A Dieta Vegetariana versus a razão de nos terem dado Carne Animal e Bebidas Alcoólicas para nossa Evolução

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Dieta Vegetariana versus a razão de nos terem dado Carne Animal e Bebidas Alcoólicas para nossa Evolução

Deus disse: “Eu vos dou todas as ervas que dão semente, que estão sobre toda a superfície da terra, e todas as árvores que dão frutos que dão semente: isso será vosso alimento.” (Gn 1:29). Essa foi o primeiro tipo de alimentação que nos foi dado para a nossa evolução.

Entretanto, a nossa alimentação foi adaptada pouco a pouco em nossa evolução. Quando fomos dotados de intelecto, ao curso da Época Atlante, a carne animal (mamíferos, aves, peixes, crustáceos, anfíbios e afins) foi incorporada à nossa alimentação a fim de nos auxiliar no reparo de tecidos destruídos pela expressão do pensamento aqui, enquanto renascidos, principalmente em se tratando de pensamentos grosseiros e materialistas. Mas o que era necessário e suficiente, naqueles tempos em que estávamos aprendendo como lidar com o nosso Corpo Vital na sua função de reparo do Corpo Denso, não é mais desejável nos dias atuais. Pois já aprendemos a um nível de eficácia tal que tal reparo é executado sem a necessidade de envenenarmos nosso Corpo Denso.

Porque os animais são nossos jovens irmãos e, como nós, eles constroem formas no intuito de adquirir experiência no mundo material. Privando-os de seu Corpo Denso, nós atrapalhamos o seu progresso.

É verdade, entretanto, que certos animais matam para se alimentar. Mas tal luta pela vida entre diferentes espécies tem por objetivo despertar a consciência ainda obscura dos seus participantes. E ela não pode ser comparada à caça praticada pelo ser humano moderno, nem à matança sistemática organizada nos abatedouros.

A despeito do aspecto moral da morte dos animais, não se deve esquecer que a carne de cadáveres contém os venenos da putrefação. O sangue venoso contém igualmente substâncias tóxicas que são a origem de diferentes doenças.

Os animais que nós comemos são mais avançados que os vegetais e as células das quais eles são constituídos possuem uma certa individualidade que nós, o Ego humano, deve dominar antes de poder assimilá-las. Como resultados, tem-se uma fadiga do organismo e uma fraqueza prematura do Corpo Denso.

Além disso, no momento em que um animal é morto bruscamente, suas paixões ficam na carne que nós comemos, assim como os desejos recorrentes do Espírito-Grupo que incita à reprodução, porque o principal objetivo de um Espírito-Grupo é o de perpetuar sua espécie. Se juntamos a isso a influência dos Espíritos Lucíferos, que excitam os instintos baixos da natureza humana, nós compreendemos facilmente por que o ser humano é tão fortemente impulsionado a desperdiçar sua força sexual criadora.

Por todas essas razões a comida carnívora, que encorajou a agressividade e astúcia do ser humano primitivo indolente, deve agora ser abandonada. Porque os comedores de carne são necessariamente assassinos. Se eles não matam eles mesmos os animais que comem, eles o fazem para os outros, evitando assim de “sujarem as mãos”.

Na lenda do Santo Graal, no começo da narrativa, Parsifal mata um ganso. Mas, quando ele toma consciência da gravidade desta ação maldosa, ele se arrepende de seu gesto, quebra seu arco e se torna “inofensivo”. Todos aqueles que querem progredir no sentido espiritual devem possuir essa qualidade e se abster de comer carne animal. Eles devem igualmente se abster de tomar bebidas alcoólicas.

Assim que a humanidade tomou plena consciência do Mundo Físico, após o dilúvio e a dissipação da névoa espessa que recobria Atlântida, o vinho (aqui símbolo das bebidas alcoólicas) foi, ele também, incorporado à sua alimentação. A Bíblia nos diz que isto começou no momento em que “Noé planta a vinha”.

O álcool tem como efeito entorpecer, adormecer o Ego humano e de neutralizar a atividade da Hipófise (Corpo Pituitário) e da Glândula Pineal (Epífise Neural), que são os órgãos da percepção espiritual. Estes se tornam incapazes de vibrar em harmonia com os Mundos superiores e, assim nós perdemos pouco a pouco consciência de tudo o que não pertencia ao Mundo material (necessário naquele momento da evolução para dominarmos a Região Química do Mundo Físico e, assim, tornarmo-nos especialistas na matéria química, assim como os Anjos são especialistas na matéria Etérica e os Arcanjos na matéria de Desejos).

Quando tínhamos o conhecimento dos Mundos espirituais – naquele momento desse Esquema de Evolução –, não levávamos suficientemente a sério a nossa passagem pelo Mundo Físico. E, assim, para fazermos esquecer, durante alguns renascimentos, nossa verdadeira natureza e nossa estadia nos Mundos celestes o vinho (as bebidas alcoólicas) foram incorporado a nossa alimentação. Além desse efeito adormecedor, as bebidas alcoólicas desempenharam um importante papel para dominar as células da carne animal, pois possuem uma certa individualidade, antes de assimilá-las como alimentos para nós.

Imaginando que possuíamos apenas uma única e curta vida, concentramos nossos esforços no desenvolvimento do Mundo material e aprende, assim, as lições que só podem lhe ser ensinadas nesse Mundo Físico. Desenvolvemos, em particular, nossas faculdades intelectuais aplicadas aqui, nos esforçando para descobrir e utilizar as Leis da Natureza a fim de melhorar nossas condições de existência ou de satisfazer o alcance do nosso objetivo que, como já dissemos acima, era de dominarmos a Região Química do Mundo Físico e, assim, tornarmo-nos especialistas na matéria química.

Aprendemos, igualmente – mesmo que não nos demos conta disso –, a nos conformar às Leis da moral Divina, cuja transgressão é, também, perigosa assim como aquela das leis físicas, porque tal transgressão tem como consequência os sofrimentos do Purgatório e seus eventos infelizes do destino.

O consumo de bebidas alcoólicas apresenta, entretanto, inúmeros inconvenientes. O Ego humano não tem o poder de dominar as vibrações muito rápidas do álcool e não pode assimilar tal substância. Nos casos de embriaguez, o álcool toma perigosamente o controle da Personalidade. Não obstante, muitas pessoas apreciam seus efeitos eufóricos e abusam dessa bebida no detrimento de sua saúde.

Na interpretação literal das “Bodas de Caná”[1] – que lemos na Bíblia –, nós consideramos que o “Cristo transformou a água em vinho”.

Na verdade, o significado profundo destas “Bodas” é o “Casamento Místico”, no qual a realização é completamente incompatível com o consumo de álcool. Mas se nós nos apegamos à explicação corriqueira, nós podemos dizer que o Cristo ratificou o uso do vinho no que concerne à humanidade comum. E são por essas razões que nós acabamos de explicar tal questão.

Entretanto, nós assistimos agora ao fim da Era do vinho, porque o momento é chegado para tomarmos conhecimento da nossa verdadeira natureza. Não é mais concebível que passemos nossa vida toda sem saber de onde viemos, para onde vamos e o que temos a fazer na Terra. É por isso que os Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz deram todas as explicações necessárias que concernem a condição humana na Cosmogonia dos Rosacruzes (relatada no livro Conceito Rosacruz do Cosmos).

Não seria, todavia, necessário imaginar que é suficiente parar de comer carne animal e de tomar bebidas alcoólicas para obter os poderes espirituais. Esses são desenvolvidos apenas pela santidade da vida e das ações caridosas e desinteressadas – ou seja: serviço amoroso e desinteressado aos nossos irmãos e as nossas irmãs, com que temos a nossa rede de relacionamentos durante toda uma vida aqui –, mas uma alimentação apropriada, sem o consumo da carne animal e sem tomar bebidas alcoólicas é um acompanhamento indispensável. Ademais, os nossos Corpos Densos foram impregnados destas substâncias durante inúmeras gerações e um certo tempo se faz necessário para eliminar completamente os efeitos delas na construção dos nossos Arquétipos e, consequentemente, dos nossos Corpos aqui. Até para uma pessoa deixar de se alimentar usando carnes animais o processo pode não ser imediato, mas aos poucos.

De qualquer forma, como o consumo da carne animal e das bebidas alcoólicas atrapalham esse processo, nenhum “comedor de carne animal” ou “tomador de bebidas alcoólicas” pode adquirir a consciência pessoal dos Mundos espirituais.


[1] N.T.: “No terceiro dia, houve um casamento em Caná da Galileia e a mãe de Jesus estava lá. Jesus foi convidado para o casamento e os seus discípulos também. Ora, não havia mais vinho, pois o vinho do casamento tinha-se acabado. Então a mãe de Jesus lhe disse: “Eles não têm mais vinho”. Respondeu-lhe Jesus: “Que queres de mim, mulher? Minha hora ainda não chegou”. Sua mãe disse aos serventes: “Fazei tudo o que ele vos disser”. Havia ali seis talhas de pedra para a purificação dos judeus, cada uma contendo de duas a três medidas. Jesus lhes disse: “Enchei as talhas de água”. Eles as encheram até à borda. Então lhes disse: “Tirai agora e levai ao mestre-sala”. Eles levaram. Quando o mestre-sala provou a água transformada em vinho — ele não sabia de onde vinha, mas o sabiam os serventes que haviam retirado a água — chamou o noivo e lhe disse: “Todo homem serve primeiro o vinho bom e, quando os convidados já estão embriagados serve o inferior. Tu guardaste o vinho bom até agora!”. Esse princípio dos sinais, Jesus o fez em Caná da Galileia e manifestou a sua glória e os seus discípulos creram nele.” (Jo 2:1-11).

(Traduzido do: Un Régime Végétarien, da Association Rosicrucienne Max Heindel, Centre de Paris – Texte inspiré de l’enseignement rosicrucien légué à Max Heindel par les Frères Aînés de la Rose-Croix, pelos irmãos e irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP-Brasil)

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