Como agimos no Mundo: a Importância das Pequenas Coisas – essas que fazemos no nosso dia a dia

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Como agimos no Mundo: a Importância das Pequenas Coisas – essas que fazemos no nosso dia a dia

Em razão de nossa dual natureza, espiritual e humana, não podemos ainda, infelizmente, manter um permanente contato com Deus, através de nossa Divina Centelha. Mas, nem por isso devemos cruzar os braços admitindo, antecipadamente, a derrota, sob a justificativa de que o caminho é muito longo e difícil. Temos orientação segura, amorosa e desinteressada na Fraternidade Rosacruz. Arregacemos as mangas e tratemos, sob tal orientação, de dispor os tijolinhos de nossos pequenos e continuados esforços, com a argamassa do amor, para a, pouco e pouco, edificarmos nosso templo interior.

Não importa que ao nosso redor muitos corram na louca ânsia de sorver os prazeres do mundo: a indigestão os fará retornar aos alimentos sadios. Deus não tem pressa. Ninguém se perderá. Através de sábias leis, lenta e seguramente, Ele promove a elevação de suas células espirituais. Todos os caminhos conduzem a Roma. Cabe-nos escolher.

Atendemos bem para isto: o segredo está no acúmulo persistente de pequenas conquistas. Mais vale um grama de realidade do que um quilo de sonhos. Aspirar e não realizar é incompleto. Deus desejou criar o Universo; idealizou-o e depois o Verbo se fez carne. Fazer é crescer. A fé, sem obras, é morta. E quem cresce pode melhor servir. E quem melhor serve, mais recebe para dar.

O desenvolvimento espiritual se realiza assim. Devagar e sempre. Lembra Max Heindel: “é, comparativamente, mais fácil realizarmos uma grande proeza num impulso de heroísmo, do que vencermos as pequenas batalhas das dúvidas, das condescendências próprias, dos descuidos. Os que o conseguem são os verdadeiros heróis anônimos, reconhecidos por Deus”.

De fato! Podemos ter momentos de elevação e de contato com nossa Deidade Interna, nas reuniões de Fraternidade e nos exercícios e preces que realizamos em casa. Mas, e os intervalos? Quando deixamos o altar de nossas consciências, e voltamos ao trabalho do mundo, continuamos, na presença de nosso Cristo ou dele nos despedimos, furtando-nos a seus penetrantes olhos, por que somos obrigados a agir como homens e mulheres comuns?

Aqui está o segundo ponto, prolongamento do primeiro: para haver pequenos e continuados esforços espirituais, devemos vigiar e orar, ou seja, orar sem cessar, isto é, manter atitude mental, comportamento emocional e coerência em atos íntegros no mais puro sentido do termo, servos de Deus; expressão de Sua Vontade em nós. E se achamos que nossas atividades não nos permitem agir dessa maneira, oremos para que Deus nos inspire a encontrar outro caminho. Estamos nos justificando pelo desejo de lucro ilícito? Não temos convicção bastante para afirmar nossa lealdade espiritual, sem perder de vista a prudência com as fraquezas humanas? Temos receio de iniciar outra atividade mais afim a nosso ideal Cristão?

Mas nem sempre é esse o caso. A vida moderna reconhece cada vez mais a necessidade de lealdade e lisura nas relações humanas. Ao contrário, o ser humano correto e prudente é sempre respeitado e fatalmente guindado a postos de confiança.

O problema está nas negligências, nas condescendências, para sermos agradáveis aos outros. As palavras que falamos na vida diária, no lar, no trabalho, no lazer, nas rodas de piadas, quando estamos aborrecidos ou irados, são essas palavras que nos traem e comprometem muito mais do que pensamos, porque as palavras têm poder.

Stephen Vicent Benét nos exorta: “a vida não é perdida quando morre o corpo, senão nos minutos, dias e anos preenchidas de pequenas e descuidadas falhas”. No Livro dos Provérbios, Salomão admoesta: “a língua dos sábios produz a cura. Quem guarda a sua boca, conserva a vida. Mas a boca do tolo é sua destruição.” (Pb 12:18-19).

Na Época Lemúrica, pelo poder da palavra moldávamos os corpos dos animais e vegetais. Desde o mais remoto passado o ser humano temeu a maldição e desejou bênçãos. Os braceletes atuais são reminiscências de objetos que no passado as pessoas usavam no braço, no pulso, com inscrições de palavras edificantes e protetoras, tiradas de seus livros sagrados.

Não importa se os outros nos percebem: se pensamos, se sentimos erroneamente, já pusemos em ação uma força modeladora de algo desagradável. Foi isso que inspirou alguém a dizer: “Ó Deus, ajuda-me a tornar doces e edificantes os meus pensamentos, sentimentos e palavras, porque um dia terei de engoli-los…”.

Meditemos muito nisso. Fazer um pouco por dia, todos podemos! Vigiar e orar é buscar manter uma unidade ativa coerente com a vontade de nosso Cristo Interno.

Talvez na ausência dessa prática resida a explicação de nosso lento evoluir espiritual.

Nesse caso, comecemos agora mesmo, segundo o conselho de São Paulo Apóstolo: “Renunciai à vida passada, despojai-vos do homem velho, corrompido pelas concupiscências enganadoras. Renovai sem cessar o sentimento da vossa alma, e revesti-vos do homem novo, criado à imagem de Deus, em verdadeira justiça e santidade” (Ef 4:22-24).

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – junho/1969 – Fraternidade Rosacruz –SP)

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