Arquivo de categoria Filosofia

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Trabalhando em Harmonia com a Lei

Trabalhando em Harmonia com a Lei

O maravilhoso Poder de Deus, quando uma condição específica se põe a Seu cuidado, já foi comprovado inúmeras vezes. Muitas pessoas creem inabalavelmente nessa verdade porque a testemunharam. Também, se desejamos ser curados de alguma enfermidade, requer-se nossa colaboração para tornarmo-nos merecedores dessa graça.

A fé é indispensável. É o primeiro requisito. Ela deve significar, no edifício da vida, um alicerce seguro, mais sólido do que qualquer granito. A fé consiste na resignação à dor, no sol interno capaz de iluminar a noite escura e profunda das incertezas e da dúvida. Significa estar mais próximo da Divindade do que de nós mesmos, porquanto compreende confiança, humildade e o doce anseio de ser atendido e amparado.

Assim mesmo, é igualmente importante nossa boa vontade para corrigir hábitos arraigados em nosso ser, hábitos esses sempre prontos a retardar a ajuda. Quando alguém procede mal, quando sua vida fracassa, é porque não tem forças para fazer frente a seus problemas. É uma atitude de grande valor moral fazer valer as boas inclinações, ajudando a alguma pessoa necessitada, perdoar uma ofensa, mas sem esperar benefícios em troca. Dessa forma, trabalhando em harmonia com o Universo, aprenderemos também a nos renovar moral e espiritualmente.

Ganhamos energias pondo-nos em sintonia com as forças espirituais.

É de supor-se que quem busca a cura de suas enfermidades está disposto a fazer o possível para colaborar no amoroso trabalho do nosso Pai Celestial. Portanto, se nos negarmos reiteradamente a fazê-lo estaremos sempre perseguindo objetivos contrários aos do Universo, inclusive opostos aos do nosso ser mais íntimo. Todos possuímos não só a capacidade de nos comportar eticamente bem, como a íntima necessidade de fazê-lo. E quem ceda com razoável frequência às suas tendências ao bem, não necessitará, certamente, buscar a autor renovação: esta chegará automaticamente a ele.

Todos nós já tivemos, alguma vez, provas do amor protetor de Deus. Deixemos, pois, que essa Presença interna seja o guia das nossas decisões e atos para, assim, trabalharmos em harmonia com a Grande Lei. Dessa forma atrairemos as pessoas e situações capazes de contribuir para o nosso crescimento espiritual, além do que nosso estado de saúde será um reflexo dessa harmonia.

E agora, em relação ao acima exposto, vem-nos à Mente o pernicioso hábito de fumar. Sabemos que ao eliminá-lo beneficiaremos nosso Corpo Denso. Além disso, a força de vontade posta em ação para dominar o hábito contribuirá decisivamente para o nosso desenvolvimento espiritual.

Por outro lado, se o paciente não coopera nesse aspecto, os Auxiliares Invisíveis ver-se-ão frustrados em seu trabalho, pois as toxinas do tabaco inaladas diariamente anulam o que eles realizam durante a noite. Por essa razão devemos envidar os maiores esforços por manter-nos firmes e constantes em nossa determinação de continuar lutando até vencer a difícil batalha da vida.

(Revista ‘Serviço Rosacruz’ – 02/85 – Fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Energia e Evolução

O Poder Divino é a única Força essencial no Universo, embora se manifeste de diversas maneiras. É o Verbo que percorre o espaço como vibração sonora, dando formas definidas aos bilhões de átomos. Deus é, portanto, o único poder. Nele vivemos, nos movemos e temos o nosso ser. Sua Força nos permeia e um dia nós a manifestaremos como Ele agora o faz.

Todo ocultista percebe a existência de dois elementos, aparentemente opostos, mas complementares: energia e matéria. Grosso modo podemos afirmar que a matéria é o Espírito cristalizado, e a energia é esse mesmo Espírito ainda não cristalizado. Essa afirmação leva-nos a concluir que energia e matéria são Espírito.

Durante o processo de manifestação a cristalização da energia e a descristalização da matéria são contínuas. A energia modela e vitaliza a matéria. É o agente invisível dando vida à matéria a qual é o elemento visível da ação dessa força.

Todo ato criador e a manutenção das formas dependem da Vontade e Imaginação. O Espírito humano expressa predominantemente uma dessas polaridades na forma de sexo diferenciado. Eis porque a propagação da espécie exige a união dos dois polos: masculino e feminino.

O Sol irradia as forças física e espiritual. A Lua apenas as reflete. A cadência ritmada das forças espirituais e físicas constitui a origem das atividades físicas, morais e mentais do globo terrestre. Em dezembro (para o hemisfério norte) a energia espiritual atinge seu ponto máximo de irradiação. É inverno e toda atividade física parece adormecida. Nos meses de verão, acontece justamente o oposto: as forças espirituais encontram-se inativas, enquanto as físicas, através do princípio fecundador da Natureza, atingem seu vigor máximo.

A energia espiritual emanada de Deus é absorvida de diferentes maneiras. O ser humano, por exemplo, recebe as energias espirituais pela cabeça. Os Espíritos-Grupo da Onda de Vida Animal difundem sua influência através da coluna vertebral dos animais que estão sob sua responsabilidade. No caso dos vegetais, os Espíritos-Grupo (desse reino) projetam suas correntes a partir do centro da terra em direção à periferia, onde são absorvidas pelas raízes.

As forças astrais também desempenham um papel importante na evolução humana. Cada um dos Espíritos planetários exerce uma influência específica, dando margem a experiências vitais para a evolução do ser humano.

(Revista ‘Serviço Rosacruz’ – 02/85 – Fraternidade Rosacruz – SP)

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Semeando e Colhendo

Semeando e Colhendo

Os ponteiros do relógio assinalam a hora dos acontecimentos diários, mas permaneceriam imóveis se não fossem movidos pela força de um mecanismo oculto. Sua paralização nos causaria a perda de oportunidades na vida. À semelhança dos ponteiros do relógio, os Astros visíveis marcam os acontecimentos de nossa vida. A diferença é que os Grandes Espíritos cujos corpos são os planetas jamais se detém. O Grande Relógio do Destino não nos deixa perder oportunidades, se bem possamos invalidá-las sob determinadas circunstâncias.

Conta-se que Thomaz Edson, em determinada fase de sua vida, trabalhava como telegrafista noturno de uma estação ferroviária. E, para poder dormir nos intervalos possíveis, sem faltar a seu importante dever, imaginou um recurso: colocava um recipiente na beira de uma mesa e da torneira fazia verter água, em volume calculado, para enchê-lo em determinado tempo. Deitava-se em baixo do recipiente e quando este se enchia, transbordava e a água caía-lhe no rosto, acordando-o em tempo de atender ao primeiro trem. Semelhantemente, estamos girando numa corrente contínua de ações, para o bem ou para o mal, rumo ao depósito do tempo. O que dele transborda volta sobre nós, impelindo-nos a novas ações. Não importa que adormeçamos, como Edison, pois o sono da morte não pode invalidar as ações do espírito imortal. Uma reencarnação ocorrerá exatamente quando o depósito do tempo estiver cheio, para que o espírito recolha o que semeou e aprenda suas lições de vida. Somos impulsionados a renascer no instante em que os raios estelares prevalecentes correspondem às inclinações de caráter formadas por nós mesmos.

Edson ficaria aborrecido se alguém o despertasse atirando-lhe água na cabeça. No entanto, ficava satisfeito com o que lhe acontecia porque ele mesmo o preparara sabendo da necessidade de acordar na hora certa. Igualmente, ficaremos satisfeitos se estivermos conscientes de que as lições atuais são consequências de vidas passadas, são meios de superarmos nossas deficiências físicas, morais e intelectuais.

(Revista ‘Serviço Rosacruz’ – 02/85 – Fraternidade Rosacruz – SP)

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Pergunta: Se “Deus fez o homem um pouco inferior aos Anjos”, como é possível que ele se torne, no final, superior a eles no Mundo Espiritual?

Pergunta: Se “Deus fez o homem um pouco inferior aos Anjos”, como é possível que ele se torne, no final, superior a eles no Mundo Espiritual?

Resposta: Essa pergunta revela um equívoco. Isso nunca foi declarado nos Ensinamentos Rosacruzes, mas foi dito algo que pode ter gerado uma interpretação errada. A evolução move-se numa espiral e nunca se repete na mesma condição. Os Anjos representam uma corrente evolutiva mais antiga; eram humanos num período anterior da Terra, chamado de Período Lunar entre os Rosacruzes. Os Arcanjos eram a humanidade do Período Solar, e os Senhores da Mente, chamados por Paulo os “Poderes das Trevas”, eram a humanidade do sombrio Período de Saturno. Nós somos a humanidade do quarto período do presente esquema de manifestação, o Período Terrestre. Como todos os seres do universo estão evoluindo, a humanidade dos períodos anteriores também evoluiu, de forma que hoje encontram-se num estágio mais elevado daquele em que estavam quando eram humanos – eles são sobre-humanos. Portanto, é verídico que Deus fez o homem um pouco inferior aos Anjos. Mas, como tudo está num estado de progressão espiralar, também é verdade que a nossa atual humanidade é superior e mais evoluída do que os Anjos o foram; e que os Anjos foram uma categoria mais elevada da humanidade do que os Arcanjos quando eram humanos. Na próxima etapa atingiremos algo semelhante ao atual estágio dos Anjos, mas seremos superiores ao que eles são agora.

(Perg. 2 do Livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. I – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz SP)

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Seja verdadeiro Consigo Mesmo

Seja verdadeiro Consigo Mesmo

Em “Hamlet”, no primeiro Ato, quadro 3, encontramos a seguinte frase: “Acima de tudo, seja fiel a si mesmo, e como o dia segue a noite, tão seguramente, não poderás ser falso a outrem”. Esse conselho, dado por Polonius a seu filho, é, talvez, o mais precioso instrumento para o desenvolvimento próprio, do imenso cabedal de sabedoria, que é a obra de Shakespeare.

Somos pressionados diariamente a fim de que ajamos, falemos, compremos, elogiemos ou condenemos, aceitemos ou rejeitemos, ou até pensemos isso ou aquilo, que pode ser tanto uma crença, um produto, uma causa, ou uma pessoa, promovidos por um indivíduo, ou um grupo de pessoas. A família, os amigos, pessoas que encontramos e pessoas que nem conhecemos, todos procuram, de uma ou outra maneira, influenciar a nossa posição quanto a fatores sociais, econômicos, pessoais, cívicos e, virtualmente, a todos os aspectos de nossas vidas.

 

Em face de tanta pressão, poderemos sucumbir facilmente, adotando a posição cômoda de “dizer que sim”, presa fácil para os interessados em promover os seus objetivos. Lamentavelmente, muitos são vacilantes em seus conceitos. Rejeitar os apelos de alguém que estimamos, nos arriscando a receber reprovações ou críticas, ou até abandono, requer coragem e firmeza tenaz. Pesquisar, estudar e discriminar sobre os fatos de toda a problemática, qualquer que ela seja, demanda tempo, persistência e robusteza mental, até, às vezes, robustez emocional. Formar a “nossa cabeça” e defender o princípio que para nós representa uma verdade, sem fazer caso se tal atitude é “conveniente”, se agradará aos amigos, se nos fará perder aliados com os quais contamos, ou se perdermos a sensação de paz interior, de enorme fragilidade que criamos, requer uma vigilância ininterrupta e a disposição permanente de ficar na linha de defesa daquilo que pensamos que é CERTO. Isso não é fácil, nem para as pessoas as mais seguras e autoconfiantes, e manter tal atitude é, todavia, a única que em longo prazo, nos trará a realização em nossa evolução individual.

 

Do ponto de vista mais amplo, espiritual, nada pode ser mais simples do que permanecermos verdadeiros a nós mesmos. A nossa “voz interna” – nomeamo-la de consciência, intuição, “chamado de coração” ou qualquer outro nome, está a postos para nos guiar em todas as coisas, tanto quanto o permitirmos. Aprendemos que o primeiro impulso da intuição pura, que ainda não foi contaminada pelas elaborações da razão ou pelas distorções da emoção, vem diretamente do Mundo do Espírito de Vida e é verdadeiro sob todos os aspectos. Seguindo esse aviso, antes que fique poluído pelos imperativos da natureza inferior, ou por arrazoados de nossa inteligência pessoal, não haverá engano.

Certamente, a questão em pauta deverá merecer o nosso exame quando conheceremos todos os aspectos a favor e contra a situação, bem como a real motivação daqueles que encorajam, ou, pelo contrário, criticam um ponto de vista específico, sendo o nosso papel o de discriminar inteligentemente as opiniões emitidas, tentando nos pressionar, e as opções que devemos adotar. Naturalmente, os nossos sentimentos continuarão tendo um papel preponderante; a atração, a repulsão e a indiferença são fatores de alta potência, porém são de caráter, geralmente, pessoal. Teremos, certamente, que nos confrontar com as cobranças pouco oportunas dos outros, discordando diplomaticamente, se formos capazes, estando preparados sempre, para a mágoa que sentimos quando a nossa pessoa é rejeitada por causa de nossas convicções. Todavia, no esconderijo de nossas almas, conhecemos perfeitamente bem as nossas reais convicções e também o que nos será necessário fazer para sustentá-las honradamente. Em casos de dúvida, poderemos nos perguntar: “o que teria feito Cristo-Jesus em situação similar?” e se o nosso questionamento foi sincero, saberemos a resposta exata.

Ser verdadeiro consigo mesmo e não se tornar uma varinha mágica que erradicará todos os nossos erros repentinamente. Há muito que aprender ainda, antes de sermos liberados da escola de experiência que é a nossa vida na Terra, e o próprio processo de aprendizado subentende a existência de erros. Porém, se somos verdadeiros conosco mesmos, os erros que cometeremos serão os nossos próprios e manteremos a dignidade da integridade pessoal, mesmo se o nosso currículo escolar apresentar algumas realizações de indiscutível mediocridade ou rudeza.

Nesse momento de um novo começo, examinemos nossas metas não permitindo com tanta facilidade uma linha de esforço mínimo como “máximo” de nossa firmeza. O mundo não cessará as tentativas de nos influenciar para que ajamos dessa ou daquela maneira, sob pena de rejeição, caso ousemos porventura discordar. Diremos como São Paulo, em nosso coração: “Todas essas coisas não me atingem”. Ele seguia os ditames do seu Cristo Interno, sem se comover com as inconveniências do ambiente externo, as desonras e o sofrimento suportados e ficou inabalavelmente verdadeiro consigo mesmo e, consequentemente, também com o Seu Deus e toda a Humanidade.

(Revista ‘Serviço Rosacruz’ – 10/84 – Fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Comece a Tecer…Deus provê o fio

Comece a Tecer…Deus provê o fio

Quão sensível o tato de uma aranha; sente em cada fio e vive ao longo da linha…
Já observou uma aranha, habilmente, tecendo a teia dela? Extraindo magistralmente de si mesma a sedosa substância que logo endurece ao se por em contato com o ar. E com esse material milagroso – como um arquiteto consumado – constrói seu tecido, destinado a emaranhar qualquer visitante inesperado que lhe sirva de alimento ao seu apetite.

Na mente infinitesimal da aranha, está sendo concebido um plano singular; calcula o vento, o deslocamento do ar e se mantém firme no seu objetivo, utilizando o seu próprio ímpeto de oscilação, para poder lançar seu fio a grandes distâncias; de árvore a árvore, de um poste a outro e assim completa seu ordenado trabalho. Do êxito disso depende sua vida e a vida de gerações por vir.

A aranha é uma auxiliar valiosa para o jardineiro, pois nunca se alimenta de vida vegetal, como também um exemplo ímpar para humanidade, mostrando dedicação e persistência.

Não somos nós muito diferentes da aranha! Utilizamos a substância dos nossos pensamentos e esforçamo-nos por construir um tecido de vida que atrai para nós qualidades físicas e espirituais que, ao mesmo tempo, alimentam física e espiritualmente o ser humano interno e externo, permitindo assim a livre expressão da sua energia criadora.
Da mesma forma como para a aranha, existem somente dois requisitos. Um plano bem pensado e uma determinação firme de levar adiante esse plano. Podemos ter com frequência um plano bem estruturado, mas qualquer obstáculo abala nossa decisão. O plano fica esquecido, restando somente um sentimento de fracasso e de derrota, duvidamos de nós e perguntamos onde foi que erramos. Também se dependermos dos outros e eles falharem, a derrota nos abaterá igualmente.

Pouco se importa se os planos anteriormente mencionados correspondam um dia de diversão ou promoção de negócios ou mesmo trabalhos para o bem-estar dos outros; a derrota é igualmente real.

Se procurarmos uma resposta para êxito em qualquer campo, só serve um formulário para todos eles: planejamento e fé interna de que seremos capazes de realizar um esforço construtivo.

Com o pensamento daremos forma à substância mental desde o Mundo do Pensamento Concreto que interpenetra o Mundo Físico. Se arquitetarmos um plano de ajudar alguém, cada vez que nele concentramos ou dele falamos – tendo pensamentos construtivos com o ideal básico – o pensamento forma crescerá em concordância.

Se pelo contrário nós duvidamos, o plano sai confuso, enfraquecido pelos temores e dúvidas, o fracasso é certo.

Os pensamentos são coisas e a Mente é criadora. Pelos impulsos dos pensamentos podemos realizar tijolo por tijolo aquele que já tomou forma em nossa Mente. Os pensamentos criadores, firmes, amorosos e não egoístas serão construídos dessa maneira. Os pensamentos de dúvida vacilantes sobre o projeto arruínam a estrutura mental.

Podemos dizer, o que é uma lei da Mente e da vida, que antes que qualquer coisa possa se manifestar na existência, primeiro deve ser feita nos Mundos internos. Pode-se dizer que os sucessos futuros projetam as suas sombras.

Conscientes desse fato espiritual devemos sentir uma grande responsabilidade de ver claramente todas as coisas, pessoas e situações.

Do anterior podemos deduzir porque nós fracassamos em tantas ocasiões. Estamos menos sujeitos aos fracassos se planejamos e executamos um objetivo particular. Se a pessoa se mantém fiel a seu ideal, surpreender-se-á com outros prestando-lhe valoroso auxílio.

Se desejar ter uma relação harmoniosa no lar, determine primeiro o que quer e depois se resolva a viver o seu ideal o melhor que lhe for possível, sem se importar com as ações dos demais e terá compensação. Esse mesmo princípio pode ser utilizado em qualquer campo que valha a pena e terá a vantagem incalculável de poder ajudar pessoas a se tornarem melhores em todos os sentidos devido aos seus pensamentos construtivos amorosos e persistentes.

A maior fraqueza que quase todos nós temos é a de supormos que os outros vão agir desta ou daquela maneira. Esperando desarmonia, já de antemão a derrota é certa.

Sim; a humilde aranha tem muitas lições a nos ensinar. Podemos romper seu tecido, mas ela na primeira oportunidade repará-lo-á não se importando com quantas vezes tenha de fazer isso. Sempre com fé, de que terá material suficiente para completar sua obra.

Já imaginou o que a aranha faria se pudesse pensar em todos os danos potenciais a que viria sofrer o seu tecido, ou o número de vezes em que este pudesse ser destruído? Ou pode imaginar quanto tecido poderia produzir se duvidasse continuamente da sua habilidade de poder fazer ligações entre distâncias quase inalcançáveis?

Nestes dias em que escutamos conversas relativas a guerra e destruição é imperativo que nós possamos viver dia a dia da melhor maneira possível e trabalhar com fé sem nos preocupar com as circunstâncias adversas. Isso nos dará a vantagem inestimável de utilizar todas nossas energias e talentos numa só direção, o que dará liberdade de ação à Mente e à alma, cheias de recompensas das realizações e crescimento moral.

A vida vem duma fonte invisível que brota dentro de nós e nos leva a ter experiências para o nosso bem. Por que então permitir que as coisas temporais (por si mesmo mutáveis) nos desencorajem de alcançar qualquer meta justa? Sabemos em nosso íntimo que só as coisas tangíveis estão sujeitas à morte.

Da Eterna Fonte Espiritual vem a vida e com esse sentimento temos de crescer e expandir. Aprendendo a depender cada vez mais desse conhecimento, desse poder interno e, cada vez menos das condições do mundo externo.

Nesta Estação Sagrada, faremos uma pausa, para dar graças a Deus pela dádiva da Sua Vida, que existe dentro de nós. E cada um se resolve expressar mais e mais Seu Poder que trabalha tanto interno quanto externamente em nós de conformidade com o esforço que nós faremos com a Mente aberta e coração anelante para atrair mais e mais Seu Mundo para a Manifestação.

Em todos nossos planos recordemos este ditado: “Comece seu tecido, Deus provê o fio”.

(Revista ‘Serviço Rosacruz’ – 11/84 – Fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Somente a Nossa Consciência pode nos Alertar Quanto ao Papel que Nos Cumpre Desempenhar

Somente a Nossa Consciência pode nos Alertar Quanto ao Papel que Nos Cumpre Desempenhar

Será que, ao efetuarmos diariamente nosso exame de consciência, temos nos indagado se, por ventura concorremos com um mínimo de esforço para que a disseminação do ideal Rosacruz seja uma realidade? Temos contribuído, dentro de nossas possibilidades, para o engrandecimento da obra encetada por Max Heindel?

Em verdade, somente a nossa consciência pode alertar-nos quanto ao papel que nos cumpre desempenhar dentro da Fraternidade, avaliando os nossos talentos e indicando-nos como eles poderão ser aplicados no programa de expansão Rosacruz. A obra carece de ajuda, dependendo muito da nossa dedicação, sinceridade e trabalho, para consolidar-se como precursora da Idade de Aquário.

A Fraternidade Rosacruz constitui algo muito mais grandioso do que se possa imaginar. Não podemos restringi-la, conceituando-a apenas como uma Escola filosófica-espiritualista, como outras existentes por aí, simplesmente orientando e instruindo os interessados por meio de livros, folhetos e conferências.

A missão, o ideal, os meios, o programa e a estrutura da Fraternidade formam um conjunto a transcender essencialmente tudo aquilo que podemos conceber como sendo edificante.

Os Irmãos Maiores, através de Max Heindel, outorgaram ao mundo algo inédito, original, sem paralelos; uma filosofia que expõe e elucida os mais intrincados problemas sociais e espirituais, dentro de um elevado padrão de lógica e reverência, diante do qual esboroam-se todos os argumentos contrários. O Sr. Heindel colocou ao nosso alcance um cabedal de conhecimentos, cuja beleza e profundidade mal podem ser expressas por palavras. Tais princípios atendem perfeitamente as exigências de uma época na qual o racionalismo e o espírito inquiridor ante empírico repelem tudo o que não se enquadra em seus domínios. A Filosofia Rosacruz é atualíssima e concomitantemente abre perspectivas maravilhosas quanto ao futuro do ser humano.

Se verdadeiramente sentimos que ela veio preencher algo em nossas vidas, proporcionando-nos um maior vislumbre do mundo em que vivemos, se mediante seus ensinamentos estamos penetrando e conhecendo nosso próprio ser, então é necessário que sejamos coerentes conosco mesmos, arregaçando as mangas e trabalhando pelo crescimento dela, da maneira que pudermos.

Sozinhos, pouco ou nada poderemos realizar. Se houver união de esforços, concatenando-se os talentos de cada membro da comunidade em prol de um objetivo comum, as possibilidades de êxito serão bem mais amplas.

Nunca será demais repetir que o ser humano isolado é uma impossibilidade. Reiteramos sempre as palavras do nosso Ofício Devocional: “um só carvão não produz fogo, mas quando se juntam vários carvões, o calor latente em cada um deles pode produzir chama, irradiando luz e calor”.

Somos apologistas do trabalho de equipe, porquanto ele apresenta inúmeras vantagens, como por exemplo, o alcance de um máximo rendimento com tempos e esforços mínimos, mediante o aproveitamento racional das qualidades e aptidões de cada um em função do todo. Além disso, sua ação faz-se sentir maravilhosamente, revertendo em benefício de cada elemento, em forma de disciplina, solidariedade, harmonia, companheirismo e expansão natural das próprias qualidades.

Contudo, o trabalho grupal requer também uma dose de boa vontade, sinceridade, entendimento, sentimento altruísta, e, o que reputamos de suma importância: AUSÊNCIA DE PERSONALISMO. Esses requisitos possibilitam a um grupo relativamente heterogêneo, empreender e concretizar obras de vulto.

Essencialmente cristão, o método Rosacruz de desenvolvimento prevê estes dois aspectos: individual e coletivo. O trabalho coletivo realiza-se por meio dos Núcleos rosacruzes ou de esforços empreendidos por irmãos nossos, não importa sob que títulos, com objetivos edificantes. Por outro lado, o método Rosacruz indica meios de realização estritamente individuais, objetivando aprimorar o Aspirante, de modo a lhe permitir transcender os entraves internos separatistas, integrando-o cada vez mais perfeitamente no puro sentido de equipe, dentro da unidade cristã, que representará o coroamento da presente época evolutiva: “um só rebanho e um só Pastor”, o Cristo.

Em decorrência, todo e qualquer trabalho deve ser executado dentro daquele princípio denominado SERVIÇO AMOROSO E DESINTERESSADO AOS DEMAIS. Se algo é feito com amor, despido de qualquer sentimento de interesse pessoal, será por certo duradouro. Se levar, porém, a marca do egoísmo, será como um Castelo edificado sobre a areia: mais cedo ou mais tarde acabará em ruínas.

Nosso labor não deve esperar recompensa, e sim resultados benéficos à coletividade. Felizes seremos quando formos capazes de prodigalizar tudo aos demais sem nada esperar em troca, a não ser novas oportunidades de servi-los. O simples pensamento de RECEBER já revela indícios de egoísmo, ao passo que o desejo de DAR implica sentimento de amor. Isso vem ao encontro da seguinte afirmação de um pensador dos tempos modernos: “Quem professa a filosofia do receber, confessa sua falência em dar”.

O estudante sincero e devotado não procura saber o que poderá receber da Fraternidade Rosacruz, mas sim o que lhe poderá dar.

Estamos trabalhando na Vinha do Cristo, e isso, somente isso, já justifica e compensa plenamente todo o sacrifício e esforço que empreendamos em prol desse ideal sublime.

(Publicado pela Revista Serviço Rosacruz de março de 1972)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Transmutar, Eis a Questão

Transmutar, Eis a Questão

Qual deve ser nossa atitude diante de uma situação desagradável ou aflitiva? Reagir violentamente? Prostrar-nos desanimada e passivamente deixando as coisas acontecerem?

Não, tal conduta em nada nos dignificaria. A palavra-chave em casos dessa natureza é: TRANSMUTAÇÃO. Podemos e devemos transmutar uma situação desagradável, tornando-a mais harmoniosa e agradável. Não somos obrigados a aceitar o mal como inevitável, muito embora ele exista.

Como seres dotados de incomensuráveis potencialidades divinas não podemos permitir-nos o conformismo diante do sofrimento. A criatividade, o amor, a ação e o sentimento de unidade são atributos capazes de mudar as condições que nos envolvem. Infelizmente as pessoas vivem inconscientes dessa realidade. Vivem perdidas nos labirintos de seus problemas existenciais, tornando-se, dia após dia,

Impotentes para reverter essas situações dolorosas e limitadoras. Decididamente, o sentimento fatalista só pode conduzir à inércia e ao desespero.

Todos têm em comum uma origem, uma herança, um ideal espiritual. Será o suficiente ajudarmo-nos mutuamente a transformar o prejudicial em benéfico. Nada ganhamos sendo interesseiramente indulgentes, fazendo concessões a emoções inferiores, ou prolongando deliberadamente uma situação preocupante ou lamentável.

Ninguém cresce ou promove o crescimento através de lamentações. Nossas desistências nada representam de positivo no ambiente em que vivemos. Mas, pelo contrário, todos se beneficiam quando nos portamos com equilíbrio e inteligência, quando o amor nos incentiva a agir com o propósito de transformar uma situação dolorosa num bem comum.

Cada momento nos traz oportunidades originais de transmutar o mal em bem. Através de pensamentos e sentimentos positivos, de ações decididas, tudo é possível. TUDO! Não há necessidade de aguardar melhores dias ou ocasiões propícias para transformar as coisas. AGORA é o momento e AQUI é o lugar.

É verdade que o Sol nasce todas as manhãs. No entanto, cabe-nos escolher o curso de ação que mais nos convém. Podemos entender cada dia como sendo um desafio às nossas capacidades ou uma nova oportunidade de crescimento. Também nos é dado ignorar o nascer desse Sol, vivendo passiva e desnecessariamente problemas e amarguras passadas.

Por gigantescos que sejam nossos desafios, nosso poder de superá-los é infinito. Sempre há uma luz no fim do túnel. É necessário, entretanto, caminhar até lá.

(Revista ‘Serviço Rosacruz’ – 10/84 – Fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Cristo em Formação: a necessidade de alimentação como alimentamos nosso Corpo físico

Cristo em Formação: a necessidade de alimentação como alimentamos nosso Corpo físico

São Paulo nos alertou, em uma de suas Cartas, que somos Cristos em Gestação. Em gestação entende-se em formação, em constituição. Portanto, não se deve sentir apreensivo o Aspirante à Vida Superior quando lhe ocorrer no mundo, seja no ambiente de trabalho, ou mesmo na família, algo que lhe pareça decepcionante. Igualmente, não se deve se sentir abatido em face de fatos desagradáveis que aconteceram. Não se deve, também, confundir problemas pessoais que eventualmente surjam, em razão de nossas imperfeições, com o Santo Trabalho iniciado pelos Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz, em benefício da humanidade.

As dificuldades e contrastes, são naturais peripécias do caminho, e bem compreendidas aumentarão a Luz Interna do Ego peregrinante. Lembre-se ainda, que se trata de um preparo Real, com base na evolução regenerativa de cada um, para, um dia, se alcançar também a Iniciação Real, totalmente diferente das chamadas iniciações coletivas e simbólicas.

Sabemos, também, que geração é sinônimo de gestação. Esta, fisicamente falando, conforme nos ensina Max Heindel na obra “Conceito Rosacruz do Cosmos”, realiza-se por meio do segundo Éter do Corpo Vital. E a Geração, no sentido que São Paulo nos falou, processa-se também pelo Corpo Vital, porém através dos Éteres Superiores – Luminoso e Refletor. Mas assim como o Corpo Denso, embora transitório, necessita alimentos para se formar e subsistir, maiormente ocorre a necessidade de se alimentar o Menino-Deus que é eterno, existente dentro de cada um de nós. Quanto mais e melhor Ele for alimentado pelo Aspirante à vida superior, por meio de atos amorosos e de serviço desinteressado aos demais, este percorrerá, com segurança, a via evolutiva, sem que algum desvio o arrebate, como ocorre com certas crianças, criancinhas evolutivamente falando, não passíveis de quedas, entretanto, mais do que isto, pois esta acontecida, podemos dizer, em sentido figurado permanecem deitadas, muitas vezes na poeira dos prazeres do mundo. Enquanto isso, sua alma angustiada e faminta geme ao peso da dor, que se apresenta sob várias modalidades.

Olhemos reverentemente para o Símbolo Rosacruz, no qual está perfeitamente consubstanciada a redenção da humanidade, e, caminhemos sem desfalecimentos, pois não nos faltarão forças e meios.

(Hélio de Paula Coimbra; publicado pela Revista Serviço Rosacruz de outubro de 1966)

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Qualidades: é o que somente devemos enxergar no próximo

Qualidades: é o que somente devemos enxergar no próximo

Quando, passeando Cristo-Jesus e seus discípulos passaram por um cão morto, em estado de putrefação, houve quem se preocupasse com o mau cheiro, e, não se contendo, comentou-o. Prontamente Cristo Jesus chamou a atenção dos discípulos para a alvura dos dentes daquele animalzinho, fazendo com que vissem apenas o que nele havia de bom.

No fato que acabamos de descrever percebe-se com clareza, a profunda lição que o Mestre dera aos discípulos de todos os tempos e à humanidade.

Feliz, portanto, de quem procura se compenetrar da sublime lição dada por Cristo-Jesus. Vai gradativamente enxergando em seu próximo tão somente as qualidades. Com isto, a sua felicidade avulta, tendo em vista a possibilidade que alcança de fazer, em maior proporção, a felicidade dos outros. Esta realização é, sem dúvida, o que há de mais importante, não apenas no Mundo Físico.

Max Heindel, nosso Amigo e Mestre, em perfeita consonância com Cristo-Jesus, ensina-nos no “Conceito Rosacruz”, que devemos ver o BEM em TUDO. Aliás, entre os Estudantes da Fraternidade Rosacruz, felizmente, alguns só se compenetraram bem da lição conscientemente. Outros, atingiram certo ponto e continuam se esforçando. E, há ainda aqueles que estão iniciando a maravilhosa jornada.

Caminhando, pois, como ensinara o Mestre, verificaremos, no correr dos dias, que Ele tinha e tem toda razão desaparecendo por completo, o “mau cheiro” que antes sentia, por ventura nos fatos e pessoas.

Lembremo-nos, finalmente, de que a Bíblia Sagrada diz o seguinte: “Deus criou tudo e viu que tudo era bom”. É conveniente, portanto, meditar diariamente sobre isto.

(Hélio de Paula Coimbra; publicado pela Revista Serviço Rosacruz de julho de 1966)

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