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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Doenças Desesperadoras requerem Remédios Heroicos

Toda cura digna desse nome – a cura verdadeira – é acompanhada de ensino, porque seria de pouco benefício sermos curados, se nós, por ignorância, adoecêssemos novamente pelos mesmos erros que nos levaram à primeira enfermidade.

Alguém pode estar fadado a pagar alguma dívida do passado com sofrimento físico ou mental, sendo a morte, inclusive, uma penalidade ou destino maduro. Mas, esses fatos não desculparão essa pessoa por violar leis conhecidas, em desafio ao bom senso e à razão.

Pode estar “escrito” — como dizem os fatalistas — mas, a vontade treinada do mortal está destinada a conquistar os Aspectos astrais adversos e o ser humano real, em vibração com o infinito, é capaz de frustrar o destino. Os egípcios compreendiam a lei livre arbítrio e escreveram essa sentença que expressa o não ser conquistado, superado ou subjugado sobre as portas de seus templos: “serei o que eu quiser ser”, absolvendo, assim, o ser humano real da condenação da predestinação.

É, no entanto, certo de que aquele de quem é dito estar marcado por doença ou morte prematura — embora pela força de vontade possa escapar — irá, pela falta de vontade, cumprir seu destino. Ou seja, as características do rosto, da cabeça, das mãos, dos pés e dos Astros que acompanham uma pessoa têm relação com sua existência física, material — ou melhor, natural —, e somente entrando em harmonia com o Cristo pode tal pessoa superar a natureza inferior que é dominada pelos Astros.

Essa susceptibilidade, no entanto, de nenhuma maneira isenta alguém do dever de escolher ou fazer esforço e apenas no grau em que, apesar da deficiência de más condições ou efeitos astrais desfavoráveis, nós tentamos alcançar o domínio, nossas chances aumentam para vidas posteriores. Em suma, não podemos julgar uma vida pelos seus frutos aparentes, sem levar em consideração a quantidade desconhecida de frutos que só Deus pode medir, Quem criou cada ser humano! O quanto alguém firmemente tentou, mesmo os mais próximos e os mais compassivos não podem saber.

Esse pensamento deve dar uma pausa ao espírito crítico, que é capaz de culpar um ser humano por todos os fracassos e perdas da graça da saúde, seja mental ou física. Nessa vida, muitos nunca restabelecerão a saúde física ou mental, mas quem sabe que humilhação de alma e de corpo leva um coração triste ou um corpo torturado para o túmulo?

Nada, além da fé em outras vidas e outras chances, pode reconciliar o amor e a justiça de Deus com os estados terrenos e as profundas tristezas e angústias mortais. Não é verdade que não possamos escolher nossos pais, já que o ato de retorno do Ego está sob leis que o obriga a buscar o ambiente certo; no entanto, esse fato não nos isenta do dever de nos preparar, o mais cuidadosamente possível, para a próxima geração. Povos antigos, unidos por razões de Estado, como os romanos se casavam para que as famílias pudessem ter cada vez mais influência política. Ainda hoje vários povos, a grande maioria no oriente, se casam inteiramente para o benefício dos pais, objetivando ajudá-los economicamente.

Nós, nessa época moderna e mais instruída, precisamos considerar a possibilidade de construir corpos com mais materiais das Regiões superiores dos Mundos Físico, de Desejos e do Pensamento, do que materiais das Regiões inferiores, e construir para o bem universal e para o aperfeiçoamento do bom caráter, pois somente o caráter influencia a eternidade. O Ego, por si só, é objeto de estudo e esforço valioso nesse desenvolvimento. A verdadeira educação é um desdobramento que amplia a alma para além das linhas familiares ou nacionais; assim, o patriotismo deve ceder, junto à teologia e aos atos eclesiais que são dogmáticos, antes de que a única Religião verdadeira surja, cuja tônica é o amor e a Fraternidade.

Em qualquer situação de guerra (seja entre as nações ou países, seja em pandemias – onde o inimigo de todos é um) as grandes paixões das almas — Religião, patriotismo, patriarquismo, matriarcado, política, reforma social, proteção primeiro da sua nação e, se sobrar, das outras, etc. — até arrastam os vínculos mais delicados e sufocam, por um tempo, todas as chamas do amor familiar, do senso de justiça e da misericórdia, chamas que pertencem à humanidade; contudo, no final, essas vermelhas paixões dos corações das pessoas que vivem e prosperam em países democráticos irão se elevar como uma maré imensa que varrerá, diante de si, o fanatismo do nacionalismo.

As mesmíssimas influências da verdadeira cura que trabalham para o bem físico, com o fim de salvar e restaurar os Corpos Densos enfermos, serão enviadas, em uma torrente de elevação espiritual e vivificante, para banir esse pesadelo de devastação e para reunir os seres humanos no amor fraternal, liquidando suas diferenças. “A Terra e toda a sua plenitude são do Senhor” (Sl 24:1), “Ele vive e reina para sempre.” (Rm 11:36).

Assim como é permitido as pessoas sofrerem e pecarem, tendo essa experiência a capacidade de mostrar o caminho para a saúde e felicidade, também as nações devem se desenvolver nessas maneiras tortuosas e medonhas que volta e meia observamos.

Os seres humanos devem conhecer o bem e o mal, devem discernir (eis a dádiva mais rara) e devem, afinal, escolher o melhor caminho. Doenças desesperadoras requerem remédios heroicos e parece que a doença, entre os seres humanos, da inquietação, da insatisfação, da inveja, da malícia e de toda falta de caridade, que congestionou os centros da assim chamada civilização, realmente precisava ser removida por uma cirurgia — um corte profundo para descobrir a úlcera que está no coração do mundo, atrapalhando e atrasando o dia da Fraternidade Universal.

Que aprendamos essa lição: qualquer tipo de guerra é tão perversa quanto fútil. Que possam “transformar suas espadas em arados e suas lanças em podadeiras.” (Is 2:4).

(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross de janeiro/1916 e traduzido pela Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Por que o alcoólatra não pode moldar a matéria de desejos nas Regiões inferiores do Mundo do Desejo e criar condições reais de vício adequadas ao seu temperamento?

Pergunta: Afirma-se no “Conceito Rosacruz do Cosmos” que o alcoólatra que se encontra nas Regiões inferiores do Mundo do Desejo não pode satisfazer os seus desejos, mas também é dito que os Egos que se encontram no Primeiro Céu, nas Regiões superiores do Mundo do Desejo, moldam realmente a matéria de desejos a transformando num meio ambiente real, de acordo com os seus desejos e ideias. Por que o alcoólatra não pode fazer o mesmo nas Regiões inferiores do Mundo do Desejo e criar condições reais de vício adequadas ao seu temperamento?

Resposta: Foi observado por muitos Estudantes do “Conceito Rosacruz do Cosmos” que esse livro sempre se antecipa e responde às perguntas que possam surgir na Mente do leitor. Se consultarem o Capítulo I — subtítulo O Mundo do Desejo do livro, poderão ler: “Na substância mais fina e sutil das três Regiões superiores do Mundo do Desejo, só a Força de Atração atua, embora ela também se encontre presente em certo grau na matéria mais densa das três Regiões inferiores, onde atua contra a Força de Repulsão que ali domina. A desintegrante Força de Repulsão destruiria, de imediato, qualquer forma que entrasse nessas três Regiões inferiores, não fora a ação neutralizadora daquela. Na região mais densa e mais inferior, onde é mais poderosa, a Força de Repulsão agita e dissolve violentamente as formas ali constituídas, ainda que não seja uma força vandálica.

“Nada é vandálico na Natureza. Tudo que assim parece trabalha apenas para o bem, o que sucede com essa força em sua ação na Região mais inferior do Mundo do Desejo. As formas que ali se encontram são criações demoníacas, constituídas pelas paixões e desejos mais brutais dos animais e do ser humano.

“A tendência de todas as formas no Mundo do Desejo é atrair para si as de natureza semelhante e, consequentemente, crescer. Se essa tendência para a atração fosse predominantemente nas Regiões inferiores, o mal cresceria como o joio e a anarquia em vez da ordem predominaria no Cosmos. Isso é evitado pela preponderante Força de Repulsão nessa Região. Quando uma forma criada por um desejo brutal é atraída para outra da mesma natureza, cada uma exerce sobre a semelhante um efeito desintegrante, produto da desarmonia existente nas respectivas vibrações, assim, em vez de fundir-se mal com mal, mutuamente eles se destroem e, desse modo, o mal no mundo conserva-se dentro de limites razoáveis. Quando compreendemos o efeito dessas duas forças gêmeas em ação, podemos também entender a máxima ocultista: “Uma mentira no Mundo do Desejo é, ao mesmo tempo, assassina e suicida”.

De fato, os alcoólatras no Mundo do Desejo tentam geralmente fabricar a bebida, pela qual anseiam, a partir do momento em que aprendem que é possível moldar a matéria de desejos de maneira tal que ela se transforme segundo o seu desejo. Mas todos declaram, unanimemente, que a bebida forte ou as drogas fabricadas dessa maneira não lhes trazem satisfação nenhuma. Eles podem imitar o gosto perfeitamente, mas a bebida assim fabricada não tem o poder de embriagá-los. Onde conseguem atingir a completa satisfação como alcoólatras, é introduzindo-se nos corpos dos alcoólatras que ainda estão no Mundo Físico. Por essa razão, estão sempre rondando os bares, esforçando-se para induzir os frequentadores desses lugares a ingerir doses excessivas de álcool.

Declaram que também se satisfazem através das emanações do hálito dos alcoólatras que estão no Corpo Denso e quanto mais pesada e viciosa for a atmosfera nos bares, mais perto eles chegam da satisfação procurada.

Se os descuidados seres humanos frequentadores de tais lugares pudessem perceber as táticas repugnantes dos invisíveis réprobos, haveria certamente um despertar que provavelmente ajudaria os que não estão ainda demasiadamente viciados, a reencontrar o caminho da decência e da vida honesta. Mas, graças a Deus, (tanto para os alcoólatras visíveis como para os invisíveis), é-lhes impossível criar um antro de vício na matéria de desejos, porque a força de Repulsão tende a destruí-lo tão logo o tragam à existência.

(Pergunta nº 14 do Livro “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. II” – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)

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