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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Dicas para melhorar nossa capacidade de Observação

Dicas para Melhorar a Nossa Capacidade de Observação

 O emprego da faculdade de observação pelo Aspirante à vida superior é de inestimável valor, pois é por meio dessa habilidade que ele pode sutilizar seu Éter de Luz (um dos dois Éteres que compõem o Corpo-Alma) e restaurar o ritmo e a harmonia de seu Corpo Denso.

Esse é um dos Exercícios Esotéricos que o Estudante Rosacruz executa sempre.

A definição de observação dada por Max Heindel, em sua décima primeira conferência do livro Cristianismo Rosacruz, refere-se ao “uso dos sentidos como meio de obter informações a respeito dos fenômenos que ocorrem ao nosso redor”. Sob esta consideração, sugere-se que o Aspirante inicie, desde já, a criação do saudável hábito de observar todas as coisas que estão a sua volta. Há alguns exercícios que podem auxiliá-lo neste processo. São eles:

  • de ordem visual (como a observação dos detalhes das arquiteturas das casas, das árvores, do movimento, por exemplo),
  • de ordem auditiva (tais como as modulações dos sons, do ritmo da fala de nossos amigos, do canto dos pássaros, etc.),
  • de ordem tátil (como sentir a brisa em nosso rosto e até mesmo, o ritmo do caminhar quando se anda pelas ruas), entre outros. Deste modo, o Aspirante gradualmente torna-se consciente de todos os eventos pelo qual está inserido.

Adiante no texto da citada Conferência, Max Heindel dá uma explicação esotérica sobre a importância da observação. Ocorre que o Corpo Vital, independente da vontade do indivíduo, também funciona como um espelho, ou como uma película cinematográfica em movimento que não para, nem por um segundo, de captar as imagens do ambiente no qual o Aspirante está inserido. Semelhantemente, o Corpo Vital também capta as ideias que brotam de seu Espírito interno. O problema é que as pessoas, em sua maioria, não captam, de forma consciente, as mesmas informações que o Corpo Vital faz. Em outras palavras, a memória consciente, (estabelecida pela observação), não coincide com a memória gravada pelo Corpo Vital, e isso resulta em uma importante discrepância (ou entrechoques de vibrações) que gradualmente destrói o Corpo Denso. Para atestar o fato de que as pessoas possuem olhos, mas não veem, e ouvidos, porém não ouvem, pergunte qualquer detalhe sobre algum objeto, cena de filme, ou até mesmo algum sentimento que ela teve num determinado momento, e não raro receberemos uma resposta do tipo: “Não me lembro nem do que comi no almoço, como vou lembrar sobre o que você está me perguntando!”.
O fato é que, quanto maior for à discrepância entre as imagens gravadas pelo Corpo Vital e os eventos gravados na memória consciente pela observação, maior também será o tempo necessário para a restauração do Corpo Denso durante o sono. Há casos, por exemplo, em que as discrepâncias são tamanhas, que não resta tempo algum para trabalho nos planos internos. Se isso ocorrer com frequência, pouco crescimento espiritual será alcançado pelo Ego. Por isso, o Aspirante sincero, reconhece que pode (e é responsável) por tornar esse tempo maior ou menor, dependendo de sua capacidade em colocar em prática os ensinamentos dados pelos Irmãos Maiores. Pela observação, é possível fazer com que os entrechoques de vibrações das duas memórias ocorram com menor frequência e, deste modo, a restauração do Corpo Denso poderá ocorrer de maneira mais rápida.
Como auxílio neste processo, é de grande valia ao Aspirante, aprender a observar não apenas detalhes de objetos e fenômenos externos, mas também minúcias internas, pois é bem provável que o Corpo Vital também registre tais informações. É natural que neste ponto do texto, o leitor possa estar se perguntando: “que eventos são esses?”. Tais eventos são aqueles gerados pelo espírito (vontade), pelo Corpo de Desejos
(sentimentos e emoções), e pela Mente (pensamentos). A observação destes detalhes contribuirá fortemente no processo de redução dos entrechoques de vibrações entre as memórias.
De maneira geral, a maior parte das pessoas, quando está realizando uma determinada tarefa, observa apenas os procedimentos envolvidos para sua execução e seu resultado, (por exemplo, se alcançou ou não o objetivo). Porém, é importante que o Aspirante também observe, de maneira sincera e verdadeira, os motivos internos que o fez se movimentar nessa ou naquela direção. A chave para identificar tais motivos é
empregar o método do “Por que”. Alguns exemplos:  Por que agi desta maneira?

Respostas:

  1. O motivo foi “motivação por motivação”, pura e sincera, afinal, eu gosto de fazer aquilo que faço;
  2. Porque foi uma vontade de provar aos outros que eu posso realizar coisas;
  3. Não foi motivação, mas sim medo de não perder meu emprego/ amigo/ simpatia/ etc.;
  4. Porque tive a necessidade de provar para as pessoas, que sou capaz e não um incompetente;
  5. Porque tive vontade de fazer melhor que os outros, afinal sou um competidor inato;
  6. Porque tive interesses pessoais;

Além de observar o motivo pelo qual uma ação foi realizada, o Aspirante pode também observar o sentimento que o envolveu no momento em que estava executando tal tarefa. Exemplos:

  1. Durante a execução, independente do motivo, eu estava com tremenda ansiedade e medo de que alguma coisa terminasse de modo errado;
  2. Estava ansioso, mas não por medo, e sim porque sou perfeccionista demais e tudo tem que ser perfeito;
  3. Estava com raiva. Afinal só estou fazendo isso porque não quero perder meu emprego;
  4. Estava me sentindo feliz e alegre;
  5. Estava triste

É muito comum as pessoas não fazerem distinção entre sentimentos e pensamentos. Contudo, esses fenômenos são bem diferentes, embora possam ou não possuir afinidade entre si. Por exemplo, uma pessoa pode dizer: “Eu senti que num dado momento, as coisas poderiam ter saído errado”. Mas observe que tal relato não é
referente a um sentimento, mas sim a um pensamento. Normalmente os sentimentos são alegria, tristeza, raiva, ódio, rancor, medo, coragem, ansiedade, entre outros. Pensamentos são ideias mais ou menos elaboradas sobre os fatos. Com certeza, estes últimos podem estar embasados em um sentimento bom ou ruim. A comum astúcia que todos nós praticamos em maior ou menor grau, é um bom exemplo da Mente (pensamentos) aliada à parte inferior do Corpo de Desejos (“eu” emocional inferior). Dados provindos da neurociência cognitiva, também revelam a possibilidade de ativações primárias de áreas cerebrais emocionais, antes de áreas corticais pré-frontais (que são mais relacionadas a pensamentos conscientes), frente determinados estímulos. Isso é bem evidente em transtornos ansiosos, como o Transtorno de Estresse Pós-Traumático, Transtorno de Pânico, entre outros. Isso tolda a capacidade do Ego de tomar decisões de maneira rápida. No exemplo acima, sobre confusões entre pensamentos e emoções, provavelmente o sentimento da pessoa sobre a possibilidade de algo sair errado, era de medo e/ou ansiedade, pois esses sentimentos possuem boa afinidade com estes pensamentos.

Outro importante fator que o Aspirante deve aprender a observar é o COMO seu jeito de ser, (que é modulado pelos motivos, pelos sentimentos e pensamentos) gera impactos nos demais que convivem com ele. A chave para isso é utilizar o método do “COMO”. Exemplos:

  1. Como meu jeito ansioso, precipitado e/ou medroso afetou (ou afeta) meus colegas de trabalho, minha família, meus amigos, etc.?
  2. Como meu sentimento afetou na decisão ou no desfecho da ação que eu estava executando?
  3. Como as pessoas me “olham” em função desse meu jeito de ser?
  4. Como meu perfeccionismo afeta aos demais que convivem?
  5. Como minha felicidade, alegria, tristeza, raiva, entre outros sentimentos, influenciam na maneira que o outro se comporta em relação a minha pessoa?

É muito importante, o Aspirante ter em mente que a observação consciente dos fatos internos e externos, também fornece base para o exercício de Retrospecção. Normalmente, se o resultado de uma tarefa foi positivo, o Aspirante louva-se por tal resultado, de modo que seu comportamento seja reforçado para continuar a agir desse modo. Entretanto, se os eventos internos não forem considerados, é provável que essa faceta do fenômeno permaneça apenas no Corpo Vital do Aspirante, e, se isso acontecer, ficarão nele como discrepantes. Por isso, sugere-se ao Aspirante que também aplique seu critério pessoal de valores aos fenômenos internos que vivencia (o crivo da lógica).

Coletar informações, por meio de observações como estas, é muito importante para deixar seu exercício de Retrospecção mais rico e, desta maneira, aprender as lições desta e de próximas vidas, de restaurar o equilíbrio entre memória consciente e dados gravados pelo Corpo Vital, ter saúde e longevidade. Como o exercício de Retrospecção influencia diretamente no caráter, e “caráter é destino”, é bem provável que o Aspirante comece a notar grandes diferenças em sua vida conforme for mudando seu eu real, para seu “Eu Ideal” (isso é pessoal). Com o tempo novas sinfonias e orquestras vibrarão em sua vida, o que provavelmente o fará uma pessoa muito realizada e feliz.

Que as rosas floresçam em vossa cruz

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