Arquivo de categoria Filosofia

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Quem é Cristo, dentre as Ondas de Vida que conhecemos?

Quem é Cristo, dentre as Ondas de Vida que conhecemos?

A primeira coisa que devemos deixar bem esclarecida é a identidade do Cristo, conforme ensina a Escola de Mistérios Ocidentais. De acordo com o diagrama “Os sete dias da Criação”, do Conceito Rosacruz do Cosmos, o ser humano passou por um intervalo involutivo que abrange os Períodos de Saturno, Solar e Lunar, assim como uma metade do Período Terrestre. Nessa peregrinação pela matéria, o ser humano reuniu os veículos que agora possui.

Durante o Período de Saturno, quando éramos “semelhantes” ao mineral, alguns seres eram humanos como nós o somos atualmente, mas pertenciam a uma Onda de Vida de evolução diferente. Desde então eles têm evoluído para se converterem nos Senhores da Mente. O mais elevado Iniciado daquela evolução – da onda de Vida que então se encontrava no estado humano – é chamado, no Esoterismo, o PAI.

O mais elevado Iniciado do Período Solar, quando, então, eram humanos aqueles seres que agora são os Arcanjos, é chamado o Filho e também o CRISTO.

Os seres que são atualmente os Anjos foram humanos no Período Lunar, e o mais elevado Iniciado a quem chamamos Jeová, é também denominado o ESPÍRITO SANTO.

Temos aqui os estados dos três grandes Seres que, como cabeças da evolução, são os mais ativos. A humanidade no Período Solar não pode descer até a matéria física. Não pode descer aquém do Mundo do Desejo. Portanto, seu veículo inferior é o Corpo de Desejos, e como é uma lei cósmica ser impossível a um ser, criar um veículo que não tenha aprendido a construir durante a sua evolução, seria impossível para o Espírito de Cristo nascer em um Corpo Físico.

Também não podia formar um veículo como o Corpo Vital, constituído de Éter. Não possuía a capacidade para agir nesta última substância, porque nunca a adquiriu em Sua evolução.

Para facilitar os veículos necessários ao Cristo, Jesus, um homem pertencente à nossa evolução, um homem nascido de um pai e de uma mãe, ambos elevados Iniciados, que praticaram a Imaculada Conceição sem paixão, cedeu, no momento do BATISMO, os seus Corpos Vital e Denso ao Espírito Solar, Cristo, que então penetrou no mundo material e se converteu em mediador, possuindo assim todos os veículos necessários para atuar entre Deus e a humanidade. Jesus Cristo é, por conseguinte, absolutamente único, e a Bíblia nos diz que não há outro nome pelo qual possamos salvar-nos, senão pelo nome de Jesus Cristo, sendo este o único Credo Cristão autorizado.

(Revista Serviço Rosacruz – 04/80 – Fraternidade Rosacruz – SP)

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O Espírito do Capitalismo quando temperado com a visão interna espiritual

O Espírito do Capitalismo quando temperado com a visão interna espiritual

Desde os tempos primitivos que, de uma ou de outra forma, o capitalismo existe. Encontramos mercadores e negociantes em todas as partes do mundo, durante todos os estágios da história da humanidade. Através dos tempos tem até existido cidades e vilas que foram construídas em função do sistema capitalista. Porém, nunca o capitalismo desenvolveu-se tanto como atualmente no mundo ocidental.

O capitalismo de hoje em dia é único; não pode e não deve ser comparado com as anteriores formas de capitalismo.

O capitalismo, numa larga escala, emergiu da Idade Média para a história moderna, após sofrer uma transformação. O sistema capitalista, que era inicialmente um ideal, foi adulterado até ao seu presente estado por um mundo que renunciou a Deus e esqueceu a liberdade humana.
Desde os primórdios a religião desempenhou o principal papel na vida cotidiana do ser humano. Qualquer influência que o capitalismo possa ter tido no indivíduo, desde os primeiros tempos até fins da Idade Média, foi sempre subordinada a influência que nele tinha a religião. Por outro lado, o sistema capitalista de hoje não está subordinado a quaisquer ideais religiosos. Na realidade, o sistema capitalista atual não mantém mais os ideais nos quais foi moldado, no início do período da Reforma. O capitalismo moderno tem sido usado como um instrumento contra a iluminação espiritual do ser humano. O capitalismo, no começo da Reforma, era baseado nos ideais de honestidade, frugalidade, diligência, sobriedade e prudência (para citar alguns), mas no mundo atual estes ideais foram substituídos pela cupidez.

A cupidez, devemos salientar, não é apanágio do sistema capitalista. Exemplos de cobiça podem ser encontrados em todos os credos e em todas as nações; foram, na sua maior parte, exemplos individuais de avidez. Porém, em nenhum tempo, a cobiça foi tão predominante, tão disseminada, tão tolerada e adotada como hoje. “Enriquecei-vos” parece ser o grito de batalha do dia. Este cupidez tão predominante no sistema capitalista moderno existe, principalmente, em virtude das tão disseminadas ideias materialistas adotadas atualmente.

Tem havido muitos que reconheceram a avidez e o egoísmo prevalecentes no sistema capitalista atual e tentaram mudá-lo. Muitos, nessa tentativa, voltaram-se para o socialismo, comunismo ou até o fascismo e muitos que adotaram estes sistemas ficaram desapontados, pois, são também sustentados pelo materialismo e, assim, servem como bons exemplos de cobiça. Estes sistemas não estão isentos de cupidez e egoísmo, mas, o que é pior, negam os únicos ideais que podem salvar o ser humano: Deus e a liberdade individual.

O materialismo é o nosso inimigo verdadeiro, que tem estado escondido e trabalhando através do nosso sistema capitalista. O ser humano, através dos seus desejos egoístas, tomou-se um escravo do materialismo e só quando obtiver controle sobre seus desejos, pode libertar-se de sua dependência material. Só quando retornar para Deus, ele será libertado. Temos que devolver ao capitalismo os ideais que, em certa época manteve. Devemos retomar a uma vida orientada espiritualmente e a ela subordinar, novamente, os objetivos materiais.

Para compreendermos melhor como chegamos à nossa maneira de ser capitalista atual devemos olhar para trás, até a Idade Média.

IDADE MÉDIA
As sementes do moderno capitalismo foram, pela primeira vez, semeadas na Idade Média. Estas não eram as sementes do interesse, dos salários, trabalho, rendas ou capital; eram as sementes dos princípios econômicos que afinal desenvolveram-se até chegar à filosófica materialista de hoje.

Durante a Idade Média, as considerações espirituais tornaram-se subordinadas aos interesses econômicos. Este processo foi lento, demorando vários anos e não se completou sem lutas. Estas lutas envolviam interesses das pessoas de negócios, da Igreja e do Estado. Em muitos casos, a Igreja adaptou os seus ensinamentos às realidades econômicas da época e aquelas poucas figuras religiosas que se opuseram às, então, correntes, práticas feudais e mercantis, foram silenciadas peto tempo.

Porém, as suas críticas eram tão relevantes então, como são hoje. R. H. Tawney, no seu livro “Religion and the rise of capitalism” (A religião e a ascensão do capitalismo), salienta a ideia em que se insistiu na Idade Média de “que a sociedade é um organismo espiritual e não uma máquina econômica…”.

Tawney também salienta “que os interesses econômicos estão subordinados à verdadeira finalidade da vida, que é a salvação, e que a conduta econômica é um aspecto da conduta pessoal, na qual estão ligadas as regras da moral”.

A razão porque não se enraizaram estes ideais, deve ser atribuída a cegueira espiritual do ser humano. O capitalismo é um simples instrumento, não um fim em si mesmo. Numa sociedade materialista, o capitalismo é destruidor da capacidade de crescimento espiritual do ser humano. O capitalismo temperado com a visão interna espiritual permite ao indivíduo a liberdade de desenvolver até ao mais alto grau, as suas potencialidades divinas. A chave para o desenvolvimento espiritual é a liberdade e o altruísmo. A luta do ser humano contra as forças do materialismo falharão hoje, como falharam na Idade Média, a menos que o ser humano desenvolva a sua visão interna espiritual. Durante a Idade Média o ser humano foi confrontado com a “a corrupção notória das autoridades eclesiásticas, que pregavam a renúncia, e, por outro lado, davam lições de cupidez” – Tawney.

(Revista Serviço Rosacruz – 01/80 – Fraternidade Rosacruz – SP)

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Unicidade: vencendo todo o sentimento de oposição entre o mundo – ou “os outros” – e você próprio

Unicidade: vencendo todo o sentimento de oposição entre o mundo – ou “os outros” – e você próprio

O ser humano não seria um indivíduo se, em determinada altura de sua jornada evolucional, ele não sentisse ser ele próprio, um indivíduo separado dos outros indivíduos. Porém, ele não será um ser humano, no mais alto sentido da palavra, até que aprenda a transformar esta sensação de isolamento numa nova sensação de unicidade com o Universo como um Todo.

Ângelus Silésius, um místico cujos comentários sobre o nascimento de Cristo dentro de nós devem ser familiares a todos os estudantes dos escritos de Max Heindel e sendo um ser dotado de percepção sensorial, ensinou ao longo destas concepções que o ser humano é uma entidade no meio de outras entidades e seus órgãos sensoriais trazem-lhe informações de que existem, no tempo e no espaço, coisas que parecem estar fora dele. Todavia, quando o Espírito fala no ser humano não existem mais “dentro” ou “fora” e “antes” ou “depois”. Espaço, tempo e separatividade dissipam-se na contemplação do que Silésius chamava de “O Todo Espiritual”.

É neste ponto, disse Silésius, que “o mundo não te restringe; tu próprio és o mundo que te limita… tão fortemente em fronteiras de cativeiro. O ser humano não atinge a perfeita bem aventurança até que a Unidade tenha absorvido a diversidade ou o não eu”.

O pináculo do ser é atingido quando uma pessoa aprende a considerar-se mais do que o seu individual “Eu” e vence todo o sentimento de oposição entre o mundo – ou “os outros” – e ele próprio. Então uma vida superior começa para ele. Ele aniquilou tudo que dentro dele é arbitrário, individualista e que procura o interesse próprio. Ele sente, desde então, a irresistível obrigação de atuar duma forma que seja necessária para o todo. O seu senso de responsabilidade moral cresce muito além do que tinha sido no seu estado de separatividade. O ser humano integral, agora uno com Deus e o Cosmos, faz tudo para o bem do Todo, porque ele sabe que fazer de outro modo, seria retirar a sua contribuição do bem estar universal.

(Revista Serviço Rosacruz – 05/80 – Fraternidade Rosacruz – SP)

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Autoconhecimento: a única maneira de compreendemos o mundo que nos rodeia

Autoconhecimento: a única maneira de compreendemos o mundo que nos rodeia

 

O princípio do autoconhecimento anuncia a chegada do princípio do auto despertar. Místicos como Meister Eckart (N.R.: frade dominicano, reconhecido por sua obra como teólogo e filósofo e por seu misticismo. Ele é considerado como um dos grandes símbolos do espírito intelectual da idade média) e Angelus Silesius (N.R.: Pseudônimo de Johannes Scheffler (1624-1667), poeta, Místico cristão, filósofo, médico, poeta, jurista Germânico) e filósofos como Platão e Goethe examinaram com todo o cuidado o problema do autoconhecimento. De forma geral concluíram que um aumento de cuidados e autoconhecimento é paralelo com um aumento da compreensão da unicidade da vida e da unidade de tudo. Quanto mais claramente nos conhecemos a nos próprios, mais claramente compreendemos o mundo que nos rodeia e vice- versa.

 

O mundo exterior existe para nós, na medida em que se comunica com a nossa consciência ou, mais exatamente, na medida em que nossa consciência esteja preparada para compreendê-lo. Exatamente como o acesso a todos os livros do mundo, não será de nenhuma valia, se não soubermos lê-los, assim, também, não poderemos compreender a mensagem de algo externo a nós, a menos que tenhamos desenvolvido dentro de nós a habilidade para compreender a sua “linguagem”.

 

Uma vez que tenhamos aprendido a “linguagem” de qualquer coisa ou faceta externa que desejamos compreender, estaremos aptos a recebê-la e absorvê-la dentro de nós. Então, se realmente estamos “vigilantes e sensíveis”, ela pode tornar-se, literalmente, uma parte de nós. O conhecimento, então, não provém tanto das coisas observadas, como do observador. As cores existem em tudo que vemos, mas não podem transmitir ao olho nada que nele não exista. Ao contrário, o olho é que deve reconhecer qual a cor observada.

 

(Revista Serviço Rosacruz 05/80 – Fraternidade Rosacruz – SP)

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Compreensão Interior: não se feche à verdadeira natureza das coisas

Compreensão Interior: não se feche à verdadeira natureza das coisas

As coisas externas “falam-nos”, por assim dizer, somente quando sua “fala” possa ser compreendida por nossas naturezas internas. Se o ser humano quiser obter conhecimento não pode conservar-se passivo no seu meio-ambiente. Ele deve, ativamente, produzir reações naquele meio-ambiente, proveniente de dentro de si próprio. Portanto, não existe tal coisa como revelação externa, mas, somente, um despertar interior.

Cada pessoa tem o que pode ser chamado de sua própria verdade, porque cada pessoa é um indivíduo, um ser separado. Do ponto de vista particular com o qual, do seu lugar na escada da evolução, ele está sintonizado, e de acordo com o contexto no qual os seus poderes de percepção operam, ele estabelece um relacionamento com aquilo que parece ser externo a ele e assim, adquire a sua própria “verdade”, para si próprio. A exatidão desta “verdade” depende do grau de seu autoconhecimento. Como Goethe disse: “Se eu conheço a minha relação comigo mesmo e com o mundo exterior, eu a chamo verdade. E assim cada um pode ter sua própria verdade e, apesar de tudo ela é sempre uma e a mesma”.

Já foi dito que há dois tipos de conhecimento: um que compõe o nosso relacionamento com os objetos externos e o outro é aquele que é ele próprio, o objeto do qual obtemos conhecimento: as coisas como as vemos e as coisas como, na verdade, são. A primeira espécie é dominante na ciência material que tenta explicar as coisas e os acontecimentos do mundo exterior. A segunda espécie está em nós quando vivemos dentro do conhecimento que obtivemos. A segunda espécie de conhecimento, então, origina-se da primeira.

É, talvez, simplesmente natural que dois tipos de conhecimento devam existir desta maneira. A percepção sensorial do ser humano diz-lhe que é um indivíduo entre outros indivíduos e separado das outras coisas. Porém, quando ele aprende a compreender que é um Deus em formação, feito a imagem de nosso Deus solar – quando, em outras palavras, ele se abre ao conhecimento superior, compreendendo a sua natureza divina – o conhecimento que ele tem das coisas começa a transformar-se numa compreensão da verdadeira existência e significado das coisas. Esta transformação, todavia, só pode ser realizada pelo esforço próprio. O ser humano só começa a ser verdadeiramente ele próprio, quando obtém este elevado conhecimento.

Muitas pessoas parecem vacilar para frente e para trás, entre os dois tipos de conhecimento – olhando e verdadeiramente sabendo. Quando alguém se recusa a olhar, fecha-se às coisas cuja natureza ele deve aprender a conhecer. Quando se recusa a trabalhar para a obtenção da sabedoria, ele fecha-se à verdadeira natureza das coisas.

(Revista Serviço Rosacruz – 05/80 – Fraternidade Rosacruz – SP)

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Pergunta: A Alma de uma mulher é masculina e a Alma de um homem feminina?

Pergunta: A Alma de uma mulher é masculina e a Alma de um homem feminina?

Resposta: Falando em termos gerais, podemos responder afirmativamente. O Corpo Vital, que é eventualmente transformado, transmutado e espiritualizado em alma, é do sexo oposto.

É formado, órgão por órgão, exatamente como o Corpo Denso, mas com essa única exceção, e isto esclarecem muitos fatos que seriam, de outras maneiras, inexplicáveis. As faculdades inerentes do Corpo Vital são o crescimento, a propagação, a assimilação e a memória. A mulher, por ter um Corpo Vital positivo, amadurece mais cedo que o homem, e as partes que permaneceram semelhantes às plantas, como o cabelo, crescem mais e são mais viçosas e, naturalmente, um Corpo Vital positivo gerará mais sangue do que o Corpo Vital negativo possuído pelo homem. Por isso, temos na mulher uma pressão sanguínea maior, que é necessariamente aliviada pelo fluxo periódico que cessa na menopausa, provocando nela um segundo crescimento, ao qual já aludimos quando a qualificamos de “madura”.

Os impulsos do Corpo de Desejos projetam o sangue através do sistema numa velocidade oscilante, de acordo com a intensidade das emoções. A mulher, tendo sangue em excesso, trabalha sob uma pressão bem mais elevada do que o homem e, embora esta pressão seja aliviada pelo fluxo periódico, muitas vezes é necessário recorrer a um meio que permita maior vazão: suas lágrimas, que são um sangramento branco, uma válvula de segurança que remove o excesso do fluido. Os homens, embora experimentem emoções tão intensas quanto às das mulheres, não são propensos a chorar porque não têm sangue além do necessário.

Sendo positivamente polarizada na Região Etérica do Mundo Físico, a esfera da mulher situa-se mais no lar e na igreja, onde ela sempre foi circundada por amor e paz, enquanto o homem trava, sem tréguas, a batalha do forte para a sobrevivência do mais apto no denso Mundo Físico, onde ele é positivo.

(Livro: Perguntas e Respostas – Vol. I – pergunta 08 – Max Heindel)

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Autopercepção e os Princípios Herméticos

No Templo de Apollo em Delfos estão gravadas as seguintes palavras: “Conhece-te a ti mesmo e conhecerás o Universo e os Deuses”.

“Homem, conhece-te a ti mesmo” é um conselho transmitido através das idades para todos os que procuram, seriamente, a iluminação espiritual.

As verdades mais elevadas da iluminação espiritual só serão nossa posse quando nos conhecermos a nos próprios, muito mais profundamente do que possamos imaginar agora. Tal como lemos no Conceito: “Quando o ser humano na sua involução progrediu até ao ponto de precisar dum parceiro para propósitos de geração, ele perdeu o conhecimento de si próprio; por conseguinte a sua consciência tornou-se cada vez mais voltada para as coisas exteriores e ele perdeu sua percepção interna. Isto não poderá ser completamente recuperado até que ele tenha passado ao estágio onde não haverá mais necessidade de um parceiro para propósito de geração e tenha atingido um grau de desenvolvimento em que possa, novamente, utilizar toda a sua força criadora à vontade. Então, ele novamente conhecer-se-á a si próprio como quando estava no estágio idêntico ao reino vegetal que conhecemos, mas com a importante diferença de que usará sua faculdade criadora conscientemente e não será restringido a usá-la para fins de procriação, mas poderá criar tudo que quiser”.

Conhece-te a ti mesmo, então, significa muito mais do que meramente conhecermo-nos em termos de Mundo Físico. Na verdade, até mesmo esta forma de autoconhecimento não é fácil de obter. Quando iniciamos a prática do exercício de Retrospecção e, frequentemente, mesmo depois de estar executando-o por algum tempo, é dolorosamente óbvio quão pouco realmente nos conhecemos, mesmo em termos puramente materiais.

O autoconhecimento completo significa algo mais do que conhecer como vivemos nossa vida terrena e do que mostrar-nos nossas reações no contato com as outras pessoas e no cumprimento de nossos deveres. Significa, também, compreender nossas naturezas espirituais, nossas origens, nosso destino e as potencialidades divinas que a maioria da humanidade nem sonha que estejam latentes dentro de nós.

A familiaridade com os sete princípios herméticos que constituem a base dos ensinamentos da ciência oculta, desde o antigo Egito até aos nossos dias, é uma ajuda inestimável na obtenção do autoconhecimento.

O primeiro princípio hermético define a natureza própria do Universo, assim como de todas as coisas nele contidas; é o princípio do mentalismo: “O Todo (o Absoluto) é Espírito; o Universo é mental”. O Todo pode ser considerado como uma Mente vivente, infinita e universal, e nós, assim como os outros fenômenos do Universo, somos criações mentais do Todo. Assim é verdadeiro que no Todo “nós vivemos e nos movemos e temos o nosso ser”.

O segundo princípio é o da correspondência: “Assim como é em cima é em baixo; assim como é em baixo é em cima”. Sabendo isto, o ser humano pode raciocinar inteligentemente do conhecido para o desconhecido, incluindo, particularmente, as profundidades desconhecidas de si próprio.

O terceiro princípio há o princípio de vibração: “Nada repousa; tudo se move; tudo vibra”. Este princípio pode ser aplicado na obtenção do domínio dos fenômenos naturais de várias maneiras, nas palavras de um antigo escritor: “Aquele que entende o princípio da vibração, empunhou o cetro do poder”.

O quarto princípio, da polaridade, mantém que “Tudo é dual; tudo tem polos; em tudo existe o par de opostos que são idênticos em sua natureza, mas diferentes em grau; nos extremos encontram-se, portanto, todos os paradoxos podem ser reconciliados”. Neste princípio é baseada a faculdade da transmutação; e, o que é mais importante, a transmutação do mal em bem. A compreensão deste princípio tornará, também, a pessoa apta a mudar sua própria polaridade, se para isso quiser devotar tempo e esforço.

O quinto princípio, do ritmo, enuncia que “Tudo flui para fora e para dentro; o movimento pendular manifesta-se em todas as coisas; a medida da oscilação para a direita e a medida da oscilação para a esquerda”.

Todas as pessoas que se elevam a qualquer grau de domínio de si mesmo estão, pelo menos intuitivamente, a par deste princípio. Usando sua força de vontade para, em todas as coisas, ficarem em equilíbrio são capazes de neutralizar os efeitos do princípio do ritmo dentro deles próprios e, desse modo, desenvolver um grau de equilíbrio, essencial para o autocontrole.

O sexto princípio, o de Causa e Efeito, é um com o qual se tornam familiares todos os que fazem o retrospecto de suas atividades diárias.

“Toda a causa tem o seu efeito; todo o efeito tem a sua causa; há muitos planos de causação; nada escapa à Lei”.

A maioria das pessoas são arrastadas de dia para dia, obedecendo aos caprichos das circunstâncias, meio ambiente, desejos, lassidão ou as vontades mais fortes dos outros. Porém, à medida que nós vamos nos conhecendo melhor aprendemos até que grau nos deixamos manobrar por fatores externos. Então, podemos tomar providências para usar os princípios de Causa e Efeito, em nosso benefício, em vez de sermos simples joguetes ou peões no xadrez dos afazeres mundanos.

Finalmente o princípio do gênero enuncia que “Tudo tem seu princípio masculino e princípio feminino; o gênero manifesta-se em todos os níveis de desenvolvimento”. Nenhuma criação física, mental ou espiritual é possível sem este princípio. O princípio feminino encarrega-se do trabalho de gerar novos pensamentos, imaginação e conceitos. O principio masculino faz o trabalho da vontade, que ativa os pensamentos e imaginação. Idealmente, os princípios masculino e feminino agem de forma coordenada e harmoniosa um com o outro. Em muitas pessoas, todavia, a força de vontade é muito débil – ou, pelo contrário, age irrefletidamente, sem a preparação de pensamento apropriado – e a completa cooperação e coordenação entre os dois elementos é ainda uma coisa do futuro. Novamente, devemos recordar-nos que o autoconhecimento total e completo poderá ser atingido somente quando o Ego se desenvolver ao ponto de não mais precisar de parceiro para a geração e possa utilizar a totalidade de suas forças criadoras harmoniosamente coordenadas, segundo sua vontade.

(Revista Serviço Rosacruz – 05/80 – Fraternidade Rosacruz – SP)

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A Visão Etérica e o Desenvolvimento Futuro

A Visão Etérica e o Desenvolvimento Futuro

 

Presentemente, a humanidade está se tornando mais e mais sensível aos estados mais elevados da matéria. O ser humano desenvolve faculdades espirituais capazes de abrir-lhe horizontes inteiramente novos. Ao mesmo tempo a atmosfera do Planeta está se tornando mais rarefeita. O oxigênio consome-se dia a dia e o Éter planetário torna–se mais denso.

Todas essas condições capacitarão o ser humano a estabelecer contatos com a Região Etérica com maior facilidade.

É de se esperar que, aquilo que primeiro for visto pelas pessoas no plano etérico será alterado, isto para dizer o mínimo. Interpretações destituídas de certa margem de segurança serão, incompreensivelmente, dadas a tais fenômenos. A esse respeito Max Heindel nos diz: “é bom entender que através da aspiração e meditação, aqueles que ansiosamente aguardam por aquele dia estão agarrando o tempo pelos cabelos, podendo facilmente passar à frente daqueles que não têm consciência do que está ocorrendo”.

Estes últimos, por outro lado, poderão retardar o desenvolvimento da própria visão, por acreditarem estar sofrendo de alucinações, quando começarem a obter os primeiros vislumbres das entidades etéricas, temendo serem julgados insanos se relatarem a outrem aquilo que veem.

” . . . Mais importante que tudo, devemos apressar o dia, em nosso caso, adquirindo conhecimento de coisas que devemos esperar ver, porque então saberemos pelo que procurar, e não seremos amedrontados, aturdidos e nem incrédulos, quando principiarmos a ter vislumbres destas coisas” (Livro: Mistérios Rosacruzes – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz).

Para contrabalançar a paralização espiritual causada pela crença na interpretação materialista dos fenômenos etéricos, cabe aos estudantes da Filosofia Rosacruz promover, onde for possível, por suas palavras e vivência, o conceito de um universo moral, guiado pelo Espírito e, fundamentalmente, produto do bem.

(Traduzido de Rays From The Rose Cross, de abril de 1978 e publicado na Revista Serviço Rosacruz – 02/80 – Fraternidade Rosacruz – SP)

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Pergunta: Há alguma base nos ensinamentos dados por algumas escolas de ocultismo sobre as almas perdidas e atrasadas?

Pergunta: Há alguma base nos ensinamentos dados por algumas escolas de ocultismo sobre as almas perdidas e atrasadas? Li num livro uma descrição bem clara de um lugar chamado Avitchi, onde as almas residem quando se encontram nos últimos estágios de desintegração. Segundo a escola em questão, parece que algumas almas são submetidas a uma regressão progressiva, tornando-se mais inferiores a cada encarnação sucessiva, até que finalmente se extinguem como almas individuais, sendo absorvidas pela Alma Cósmica. Mas, pelo que depreendo dos Ensinamentos Rosacruzes, todas as almas, sem exceção, encontram-se na espiral ascendente e, embora possa haver uma regressão entre duas vidas sucessivas no mundo físico, ainda assim o resultado final é o progresso, não a regressão. Não acredito que em qualquer parte dos verdadeiros Ensinamentos Rosacruzes se declare que algumas almas se deterioram até a aniquilação. As observações acima se aplicam também aos atrasados. Expliquem qual o ensinamento correto a respeito do assunto.


Resposta: Os Rosacruzes ensinam que a vida é uma grande escola frequentada por alunos que se encontram nos mais diferentes estágios evolutivos. Na classe mais avançada há alguns que já aprenderam quase todas as lições que podem ser ensinadas, em nossas atuais condições e meio ambiente, e estão prestes a se graduarem passando para outras condições que lhes proporcionarão maiores oportunidades de progresso. Nas classes inferiores encontram-se, também, Espíritos atrasados que foram, por assim dizer, preguiçosos e negligenciaram as oportunidades para adiantamento. Entre as classes inferiores e superiores há um grande número de gradações e, em diferentes pontos de sua corrida evolucionária, toda a humanidade passa por determinados testes, da mesma forma que alunos de uma escola passam por exames em certas épocas do ano, a fim de determinar se estão prontos a passar ao grau superior seguinte.

Os que passam nesse exame são promovidos, enquanto que os que falham devem repetir mais um ano escolar para que possam aprender as lições necessárias que irão servir de base para um avanço futuro.

Aqueles que passarem nos exames estão salvos, e os reprovados estão perdidos para a classe como um todo. Todavia, isto é apenas temporário, e aqueles que ficaram para trás podem recuperar-se novamente e, no exame seguinte, alcançar os que foram promovidos no ano anterior. Assim, esses errantes anteriores serão salvos e outros perdidos.

O mesmo acontece na escola da vida. Aqueles que são reprovados nos exames numa certa época ficam temporariamente “perdidos”, mas podem alcançar os outros e até ultrapassá-los. Este é o verdadeiro ensinamento a respeito das chamadas almas perdidas e isto é confirmada pela Bíblia. A palavra grega aionian é traduzida por eterno, mas não tem o significado de duração infinita. O dicionário de Diddell & Scott dá como significado: “uma idade, um período indefinido, um período de vida”, etc… Aqueles que triunfam e são salvos, como diz o ditado, tem um passaporte para uma nova era de desenvolvimento, e recebem, portanto, uma era de felicidade duradoura. Aqueles que falharam receberão um período de punição e a condição de se verem num grau inferior na escola da vida. Falando em termos gerais, a doutrina de que uma alma ou Ego pode perder-se, no sentido de ser aniquilado, é completamente sem fundamento, pois dizemos: “Em Deus vivemos, nos movemos e temos o nosso ser”, sendo que se um único Espírito se perdesse, uma parte de Deus estaria perdida. Isso, naturalmente, e inconcebível.

Diz-se que não há regra sem exceção, e há uma condição que quase serve de fundamento ao ensinamento relacionado ao Avitchi, promulgado pelas escolas orientais. De acordo com a sua filosofia, há dois estados (não lugares, mas estados) de conscientização: Avitchi e Nirvana. Eles dizem que quando o Espírito, através de repetidas encarnações e vidas vividas de maneira nobre, alcançou um estado de espiritualidade sublime, ele é absorvido pela Alma Cósmica como a gota do orvalho e tragada pelo mar. Sua consciência individual mais os frutos de todas as suas vidas são absorvidos pelo Espirito Universal, sendo este, de acordo com o ensinamento oriental, um estado de maior beatitude. De maneira contrária, aqueles que por muitas vidas exerceram continuamente o mal, ultrapassando até certo limite, começam a afundar-se cada vez mais na escala evolutiva e, como a sua consciência está tão saturada do mal, não há mais espaço para o bem, e a consciência individual é gradualmente retirada no esforço de erradicar o mal. No final, o Espírito vê-se desnudado e inconsciente. Então, ele é absorvido pela Alma Cósmica, levando consigo a mais intensa dor e decepção. Mas, esse ensinamento a respeito do bem e do mal é, como já foi dito, contrário aos Ensinamentos de Mistérios do Ocidente, e poderá ser aplicado unicamente no caso de alguém que pratique a magia negra e que seja excessivamente mau. Em todo caso o Espírito nunca se perde, mas apenas os frutos da sua peregrinação. Como temos uma eternidade para nossa evolução, podemos estar certos que mesmo um Espírito como este terá oportunidade no futuro de entrar na peregrinação da evolução, o que o tomará uma inteligência criadora autoconsciente.

(Livro: Perguntas e Respostas – Vol. II – pergunta 151 – Max Heindel)

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Preparando-se para a Era de Aquário: como está a sua preparação?

Preparando-se para a Era de Aquário: como está a sua preparação?

Nós, Estudantes Rosacruzes, a despeito dos quadros não muito animadores que o mundo nos oferece, mantemos inabalável a fé no futuro da humanidade.

Quando instituições, dogmas e estruturas das mais diversas parecem encontrar-se a beira de um colapso, prestes a fundirem-se num caos total, nossa maneira de encarar as coisas, por mais paradoxal que possa parecer, é otimista.

Nossa visão dos fatos não é apocalíptica no sentido exotérico do termo. Cremos estar próximos ao fim, não do mundo, mas de uma Era, de um estado de coisas.

Toda essa confusão prenuncia o desabamento de estruturas obsoletas, de sectarismos, de preconceitos. Esse sofrimento vivido na época atual compelirá o ser humano a desapegar-se, de uma vez por todas, de um estilo de vida já inadequado as suas necessidades evolutivas.

“Eis que as coisas se farão novas”. Você percebeu que nos encontramos em fase de transição? Você está consciente do significado dessas transformações?

Em 1918 Max Heindel escreveu: “O trabalho de preparação para a Era de Aquário já se iniciou. Como se trata de um Signo de Ar, científico, intelectual, depreende-se que a nova Religião deverá alicerçar-se em bases racionais, sendo capaz de resolver o enigma da vida e da morte de tal forma a satisfazer tanto a Mente como o Coração”.

Abriu-se, então, o caminho para o alvorecer da Era de Aquário. Sobre os escombros da Era atual florescerão um ideário mais avançado, estruturas mais dinâmicas, e, consequentemente, uma nova humanidade.

Lembramos, também, que dia a dia surgem condições favoráveis ao desenvolvimento das faculdades latentes do espírito. O gradativo crescimento de quantidade de Éter no Planeta está afetando as pessoas mais sensíveis. Não constitui exagero afirmar que a própria ciência já se encontra no umbral da Região Etérica.

Desde longínquas eras viemos desenvolvendo os cinco sentidos, através dos quais nos foi possível contatar e conhecer a Região Química do Mundo Físico. Da mesma forma, futuramente, a humanidade desenvolverá outro sentido, que deverá capacitá-la a perceber a Região Etérica, seus habitantes, inclusive aqueles entes queridos já desencarnados e que permanecem no Éter e no Mundo do Desejo, durante os estágios iniciais nos planos internos. As pessoas mais evoluídas já estão, mesmo que tênue e esporadicamente, ensinando seus primeiros passos no Éter.

O dilúvio, responsável pela submersão da Atlântida, tornou mais seca a atmosfera, fazendo baixar sua umidade para o mar. Quando o Sol, por Precessão dos Equinócios, entrar em Aquário, a eliminação da umidade será bem maior. As vibrações mais facilmente transmissíveis através do Éter serão mais intensas, gerando condições para a sensibilização do nervo ótico, requisito necessário para a abertura de nossa visão à Região Etérica.
Mesmo não tendo concluído suas pesquisas sobre os Éteres, Max Heindel legou-nos conhecimentos notáveis a respeito desse elemento. Em verdade, estamos próximos a grandes transformações, principalmente no campo das ideias. Cabe-nos, portanto, mantermo-nos atentos às mudanças que se operarão, preparando-nos para interpretá-las e, posteriormente a elas, nos integrarmos.

Os Irmãos Maiores da Rosacruz não limitam suas atividades aos Estudantes e Probacionistas, nem a nenhum outro grupo específico. Trabalham também através dos cientistas, embora estes nem sempre estejam conscientes disso. Seu propósito é estabelecer a Fraternidade Universal. Sendo assim, seu campo de ação é de uma amplitude inimaginável.

Max Heindel afirmou certa vez, num círculo mais íntimo, que na aurora da Era de Aquário – dentro de uns seiscentos anos, ou talvez até antes – aparecerá um novo instrutor. Será o reaparecimento do grande Ego outrora conhecido na Europa como Christian Rosenkreuz e como Conde Saint Germain.

Além desse grande instrutor será enviado um mensageiro, como ocorre a cada cem anos, pelo ”Governo Invisível do Mundo”, conhecido no ocultismo como “A Grande Loja Branca”.

Segundo Augusta Foss Heindel, “a nova Era mostrará a verdade indiscutível do espaço interestelar, novas aventuras cósmicas para o Espírito Humano e uma Filosofia Cósmica mais perfeita”.

Você está cultivando uma sincera e verdadeira afinidade com o ideal aquariano?

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – fevereiro/1980 – Fraternidade Rosacruz – SP)

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