Resposta: Essa pergunta revela uma atitude de espírito extremamente deplorável; seria a mesma coisa que perguntar se é correto tentar salvar a si mesmo em caso de afogamento, pois a queda na água também é um efeito de uma causa autogerada. Claro que é nosso dever tomar remédios, desde que administrado por uma pessoa apropriadamente qualificada, ou tentar curar as doenças ou enfermidades das quais sofremos da forma que mais nos aprouver. Estaríamos decididamente agindo errado se permitíssemos que o nosso instrumento físico – o nosso Corpo Denso – se deteriorasse por falta de cuidados e de uma atenção apropriada. É o instrumento mais valioso que possuímos e, a menos que o utilizemos apropriadamente e cuidemos dele, estamos sujeitos à Lei de Causa e Efeito devido a essa negligência.
Uma pergunta como essa revela uma concepção totalmente errônea da Lei de Causa e Efeito. É nosso dever tentar nos elevar acima das situações, ao invés de permitir que as circunstâncias dirijam nossas vidas. Há um lindo e pequeno poema que exprime essa ideia adequadamente:
“Um barco sai para Leste e para Oeste outro sai,
com o mesmo vento que sopra numa única direção.
É a posição certa das velas e não o sopro do vento
que determina, por certo, o caminho em que eles vão.
Os caminhos do destino são como os ventos do mar
conforme nós navegamos ao longo e através da vida.
É a ação da alma que à meta nos vai levar
E não a calmaria ou o constante lutar”[1]
Se nos esforçarmos em manejar as velas do barco da vida corretamente, seremos sempre capazes de modificar, senão mudar completamente, as suas condições, e fazer das nossas vidas o que quisermos, ao invés de acomodarmo-nos esperando as nuvens passarem, pois somos nós mesmos que as criamos. O próprio fato de as termos criado deveria ser uma inspiração para nós, para nos dar coragem e energia para desfazê-las ou rechaçá-las, o mais rapidamente possível.
(Pergunta nº 36 do Livro “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. I – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)
[1] N.T.: de Ella Wheeler Wilcox (1850-1919), autora e poetisa estadunidense. Do poema “The Winds of Fate” (1913.
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