos trabalhos do judeu Philo de Alexandria, percebemos a influência da Gnose entre os judeus. Isso foi mais ou menos na época em que os gregos e os romanos perderam a influência sobre os seus partidários.

As escolas dos mistérios orientais, com poucas exceções, ensinaram a vida, a morte e a ressurreição de seus deuses nos mistérios.

Estes encontravam-se sempre ligados mui intimamente aos seres humanos em particular, mesmo não representando o indivíduo, nessa época, valor algum ao império romano.

Por meio de Jesus Cristo desenvolvia-se no seio do cristianismo o verdadeiro sentido do parentesco entre Deus e os seres humanos. Todo o ensinamento básico cristão encontra-se na seguinte sentença evangélica:

“ASSIM DEUS AMOU O MUNDO
DE TAL MANEIRA, QUE DEU A
TODOS O SEU FILHO UNIGÊNITO, PARA QUE TODO AQUELE
QUE NELE CRÊ, NÃO PEREÇA,
MAS TENHA A VIDA ETERNA”.

Acreditava-se que, por meio dessa frase, os Mistérios tivessem sido aniquilados. Isto, porém, não se deu. Apenas desapareceram das organizações externas, para continuarem secretamente na própria Igreja, em organizações secretas. Os ensinamentos secretos continuam a existir ainda. Conforme podemos verificar pelo exposto no “CONCEITO ROSACRUZ DO COSMOS” e outras obras congêneres.

A seguir, tentaremos trazer à luz alguns conhecimentos dos rosacruzes, e também a maneira como devemos nos conduzir a seu respeito.
A característica principal e o “bom” básico do profundo pensamento filosófico Rosacruz é o seguinte: O EGO VIVE REGIDO POR LEIS CÓSMICAS. OBEDIÊNCIA, POIS, A ESTAS LEIS DEVE CONSTITUIR NOSSA SEGUNDA NATUREZA.

Se percebermos a importância disso, o mais depressa possível faremos dessa diretriz uma constante em nossas vidas. Procuraremos viver em perfeito acordo com as leis da natureza. Pedra alguma deve ficar no caminho; obstáculo algum pode existir, que nos possa obstar o passo no caminho que leva ao Adeptado. Devemos submeter-nos, pacientemente às provas, e recebê-las como uma lição útil nesta presente encarnação.

Como já dissemos, o Rosacrucianismo reúne em si, a Religião, a Filosofia e a Ciência; por isso mesmo, os seus alunos não encontram divergência alguma entre a Religião e a Ciência. Como, porém, nos preparamos para a Magia Branca, devemos nos acautelar quanto aos perigos que se nos apresentam no hipnotismo, na mediunidade, no espiritismo e outros tantos ramos negativos mágicos, pois, esses, facilmente atraem a atenção do discípulo incauto. O verdadeiro discípulo acautela-se contra a emissão de pensamentos odiosos, pois sabe que o prejuízo será dele mesmo.

Ao invés de fomentar pensamentos de ódio, emitirá pensamentos e sentimentos de amizade e amor.
Entre os Rosacruzes não se cogita em fazer do estudo um fim em si mesmo.

O importante é viver a Vida e seguir o caminho. Deve-se sentir um constante apelo pelos Mistérios, a Joia da Sabedoria, assim como se almeja obter uma condecoração excepcional; o desejo mais íntimo do candidato deve ser: aquisição e desenvolvimento do poder espiritual a fim de poder se unir a Deus, com a consciência de seu Ego.
A filosofia dos Rosacruzes não é uma parte do Ocultismo. Ela é Ocultismo em si mesmo, a Ciência Espiritual.

Todas as fases e formas do Ocultismo acham-se na Fraternidade Rosacruz.

Esta Irmandade custodia os mais altos ensinamentos das Escolas de Mistérios. Dá conhecimentos sobre os mundos internos, ensinamentos esotéricos sobre os Períodos da Terra, interpretação bíblica e informações sobre o Cristo e Sua Missão. Mostra-nos a futura evolução e a possibilidade de obter-se conhecimentos de primeira mão sobre a vida espiritual. Mostra-nos diretrizes para seguirmos o caminho da união com Deus.

Quanto mais os ensinamentos fizerem parte de nosso EU, mais fácil será atingirmos essa união, e isto porque somos, como Microcosmos, o reflexo do Macrocosmos, reflexo esse do o GRANDE SER HUMANO CÓSMICO. Pelo Zodíaco é-nos mostrado o GRANDE SER HUMANO CÓSMICO na Terra, como representantes Seus, à Sua Imagem. Afinal, o que significam as palavras Macrocosmos e Microcosmos? Facilmente conheceremos o seu significado se derivarmos a compreensão da mesma de sua linguagem original. Uma provém da palavra Macros, que quer dizer grande, e outra de Micros, que significa pequeno (ambas do grego), que ligadas à palavra Cosmos (mundo) formam as palavras Macrocosmos e Microcosmos. Percebe-se nessas palavras bem como no axioma hermético “como é acima, assim também embaixo”, o seu significado.

Por meio dos estudos Rosacrucianos, o candidato edifica as forças de apoio de seu desenvolvimento espiritual no plano invisível. Entretanto, muitos não atingem resultados palpáveis, devido a não terem ainda aprendido a se infundir na Divindade (interna). Seus Corpos, que não se ajustam como condutores, parecem em si algo de deficiente para este fim. Isso provém do fato do Ego que mora em seu Corpo Denso ainda não impor a este veículo a devida disciplina. E não se acha disposto ainda à autodisciplina, todo aquele que não consegue viver sem alimentação carnívora, álcool, fumo, e não se submete, voluntariamente, todas as noites, a um exame de consciência (retrospecção) antes de dormir. Pelas retrospecções diárias aprendemos a prestar atenção às obras do Ego durante o dia. Estas regras tão simples foram dadas aos seres humanos, e muito especialmente aos estudantes do Espiritualismo, para que obtenham os meios necessários para o domínio de si mesmos, isso pressupõe, naturalmente, uma coordenação harmoniosa entre os signos zodiacais de Leão, Touro, Aquário e Escorpião. O aluno deve exercitar a força do Leão, a paciência do Touro, a verdadeira masculinidade do Aquário, e possibilitar-se a voar como uma Águia (Escorpião), desejoso de aproximar-se de Deus, de quem veio, e para Quem deve finalmente retornar ao findarem-se as Noites e Dias de Manifestação.

O candidato chegando a aprender a abandonar o seu Corpo Físico, pode atuar como um Auxiliar Invisível. Aí, porém, apresenta-se um perigo, contra o qual deve se proteger. Chegamos a percebê-lo quando se desenvolvem nossas faculdades espirituais. O perigo é o seguinte: NÃO MAIS SE IMPORTAR COM AS RESPONSABILIADADES CONFERIDAS PELA VIDA. Portanto mesmo que tenhamos aprendido, por força de nossos conhecimentos, a dominar a quarta-dimensão, pondo-nos fora do Mundo Físico, devemos acautelar-nos em não abandonar as nossas responsabilidades no plano material.

A certeza que se tem da reunião da Alma com o seu Criador nunca chegou a perder-se de vez, mesmo com o avanço do materialismo que veio colocar os problemas da Alma em segundo plano. Esses ensinamentos sempre foram transmitidos aos preparados, desde tempos pré-históricos. Às pessoas inclinadas ao medo, como dissemos no início, esses ensinamentos ficarão sempre ocultos, pois, tais indivíduos buscam o caminho da graça às custas do sofrimento de outrem.

Tendo a intenção de se preparar para o Adeptado, o candidato deve, logo de início, saber que não poderá chegar a tal qualificação mediante a Yoga ou exercícios de respiração.

Esses são reservados, para os nossos irmãos mais jovens do Oriente, nós seguimos o caminho do Ocidente, enquanto encaminhamos as forças sexuais não utilizadas, para cima.

O discípulo tendo, em vidas passadas, sentido atração pelos Mistérios, terá maiores facilidades para trilhar o caminho. O Místico usa a sua força sexual positiva no coração, e a negativa na cabeça. Por meio da fé e da intuição prepara-se para o segundo passo, que o transforma em um Ocultista ou um verdadeiro cientista espiritual.

No caso do ocultista o caso se dá ao contrário do Místico: as forças sexuais não utilizadas serão positivamente aplicadas na cabeça, enquanto que o seu polo negativo é aplicado no coração. O Ocultista especializa-se em conhecimentos científicos, e não na fé.

Mas, entre o coração (sentimento) e a cabeça (intelecto) deve existir equilíbrio. Esse ideal é representado pelos ensinamentos rosacruzes.

O leigo poderá perguntar: “onde estão estes Místicos, Ocultistas, Adeptos, dos quais tanto se fala?”.

A resposta é simples. Quando alcançamos o conhecimento superior como no caso de um Adepto, é natural que façamos todo o nosso serviço em silêncio. O Adepto retira-se o máximo possível da atividade exterior, trabalha isoladamente e, se vive em uma comunidade, vive como qualquer outro. Relaciona-se com a Ordem Rosacruz, atendendo às três regras que são, a primeira – “FIDELIDADE AOS ENSINAMENTOS DOS IRMÃOS MAIORES E SEUS REPRESENTANTES PELO QUE; SEM FIDELIDADE NÃO SE EVOLUI”.

A segunda regra pode ser enunciada como HUMILDADE”, e a terceira como “SERVIÇO”.

Esses fiéis e humildes servidores serão os guias e mestres de amanhã.

Para ser-se fiel, deve-se conhecer as regras da Ordem, e aprendendo-as, ter disposição para segui-las e dar tanto quanto possível de sua fortuna espiritual como material. Ser aluno somente com a intenção de tirar o máximo proveito apenas para si é o caminho errado. O maior privilégio do aluno no mundo, é pertencer ou ser um componente da Ordem, fazer-se valer do serviço, dar de sua fortuna tanto quanto possível, ou conforme o permitam as circunstâncias. A lógica de tudo isso se nos apresenta da seguinte forma: aquilo que muito nos custou em pensamentos e trabalho tem um grande valor. Se, porém, algo nos é dado com a maior das facilidades, não tendo sido necessário pagar um alto preço, acabamos não levando tal coisa em muita consideração.

De forma tríplice podemos demonstrar a nossa fidelidade, a saber:

Primeiro, pelo ensinamento que recebemos;

Segundo, auxiliando com toda força e meios possíveis a outrem;

Terceiro, dar o que de mais valioso possuímos – a NÓS MESMOS. Curar com nossos serviços abnegados a humanidade enferma até onde nos seja possível, e ao mesmo tempo, não descuidarmos de nossos familiares.

O objetivo mais elevado do aluno é este: viajar para países estrangeiros, receber o salário de um Mestre, habituar-se a ajudar aos outros.

Os alunos do Rosacrucianismo conhecem perfeitamente o significado de “Viajar para países estrangeiro”, isto é abandonar o seu Corpo, conscientemente, revestido apenas de seu Corpo etérico e dos veículos superiores, e viajar nos mundos invisíveis que se encontram à sua volta e interpenetram a Terra.

O Corpo etérico com o qual o candidato realiza a “viagem” também é conhecido como: “CORPO-ALMA”.

É de certa obrigação ajudar a seus irmãos tanto quanto possível, como as viúvas e órfãos, como a qualquer outro que necessite e requeira sua possível ajuda.

O serviço Rosacruz pode apresentar-se em nosso íntimo como uma dor, como um sentir-se só, abandonado, se dilatamos cada vez mais a nossa consciência superior sentir-nos-emos mais próximos de Deus, a nossa fonte.

Sentimo-nos em união com todos os seres humanos, com suas dores, preocupações e suas desilusões. Nosso Mestre Jesus Cristo sentiu todo esse drama quando chorou sobre Jerusalém. A profundidade de Sua dor, a sua profundidade, não é possível imaginar. Poucos indivíduos hão que possam sentir como Ele; do mesmo modo, poucos são os que podem sentir com o mesmo grau de intensidade o que sente um verdadeiro aluno Rosacruz. Na luta ele não esmorece; para tanto, basta apenas que o aluno jamais abdique de sua convicção, de seus projetos em auxiliar a outrem, e que nada o detenha em seu caminho filantrópico, pois, os egoístas desejam a sua queda.

Acontece, às vezes, de o aluno tornar-se insatisfeito, sentir-se como se fosse um fracassado. Os demais criticam o seu serviço, tentam contra ele em tudo quanto for possível, invejam-no por seus conhecimentos, os conhecimentos psíquicos que tanto temem. É tentado a jogar fora todo o seu trabalho e voltar novamente à vida comum, porém, isso acontece apenas por um pouco de tempo. E nessa ocasião, vêm-lhe à memória as palavras do Mestre, “Sede perfeitos, assim como o Pai que está nos Céus é perfeito”.

Em tudo isso existe algo curioso. Tendo alguém principiado a caminhar pelas veredas da Vida espiritual, tendo começado os estudos ocultos da Natureza, e procurando sua união com Deus, pode-se dizer que uma volta daqui não mais existe, é impossível.

Finalmente, o que ativa, impulsiona o ser humano para os estudos Rosacrucianos? Neste artigo, infelizmente, não nos é possível ir mais longe. Sabemos, entretanto, que não há felicidade, nem alegria, nem prosperidade, se, uma vez tomado este caminho, alguém tente abandoná-lo. Se desejais, amigo, sentir em vós mesmo a beleza, a alegria e a santidade, se estais desejosos da condução dos IRMÃOS MAIORES, caminha nesta estrada. Achareis, também, a sabedoria e entendimento, em união com as maravilhas dos tempos passados. Estes ajudar-vos-ão a sentir uma como união com os heróis da espiritualidade, que vos garantem, desde tempos remotos, o poder da verdade e da liberdade. Ali, encontrareis a Gnose verdadeira, os segredos de Isis e Osíris, de Hermes Trismegisto e do Mestre Jesus Cristo. Por meio de vossos estudos aprendereis, neste caminho, porque se vive neste mundo, e também o verdadeiro significado dos ensinamentos dados por Christian Rosenkreuz e sua Mensagem.

Quereis, caro irmão, também como nós, encontrar o caminho para que “AS ROSAS FLORESÇAM NA VOSSA CRUZ”? .

(de Francisco Phellip Preuss (F.P. Preuss) – publicado na Revista ‘Serviço Rosacruz’ – 06/73 – Fraternidade Rosacruz –SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Qual será a situação daqueles que não tiverem preparado o Dourado Manto Nupcial quando Cristo chegar? Permanecerão na Terra continuando a evoluir?

Pergunta: Qual será a situação daqueles que não tiverem preparado o Dourado Manto Nupcial quando Cristo chegar? Permanecerão na Terra continuando a evoluir?

Resposta: Isso é muito difícil de responder. Muitos daqueles que foram deixados para trás na Atlântida, por não terem desenvolvido pulmões para poderem viver em nossa atmosfera, ainda não se tornaram capazes de nos alcançar. Paira uma grande dúvida sobre esse fato, isto é, se as pessoas que não tiverem preparado o Manto Nupcial ao ponto de adquirir um crescimento real, possam viver nessa Era. Talvez tenham que viver posteriormente e separado de nós.

(Perg. 133 do Livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. II – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Viver pela Metade: ou somos, ou não somos; ou cremos, ou não cremos.

Viver pela Metade

Aqueles que seguem os ensinamentos da Filosofia Rosacruz ou que os elegeram como filosofia de vida, não podem mais manter certas dúvidas a respeito da vida espiritual. Sabe-se que o primeiro passo e o mais difícil na crença das verdades espirituais, e admitirmos a Reencarnação, ou melhor, a Lei do Renascimento como ponto pacifico para a continuidade de nossos estudos e atividades na senda do Progresso. Entretanto, não ignoramos que existem muitos outros pontos, milhares deles, dos quais pode depender a nossa ascenção. Em princípio, toda a asserção sábia, contém sempre em si mesma dois sentidos: o material, do qual se reveste para ser enunciada, e o espiritual ou oculto, que deve ser desvendado.

Analisemos de passagem, o que diz a Bíblia pela boca do Mestre, naquele versículo: “Se uma casa se levantar contra si mesma, essa casa não subsistirá”.

O valor material dessa assertiva está bem claro e é um chamado à ordem àqueles que não sabem defender sua família, seu lar, seus filhos, tanto de Sangue como de ideal, contra o erro, a agressão, a maledicência, às vezes até contra si mesmo; já o sentido espiritual, faz-nos penetrar num. terreno mais sutil e perceber a face oculta da Verdade. Então notaremos que tanto pode restringir-se ao relacionamento de alma, como ao próprio relacionamento Interno de cada um, melhor dizendo, aos cheques e entrechoques de nosso eu inferior com a verdade que já existe em nós. Choques esses que muitas vezes se apresentam sob a forma de dúvida, de limitações, de oscilações prejudiciais. Aliás, a dúvida conduz naturalmente às limitações, principalmente se ela atinge os valores espirituais da vida. “Se uma casa se levantar contra si mesma”, isto é, se os nossos pensamentos espirituais não coincidirem totalmente com as nossas ações, com o nosso modo de vida, se mesmo conhecendo e sentindo os valores reais da vida, ainda perdemos tempo derivando por caminhos da matéria; se mesmo sentindo dentro de nós, maravilhosas verdades cantando sua música num coro divino, e apesar de tudo introduzimos ainda outros ritmos de canções menos celestiais, por algumas notas que sejam., estaremos quebrando a nossa sintonia interna e pondo uma pedra no caminho da nossa elevação espiritual. E é então que “essa casa não subsistirá”, porque não há equilíbrio interno que resista às oscilações a que a natureza externa das coisas muitas vezes nos submete, ou melhor dizendo, oscilações a que nós permitimos ser submetidos por nossas próprias fraquezas, nossa falta de coragem para aceitar integralmente a Verdade como escopo de vida, como única realização justa e aceitável em nosso progresso. 

Aí é que entra aquela frase bíblica tão conhecida, de que “não se pode servir a dois senhores”. Porque estaremos servindo a dois senhores enquanto ainda ‘mantivermos dentro de nós, por insignificante que seja, algum interesse material,; quando ainda não tivermos a coragem, a determinação de afastar de nosso Caminho, tudo o que esteja fora das verdades espirituais, quando ainda não nos tivermos revestido o máximo possível daquele equilíbrio que nos leva a selecionar de imediato o joio do trigo, não aceitando nada que possa contrariar nossas “verdades internas; quando ainda não soubermos encarar a vida e a’ humanidade como resultados de algo maior, algo superior à própria vida física e pautar nossa vida por essa crença, sem «desvios numa entrega completa a Verdade, numa dedicação sem limites à causa dessa mesma verdade, dessa mesma vida superior, estaremos, repito, servindo ‘a dois senhores. Isso porque, na senda” do espiritualismo, chega o tempo em que já não se pode viver pela metade.

Ou somos, ou não somos. Ou cremos, ou não cremos. E, se cremos, temos que manter essa crença no seu verdadeiro nível de pensamentos, de sentimentos e de ações.

(Revista ‘Serviço Rosacruz’ – 04/73 – Fraternidade Rosacruz –SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Renúncia: cumprindo nosso dever

Renúncia: cumprindo nosso dever

“São doces os frutos do descanso que nos proporciona a libertação, mas ainda mais doces são os frutos que colhemos por termos cumprido o dever tedioso e amargo”.

O Homem deteve-se em frente do portal do Olvido da Terra; o primeiro dos sete portais do Céu: chamado Amor e Caridade. Levantou a mão para abrir a porta e titubeou reclinando-se sobre ela. Tinha vindo de muito longe. A porta entreabriu-se deixando a descoberto as maravilhas do Céu. Ali estava a perfeição tão ansiada!

Uma voz que surgiu de todos os lados falou, dizendo-lhe: “Nos mundos celestes, para se obterem as coisas basta só as desejas! Queres esquecer por completo o mundo dos homens?”. O homem meditou e disse: “Durante muito tempo ansiei esse olvido! Participei de todas as penas e alegrias do mundo”.

A voz disse-lhe: “Uma única condição te impõe o Céu: que só desejes os teus prazeres. Haverá no teu coração somente fome desses prazeres? Deixaste alguma sombra no caminho que acabas de percorrer?”.

O homem tardou em responder.

Falou pausadamente, como se a sua Mente estivesse singrando por dois caminhos. “Há muito tempo, disse, um sábio, na Terra, assegurou-me que nunca estaria sem um desejo. Compreendo agora que me disse a verdade.

Antes desejava ser um Mestre. Agora, que o sou, tenho um novo desejo: quero ser um servidor”.

No caminho que acabo de percorrer, passei por muitos. Uns estavam indecisos, outros perturbados, outros não podiam seguir porque estavam caídos. Devo regressar para ajudá-los.

“Só um servidor pode ser um verdadeiro Mestre”, disse-lhe a voz em tom tão doce que melhor parecera um sussurro.

“Em verdade te digo que és o meu filho amado e que em Ti estou comprazido. A compaixão é a Lei das Leis. Na sua essência universal encontra-se o amor eterno”. Abre as portas, meu filho, e conta as almas que há aqui”.

O homem olhou por longo tempo e não pôde ver uma só alma. Compreendeu que os Mestres, na sua compaixão, rejeitavam a bem-aventurança eterna enquanto houver no mundo um só ser que sofra e necessite de ajuda.

Compreendeu também que a Libertação nunca vem pela simples renúncia aos prazeres do mundo, mas sim aos prazeres do Céu.

A voz disse-lhe: “quando regressares ao mundo, meu filho, diz à Humanidade só uma verdade: que o conhecimento leva consigo a sua própria responsabilidade e aquele que o consegue deve servir mais. Porque assim como o conhecimento nos desperta a dor, é uma dor que termina ao começar”.

A mãe extenuada pelo trabalho ao parto descansa depois de ter dado à luz o seu filho; e suspirando cheia de felicidade, atrai para si a criaturinha e murmura: agora a vida será mais fácil.

Por cada Peregrino que renuncia aos prazeres no Céu, nasce um Salvador na Terra.

(Traduzido da Revista Rays from the Rose Cross e publicado na Revista ‘Serviço Rosacruz’ – 06/72 – Fraternidade Rosacruz –SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Origem do Cristianismo Esotérico: Essênios, Iniciações e Christian Rosenkreuz

A Origem do Cristianismo Esotérico: Essênios, Iniciações e Christian Rosenkreuz

Encontramos suas raízes entre a devota ordem dos Essênios, ao tempo de Cristo. Não são mencionados nos Evangelhos porque foram precisamente eles que dirigiram sua redação. Os manuscritos do Mar Morto, descobertos desde 1947, em aparente acaso, às margens do Mar do mesmo nome, nas cercanias do soterrado Mosteiro de Qumran, mostram inequívoca relação daquela Ordem com os Evangelhos, principalmente com o de São João Evangelista e as cartas de São Paulo. Efetivamente, José e Maria, pais de Jesus; Zacharias e Izabel, pais de João Batista; Jesus, João Batista e os seguidores de ambos, todos foram Essênios

Lázaro, Iniciado por Cristo na simbólica passagem de sua ressurreição, renasceu depois como Christian Rosenkreuz, fundador da Ordem Rosacruz. Jesus foi educado pelos Essênios e com eles privou no período omitido pelos Evangelhos, dos onze aos vinte e nove anos, preparando-se em Qumran e posteriormente na Pérsia (onde havia a mais completa biblioteca daqueles tempos), para a missão transcendental de sua União a Cristo, no batismo do Jordão. As passagens principais da vida de Jesus Cristo são “passos” Iniciático do desenvolvimento de cada Aspirante à vida superior. Com esse fim os Evangelhos foram escritos: como fórmulas de Iniciação, sob a singela aparência de narrativa a respeito da vida de Jesus Cristo.

Essas nove Iniciações, pela ordem, são: Batismo, Tentação, Transfiguração, Última Ceia, Lavapés, Getsemani, Estigmatização, Crucificação e Ressurreição.

Assim a Fraternidade Rosacruz visa a uma grandiosa finalidade e encaminha os Aspirantes vencedores a ilimitado desenvolvimento posterior para serviço do mundo. Não constitui uma confissão religiosa, no sentido comum do termo, porque não é dogmática; todavia no mais lato sentido, é uma escola de religiosidade, que oferece os mais eficientes meios de religar o ser humano a Deus, através de Seu Filho, o Verdadeiro Caminho.

(Publicado na Revista ‘Serviço Rosacruz’ – 03/79 – Fraternidade Rosacruz –SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Como fazer as coisas: nossos afazeres, deveres e trabalhos

Como Fazer as Coisas

Você já reparou como se formam as grossas raízes de uma árvore? À medida que elas mergulham no solo, vão se ramificando cada vez mais, até que, por fim, encontramos raizinhas finíssimas. Estas extremidades radiculadas são importantíssimas no metabolismo da árvore. Quem admira e exalta a árvore que se ergue do solo, não se lembra muitas vezes que ela depende dessas radicelas!

Você já pensou em como se formam os grandes rios? Acompanhe, mentalmente, um de seus afluentes; depois tome um afluente daquele e, assim, busque chegar ao início de uma das inúmeras correntes d’água. Lá você encontrará uma fontezinha, modesta, alegremente a cantar! Quem se lembra das fontezinhas quando contemplam e viajam pelo grande rio, obscuras e distantes, elas constituem as origens desse rio.

Você já reparou nos desenhos da circulação do sangue? O Corpo não poderia ser alimentado integralmente sem os finíssimos vasos sanguíneos.

Nem poderia, sem eles, processar a eliminação. Eles são essenciais no metabolismo.

A ideia e o desenho das bacias fluviais, das raízes e da circulação, em essência são iguais. Eles nos fazem pensar nas pequenas coisas de nossa vida. A humanidade deveria atentar mais para os pequeninos pensamentos, para os impulsos emocionais pequenos ou para os atos chamados insignificantes. Eles são as causas, as fontes, as radículas, os vasos dos atos maiores que aparecem como efeitos nesta Vida e se no livro “A Teia do Destino”, de Max Heindel, aprendemos: “Todo ato de cada indivíduo, manifesta no universo uma certa vibração. Segundo sua vibração, ele reagirá benéfica ou maleficamente sobre seu criador e seu ambiente. Você já pensou na contribuição de seus pequenos atos à harmonia ou desarmonia de seu lar ou de seu trabalho? Uma simples mente humana é incapaz de imaginar os reflexos todos e as incontáveis consequências de seus pequenos atos, no espaço de uns meses, anos e vidas! ”

Meditemos no significado dessa afirmação! Cada espírito, numa vida apenas, acumula milhões de pequeninos atos. 

Cada um deles vai reclamar uma resposta universal.

Sua essência continua reagindo sobre seu criador, a partir do momento em que se tornou “carne” não apenas na presente existência, como na seguinte e ainda mais longe, até que se esgote pela correção do caráter. Em outras palavras, o que fazemos agora terá uma conexão substancial com o que desejamos realizar, com a capacidade de realização, milhares de anos a partir deste momento. Veja que este pensamento é muito sério!

Muitas pessoas podem acreditar e asseverar que as pequenas ações não sejam importantes. Acham que apenas os atos mais importantes joguem um papel de destino maduro, principalmente os que envolvem outras pessoas (e, espiritualmente, pouquíssimos atos não atingem nossos semelhantes).

No entanto, quando olhamos a vida de um ponto de vista global – tal como a visão de uma bacia fluvial vemos claramente que nenhuma ação é insignificante, por mais trivial ou ociosa que pareça. Uma corrente tem a fortaleza de seus elos.

Isto é certo para uma corrente de metal como para uma corrente de ações individuais ou coletivas. No fundo de um gênio, de um campeão olímpico, de um artista, encontramos milhares de pequenos esforços, persistentemente dirigidos a um objetivo. Igualmente num líder que facilmente vence os desafios. E da mesma forma num fracassado ou num ladrão.

Naturalmente acumulamos muitos pequeninos esforços bons e maus. Ninguém é inteiramente bom ou mau. Assim, o bem final que poderíamos obter dos bons esforços, ficam debilitados pelos pequeninos atos maus. Isso nos serve de advertência para vigiar as pequeninas coisas de nossa vida.

Acompanhando o fio de uma vida individual, vemos aqui e acolá surgirem os momentos críticos de desafio, que vão exigir o melhor da pessoa. Mas, se descuidamos da formação de nossa moral, se negligenciamos depositar no “Banco interno” os pequeninos esforços diários de autocontrole e amor desinteressado, então, ao chegarem os desafios, buscamos ansiosamente os recursos e não os encontrarmos. Aí vêm os infartos, as diabetes, os derrames, os desequilíbrios nervosos, tão comuns do mundo moderno. É uma vergonha para nossa cultura e avanço científico não compreendermos essas coisas elementares. E se compreendemos e as negligenciamos, então erramos duas vezes. Infelizmente, as pessoas estão muito ansiosas para usufruir as coisas materiais e não têm tempo. Querem resolver tudo no mais curto prazo de tempo possível, atacam os efeitos. Buscam livrar-se da advertência da dor e continuam agindo do mesmo modo que ocasionou o mal.

Um dia chega a crise, que é também um acúmulo de pequenos abusos. E quando essa crise não se desfecha nesta vida há de vir em outra, a menos que a pessoa tome outros rumos. Alguns raros indivíduos persistem tanto no mau caminho que seus pequeninos atos o acabam levando a constante “azar” como se costuma dizer. Mas a sorte e azar são consequências justas de nossos atos passados.

Um ponto importante é a intenção com que realizamos nossas atividades rotineiras. A dona de casa que faz alegre e amorosamente suas tarefas, que enche de harmonia seu lar beneficia os que nele estão e recolhe para si crescentes benefícios futuros.

Além disso, o trabalho se vai aperfeiçoando pela dedicação. Contrariamente, aquela que vive se queixando “de seus fardos e monotonia” realiza de má vontade as tarefas. Elas ficam malfeitas, a casa se enche de aborrecimento e desarmonia e essa atmosfera afetará desfavoravelmente a todos que nela residem ou entrem. Mais que isso, essa dona de casa estará acumulando maiores dificuldades futuras.

São Paulo apóstolo nos exorta “a fazer todas as coisas para a glória de Deus”. Se realizamos nossos afazeres com tal intenção, aí eles se tornam importantes, belos e agradáveis, por mais humildes e desagradáveis que pareçam.

Não é a importância ou humildade da ação que propriamente conta. Vale mais a intenção com que é feita e o sacrifício de si mesmo, tal como nos ilustra o “óbolo da Viúva”, nos evangelhos, mas se o ato é grande e amoroso, naturalmente é maior.

Em favor da rotina, podemos acrescentar: quando ela é feita com amor e atenção, vamos adquirindo perícia e, ao mesmo tempo, planejando melhores formas de execução.

Essa é a base do aprimoramento, que economiza trabalho, tempo e gasto além de enriquecer nossa capacidade epigenética. Precisamos de compreender que, do ponto de vista evolutivo, mais vale fazer bem as pequenas coisas rotineiras do que pular de uma a outra grande realização, sem dominar nenhuma. Que isto sirva de meditação para os que se acham aborrecidos com o seu ramerrão. Por mais brilhante que seja o indivíduo, a inconstância o retarda.

Ela equivale ao amontoar tijolos esparsos, aqui e acolá, em vez de alinhá-los sob determinado plano, para edificação de um templo. A rotina é também importante nos assuntos espirituais. A repetição de um ritual de efeitos ocultos definidos acaba construindo o templo etérico. É o que sucede na Fraternidade Rosacruz. Aprendemos que a nota-chave do Corpo Vital é a repetição. O Corpo Vital tem o poder de movimentar o inerte Corpo Denso, mas só o consegue por meio da repetição, da prática. Qualquer profissão ou habilidade pressupõe a repetição sistemática.

Devido a isso se costuma dizer que:” “todo desenvolvimento oculto começa pelo exercitamento do Corpo Vital”.

Mas devemos estar alertas e ativos para que, através desse meio, possamos promover o desenvolvimento intelectual e espiritual, em grande potencial, para a Idade de Aquário que se aproxima.

A própria rotina de nossa vida material foi prevista pela evolução para que, por meio da repetição possamos despertar plenamente nossos Corpos Vitais, precisamos de corrigir nosso atual conceito de “dever” como algo odioso. Se nos rebelamos contra o que chamamos de “monotonia”, acabamos retardando nossa evolução. O brasileiro e demais latinos devem compreender muito bem esse ponto. Que isso os estimule a lutar contra o desejo de mudanças e novidades e aproveitem as oportunidades para tornar a rotina numa alavanca de evolução. No começo não será fácil, mas depois acabarão fazendo com amor suas tarefas materiais e os deveres espirituais (preces, exercícios de concentração e meditação matinais e o de retrospecção noturna). A prática fiel desses exercícios constitui dificuldades para nossos estudantes, porque não aprenderam a gostar da rotina e nem a executar como recomendamos aqui. Entendamos bem seu alcance para que possamos amá-la. Disse Max Heindel a respeito dos exercícios: “persistência e mais persistência; ela é que nos traz resultados, quer no plano material, quer no plano espiritual”.

Nossas ações devem ser levadas a cabo com uma atitude de devoção, discernimento e determinação, para que se tornem realmente valiosas, para nós e para os demais, agora e num futuro distante. Quando desejamos servir a Deus em tudo que fazemos, aí infundimos humildade, reverência, previsão e criatividade nas tarefas. Procuraremos expressar a vontade de Deus e não a nossa.

Desse modo, nossos propósitos vão se aproximando e coincidindo com os de Deus. Ademais, quando compreendemos que o amar a Deus depende de amar e servir nossos semelhantes, passamos a cumprir as tarefas mais monótonas com espírito de amor, considerando mais o modo de realizá-la do que sua importância ou natureza intrínseca.

Tudo isto nos conduz ao discernimento. Se algo é digno de ser feito, vale a pena fazê-lo bem. O “prefácio” para qualquer ação deveria ser: É digna de ser feita? Qual o seu objetivo? A quem beneficiará? Ela é compatível ou contrária à Lei natural? Nossas motivações, ao executá-la, são egoístas ou altruístas? Se a nossa intuição e conhecimento oculto aprovam as respostas, é o sinal de que o trabalho merece realização.

Nosso tempo é limitado. Portanto escolhamos bem o que fazer e o melhor modo de fazê-lo. Algumas pessoas têm mais capacidade de previsão, mas ela pode ser desenvolvida pela prática. Se cada ação, por menor que seja, conta, seja bem pensada e altamente motivada.

Eis outro fator igualmente importante no reto agir: a determinação. Está intimamente ligada com o primeiro passo: a repetição racional. Uma vez que decidamos realizar algumas coisas, é mister evitar a indiferença e desânimo ante os fracassos ou desafios de sua execução, mormente na etapa inicial. Talvez seja necessário mudar alguma coisa ou simplesmente continuar fazendo e aprimorarmo-nos com isso. A obra é digna de ser feita. Devemos alcançá-la com êxito. Também é possível que nosso plano inicial, por honesto que seja, resulte deficiente no curso da ação.

Nesse caso, não nos resta outra alternativa senão a de pensar novamente no assunto, à luz da experiência; consultar alguém que saiba melhor que nós; e continuar tentando, sem nos arrefecermos ante os malogros.

Aprendemos mais com os fracassos do que com os êxitos.

Finalmente advertimos contra o terrível anestésico da vontade e da realização: a preguiça. A ociosidade e indiferença que nascem da indolência são mais danosas que o mau planejamento e egoísmo para a evolução física e espiritual. O propósito da vida sobre a Terra é a experiência e só podemos obter pela firme vontade de realizar, de fazer as coisas. Mais vale um grama de realidade do que um quilo de sonhos. “A fé sem obras, é morta”.

As faculdades e propensões que armazenamos, para uso futuro, nascem das reações e experiências suscitadas pelos atos. Se nos permitimos desperdiçar o tempo na preguiça, recolheremos poucas experiências. Em tal caso, é lógico esperar que o aguilhão de Saturno, através da necessidade, nos venha espicaçar. A inatividade temporária é muitas vezes prudente, para refazer a saúde e recomeçar com mais método; ou então deixar que as coisas se aclarem. Mas isso não deve ser confundido com a indolência que muitos, infelizmente, se permitem por ignorância dos assuntos espirituais.

A atividade é a essência da vida. A natureza não conserva nada inútil: ou se ativa, e vive e cresce; ou se atrofia e morre. Mas a atividade deve ser planejada, estudada segundo a reta conduta que temos o privilégio de conhecer, por meio da Fraternidade Rosacruz.

(Revista ‘Serviço Rosacruz’ – 12/73 – Fraternidade Rosacruz –SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Bondade tem que ser uma Força

A Bondade tem que ser uma Força

Durante a nossa jornada de purificação, quando nos esforçamos por mudar seriamente de vida e tornar-nos cada vez melhores, corremos o risco de acabar parecendo tolos, dando ensejo a que pessoas mal avisadas interpretem nossa bondade, baseadas em seus próprios padrões, como sinal de fraqueza. Daí podem surgir situações difíceis que vão exigir tremendos esforços de nossa parte para que sejam corrigidos todos os enganos, e as coisas repostas em seus lugares. Na verdade, leva um bom tempo até que nosso esforço para ser melhores apareça revestido de sua própria verdade sob sua real aparência. Antes disso, há um longo caminho de burilamento interno para que se chegue a adquirir o aspecto de tranquilidade, paz e desprendimento real, que não poderá mais ser confundido com a aparência de uma pessoa tola e desavisada. Para isso, nossa “bondade” deve adquirir força em si mesma, criada não só pelos nossos bons propósitos, mas principalmente pelas nossas boas realizações.

O exemplo máximo de força encontramos em Cristo Jesus, que era bom, justo, honesto, manifestando todas as qualidades superiores que eram raras na humanidade de seu tempo. Essas qualidades eram fortes e se sobrepunham às iniquidades e fraquezas dos que o cercavam, fazendo-o amado por uns e temido por outros. E foi por temor a força dessas qualidades que o crucificaram. Mas embora fosse Cristo um enviado do Pai para sacrificar-se por nós, redimindo nossos erros pelo seu sangue derramado na cruz, é seu exemplo que temos de seguir, para que seja possível despertar a força que existe em nós, e que é Deus em nosso próprio íntimo.

Porque, só quando pudermos nos apoiar nessa força é que alguma coisa começará a dar frutos, no longo caminho de preparação que vimos trilhando. Esses frutos, porém, muitas vezes poderão parecer fugazes, como se a força conquistada em bem nos esteja fugindo, fazendo com que nos sintamos subitamente sós e desamparados.

Mas, embora isso aconteça, não será prova de que Deus nos abandonou e retirou de nós a sua força.

Pelo contrário: vem provar que Ele está ainda mais próximo, a ponto de nos permitir experimentar nossa própria solidão e nos fazer compreender e sentir que Ele é também essa solidão, que Ele também está no nosso desamparo.

Uma coisa é certa: nunca estamos sós. Deus está sempre presente, e é a nossa constância no Bem, nossa permanência na Verdade, que nos levará a sentir cada vez mais real a Presença Divina. Mesmo que a impressão dessa Presença mude, que já não se manifeste como apoio, como graça, como auxílio, mas como percalço, como dura experiência, mesmo assim, ela, é Presença, está ali cada vez mais perto e mais sutil; não como uma força externa, mas como Poder dentro de nós mesmos, como aquisição conquistada pela nossa própria permanência na fé. E esta deve ser a nossa maior esperança quando tivermos que colocar à prova a nossa bondade, num mundo que nem sempre encontraremos preparado para recebê-la.

(Revista ‘Serviço Rosacruz’ – 12/73 – fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Porque o Método Rosacruz de Desenvolvimento é Ocidental

Porque o Método Rosacruz de Desenvolvimento é Ocidental

Dizer que a Fraternidade Rosacruz é uma escola preparatória aos mistérios do ocidente não contradiz o sentido de universalização para que tende o Cristianismo Esotérico. Tal como o Sol vem de leste para oeste, a luz da espiritualidade seguiu a mesma direção ao longo da evolução humana.

Confúcio na China; Buda na Índia, Pitágoras na Grécia, foram progressivos marcos da trajetória brilhante do Sol da espiritualidade, dirigindo a evolução religiosa cada vez mais para o oeste. Depois surgiu Cristo. Sua influência predomina, por enquanto, no ocidente até que por todo o mundo os demais Egos se universalizem e se libertem dos laços restritivos da raça e da tradição. No ocidente estão os seres mais evoluídos da Terra, em sentido geral, seres que em outras vidas já tiveram encarnações no oriente.

Agora renascem nessa parte do globo para receberem ensinamentos equivalentes ao seu estado evolutivo. Pode parecer, ao menos avisado, que o oriente, em questão espiritual esteja na vanguarda. Engano. Aqueles Egos se encontram na curva descendente da evolução, prestes a atingir o nadir da materialidade, pelo qual já passaram os ocidentais. Em futuro não muito distante viverão os mesmos problemas que nós, para adquirirem a experiência da vida material. Já se afastam, pouco a pouco, das vivências predominantemente subjetivas para mergulharem na conquista do mundo material, requisito indispensável à evolução, no presente estágio de desenvolvimento da humanidade. Entretanto, os ocidentais, subindo o arco ascendente da escala evolutiva, estão alcançando condições cada vez mais espiritualizadas, Corpos físicos mais refinados e Mentes mais dinâmicas.

Os métodos de realização oriental e ocidental são bem distintos, conquanto tenham em comum alguns princípios doutrinários como a Lei do Renascimento, a Lei de Causa e Efeito, etc. No método oriental, o neófito se subordina ao guru (Mestre) e condiciona seu desenvolvimento à completa aceitação do que lhe é ensinado. No método ocidental, fundamentalmente individualista, se busca, desde o princípio, libertar o neófito de todas as influências externas que lhe dificultam a livre manifestação do Ser.

O método ocidental respeita em cada aspirante o acervo individual de experiências passadas que lhe formaram a natureza, a índole, o temperamento, o caráter, enfim, sua particular e total estrutura Egóica, diferente da de qualquer orientador externo. O método ocidental lhe dá, ao mesmo tempo, meios de realização e deixa o desenvolvimento na dependência exclusiva de sua iniciativa, esforço e perseverança.

A questão Iniciática não é simples, como podem fazer crer os ignorantes e os charlatães. A Escola Rosacruz exorta seus membros a não pensar em voos de alma e a se dedicar de todo coração e vontade ao aprimoramento do caráter, mediante o serviço amoroso e altruísta aos demais, pelos meios de iluminação que põe dadivosamente à disposição de todos. Isso concorda com os Evangelhos: “procure primeiramente o Reino dos Céus e Sua justiça e o demais virá por acréscimo”.

É importante que saibamos distinguir, para nossa orientação e dos demais, o método ocidental de desenvolvimento. 

Como diz Max Heindel: “Buda pode ter sido a luz da Ásia, mas Cristo é a luz do mundo”. Assim como a luz do Sol

ofusca o brilho das mais radiantes estrelas, tempo chegará em que o verdadeiro cristianismo ofuscará todos os demais sistemas doutrinários para inteiro benefício da própria humanidade

(Revista ‘Serviço Rosacruz’ – 12/73 – fraternidade Rosacruz – SP)

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