Naftali, um dos símbolos de Capricórnio, é o veado perdido, um dos filhos de Jacó, o Sol, que, de novo, dispara a fim de percorrer mais uma jornada anual. Começamos 2023.
Embora, aparentemente, todos os anos sejam iguais, porque são medidos pela marcha da Terra em torno do Sol, a translação, sabemos, à luz da Astrologia Rosacruz, que nada se repete. Espirais dentro de espirais, recapitulações sem conta, mas sempre sob novas condições. Na contínua e harmoniosa marcha dos Astros em suas respectivas órbitas, o quadro dos céus se renova constantemente, de minuto a minuto. Somente após 25.920 anos comuns, a contar de uma configuração determinada, a posição dos Astros, no céu, volta a formar o mesmo quadro. Contudo, mesmo assim esse quadro repetido nos céus realiza-se sob novas condições, em uma espiral acima. A humanidade e os demais Reinos se encontram então com novas condições internas e reagem diferentemente. Nada se repete, em realidade. A vida é movimento e renovação constantes, mesmo nos aparentes repousos.
Começa um ano novo exotérico, de fato. Começa pela experiência saturnina adquirida no passado. Renova-se pelo revolucionador Urano; reveste-se, racionalmente, de novas aspirações aquarianas; infunde-se da religiosidade de Peixes; galvaniza-se com a energia de Áries; firma-se na calma e persistência de Touro; empreende os voos inquiridores de Gêmeos; lança a semente germinadora e imaginativa de Câncer; acrescenta o calor e a coragem de Leão; concebe os grãos de realização de Virgem; dá o equilíbrio e a beleza de Libra; o dinamismo e a emoção de Escorpião; o idealismo e a bondade de Sagitário e, assim, termina mais uma obra anual. É uma escola admirável. Temos de frequentá-la dia após dia, ano após ano com as capacidades que trouxemos das vidas e anos anteriores, modificando sempre nossas reações às influências astrais. Enquanto houver dor, sofrimento, tristeza, angústia, neurose, ódio, violência é sinal seguro de que o “fermento” dentro de nós encontra matéria reativa de defeitos, de ignorância. Temos de chegar ao ponto em que nenhuma qualidade adversa dos Signos ou dos Astros encontrem reação e sintamos como o Cristo — “não resistir ao mal”.
Lenta e seguramente, o altruísmo ganha terreno e o ser humano interno se converte em um Hércules, o ousado filho dos deuses capaz de vencer as doze tarefas; isso é, capaz de formar em si, de forma alquímica, as qualidades positivas dos corpos macrocósmicos e se converter em uma réplica dos céus, um eco de Deus, uma partícula individualizada do Cosmos.
Desejamos que cada tropeço, dor ou alegria, no decorrer do ano que inicia, seja encarado pelo Estudante Rosacruz de forma segura, positiva e compreensiva, como correções e elogios que um professor põe nas provas de seus alunos. São 365 páginas em branco para preenchermos com nossos atos. Por eles é que será avaliado o nosso avanço. O Estudante Rosacruz sincero e humilde medita muito sobre cada correção e advertência, para que não a repita mais, porque sabe que mais profundamente aprende com os erros do que com os êxitos.
E persiste, cheio de esperança, no futuro, não apenas para passar pela vida ou “passar de ano”, mas para aprender o melhor possível aquilo que lhe é ensinado; persiste, não para obter um diploma, porém com o amoroso propósito de melhor servir a seu próximo, à semelhança dos invisíveis mestres que agora o ensinam.
Nessa ordem de ideias é que, muito sinceramente, desejamos a todos que renovem seu propósito para uma vida melhor e mais alta no decorrer do ano de 2023, perseguindo aquele ideal enunciado por nosso Sublime Mestre: “Que sejamos perfeitos como nosso Pai Celestial é perfeito”.
Que as rosas floresçam em vossa cruz