Um Conto de Natal – a história de uma garotinha triste e os olhos de uma criança

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Um Conto de Natal – a história de uma garotinha triste e os olhos de uma criança

Um Conto de Natal – a história de uma garotinha triste e os olhos de uma criança

Era uma vez a história de uma garotinha que era triste porque achava que era totalmente sozinha. Ela não podia falar como os outros, mas tudo falava em torno dela! Tudo era grande demais, forte demais, duro demais. Quando ela tentava dizer algo, o fazia forte demais, com suas mãos, sua cabeça, como podia. Ninguém compreendia; é fácil demais quando podemos falar. Ela? Ela tinha medo demais!

Às vezes, ela ia ver um mágico. Era necessário voar pelos ares, depois partir pela montanha. Lá as árvores sorriam, ela achava que voava acima das nuvens sobre uma balança mágica. Lá ela ouvia, às vezes, uma garotinha cantar, e muito bem! A voz parecia vir da montanha, ela a ouvia apenas quando estava em paz, que sua garganta se relaxava e que o vento passava livremente através dos ramos das árvores.

Era realmente um lugar engraçado. As bonecas e os brinquedos se mexiam sozinhos. Havia sempre alguma coisa de novo a se ver! Mas acima de tudo, ela ouvia a música, ela a via sair também dos dedos calejados do mágico. Podiam-se cantar todos juntos, a paz, a luz…

Naquela noite, ela tinha ainda mais dificuldade para dormir. Ainda tinha medo que a luz não retornasse mais. Entretanto, o mágico havia dito a ela: todas as manhãs o Sol se levanta, sempre! E, porém, naquela noite ela duvidava; tudo parecia ter parado, como que esperando.

Ela não sabia como se encontrava diante daquela grande porta aberta, mas havia uma porta? Era muito difícil de ver com aquela forte luz. O mágico a esperava, pegou sua mão, eles entravam… “Eu nunca vi um lugar como esse, mas ele tem algo de familiar”, pensava ela…

A luz parecia vir de todos os lugares, como a canção da garotinha na montanha. Observando melhor, com seus grandes olhos abertos, ela viu que ela saltava por sobre os muros, mas também sobre os amigos que estavam lá. Eles lhe pareciam todos conhecidos. Que felicidade! Todos compreendiam sem que ela precisasse falar, sem que ela quisesse ver de onde vinha aquela luz. Eles se repartiam e a guiavam na frente, levemente.

A multidão era inumerável e que música! Exatamente o que ela preferia: sem gritos, sem barulhos estranhos que se misturavam. A música fluía como água, levemente, levemente, depois retomava mais forte e mais rápido quando todos cantavam. A música seguia a luz! Ela tinha o hábito de ver aquilo, mas em momentos curtos. Naquele momento, como pássaros, eles passavam no céu oferecendo seu voo tão frágil, mas ainda tão forte.

Ela nunca havia visto criança tão pequena! Suas mãos, acima de tudo suas mãos! Ela abriu seus olhos. A luz vinha bem de lá, de seus olhos, seus olhos de criança. Ela compreendia que como ela, a criança não podia falar, ela respondia ao seu olhar como se soubesse fazê-lo quando ela estava feliz. Agora ela estava certa, sem dúvidas, ela não teria mais medo, ela não estaria mais sozinha. Porque, ao acordar, ela havia compreendido que bastava que ela fechasse os olhos e pensasse muito forte para ver os olhos daquela criança.

(Traduzido do: Conte de Nöel, da Association Rosicrucienne Max Heindel, Centre de Paris – Texte inspiré de l’enseignement rosicrucien légué à Max Heindel par les Frères Aînés de la Rose-Croix)

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