Renúncia: cumprindo nosso dever

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Renúncia: cumprindo nosso dever

Renúncia: cumprindo nosso dever

“São doces os frutos do descanso que nos proporciona a libertação, mas ainda mais doces são os frutos que colhemos por termos cumprido o dever tedioso e amargo”.

O Homem deteve-se em frente do portal do Olvido da Terra; o primeiro dos sete portais do Céu: chamado Amor e Caridade. Levantou a mão para abrir a porta e titubeou reclinando-se sobre ela. Tinha vindo de muito longe. A porta entreabriu-se deixando a descoberto as maravilhas do Céu. Ali estava a perfeição tão ansiada!

Uma voz que surgiu de todos os lados falou, dizendo-lhe: “Nos mundos celestes, para se obterem as coisas basta só as desejas! Queres esquecer por completo o mundo dos homens?”. O homem meditou e disse: “Durante muito tempo ansiei esse olvido! Participei de todas as penas e alegrias do mundo”.

A voz disse-lhe: “Uma única condição te impõe o Céu: que só desejes os teus prazeres. Haverá no teu coração somente fome desses prazeres? Deixaste alguma sombra no caminho que acabas de percorrer?”.

O homem tardou em responder.

Falou pausadamente, como se a sua Mente estivesse singrando por dois caminhos. “Há muito tempo, disse, um sábio, na Terra, assegurou-me que nunca estaria sem um desejo. Compreendo agora que me disse a verdade.

Antes desejava ser um Mestre. Agora, que o sou, tenho um novo desejo: quero ser um servidor”.

No caminho que acabo de percorrer, passei por muitos. Uns estavam indecisos, outros perturbados, outros não podiam seguir porque estavam caídos. Devo regressar para ajudá-los.

“Só um servidor pode ser um verdadeiro Mestre”, disse-lhe a voz em tom tão doce que melhor parecera um sussurro.

“Em verdade te digo que és o meu filho amado e que em Ti estou comprazido. A compaixão é a Lei das Leis. Na sua essência universal encontra-se o amor eterno”. Abre as portas, meu filho, e conta as almas que há aqui”.

O homem olhou por longo tempo e não pôde ver uma só alma. Compreendeu que os Mestres, na sua compaixão, rejeitavam a bem-aventurança eterna enquanto houver no mundo um só ser que sofra e necessite de ajuda.

Compreendeu também que a Libertação nunca vem pela simples renúncia aos prazeres do mundo, mas sim aos prazeres do Céu.

A voz disse-lhe: “quando regressares ao mundo, meu filho, diz à Humanidade só uma verdade: que o conhecimento leva consigo a sua própria responsabilidade e aquele que o consegue deve servir mais. Porque assim como o conhecimento nos desperta a dor, é uma dor que termina ao começar”.

A mãe extenuada pelo trabalho ao parto descansa depois de ter dado à luz o seu filho; e suspirando cheia de felicidade, atrai para si a criaturinha e murmura: agora a vida será mais fácil.

Por cada Peregrino que renuncia aos prazeres no Céu, nasce um Salvador na Terra.

(Traduzido da Revista Rays from the Rose Cross e publicado na Revista ‘Serviço Rosacruz’ – 06/72 – Fraternidade Rosacruz –SP)

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