PATÊ DE TOFU
1 pacote de 500 gr de TOFU
1 dente de alho
1/3 de maço de salsinha
½ xíc (chá) de azeite
Sal a gosto
Coloque todos os ingredientes no liquidificador e
bata até obter a consistência de patê.
PATÊ DE ALHO
½ Copo de leite
1 dente de alho
Óleo
Bata no liquidificador, colocando óleo até dar o Ponto de patê.
FEIJOADA VEGETARIANA
Ingredientes:
3 xícaras (chá) de feijão preto
2 folhas de louro
1 xíc. e meia (chá) de tofu defumado
4 xíc. (chá) de proteína texturizada vegetal (PVT ou PTS)
grossa hidratada
Sal marinho a gosto
1 cebola média picada
6 dentes de alho amassados
2 colheres (sopa) de óleo de milho
1 linguiça vegetal em rodelas
1 salsicha vegetal em cortes transversais
Presunto vegetal em fatias / a gosto
½ xíc. (chá) de carne vegetal em lascas
3 xíc. (chá) de cogumelos shimeji
Preparo:
Cozinhe o feijão junto com as folhas de louro, metade do tofu defumado, PVT e
um pouco de sal. Refogue o alho e a cebola no óleo até ficarem ligeiramente dou-
rados. Acrescente o feijão já cozido. Adicione os outros ingredientes, com exce-
ção dos cogumelos. Deixe ferver, acrescentando um pouco de água, quando neces-
sário para engrossar o caldo. Corrija o sal. Acrescente os cogumelos. Mexa bem.
Sirva acompanhada de arroz branco, couve à mineira, farinha de mandioca,
Lascas de tofu defumado frito e gomos de laranja pera.
Fonte: Revista dos vegetarianos// janeiro 2013
ÁGUA AROMATIZADA
Opção N. 01
Colocar gelo e água numa jarra de vidro
Acrescentar: 01 Maçã em rodelas
01 pires de cravos
01 pires de canela em pau
Espremer 01 limão em cima; é bom para não
escurecer a maçã.
Tomar ao longo do dia; ir acrescentando mais
água e mais gelo.
OPÇÃO N. 02
Colocar gelo e água numa jarra de vidro
Acrescentar: Gengibre a gosto, em rodelas
Hortelã a gosto, várias folhinhas
02 limões em rodelas
Tomar ao longo do dia, ir acrescentando mais água e gelo.
OPÇÃO N. 03
Colocar gelo e água numa jarra de vidro.
Acrescentar: Capim limão
Cascas de 01 maracujá
Rodelas de 01 laranja
Tomar ao longo do dia. Ir acrescentando mais gelo e mais água.
Obs.: A opção 01, ajuda não ter vontade de comer doce
A opção 02, tb. é digestivo
A opção 03, tb. é calmante
QUIBE ASSADO
Ingredientes:
250 grs. de trigo para quibe
03 cenouras descascadas e raladas
01 tomate grande picado sem sementes
Azeitonas picadas (verdes ou pretas)
01 cebola picada // Salsinha // Orégano
01 xíc. ( chá) de Hortelã picada
01 lata de milho verde
01 xíc. (chá) maionese vegetal
Modo de fazer:
Lave bem o trigo e coloque de molho em uma vasilha com água por 01 hora.
Escorra e esprema bem.
Junte todos os ingredientes e mexa delicadamente.
Unte uma assadeira de vidro com azeite e coloque tudo.
Aperte bem com as mãos.
Asse por 30 minutos ou até que esteja douradinho.
Pergunta: O que simboliza o coelhinho da páscoa?
Resposta: O verdadeiro símbolo pascoal é o cordeiro bíblico, correlacionado com o signo de Áries, em que ocorre a Páscoa. Cada família judia no equinócio de março, em Áries, grelhava um cordeiro com ervas amargas e era obrigada a comê-lo inteiro. Se não podia, convidava pessoas pobres para ajudá-la. O cordeiro era sacrificado no Altar dos Holocaustos, no Tabernáculo do Deserto, Templo instituído por Moisés para o Povo Escolhido. Tal sacrifício destinava-se a lavar os pecados de seu ofertante, mediante o derramamento de sangue do animal. Posteriormente o Cristo imolou-se pelo mundo e, desde então não houve mais sacrifícios de cordeiros. Por isso disse João Batista: “Eis o Cordeiro de Deus, que lavará os pecados do mundo”.
A crucificação ocorreu no Equinócio de Marco, para coincidir com o fato cósmico de o Sol, em Ascenção para o hemisfério Norte, cruzar o equador celeste, formando uma cruz nos céus.
Hoje em dia o cordeiro bíblico, depois o Cordeiro de Deus, foi simbolizado pelo coelhinho, por ser este de pequeno tamanho e existir em todo o mundo. O importante é não esquecermos o sentido profundamente religioso que ele encerra e o convite de regeneração que nos faz em cada ano.
(P&R da Revista Serviço Rosacruz fev/85 – Fraternidade Rosacruz SP)
O que simboliza o ovo de páscoa
Pergunta: O que simboliza o ovo de páscoa?
Resposta: Entre os símbolos cósmicos que nos foram transmitidos desde os mais remotos tempos, nenhum há, mais corrente, que o símbolo do ovo. Encontramo-Io em todas as partes do mundo. Achamo-Io nas antigas idades dos escandinavos, que falam do ovo do mundo esfriado pelo sopro gelado do Niebelheim e depois esquentado pela respiração ígnea do Muspelheim, até que, devidamente chocado, deu origem aos distintos mundos e a humanidade. Também nos Vedas da Índia existe a mesma lenda do Kalahansa, o Cisne em tempo e espaço, que pôs o ovo que mais tarde se transformou no mundo. Entre as tradições egípcias achamos o globo alado e a serpente ovípara, o globo alado é a terra que voa pelo espaço: a serpente é a sabedoria e, assim, mostra a sabedoria manifestada na criação. Os gregos tomaram depois este símbolo e o veneraram em seus Mistérios. Também foi ele conservado pelos Druidas. Conheciam-no os construtores do grande baluarte da serpente, em Ohio. Este símbolo conservou seu posto na simbologia sagrada até hoje, embora a maior parte da humanidade não perceba o misterium magnum que o ovo oculta, qual seja, o mistério da vida.
Quando abrimos a casca de um ovo achamos dentro vários líquidos viscosos de diferentes cores e consistências, Mas, sob a influência de uma temperatura adequada efetuam-se logo mudanças gradativas até que, ao cabo de pouco tempo um ser vivente, um pintinho, rompe a casca e dele sai, preparado para ocupar um lugar entre os de sua espécie. Os sábios químicos podem reproduzir exatamente as substâncias contidas no ovo; podem encerrá-las numa casca e fazer, assim, uma perfeita réplica do ovo natural. Mas, num ponto difere do ovo natural, isto é, nenhum ser vivente pode sair daí. Por esta razão é evidente que algo intangível há de estar presente em um e ausente no outro.
Esse mistério é o que chamamos de vida. Vendo que não e possível descobri-la entre os elementos do ovo, mesmo com auxílio dos mais poderosos microscópios (embora, forçosamente, a vida ali esteja, para operar as transformações notadas), não há de negar que esse algo deve poder existir independentemente da matéria. Assim, o sagrado símbolo do ovo nos ensina que, embora a vida seja capaz de amoldar a matéria, é, por outro lado, independente desta, para sua existência. Portanto, tem existência própria e sem princípio nem fim porque, nascimento e morte se relacionam com a matéria, de que a vida independe.
A ideia infinita expressa pelo ovo, da vida que não tem princípio nem fim, está simbolizada em sua forma ovoide.
Daí a força da tradição do ovo nas festas pascoais. O início da vida nova para a humanidade, depois da ajuda que lhe deu o Cristo. O Filho de Deus foi crucificado e subiu aos céus, deixando o ovo na Terra, purificada esta por seu sangue salvador.
Seja o ovo natural, cozido, com diversas ervas que o tinge; seja o ovo pintado com motivos alusivos a Páscoa; seja o de chocolate, o de amêndoa recoberto de açúcar, todos eles deleitam as crianças e exortam os adultos a reverem os atos do passado ano solar, e tomar novas deliberações para o futuro, de modo a serem dignos cristãos.
(P&R da Revista Serviço Rosacruz – fev/85 – Fraternidade Rosacruz SP)
A SURPRESA
PALAVRA CHAVE: Amizade
– Oh, que manhã gostosa! Exclamou John ao sair pela porta da frente.
Ele foi saudado com alegres sons por todos os lados. Os passarinhos nas árvores cantavam alegremente sua canção matinal. Seu assobio fraco foi respondido por um latido forte do companheiro fiel, Bruce, um bonito cachorro collie que ele ganhou de um amigo querido. John e Bruce eram amigos sinceros, cada um se preocupava com a segurança e o conforto do outro.
Um dia, foram passear alegremente pelo atalho, a sombra das árvores, e depois saíram para a estrada. Não tinham ido muito longe, quando viram a sua frente uma carroça cheia de frutas, cujo dono estava com problemas. Uma das rodas havia caído e isso naturalmente derrubou algumas frutas, que estavam agora esparramadas na estrada. John ajudou a recolhê-las, enquanto o homem consertava a roda. Em pouco tempo, tudo estava em ordem de novo e o homem continuou sua viagem. John deu uma tapinha nas costas de seu companheiro e eles continuaram a caminhar pela estrada, na expectativa de que algo mais acontecesse.
John era filho único. Amava muito seus pais e ficava contente quando podia ajuda-los, Gostava de flores e passava bastante tempo no jardim. Apreciava a leitura e tinha como amigos os personagens que viviam nos livros que lia por horas seguidas. Isso tudo, entretanto, não o satisfazia porque ele queria amigos reais.
Seu coração era bondoso e, quando sua família morava na cidade, ele procurava a maneira de ajudar as pessoas. Em frente a sua casa morava um menino aleijado. Cada manha, John corria para lá e dava um assobio de chamada que todos os meninos conheciam. Então, ele ajudava o seu amiguinho aleijado a ir para a escola, carregando sempre seus livros. Havia também sua avó, que o esperava na janela, no horário em que ele passava. Ele corria para lhe dar um beijo e ver se estava bem e feliz. Também havia a adorável Virgínia, menina da idade dele, que sempre fora sua amiga verdadeira e leal. Ela parecia entender todas as suas alegrias e tristezas. Se ele era vitorioso nos jogos, ela o louvava. Se ele tinha dificuldades em suas lições, ela o encorajava a estudar um pouco mais. Assim, ele tentava e tentava de novo com vontade.
Mas, quando sua mãe ficou doente, seu pai comprou uma linda casa no campo, e Virgínia ficou na cidade. A suave brisa do campo e o dador de vida – o Sol – ajudaram sua mãe a sentir-se cada vez melhor e naturalmente John ficou feliz por isso, porque havia muito amor entre sua mãe e ele. Mas, oh! Sentia tanta falta de sua amiguinha, Virgínia.
John e Bruce estavam perto de uma casa, próxima a sua, quando o cachorro deu um latido repentino e forte e John olhou rapidamente para ver o que estava acontecendo. Uma grande surpresa o aguardava. A casa tinha sido reformada e pintada recentemente e ele quis saber quem tinha mudado para Ia e se haveria companheiros de folguedos para ele. Sussurrou para Bruce:
– Muito bem, amigo, nós vamos dar uma volta ao redor da casa e tentar descobrir quem são nossos vizinhos. Talvez possamos arrumar alguns novos amigos.
Assim, andaram em direção ao jardim e ali, sentada num banco, debaixo de uma roseira, viram uma linda menina. O coração de John deu um salto e ele ficou em silêncio por um minuto. Seria ela? Era realmente Virginia? Sim, ele tinha certeza e ela parecia não o ter visto. Ele foi “na ponta dos pés” e sentou-se ao seu lado. Ainda assim, ela não percebeu sua presença. Ele chamou-a pelo nome e então, ela virou-se. Oh, como ficou feliz ao vê-lo! Ambos ficaram muito contentes por estarem juntos novamente e conversaram por longo tempo sobre tudo o que tinham feito desde que se separaram. Um verdadeiro amigo e o maior tesouro que podemos ter, e a amor desinteressado e a chave que abre as portas da amizade.
Bruce latiu para mostrar-lhes que estava ali, esperando pacientemente para também ser saudado. Depois, entraram juntos na casa onde os pais e irmãos de Virgínia alegraram-se em rever John, pois todos o amavam sinceramente. Ele era um verdadeiro amigo, sempre pronto para fazer uma boa ação, para fazer alguém feliz. E este é o segredo da amizade – um coração cheio de amor e consideração para com a felicidade dos outros.
(do Livro Histórias da Era Aquariana para as Crianças – Vol. V – Fraternidade Rosacruz)
O MONARCA DA FLORESTA
PALAVRA CRAVE: Cooperação
A noite tinha caído sobre a floresta e lá havia uma grande calma e silêncio. Havia sussurros do vento e os pinheiros gigantes balançavam-se e suspiravam, embalando docemente os passarinhos em seus ninhos para dormirem. Não e de admirar que os pássaros sentiam-se seguros em
“Uma árvore que o dia todo está para Deus a olhar,
E ergue seus braços cheios de folhas para rezar.”
Ouviu-se um farfalhar nas pinhas caídas no chão e delas saíram pequenos duendes dos bosques, os gnomos. Pareciam ansiosos para ficarem a luz do luar, mas olhavam prudentemente para ver se tudo estava bem. Corriam de um lado para outro, alegres e radiantes. De repente, eles pararam e juntaram-se todos em um grupo embaixo da maior árvore da floresta, pois algo muito estranho estava acontecendo! O Grande Monarca, a mais corajosa árvore da floresta, não estava se balançando ao vento, mas gemia dolorosamente. Qual poderia ser o problema? Alguma coisa terrível devia ter acontecido!
Os pequenos gnomos olharam para cima e, oh … que susto! A linda cor de arco-íris que sempre estivera ao redor da árvore, não estava mais lá. Alguma coisa tinha que ser feita, assim eles olharam para a Lua e disseram:
– Poderia algum bondoso Anjo de Misericórdia vir e ajudar o Grande Monarca?
Aí pararam silenciosos e esperaram.
De repente, ouviram um farfalhar e o som de uma suave música e lá estava o Espírito-grupo do pinheiro, todo envolto em um branco radiante.
– Não fique tão preocupado, Grande Monarca, disse o Espírito, pois trago-lhe ótimas notícias. Você e suas companheiras, as árvores da floresta, aquelas que estão mais velhas, vão fazer uma longa viagem pelo grande e extenso mundo. Vocês vão proteger das tempestades e dos ventos, muitos dos que necessitam de ajuda.
– Mas, perguntou o Grande Monarca, quem tomará conta dos pássaros, dos Espíritos da Natureza e das pequenas criaturas que rastejam?
– Oh, Monarca, respondeu o Espírito, onde está a sua fé? Eu não guiei e tomei conta direitinho de você e das outras árvores? Tenho muitas outras arvorezinhas-bebê prontas para ocupar os lugares de vocês. Amanhã cedinho chegará a esta floresta um grupo de homens, homens muito fortes chamados lenhadores. Eles trarão machados muito afiados, sentem somente amor pelos bonitos corpos de vocês. Por isso, sejam corajosas e fiquem calmas, pois tudo correrá bem. Olharei por vocês. Acordem cedo para que os pássaros comecem a voar ainda de madrugada; eles não podem ficar tristes. Mandem os gnomos fazerem seus trabalhos em outra parte da floresta assim que o Sol nascer. Boa noite, Grande Monarca. Eu o guiarei em sua viagem pelo extenso mundo.
Então, o Espírito-Grupo flutuou graciosamente indo embora.
Na manha seguinte, houve uma agitação enorme seguida de um profundo silêncio. Mas, por um longo tempo, nada aconteceu. De repente, ouviu-se o som de uma canção cantada por homens felizes. Ao chegarem mais perto pararam, contemplando os altíssimos pinheiros.
– Que árvores maravilhosas! – exclamou um deles.
Um outro disse:
– Queria lembrar um poema que li uma vez sobre árvores, e tudo o que consigo recordar e o final – Mas só Deus pode fazer uma árvore!
– É quase um crime derrubá-las, disse o líder – mas temos que obedecer as ordens. Então, homens, mãos a obra!
Nunca se ouviu tanto barulho na floresta. As árvores tentavam ficar calmas e ser corajosas, mas realmente não se sentiam bem. Depois de terem sido cortadas, foram colocadas em um enorme vagão e receberam outro nome – troncos. Foram transportadas num longo caminhão e quando estavam bem cansadas e querendo saber o que iria acontecer, tiveram uma grande surpresa. Bem a sua frente apareceu um bonito e calmo rio, que pareceu convidá-las a flutuar em suas deliciosas águas. Então, os homens fortes rolaram-nas para dentro do rio. Foi uma grande pancada quando caíram na água, mas depois, elas deslizaram rio abaixo continuando sua viagem.
Não puderam entender o que os homens diziam, nem sabiam direito o que estava acontecendo. Sua coragem já estava acabando, quando finalmente chegaram a uma barreira de troncos. Então, viram aí o maravilhoso Espírito-grupo dos pinheiros pairando sobre elas e retomaram a coragem novamente.
Uma a uma, passaram vagarosamente pela serraria e, quando chegaram ao outro extremo, saíram não mais como troncos, mas como bonitas tábuas de pinho. Foram colocadas em asseadas pilhas e, então, vieram alguns homens estranhos, olharam-nas e disseram que eram boas tábuas e que fariam com elas as mais requintadas casas.
Numa manhã, um grande caminhão encostou-se ao depósito de madeiras e o motorista disse:
– Vim buscar aquelas tábuas de pinho que encomendei ontem.
Então, as árvores, que agora eram tábuas, tiveram outra surpresa, um passeio pelo maravilhoso campo e finalmente foram descarregadas numa linda colina verde.
Logo começou um barulho muito violento – bum! bum! bum! As tábuas mal podiam conversar entre elas e ficaram realmente assustadas. Mas, logo ouviram uma voz que todas reconheceram – o Espírito-grupo dos pinheiros estava pairando-sobre elas e dizia:
– Sejam fortes e corojosas! Cada uma de vocês tem um papel a cumprir na construção de uma casa, a qual abrigará uma família do mau tempo e das tempestades.
E as marteladas continuaram, fazendo surgir uma linda casa, prontinha para ser habitada.
Novamente, o Espírito-grupo pairou sobre elas e disse:
– A grande lição foi aprendida por vocês, a lição de COOPERAÇÃO no grande plano de Deus. Cooperação significa trabalhar juntos para o bem de todos. Na floresta, vocês cooperaram com a Natureza abrigando os pássaros. Depois, quando o homem precisou de vocês para um trabalho maior, cooperaram com ele e fizeram uma linda casa para sua família. Todos os dias vocês ouvirão risos de crianças felizes. Os pais vão falar carinhosamente aos amigos sobre a nova casa e comentarão que ela foi construída com o melhor pinho da grande floresta.
Assim, o Espírito-Grupo voltou para a floresta para dar aos pinheirinhos novos a mensagem de COOPERAÇÃO com Deus e com os homens.
(do Livro Histórias da Era Aquariana para as Crianças – Vol. V – Fraternidade Rosacruz)
Véspera de Natal na Floresta
Em uma floresta sombria, há muito tempo, vivia uma garotinha chamada Simonetta. Era muito bonita, muito gentil, muito boa. Os que a conheciam diziam que ela deveria ter sido uma princesa, porque ela era linda como as princesas, e fazia tudo do jeito que as princesas deveriam fazer.
Mas, Simonetta não era a filha de um rei. Era a filha de um valente caçador, que era conhecido por toda a parte por suas façanhas. Todas as manhãs, o valente caçador pendurava sua aljava no ombro, apanhava o seu arco, despedia-se de Simonetta com um beijo e partia para o meio da floresta. O dia todo ele ficava nos lugares frequentados peIos animais selvagens e todas as noites voltava para casa carregando o que havia matado.
Mas, embora Simonetta adorasse seu pai, temia sempre a sua volta. Ela sempre trazia para casa o corpo de um cervo ou coelho, raposa ou esquilo, que haviam sido seus amigos. Porque Simonetta era amiga de todos os animais. Os animais da floresta a amavam tanto quanta temiam seu pai.
Todas as manhãs, depois que o valente caçador saia de sua cabana, os animais saiam de trás das moitas onde tinham ficado esperando e iam visitar Simonetta. Durante todo o dia ela cuidava dos que estavam doentes, confortava os que estavam tristes, e participava dos jogos dos que estavam alegres.
Depois, quando o crepúsculo da floresta descia sobre eles, Simonetta dizia:
– Agora vão embora depressa, porque meu pai logo vai voltar para casa. Fiquem escondidos na floresta até pela manhã, depois voltem para mim.
E os animais partiam e não eram vistos por olhos de mortais até o dia seguinte.
Assim, ia passando o tempo. O valente caçador caçava, e as criaturas da floresta o temiam como o pior dos inimigos. Simonetta amava os animais e as criaturas da floresta a adoravam.
Um ano, o inverno chegou mais cedo a Terra. Logo que o chão ficou coberto pelas brilhantes folhas coloridas do outono, estas foram cobertas, por sua vez, por uma camada de neve. Fazia um frio intenso e, à noite, até o valente caçador ficava contente em voltar para o calor de sua lareira.
Os animais também tinham frio e, todas as manhãs, Simonetta os acolhia na cabana onde eles podiam se aquecer. Quando descia o crepúsculo, o que acontecia mais cedo nesses dias gelados, seu coração ficava apertado por ter que manda-los para fora, no ar frio. Mas, ela não se atrevia a deixa-los ficar mais tempo perto da lareira, pois a ira do valente caçador seria muito grande se os encontrasse ali ao voltar.
Então, uma manhã, quando o valente caçador estava pegando suas armas, Simonetta disse:
– Papai, hoje e véspera de Natal, por favor, não vá caçar hoje. Por favor, fique em casa e me ajude a decorar nossa árvore.
– Não, filha, eu não posso ficar em casa, respondeu o valente caçador. Preciso arranjar mais peles para vender e mais carne para defumar e armazenar. Você pode decorar a árvore sozinha. Você sempre fez isso muito bem.
O valente caçador pendurou sua aljava no ombro, apanhou seu arco e encaminhou-se para a porta.
– Pai, Pai, gritou Simonetta, agarrando sua manga, por favor, não mate nada hoje. Não na véspera do nascimento de Cristo.
– Que tolice é esta, menina? – perguntou impacientemente o valente caçador, soltando-se de suas mãos. Nós precisamos de peles para vender e de carne para comer; seja véspera do nascimento de Cristo ou não. Ora, não fique tão triste. Eu vou matar um veado hoje e vamos ter carne fresca de veado para nossa festa de Natal.
O valente caçador se despediu de Simonetta com um beijo e foi para a porta.
Simonetta ficou olhando para ele, com as lágrimas escorrendo por suas faces.
– Quando você voltar, Papai, eu não estarei mais aqui, murmurou.
Mas o valente caçador não ouviu.
Depois, chegaram os animais para se aquecerem na lareira, como faziam todas as manhãs frias. Simonetta cuidou dos que estavam doentes, tentou confortar os que estavam tristes, mas não participou dos jogos dos que estavam felizes. Tinha muito trabalho para fazer antes que seu pai voltasse, ela lhes disse, mas os animais perceberam que ela estava muito perturbada.
Durante toda a manhã ela limpou, esfregou, remendou e cozinhou, suspirando profundamente durante todo o tempo, e enxugando os olhos com a ponta do avental. Os animais olhavam e ficavam cismando, mas não podiam fazer nada para animá-la.
De tarde, Simonetta decorou a árvore com os enfeites que usavam desde que ela era pequenina, antes do tempo que sua mãe foi para o céu. Pendurou cordões de frutinhas brilhantes e prendeu uma velinha com cuidado na ponta de cada galho. Mas, mesmo enquanto estava fazendo este trabalho, dos mais agradáveis, Simonetta não sorriu nem cantou. Continuava a suspirar, suspiros fundos, e enxugava-os olhos com a ponta do avental.
Depois, Simonetta pegou um pedaço de casca de árvore que estava lá para ser usada e, com uma varinha molhada em suco de amoras, escreveu:
“Ao meu querido Pai, que eu amo muito. Eu fui embora com os animais. Eu não posso mais ficar aqui, tendo que olhar todos os dias para os corpos mortos de criaturas que foram minhas amigas. Por favor, não tente encontrar-me, pois morar na casa de um caçador é muito duro para eu poder aguentar. Talvez mamãe venha do céu para me ajudar. Eu assei um bolo de Natal que está no forno, remendei sua camisa que estava rasgada e limpei a casa o mais que eu pude. Algum dia, você vai para o Céu também e, então, nos vamos poder ficar todos juntos outra vez. Sua filha que o ama, Simonetta.”
Colocou o pedaço de casca de árvore sobre a mesa, enrolou seu xale mais quente em volta dos ombros, e disse aos animais:
– Venham, vamos embora. Meu pai vai voltar para casa logo, e eu já tenho que estar longe.
– Simonetta, não! – exclamou a raposa, que por fim percebeu o que ela estava fazendo. Está muito frio lá fora e você vai ficar gelada. Você não está vestida com peles quentes como nós. Você não deve sair de perto da lareira.
– Na verdade, querida raposa, eu preciso sair de perto da lareira, respondeu Simonetta, pois eu não posso mais morar na cabana de um caçador.
– Não há alimento para você na floresta no inverno, disse o esquilo. Se eu não tivesse armazenado nozes, eu não teria nada para comer.
– Muito bem, bondoso Esquilo, respondeu Simonetta, eu vou levar comida. Eu ainda tenho maçãs aqui e um pouco de sementes de girassol. Mas eu não preciso de muita comida, porque eu acho que minha mãe virá do céu para me ajudar.
Os outros animais também tentaram convencer Simonetta a não deixar a cabana quentinha, mas ela não queria ouvir. Apanhou algumas maçãs, sementes que colocou num saquinho e foi para a porta.
– Agora venham, disse, está ficando tarde e temos que nos apressar.
Simonetta afastou-se depressa para a floresta e os animais a seguiram relutantes.
O cervo, o último a sair, pensou em calçar a porta para esta ficar aberta, assim o vento poderia entrar e apagar o fogo, deixando a cabana fria para quando o valente caçador voltasse. Mas, depois o cervo pensou:
– Não, vou deixar que ele fique aquecido, pois seu lar vai estar bastante desolado nesta Véspera de Natal.
Então, o cervo fechou a porta e se lançou para frente, saltando por cima dos outros animais na sua pressa de alcançar Simonetta.
Estava mesmo muito frio. Simonetta tremia e puxou o xale apertando-o mais em volta dos ombros. Mas, era como a raposa havia dito – o calor de seu xale de tecido não podia ser comparado com o calor de suas peles.
– Depressa, depressa, chamou Simonetta. Ainda estamos muito perto da cabana de meu pai. Temos que entrar mais para dentro da floresta.
Assim foram andando, mais longe, mais longe, enquanto a noite ficava mais escura em volta deles e o ar estalava de tão frio. Depois, por fim, chegaram a um lugar onde só o cervo e a raposa tinham estado antes.
Nem Simonetta conhecia, pois ficava na parte mais densa da floresta, escondida do resto do mundo.
No verão, era um bosque com relva, sombreado por árvores gigantescas e cercado de samambaias. Em épocas muito distantes, rochas enormes ficaram alinhadas formando um círculo, dentro do qual estava agora o bosque. Se isto tinha sido feito por uma raça de gigantes ou pelo próprio Deus, ninguém que agora vivia na Terra podia dizer. Foi aqui, então, que Simonetta e os animais abrigaram, protegidos do vento pelas rochas em círculo.
– E aqui que eu vou esperar minha mãe vir do Céu, disse Simonetta. Meu pai não vai me encontrar aqui, pois, se ele conhecesse este lugar, com certeza me teria falado sobre ele.
Sorriu para os animais que olhavam para ela ansiosamente.
– Obrigada por terem me acompanhado tão longe, queridos amigos, disse. Eu teria ficado com medo na floresta escura se vocês não estivessem comigo, mas aqui eu não tenho medo. É um bom lugar.
Olhou para cima, através de uma abertura nos galhos, bem lá em cima, uma estrela brilhante lançava sua luz sobre eles.
– Acho que este lugar é sagrado, murmurou. Eu estarei em segurança aqui. Vão para suas casas agora, pois vocês devem estar muito cansados. E lembrem-se que eu amo vocês.
– Não, Simonetta, disse o quati, nós não vamos deixar você. Enquanto você estiver na floresta, nós seremos seus companheiros. Nós vamos esperar com você, a chegada de sua mãe.
E, por mais que tentasse Simonetta não conseguiu convence-los a irem embora. Por fim, ela disse:
– Meus melhores amigos, obrigada por ficarem comigo. Talvez seja certo ficarmos juntos, pois é Véspera de Natal, à noite em que é derramado sobre a Terra, por nosso Pai do Céu, amor suficiente para durar o ano inteiro.
Então, o quati enrolou sua cauda em volta dos pés dela para aquecê-los, o coelho e o esquilo se aninharam de cada lado dela, os dois esquilinhos listados procuraram se abrigar no bolso da saia dela, e ela encostou-se ao lobo, aquecendo as orelhas em sua pele e contou-lhes a história de Natal.
Ela a contou muito bem, pois há muito tempo que ela a sabia de cor, e até o cervo e a raposa, que já a tinham ouvido, ficaram maravilhados com a sublime dádiva de Vida e Amor que o Senhor Deus havia dado para a Sua Terra.
– E esta é a noite em que Cristo volta a Terra? – perguntou o esquilinho listado que, esquecendo-se do frio, saiu do bolso para ouvir melhor.
– É esta a noite, disse Simonetta sorrindo para ele. Neste exato momento, Sua Luz está brilhando em tudo ao nosso redor, e a Terra fria está sendo aquecida com Seu Amor.
– Não acha que nos devíamos agradecer a Ele? Murmurou o coelho que nunca falava muito porque era muito tímido, mas que, às vezes, tinha muito boas ideias.
– Claro que devemos, concordou Simonetta, e um jeito de fazer isso e cantar canções de Natal. Vocês sabem alguma canção de Natal?
A raposa conhecia algumas, porque algumas vezes andava nos arredores da vila e uma vez tinha ouvido um grupo de cantores. Mas, para os outros animais, as canções de Natal eram uma coisa estranha, sobre as quais não sabiam nada. Por isso, Simonetta cantou para eles e, pouco a pouco, eles pegaram a ideia e cantaram também. Logo, todos os animais estavam cantando.
Mas, se você tivesse estado lá, e se você estivesse ouvindo com seus ouvidos da Terra, você teria ouvido o lobo uivar, o coiote ladrar para a Lua, o esquilo chilrear, e uma miscelânea de outros sons que não pareciam de jeito nenhum canções de Natal. Mas, se você estivesse ouvindo com seus ouvidos do céu, você teria ouvido a musica mais suave, que vinha dos corações dos que estavam realmente gratos.
– Oh, vamos adorá-Lo, oh vamos adorá-Lo, oh vamos adorá-Lo, Cristo Jesus, diziam todos.
Enquanto isso, o valente caçador tinha voltado para sua cabana, carregando nos ombros um grande veado morto.
– Simonetta, chamou. Venha ver o que eu trouxe para a nossa festa de Natal.
Colocou o veado no chão, do lado de fora da porta, e esperou que ela viesse recebê-lo como fazia sempre. Mas, a porta não se abriu, e um medo frio e inexplicável começou a gelar seu coração. Abrindo a porta com um empurrão, precipitou-se para dentro da cabana. O fogo crepitava alegremente na lareira, do forno vinha um aroma doce e perfumado do bolo de Natal, o assoalho brilhava com a claridade do fogo, e a mesa, tão polida de limpeza, refletia a luz de uma vela solitária. No canto estava a deslumbrante árvore de Natal e dobrada cuidadosamente no braço de sua cadeira estava a camisa rasgada que ele tinha pedido a Simonetta para costurar. Mas, nem sinal de Simonetta.
Então, o valente caçador viu o recado sobre a mesa. Com o coração batendo descompassado, ele o pegou com mãos trêmulas. Leu-o uma vez e não acreditou nas palavras. Leu uma segunda vez e um terrível lamento, como o grito de um animal ferido, saiu do fundo do seu ser.
Cambaleou até uma cadeira e cobriu o rosto com as mãos, pois não foi a imagem de sua pequena Simonetta que passou ante seus olhos. Em lugar disso, viu a figura de um veado ferido correndo pela floresta para logo cair em agonia. Viu a forma de centenas de criaturas selvagens andando despreocupadas, e, de repente, serem colhidas por flechas certeiras.
Quanto tempo ficou assim, apenas o abençoado Deus que conhece os sofrimentos de todos os homens e que, com infinita compaixão os sente em Seu próprio coração, pode dizer. Quando, ainda com lágrimas nos olhos, o valente caçador voltou ao presente, o fogo na lareira era apenas uma brasa acesa e um frio como o da morte, enchia a sala.
Mais uma vez, ele gemeu. Depois, caindo de joelhos, juntou as mãos e sussurrou:
– Agora eu sei que fiz muito mal. Agora eu sei que é errado tirar a vida de Vossas criaturas. Estou pronto para expiar minhas faltas, segundo Vossa vontade. Mas não deixeis minha filha pagar por isso, eu Vos peço. Poupai-a. Ajudai-me a encontrá-la.
Ficou assim ajoelhado mais algum tempo e depois, quase sem perceber, seus membros se aqueceram e sentiu- se mais forte. Tinha passado através da sombra e saiu purificado. Agora tinha um trabalho a fazer.
o valente caçador levantou-se de um salto. Agarrando um galho resistente da pilha de lenha, encostou-o na brasa até que começou a pegar fogo. Com cuidado, fez a pequena chama aumentar até ficar uma tocha brilhante. Então, ele apressou-se e saiu para a escuridão.
Com a luz da tocha, o valente caçador pode ver claramente as marcas deixadas pelos animais. Aqui e ali, quase apagadas pelas outras, estavam as pegadas de Simonetta e, vendo-as, tomou novo ânimo.
– Conservai-a aquecida, disse, erguendo os olhos para uma estrela brilhante acima de sua cabeça, Protegei-a. Guiai-me para ela, eu Vos imploro.
Com a tocha era fácil seguir as marcas, e o valente caçador apressou-se, indo cada vez mais para o interior da floresta, onde nunca antes se havia aventurado. De repente, no meio de umas árvores distantes, que pareciam levantar-se por detrás de uma parede de rochas, viu um clarão de luz que iluminava todo o céu,
– Um fogo, pensou o valente caçador. Ela acendeu uma fogueira. Ela está aquecida. Graças a Deus.
Mas, quanto mais perto chegava, mais desconfiava que não era o clarão de uma fogueira, a luz era muito fixa, muito branca, muito pura. Depois ouviu sons. Um lobo uivava; um coiote ladrava para a Lua.
– Os animais, murmurou. Se eles a machucaram…
O valente caçador escutou outra vez e ouviu, não uivos ou latidos, mas a música mais suave que nunca imaginou fosse possível ouvir-se. As palavras eram claras!
– Oh, vamos adorá-Lo, oh vamos adorá-Lo, oh vamos adorá-a-a-Lo, Cristo Jesus.
O valente caçador espetou a tocha em um montículo de neve onde ela ficou firme. Cautelosamente moveu-se para frente em direção do clarão. Rodeou a parede de rocha até chegar a uma abertura e ficou estarrecido com o que seus olhos viram.
Simonetta estava confiantemente encostada num lobo, cujos olhos eram vigilantes e protetores. Toda espécie de criaturas da floresta, grandes e pequenas, se aglomeravam em volta dela. Eles estavam cantando.
Depois, o valente caçador viu algo mais. Uma figura – humana na aparência – flutuante, pairava sobre Simonetta, projetando sobre ela e sobre os animais, ondas e mais ondas de uma luz branca e pura. Enquanto o valente caçador contemplava pasmado a figura, ela – pois era feminina – voltou-se para ele que ficou assombrado. Ela era aquela que um dia ele havia amado e que lhe tinha sido familiar e cuja presença carinhosa era agora apenas uma enternecedora lembrança que amiúde lhe voltava.
O vulto ficou ao seu lado, tocando delicadamente seu rosto com os dedos. Ele não sentiu o toque, mas foi como se uma brisa quente de primavera tivesse bafejado sua face. Ela sorriu afetuosamente para ele.
– Minha querida, ele murmurou. É você?
– Sim, disse a figura. Eu recebi permissão para auxiliar vocês esta noite, pois eu sabia que eu seria necessária.
– Você guiou Simonetta para este lugar e manteve-a em segurança? – perguntou o valente caçador.
A figura concordou.
– Ela viu você ? ele continuou perguntando.
– Não – disse o vulto. É melhor que ela não me veja, porque, então, minha partida seria muito penosa. Mas ela sabe que eu estou perto, e esta contente.
– Então – então, você deve partir outra vez? – disse o valente caçador tristemente.
– Eu devo, respondeu a figura, o mais docemente que pode. Um grande privilégio foi-me concedido e eu não me atrevo a abusar. Mas, depois desta noite, nenhum de vocês vai precisar muito de mim, pois você aprendeu uma grande lição e agora seus caminhos vão mudar.
O valente caçador suspirou profundamente.
– Isso foi obra sua também? – ele perguntou.
– Eu pedi para que os animais mortos fossem mostrados a você, respondeu a figura, pois quando o choque da mensagem de Simoneta atingiu-o tão profundamente, eu soube que você estava pronto para seus olhos serem abertos.
Por um longo momento, o valente caçador contemplou a figura que devolveu seu olhar terno e carinhoso. Depois, ela disse, suavemente:
– Agora, meu bem amado, eu devo partir. Leve Simonetta para casa. Ela irá de bom grado. E lembre-se das suas palavras. Algum dia, você ira para o céu também e, então, nos vamos poder ficar todos juntos novamente!
Com isso, a figura acariciou seu rosto mais uma vez e lentamente subiu em direção a brilhante estrela lá no alto. Muito tempo depois dela desaparecer de vista, o clarão branco e puro ainda permanecia naquele lugar.
O valente caçador andou em direção ao grupo:
– Simonetta, chamou suavemente.
– Oh, papai! – ela exclamou, levantando de um salto para seus braços. Mamãe esteve aqui. Eu senti. Ela fez tudo certinho para nós.
– Eu sei filha – disse o valente caçador. Eu a vi.
– Você a viu? Simonetta arregalou os olhos. Ela ainda está bonita?
– Mais bonita do que nunca, ele respondeu com simplicidade, seu coração muito cheio de emoção para poder falar mais.
– Estou contente, ela disse abraçando-o.
– E agora, filha, você quer voltar para casa comigo? É muito tarde e este lugar está muito frio.
– Eu vou para casa, disse Simonetta, colocando sua mão na dele.
– E seus amigos, ele disse olhando para os animais, também são benvindos. Eu sei que ele não tem motivos para confiar em mim, mas eu prometo que, desta noite em diante, enquanto eu morar na floresta, nenhum mal que eu possa impedir os atingirá.
Com isso o lobo, que estava observando desconfiado, relaxou. Devagar, foi até o que tinha sido um valente caçador e aconchegou-se a sua mão livre. Quando o homem acariciou a cabeça do lobo, os outros animais também se aproximaram. Agruparam-se em volta de Simonetta e seu pai, e os acompanharam na sua longa jornada pela floresta.
Quando, por fim, estavam quase chegando a casa, o que tinha sido um valente caçador lembrou-se sobressaltado do veado morto que ele tinha largado na porta da cabana.
– Eu daria qualquer coisa, se eu pudesse impedir Simonetta de ver aquilo.
Desanimado continuou a caminhar, e Simonetta, sentindo a preocupação do seu coração, olhou para ele atentamente.
Mas, quando chegaram à cabana, o corpo do veado tinha desaparecido. Não havia pingos de sangue na neve, nem marcas onde o corpo tinha estado.
Enquanto o que tinha sido um valente caçador meditava sem poder acreditar no que, acontecia, Simonetta largou sua mão e correu para um animal que se aproximava.
– Ramo, Ramo, ela chamou. Estou tão contente por ver você!
Seu pai olhava espantado e Simonetta colocou os braços em redor do pescoço de um magnífico veado que aparecera ante eles. Era o mesmo animal que havia sido morto para a festa de Natal.
O veado aceitou os abraços exuberantes de Simonetta, por um momento, mas depois se desprendeu delicadamente de seus braços. Caminhou para o que tinha sido um valente caçador e olhou-o, reconhecendo-o.
– Quase não posso acreditar que você está vivo, disse o homem humildemente, mas louvo a Deus por isso.
– Sim, disse o veado, devemos todos louvar a Deus. Ele abrandou seu coração e Ele me restituiu a vida que me foi tirada. Que Suas bênçãos fiquem com todos vocês!
E o veado, com um salto prodigioso, desapareceu na escuridão.
Depois Simonetta, seu pai e seus amigos animais entraram na cabana onde, milagrosamente, o fogo na lareira estava outra vez crepitando e um calor agradável enchia a sala. Nessa noite, e em muitas outras noites que se seguiram, enquanto Simonetta e o que tinha sido um valente caçador dormiam em suas camas quentinhas, os animais dormiam, seguros e sem serem incomodados, diante de um fogo acolhedor.
(do Livro Histórias da Era Aquariana para as Crianças – Vol. VII – Fraternidade Rosacruz)