Uma História para Crianças: Sou eu o teu Cristo, tu és Eu e Eu sou tu, sou Cristo do teu Eu e teu Eu sou Eu mesmo
Era uma vez um aluno que ouvia dizer de seu professor que existia um homem que se chamava CRISTO. Este Cristo tinha um Pai nos céus e uma Mãe na Terra. Estes dois criaram o seu filho Cristo. O professor contou que o Pai criou seu filho de perfeita luz e a Mãe deu à luz a sua preciosa carne. Aconteceu, disse o professor, que este filho se chamava mais tarde Filho de Deus por causa de sua perfeição. Porém, não acreditaram nele, pois ninguém via a luz. Acharam que ele era um mentiroso. Naquela época crucificavam os mentirosos e assim foi crucificado e posto o seu corpo numa tumba. No dia seguinte procuraram o seu corpo que, por um milagre, tinha desaparecido.
Houve muita discussão sobre o desaparecimento e acharam que o corpo tinha sido roubado e não podia ser outro senão o seu próprio pai. Chegaram a esta conclusão porque o guarda do cemitério não sabia nada do seu desaparecimento, não viu ninguém, não sentiu nada, pois então, somente a LUZ do Pai entrou na tumba e levou o seu Filho e o guarda não viu essa luz. Foi uma grande calamidade.
Chegaram, enfim, a seguinte conclusão: como ninguém se apoderou de seu corpo e somente as vestes mortuárias estavam na tumba, ele não tinha morrido e anda sem corpo para ninguém o achar.
O aluno não se satisfez com o desaparecimento e começava uma jornada dura para achar o Cristo. Ele disse a si mesmo:
– O Cristo estava na Terra, então não podia desaparecer; é preciso procurá-lo.
Começou a andar pelo mundo, andava pelos mares e montanhas, rios e vales, andava em baixo do mar e em cima dos ventos, perguntava às árvores e aos pássaros e não recebia resposta, tudo parecia em vão.
O aluno ficou mais velho e mais maduro em seus dias. Continuou procurando o Cristo nos sentimentos dos seres humanos, ia procurar na inteligência, procurava no colorido do Sol poente, na estrela da noite e da madrugada, na Lua, no crepúsculo do nascimento do dia, tudo em vão, não achava o Cristo, o seu querido Filho de Deus.
O aluno ficou ainda mais velho e já se estendia a cor de prata sobre os seus cabelos, andava já bem cansado com as costas arqueadas, pelas ruas, mas nunca se cansou a sua alma à procura do seu bem-amado.
Um dia, quando quase lhe faltaram as forças pelas duras caminhadas, aconteceu algo bastante esquisito. Parecia que a morte lhe tocava as costas, quando alguém lhe tocou levemente nos ombros dizendo:
– Aqui sou EU a quem tu procuras!
Virou-se rapidamente para ver quem lhe falava, mas, ninguém se achava presente.
Logo mais, aconteceu a mesma coisa, a mesma voz falava, porém mais forte.
– “Aqui sou EU”. Virou-se novamente e não achava ninguém.
Recomeçava de novo a caminhar pensando em seu Cristo. De repente,ouvia de novo a mesma voz, mas não falava, cantava, cantava cada vez mais forte, cantava assim como canta o mar:
– Aqui sou Eu, sou Eu aqui, o teu Cristo junto a ti.
O aluno perdeu-se em si mesmo ouvindo dentro de si a voz tão forte como o mar:
– Sou eu o teu Cristo, tu és Eu e Eu sou tu, sou Cristo do teu Eu e teu Eu sou Eu mesmo.
O aluno perdeu o mundo. Cristo reinava em seu Espírito.
(de Francisco PH. Preuss; publicado na Revista Serviço Rosacruz – 10/81- Fraternidade Rosacruz-SP)
Sobre o autor