É evidente que passamos um destino doloroso pelo mau uso da palavra. O emprego de palavras para expressar o pensamento é o nosso mais alto privilégio. Portanto, cada um de nós deveria se compenetrar da tremenda responsabilidade representada pela posse de tão maravilhosa faculdade.
A linguagem originou-se durante a Época Atlante, quando iniciamos a utilização de palavras como meio de comunicação. Quando habitamos Corpos que constituíram o que conhecemos como a primeira Raça Atlante, Rmoahals, começamos a dar nomes às coisas. Éramos ainda uma raça espiritual, tínhamos poderes anímicos idênticos às Forças da Natureza. Por meio de palavras exercíamos o poder sobre essas coisas a que dávamos nomes. Para nós, naquele momento, a linguagem era algo santo por ser a mais elevada expressão do Espírito. Jamais degradamos tal poder pela tagarelice ou maledicências.
As línguas são expressões do Espírito Santo que trabalha por meio das Raças e do Corpo de Desejos. As Religiões de Raça surgiram com o propósito de refrear a natureza de desejos. Quando nos purificarmos suficientemente nosso Corpos de Desejos, nos tornaremos aptos a nos compreendermos mutuamente, mesmo porque o sentimento de separatividade terá desaparecido.
Como exemplos podemos citar os Apóstolos, cujos Corpos de Desejos foram suficientemente purificados pela união com o Espírito Santo, podendo assim falar em diferentes idiomas, fazendo-se inteligíveis àqueles que os ouviam. Esta conquista todos nós, um dia, realizaremos: o poder de falar todas as línguas.
Foi por isso que o próprio Cristo nos ensinou: “Ou fazei a árvore boa, e o seu fruto bom, ou fazei a árvore má, e o seu fruto mau; porque pelo fruto se conhece a árvore. Raça de víboras, como podeis vós dizer boas coisas, sendo maus, pois do que há em abundância no coração, disso fala a boca. O homem bom tira boas coisas do seu bom tesouro, e o homem mau do mau tesouro tira coisas más. Mas, eu vos digo que de toda a palavra ociosa que os homens disserem hão de dar conta no dia do juízo. Porque por tuas palavras serás justificado e por tuas palavras serás condenado.” (Mt 12:33-37).
Futuramente deixaremos de pronunciar palavras vãs, pois consideraremos a linguagem como algo profundamente sagrado. Pronunciaremos a “Palavra Perdida”, o “Fiat Criador” que sob a direção das Hierarquias Criadoras foi pronunciada na antiga Época Lemúrica para criar plantas e animais.
(Publicada na Revista Rays from the Rose Cross de setembro/1968 pela Fraternidade Rosacruz -SP-Brasil)